Corrupção e hipocrisia

Título original: Corrupção e Estado
Autoria: Simone Del Rio


A tradição udenista volta a prestar serviços à nação. A cada eleição são divulgadas acusações sobre a corrupção de políticos no país. Desde Vagas até hoje, políticos e a mídia  manipulam o eleitorado, ora com promessas de por fim à corrupção, prometendo caçar os infratores, ora com acusações aos adversários políticos da hora para que a punição seja feito pelo voto.
As formas de corrupção variam, desde a formação de quadrilhas nacionais, com ou sem ramificações no exterior, para "comprar votos no Congresso, ganhos com privatização de empresas, com a administração de obras em que qualquer instância do Estado, subornando agentes públicos de todas as esferas do poder. 
No Rio Janeiro a intimidade com a ilegalidade fez tradição, em escala menor mas perene, como na  grana extra para obter habilitação no DETRAN, nos pontos de táxis dos aeroportos e rodoviária, a extorsão aos turistas, a dos guardas de trânsito corruptos, policiais e os ex-policiais no combate ao tráfico e simultaneamente fornecedores de armas e ainda componentes de milícias. Sem esquecer do famoso jogo do bicho e dos bingos e das caixas de jogos eletrônicos. Qualquer carioca conhece as jogadas e os truques para escapar ou colaborar com a bandidagem.
Faça um passeio pela zona oeste e visitem os pés sujos ( na zona sul, procurem os bingos clandestinos). Os donos usam um camiseta suja, o "bar" oferece apenas bebidas e um ovo cozido colorido, às vezes há uma sinuquinha para distrair a galera. Outros botecos são mais jeitosos, com música e aperitivos para acompanhar a cervejinha, televisão para o futebol.  Os donos são mais arrumadinhos.
Mas no andar de cima ou na casa ao lado, há um movimento estranho, intenso. Homens  com o uniforme da PM, nunca se sabe, aparecem às vezes, levam  máquinas eletrônicas, sai no jornal, não prendem ninguém. Se há também droga na jogada, também não se sabe, se alguém fosse preso por quanto tempo ficararia à disposição da justiça?  Há juízes na jogada?  Nesses períodos curtos de entressafra, pés sujos e  botecos  ficam  meio desanimados, e logo o movimento reaparece.
 Pode parecer pouca titica, mas não é. Os donos de camiseta suja, os donos e de alguns empregados dos botecos mais bacaninhas, os PM da banda podre ficaram ricos? Muito ricos? Como? Fazem parte do esquema milionário dos jogos eletrônicos ilegais? Os fiscais fiscalizam ou têm medo dos poderosos chefões por trás do mega negócio?
É bandidagem, não é? Caso de polícia?
Entretanto, ela floresce nas campanhas eleitorais. Candidatos de "ganho" (dinheiro, votos, cargos, empregos, prestígio social ?), especialmente dos pequenos partidos coligados aparecem do nada. Sabem que receberão uns 100 votos. Por que se empenham em distribuir tickets refeição, transporte,  peixes na semana santa, mimos de ocasião, mesmo antes da campanha oficial?  Quem distribui cargos e funções sem concurso nas agências administrativas municipais e estaduais na zona oeste? Quem inventou a terceirização? 
E quem perde as eleições, com ou sem ficha limpa? Não tem problema, nossa democracia tornou-se monárquica. Os políticos agora têm linhagem. Filhos, irmãos, mulheres herdam os cargos, financiados pelos parentes e amigos dos amigos.   
É caso de polícia apenas? Parece o retrato do caos, do terror, mas não é.
Leiam o artigo do IPEA, assinado por Clarisse Furtado, leiam, por favor:
"Subornos, desvios de verbas e fraudes provocam perdas econômicas mundiais de 1 trilhão de dólares por ano. Organizações internacionais procuram meios de detectar, controlar e punir os responsáveis pelo rombo. Aqui e em todo o planeta."
Examinem especialmente as soluções quanto ao inquérito policial ter a iniciativa do MP e não pelas delegacias de polícia. A redução do número de cargos do governo e o controle do financiamento das eleições são apontadas com soluções para controlar esse vínculo que desmoraliza a democracia.
Repito, leiam o artigo do IPEA:

Fontes: corruptas e corruptoras


No exato momento em que a CPMI do Congresso inicia formalmente o trabalho de investigação do escândalo Cachoeira e todos os seus desdobramentos, convém lembrar que a mídia sempre foi uma entusiasmada parceira e beneficiária dos arapongas (públicos ou privados) produtores de fitas, vídeos e dossiês secretos.
A expressão “jornalismo fiteiro”, cunhada neste Observatório da Imprensa há mais de uma década [ver abaixo], não surgiu por acaso: inspirou-se na dobradinha prazenteira em que a fonte oferece bombásticas revelações desde que o jornalista privilegiado garanta não apenas o seu anonimato, mas também uma cortina de fumaça sobre os procedimentos que envolveram o vazamento das denúncias.
Nestes três lustros de denuncismo ensandecido, a mídia brasileira não parou uma única vez para discutir a promiscuidade entre jornalistas, corruptos e corruptores. Calou-se e sacramentou o vale-tudo. Se o tivesse feito uma única vez – no caso de Waldomiro Diniz, por exemplo –, teria interrompido a produção e o fluxo do material “fiteiro”, já que a arapongagem brasiliense trabalha num sistema de vasos comunicantes ao qual não estão alheios alguns repórteres ditos investigativos.
Um mínimo de transparência e nossa imprensa hebdomadária seria salva da tentação marrom que a avacalha implacavelmente. A amoralidade é a-ideológica. Em ambientes altamente impregnados pelas toxinas do poder, como é o caso de Brasília, o embate ideológico é reduzido, importam mais as conexões e os alvos invisíveis.
Aética e acrítica
Os editores de Veja abusaram do seu poder de fogo e da prática de acionar a metralhadora antes de perguntar quem vem lá. Algumas vezes ofereceram evidências consistentes embutidas na vociferação panfletária – caso da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra e mais recentemente da cúpula do DNIT. Geralmente, contentavam-se com a panfletagem.
Mesmo quando a concorrente IstoÉ embaralhou-se com a publicação de um dossiê pago por falsários – caso dos “aloprados”, em setembro de 2006 –, as cobranças concentraram-se nos supostos mandantes e na acirrada disputa eleitoral [ver, neste Observatório, “Jornalismo de quinta categoria” (26/09/2006), "A imprensa e os aloprados" (26/9/2006) e “Só a crítica genuína acabará com o ‘jornalismo fiteiro’”]. O comportamento indecoroso do rival foi omitido porque o pacto de silêncio adotado pelo patronato midiático não permite qualquer questionamento sobre a conduta jornalística dos pactuantes. Mesmo quando apostam suas fichas em interesses opostos.
Fontes corruptas são inevitavelmente corruptoras. A submissão a partidos, governos e religiões é uma forma disfarçada de embolsar propinas e aceitar suborno.
Nesta escuridão aética e acrítica só pode prosperar uma espessa promiscuidade entre a sede denuncista e a fome pelo poder. Ambas insaciáveis. Os holofotes, embora tardios, são bem-vindos. Desde que dispostos a esquadrinhar os desvãos, sótãos e porões onde se aninham os vermes que corroem os restos da “última profissão romântica”.
***
A capa de CartaCapital comparando Roberto Civita a Rupert Murdoch é uma vendeta pessoal. Indecente.

por Alberto Dines  - Observatório da Imprensa 

Sem sentido

Quando você me toma em seu braços sinto teu cheiro teu gosto de paixão sei que que nada tem mais noção só nosso pulsar de amor e mais nada faz
Sentido ...


por Leonize Batistella

Conversa com a Presidente

 Roberto M. Ferreira, 44 anos, vendedor em Cuiabá (MT) - É verdade que o governo brasileiro, antes mesmo de cumprir as metas do Luz para Todos no Brasil, está implantando o programa em outros países?

Presidente Dilma -
 Roberto, o governo brasileiro não só cumpriu como ultrapassou em muito a meta estabelecida para o Luz para Todos. O programa foi lançado em 2003 com o propósito de levar energia elétrica para 2 milhões de famílias, o que foi alcançado em junho de 2009. Mesmo com as metas atingidas, decidimos prorrogar o programa - até agora, já levamos luz elétrica a 2,9 milhões de famílias. A boa experiência do Luz para Todos chamou a atenção de diversos países da América Latina, África e Ásia e assinamos acordo de cooperação com quatro países e estamos negociando com outros catorze. Nós damos assistência técnica para os governos implantarem programas similares ao Luz para Todos, sem descuidar das nossas metas. O Luz para Todos foi escolhido pela ONU como referência para estender às populações mais pobres de todos os países do mundo o acesso aos serviços de eletricidade. O Luz para Todos não serve apenas para iluminar os domicílios, mas também possibilita a utilização de diversos aparelhos eletroeletrônicos e impulsiona o trabalho no meio rural. A produção se multiplica e permite a comercialização dos excedentes. É essa revolução no campo que está encantando outros países, o que é motivo de orgulho para todos nós, brasileiros.


Vamos ou não vamos investigar a mídia?


Por Bob Fernandes, no Terra Magazine
Rupert Murdoch é dono de um dos maiores impérios de mídia do mundo. Ele tem centenas de empresas que faturam perto de US$ 30 bilhões/ano. Mesmo com tudo isso, o relatório de uma CPI em andamento na Inglaterra acusa Murdoch de “enganar o Parlamento”.
A CPI britânica concluiu que Murdoch e seu filho, James, fecharam os olhos para crimes cometidos por suas empresas. Entre outros crimes, um dos jornais de Murdoch grampeou os príncipes Harry e William, herdeiros da coroa.
O Brasil começa a viver a CPI do Cachoeira. Não é segredo que a mídia também está no olho do furacão. E que parlamentares querem investigar as relações entre o bicheiro Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O ex-presidente Lula também acha que se deve investigar essas relações.
Na internet, que no Brasil tem algo como 80 milhões de usuários – estima-se que 48 milhões de usuários diários – o julgamento já começou.
O julgamento na internet dispensa provas. Cada um condena e absolve quem quiser. Bastam a opinião e o desejo de cada um. Como, aliás, tem sido cada vez mais em quase toda a mídia. Já uma CPI tem que investigar, de verdade, e provar. Até para inocentar.
No caso em questão, à parte os fatos que ainda não foram devidamente investigados, algo chama a atenção de parlamentares: como, em anos e anos de relação e de escândalos publicados, não se percebeu que Cachoeira era quem era? E isso, com Cachoeira tendo sido personagem do “Caso Waldomiro”, que anos antes foi noticiado também na mesma revista Veja.
Na mídia, uma reportagem é fruto de decisões coletivas. A cultura é de construções e procedimentos hierarquizados. Portanto, a escolha de bode expiatório é um erro e é injusto. Mas, assim como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, a mídia pode cometer erros, e comete. E, como ensina agora a Inglaterra, não há porque não examiná-los.
Há outro caso. Talvez até mais grave do que este porque levou a um choque entre poderes. Em 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi ao Palácio e interpelou ninguém menos do que o Presidente da República. Mendes chamou Lula “às falas”, segundo suas próprias palavras então.
Gilmar Mendes e Demóstenes Torres se disseram vítimas de um grampo da Abin, conforme capa da mesma revista Veja. A Polícia Federal investigou e não achou vestígio de grampo algum.
Mas, por conta desse grampo que ninguém ouviu, Paulo Lacerda, então diretor da Abin, foi demitido e “exilado” em Portugal. E com o grampo que ninguém sabe e ninguém ouviu, começou-se a enterrar a Operação Satiagraha. Aquela que prendeu o Banqueiro Daniel Dantas.

PSDB protege "amigo íntimo" de Cachoeira


Apesar das graves denúncias do envolvimento do deputado tucano Carlos Alberto Leréia (GO) no esquema do bicheiro Carlos Cachoeira, de quem ele admite ser “amigo íntimo”, o PSDB até agora não tomou qualquer providência para afastá-lo do partido. Há mais de três semanas, após as primeiras revelações, os tucanos diziam aguardar sua renúncia, sob pena de enfrentar processo de expulsão. Era lorota.

Massa básica de pão

Ingredientes

  • 700 gr de farinha de trigo
  • 1 tablete de fermento biológico fresco
  • 500 ml de água morna
  • 3 colheres (chá) de sal
  • 1 colher (café) de açúcar

Como fazer
Coloque em uma tigela a farinha, o açúcar e o sal. Esfarele o fermento por cima e misture bem com uma colher de pau. Vá misturando e colocando a água aos poucos, até obter uma massa que não esfarele mais. Pare de acrescentar água.Trabalhe esta massa com as mãos, por uns 10 min. ou até que ela fique lisa e forme bolhas de ar. Coloque a bola de massa em uma vasilha enfarinhada, cubra com um pano e deixe crescer por uns 45 minutos. Formate os pães, coloque-os em uma assadeira untada com margarina e polvilhada com farinha. Cubra e deixe crescer por mais 30 minutos. Dê talhos na massa com uma faca. Coloque uma latinha de água fervente dentro do forno, deixe esquentar na temperatura máxima por uns 5 minutos, coloque a assadeira, reduza um pouco a intensidade do fogo (médio alto) e deixe assar por aproximadamente 30 minutos. Para ter certeza que o pão está pronto, você deve bater com os nós dos dedos em toda a sua superfície. Se fizer um tipo de um barulho oco, já está pronto.