A tucademopiganalhada não tem mesmo um pingo de vergonha na cara

Triplicaram a dívida pública brasileira, pagaram mais de 50% de juros reais a agiotagem nacional e internacional e vivem a criticar o pagamento de juros reais de 6% [ que é um absurdo mesmo ]. E para completar posam de éticos, morais e honestos [ são Onestos] condenando a corrupção. Tudo isto depois de patrocinarem a maior privataria realizadas nos dias atuais.

Corja!

Será que estamos mortos e não percebemos?

Para onde quer que olhemos, por aqui, só vemos andantes pálidos, inertes e insípidos

"Por mim, creio que estamos mortos há muito tempo: morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis". 
Jean Paul Sartre


Que país é esse? Que mundo é esse? O que se passa na cabeça de cada ser humano, seja daqui, seja dacolá? Onde estão os indignados de todas as gerações, de todos os recantos? Nada lhes ofende, lhes mareja os olhos, lhes desperta a cólera e lhes motiva o protesto diante de tanta ignomínia? A tormenta que desce sobre as africanas terras líbias não é de sua conta?

Noites insones e dias tensos nada explicam: antes, para o meu desespero frenético não oferecem a menor chance de uma réstia de luz que enseje uma resposta, que sinalize o sintoma dessa letargia.

Meus Deus! O que estou fazendo dia nte de um computador ligado ao vazio de pessoas e de idéias, de cara para a inércia mais atormentadora, convertida numa contemplação pusilânime de um ritual movido a indignidades, abusos, violências, transgressões, usurpações, mentiras e hipocrisias?

Serei eu um débil mental que ainda não teve a lucidez de se olhar no espelho? Que mira pela fresta errada e não vislumbra um óbvio pútrido? Por que uma agressão criminosa a um país, agora esfacelado e desconstruído, toca a tão poucos e cada vez mais raros? Por que meio mundo se deixa entorpecer pela semântica de encomenda, pela desfaçatez do panfleto midiático enganador?

Incrível, penso em lamentos quase lacrimosos: ag ora que o mundo se tornou tão pequeno pela interação instantânea internáutica não seria o caso de uma mais cálida compreensão entre os seres humanos? Ou esse mundo que ficou pequeno tem o despudor de um brinquedo obsceno, uma abstração, de um exercício compensatório de ilusões forjadas?

Vi um patrono de uma turma de Direito declarar que nossa geração fracassou. No mesmo diapasão ele também se referia ao subproduto mais degenerado desse fracasso: a erupção de um individualismo desalmado nas gerações de agora, embaladas pelo metálico do som ensurdecedor ou pelo medíocre do funk que aportou entre nós como cavalo de tróia de uma gangrena mental.

E vi seus 99 formandos no culto paté tico de uma ansiedade ensimesmada, intelectualmente empobrecida, sem qualquer visão de contexto, como se nada lhes motivasse naquela noite de júbilo senão o olhar flamante na causa própria, no futuro pessoal, na esperança de que o mundo esteja cada vez mais conflitado para que disso tirem o seu sustento e disso façam sua razão de viver.

Vi jovens barbaramente envelhecidos pela balada altissonante do "salve-se quem puder", o "daqui pra frente é com cada um" ou, no máximo, com o círculo de prediletos, como se o diploma conferido fosse a munição para a mais terrível das guerras, a sôfrega competição profissional nas pegadas dos exemplos herdados da esperteza como única via  da sobrevivência, do acesso ao conforto e ao prazer.
Enquanto isso, a mídia capta e exacerba todas as torpezas, fazendo delas elementos tão preponderantes no comportamento humano que nelas se inspira  no vôo cego de um cotidiano destituído de todos os valores restantes, no confronto explícito com os pulverizados pigmentos das virtudes em extinção.
Não causa surpresa que ninguém se sinta obrigado hoje em dia a reagir às barbaridades perpetradas pelos senhores do ágio e das armas, hipertrofiando a própria torpeza, num super dimensionamento da ambição voraz.

É certo alguém chegar em sua casa para determinar como deve ser sua relação com o clã? É tolerável alguém jogar seus filhos, uns contra os outros, para imobilizar a todos e se apoderar de suas posses?

Será que ninguém tem mais olhos para ver assaltos tão grotescos como os que países decadentes, endividados, em crises sistêmicas, enrolados em suas próprias pernas, promovem na maior sem-cerimônia para se apoderar das riquezas finitas de outros povos?

Você vê isso à luz do dia e não se sente nem um pouco atingido? Você quer o que, que chegue a nossa vez? Essa modernidade mal grada está nos impingindo o silencioso suicídio nacional em d oses homeopáticas, está nos bestializando, nos acostumando ao convívio indolor com o massacre dos mais fracos, na configuração psicanalítica de uma apatia crônica, na qual nos servem brotos de papoulas imobilizantes encapados em papel celofane com as cores lustrosas da ilusão ótica minúscula e temporária.

Esse espetáculo da mais trágica alienação não poupa ninguém. Minha geração se repete na ladainha de um fracasso mensurado pela descontinuidade do sonho. Mas pode ser que aqueles rueiros dos anos sessenta tenham blefado e agora, lépidos e fagueiros, se desdizem no leme dos podres poderes.  

Ou, como se pode constatar, você não percebeu até que nossa vez já chegou, na intervenção sibilina e camuflada que varou a imensidão do território desguarnecido em pomposas mistificações em nome da demarcação de territórios gigantescos convertidos em flancos para a mais sofisticada pirataria alienígena?
Curioso: aqui quem quiser ver massa nas ruas só lhe resta contemplar os milhões das paradas gays e dos desfiles pentecostais.
Fora disso, meia dúzia de gatos pingados tenta chamar atenção para algumas tragédias pontuais que já não sensibilizam o povaréu. Por que a maioria já renunciou ao direito ao conhecimento, às obrigações do Estado com sua saúde e ao respeito devido à dignidade de todos.

Tal é o traste da alma humana que até a solidariedade se profissionalizou em organizações especializadas na terceirização do pensamento, da ação, da insatisfação social e dos deveres oficiais. Aqui, nesta terra invadida por Pedro Cabral, está cada vez mais difícil falar em dignidade e autoestima, eis que de migalha em migalha a massa enche o papo.

Diante desse quadro de cores pálidas veio-me uma despropositada indagação, que faço a você, envolto na mais pungente perplexidade: será que somos mortos vivos, almas penadas, corações sangrados, mentes entorpecidas e inebriadas?
Será? 
 
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Dançando com 2 pares


A presidente da República usa retórica para dar o ritmo da reconcentração de poder. Num momento, flerta com a ideia de estar em curso a tal faxina. Noutro, cita Roma, Joana D’Arc e o que mais for para acalmar os preocupados e sugerir que não haverá caça às bruxas.

Na resultante, apenas a constatação de a suposta faxina continuar o que sempre foi. Um mecanismo legitimador da retomada do controle sobre a máquina, pulverizada por razões defensivas ao longo dos anos de Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Esta é uma operação na qual vale a regra orwelliana da Revolução dos bichos. Todos são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros. E o que torna uns mais iguais? A densidade do candidato a faxinável e a conveniência da dona da caneta. Variáveis interdependentes.

No episódio do Ministério dos Transportes, o ministro do PR recebeu sinal claríssimo de que deveria pedir o boné. O sub foi chamado ao palácio para reunião de rotina, contornando a autoridade do chefe, que nem sequer tinha conhecimento da atividade.

O episódio dos Transportes fundou a ilusão sobre a faxina ampla, geral, irrestrita e sem freios.

Nos movimentos a partir dali a coisa não segue sempre o mesmo script. Mas o resultado final é um só. Sai o alvejado e entra alguém mais próximo da presidente. Aconteceu na Agricultura, onde o ministro do PMDB já havia se transformado num ônus político para o padrinho, o número 2 da República.

Como também na única troca até agora que nada teve a ver com acusações de malfeitos, no Ministério da Defesa.

No PP, o verbalmente ousado ministro das Cidades sentiu o bafo quente do tigre e resolveu mostrar os dentes. Encomendou para si uma passagem de volta à Câmara dos Deputados.

Aos alvos da vez, resta torcer para estar do lado certo, conforme a conveniência momentânea da presidente. Que pode dançar com a opinião pública ou com a base parlamentar.

Mas ela está é bailando com os dois dançarinos, cada um a segurar uma mão presidencial. Certa hora Dilma olha para um, depois para outro. Conforme a necessidade.

E cada um deles se acha, no seu momento, o tal.

Não há maior risco à estabilidade do governo, pois nem a opinião pública, nem a oposição somariam fileiras com vítimas da faxina para colocar em questão a liderança presidencial.

Pode haver uma turbulência aqui, uma rebeliãozinha ali. Ocuparão algum espaço no noticiário, mas Dilma prosseguirá fazendo só o que bem entende.

Substituirá quando for para substituir, segurará a onda quando as águas no Congresso parecerem agitadas demais, deixará ao relento os personagens de que não gosta ou que pretende enfraquecer. Especialmente se o alvo veio como herança.

Fingirá não ser com ela quando o vespeiro parecer arriscado demais. Mas quem se interpuser no caminho estará marcado. 
por Alon Feurwerker



Alfabeto amigo

Alfabeto-do-amigo.jpgAmigo é aquele que te Beija você Carinho e que Deseja com Entusiasmo sua Felicidade. Garante fidelidade é Humilde. Independente do que você é, Joga tudo para o alto e Larga mão da Matéria e dos sentimentos ruins, Naturalmente, para cumprir com sua Obrigação e para Proteger a quem lhe protege. Quer bem a quem lhe quer, Respeita seu Silêncio, calado...
Transforma sua vida em uma Única motivação para Viver. Xeretando, se preciso, e Zangado quando necessário.
pinçado do São as Ideias


Educação: 44% dos alunos não lêem corretamente

Foi divulgado hoje o resultado do teste realizado no primeiro semestre para aferir a qualidade da alfabetização de crianças no Brasil.

Ao concluir o 3° ano do ensino fundamental, 43,9% dos alunos não têm o aprendizado de leitura exigido para essa etapa.

Significa que, ao final da primeira fase da vida escolar, mais de 40% dos alunos não conseguem, por exemplo, identificar o tema central de uma narrative simples.

Avaliou-se também o nível de aprendizado de matemática. O resultado foi pior: apenas 42,8% dos alunos atingiram o patamar de aprendizado tido como adequado.

A maioria, 57,2%, não se mostrou capaz de resolver problemas envolvendo notas e moedas. Tampouco exibiu domínio satisfatório em operações de soma e subtração.

O teste chama-se "Prova ABC" (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização). 

Foi aplicado em 6 mil alunos de escolas municipais, estaduais e privadas das capitais.

Deve-se a iniciativa a uma parceria do movimento "Todos Pela Educação" o Instituto Paulo Montenegro, a Fundação Cesgranrio e o Inep (MEC).

Aqui e aqui, você encontra um detalhamento dos dados que expõem as deficiências do ensino fundamental brasileiro. 



Banco do Brasil - O grande banco dos brasileiros



Os homens que cultivam a terra e fazem do agronegócio uma das faces do país vitorioso do século XXI; nossos empreendedores que ousam e investem em todos os setores da economia nacional; os empresários que ultrapassam nossas fronteiras e conquistam mercados nos cinco continentes; o pequeno, médio ou grande comércio, os serviços e a indústria, além de todo aquele que acredite em nosso país e em suas potencialidades, ou, simplesmente, a cidadã ou cidadão que necessite de apoio à suas necessidades mais urgentes de financiamento básico, sabem com quem podem contar.

Há exatos 202 anos, os brasileiros têm uma das mais antigas, sólidas e competentes instituições de crédito, financiamento à produção e fomento social, de todo o mundo. O Banco do Brasil foi fundado em 1808 por iniciativa de Dom João VI, que, logo após, determinou o lançamento de uma oferta pública de ações, buscando junto aos brasileiros os recursos necessários para a capitalização daquela que viria a ser uma das maiores e mais poderosas instituições financeiras do mundo. A Bolsa de Valores, criada em 1819 e inaugurada dois anos depois, nasceu do apoio integral do BB, que financiou a construção de sua sede e iniciou uma parceria sólida e duradoura com o nascente capitalismo brasileiro, que se estende até os dias de hoje e gerou excelentes frutos para a livre iniciativa e o desenvolvimento de nosso país.  

A indústria ainda incipiente, o comércio fervilhante e a forte agricultura encontraram na primeira instituição bancária oficial o apoio indispensável para que enfrentassem as turbulências políticas da primeira metade daquele século. Já no limiar da fundação de nosso maior banco, algumas características se firmaram e o distinguiriam pelos séculos adiante: uma identificação total com o Brasil e os brasileiros, absoluto conhecimento de nosso território, seus problemas e potencialidades e, também, a formação de um corpo funcional de altíssima categoria e excelente formação técnica, comprometido com a instituição, seus valores e uma visão generosa de participação efetiva na vida dos brasileiros e na alavancagem do desenvolvimento social e econômico do Brasil.

Quando, em 1822, Dom Pedro I proclama nossa independência, é o Banco do Brasil quem financia a construção de escolas e hospitais, além de equipar a frota de nossa Marinha para que enfrentasse as últimas resistências lusitanas e consolidasse a libertação da colônia explorada que se transformava em grande Nação. Logo em seguida, a mais extraordinária figura da história de nosso capitalismo, o genial Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, lança um "novo" Banco do Brasil, com impressionante aporte de recursos, em subscrição jamais vista para os padrões da época, e planta as bases para a moderna e pujante instituição que continuaria a fazer história. Por essa época institui-se a meritocracia no banco, com concursos públicos para o preenchimento de vagas, além dos planos de carreira, algo absolutamente inédito. Diante das centenas de outros bancos já existentes, o BB se destacava pela solidez, modernidade e comprometimento com o Brasil e sua gente.

Poderia enumerar diversos episódios em que a participação efetiva e determinante do BB foi fundamental e absolutamente indispensável, como no governo do presidente Getúlio Vargas, na "Marcha para o Oeste", onde financiou a compra de milhares de hectares de terras para que fossem incorporados ao processo produtivo. Ou o papel impressionante da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial, que durante décadas foi a mola propulsora de nosso desenvolvimento, operando transformações impressionantes no cenário econômico-social, com a criação de milhões de empregos e o fortalecimento do processo produtivo em todas as suas etapas e nos mais diversos segmentos. Ou ainda o que significado da CACEX, a carteira de exportação, instrumento efetivo de apoio ao empresariado na conquista de mercados mundo afora quando isso ainda era uma epopéia e longe das facilidades dos dias de hoje, os da globalização. E mais: o Banco do Brasil teve um papel importantíssimo como fomentador de políticas de desenvolvimento, denominadas de "anticíclicas", que foram fundamentais para que o Brasil fosse o último país a ser afetado pela crise econômica mundial de 2008. Pouco sofremos se comparados a outras economias de igual porte. Naquela ocasião o presidente Lula antecipou os acontecimentos descrevendo-os como uma "marolinha". Choveram críticas da oposição e dos colunistas econômicos. Porém, mais uma vez a história deu razão ao Estadista. O BB atendeu de pronto o chamamento do presidente Lula, e, enquanto os bancos privados encolheram o crédito em 2008, o grande e secular banco dos brasileiros prontamente disponibilizou volumosos recursos para manter o ritmo de crescimento econômico do Brasil. O tsunami que arrasou as economias norte-americana e européia, foi mesmo uma marolinha no Brasil, e o BB teve grande responsabilidade nesse excelente resultado...

Agora, novamente, o mundo está às portas de um período de recessão. Empurrado pela crise da brutal dívida dos EUA e a crise na Zona do Euro, vislumbramos tempos difíceis. Assim como em 2008, o Banco do Brasil irá ter papel ímpar para blindar a economia brasileira, fortalecendo nosso mercado interno, através da experiência adquirida em fomentar nossas empresas, acreditar em nossos empreendedores, apoiar nossos cidadãos.

Este papel tende a se fortalecer e multiplicar com a recente aquisição do Banco Postal, que a partir de janeiro de 2012 coloca o Banco do Brasil em todas as cidades brasileiras atuando em conjunto com a Empresa Brasileira de Correios e Telegrafo (ECT). Ou seja, o BB adquire mais capilaridade para agir tanto no micro-crédito, quanto como agente bancário e proporcionar a inclusão ao sistema financeiro nacional de milhões de pequenos correntistas, pequenos poupadores, micro e pequenos empresários e os que labutam na economia informal.

O Banco do Brasil completou 90 anos de atuação no meu Estado de Goiás. Os números são impressionantes! Mais de R$ 5 bilhões contratados em carteira, agregando imenso valor para a economia do Estado. Mais de 96 mil empregos diretos e indiretos gerados. Um total de 17.649 contratos dos 35.550 celebrados nos Estados do Centro-Oeste, totalizando 49,65% do volume de investimentos. Baixíssima inadimplência: 1,25% nos contratos do FCO, contra 4,33% (DF), 2,09% (MS), 3,78% (MT).

O Projeto de Desenvolvimento Sustentável Regional (DRS), implementado pelo BB em Goiás, garante práticas sustentáveis e de grande responsabilidade social. São 141 projetos em meu Estado, totalizando R$ 385 milhões já investidos e que beneficiam 38 mil famílias. Destaque para a da lucrativa cultura do açafrão no Município de Mara Rosa, na região norte, onde centenas de famílias estão envolvidas neste vitorioso experimento produtivo que transformou a cidade na Capital do Açafrão na América Latina.

Na Agricultura Familiar, o BB disponibilizou R$ 830 milhões no Estado, com 50 mil famílias beneficiadas. A Fundação BB investiu R$ 40 milhões na construção de 70 Telecentros, levando a inclusão digital para centenas de milhares de crianças e adultos, sendo que outros 130 estão em fase de instalação. O Projeto "AABB Comunidade" proporciona lazer, esporte e educação em música, artes plásticas e cênicas a mais de 3 mil crianças goianas, descobrindo talentos e incentivando vocações artísticas de nossa gente mais simples.

Os números do Banco do Brasil em Goiás são impressionantes: 1,16 milhões de correntistas; 70 mil contas empresariais; carteira agrícola com R$ 7 bilhões exclusivamente destinados ao investimento na produção goiana; 2 mil funcionários; 418 pontos de atendimento; presença em 141 Municípios e caminhando para atendimento nos 246 restantes, através da parceria com os Correios no Banco Postal.

Houve um tempo em que se privatizou a preço de banana o patrimônio público. Algumas das melhores e maiores empresas nacionais, que custaram muito aos brasileiros, foram doadas por menos dinheiro do que havia no próprio caixa. Impossível esquecê-lo. Mas nem os que cometeram tal desatino, ousaram tocar num patrimônio histórico, secular e que orgulha os brasileiros. Mais que uma instituição financeira, o Banco do Brasil é um dos sinônimos de competência, trabalho e grandeza do povo brasileiro.

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por Luis Fernando Verissimo

Foi pessoal

Em 1986, fomos atacados pelo Muamar Kadafi. Já conto.
1986, todos se lembram, foi o ano do desastre nuclear em Chernobyl. A radioatividade expelida pela explosão da usina russa se alastrou pela Europa e chegou à Itália e a Roma, onde passávamos uma temporada com os filhos. Para controlar a contaminação foi proibido o comércio de certos alimentos, que desapareceram do mercado. Fora isso, não fomos atingidos pela radiação — pelo menos que notássemos.
Aquele também foi o ano do metanol que os italianos estavam usando para adulterar o vinho, o que deu em mortes, protestos e processos. Também escapamos dos seus efeitos, talvez por sorte, pois bebíamos bastante vinho nacional. E 1986 foi o ano da morte por envenenamento, na prisão, de uma importante figura política cujo nome não recordo, um daqueles escândalos "al succo" que os italianos saboreiam de tempos em tempos e parecem sempre prestes a derrubar a república.
Não tínhamos nada a ver com a política local, aquilo não nos dizia respeito. Mas que estava sendo um ano estranho, estava.
Lembro da manchete de um jornal de Roma que dizia "Itália de todos os venenos". E, para culminar, em retaliação por alguma que a Itália tinha lhe feito, o Kadafi mandou um foguete contra a ilha de Lampedusa. Ninguém morreu, mas o território italiano foi atingido — e nós, na qualidade de hóspedes, também. Fiquei ressentido com aquele foguete contra a minha família. Quer dizer, tenho razões pessoais para celebrar a queda do Kadafi.
(Para responder ao ataque do Kadafi, um cômico italiano sugeriu que, aproveitando os efeitos de Chernobyl, lançassem alguns repolhos radioativos em Trípoli.)
OUTRO
Quinze anos depois, estava eu em Nova York cuidando da minha vida quando fui, de novo, sorrateiramente agredido. E o World Trade Center estava bem mais perto de mim do que a ilha de Lampedusa em 86. Entre todos os outros estragos que fizeram os aviões que derrubaram as torres gêmeas, interromperam minha viagem e agravaram minha paranoia, já aguçada pelo foguete do Kadafi.
Estes ataques contra mim estão virando rotina, gente. Não vou tolerá-los por muito mais tempo.