Onde estava o decano do ínfimo em 97?

Estou a condenar não atores jurídicos, mas protagonistas de sórdidas práticas criminosas - corromperam a ideia, o ideal de justiça -. Esses delinquentes togados ultrajaram a Justiça. É o maior escândalo do ínfimo.
Joel Neto



A sua excelência o Povo: São Paulo não é quintal do PSDB


A iminência de uma derrota histórica  na cidade que consideravam sua reserva de mercado tem levado alguns observadores a fazer um trabalho vergonhoso em defesa da candidatura de José Serra à prefeitura de São Paulo.

Em vez de defender  José Serra, o que seria natural na reta final da eleição, eles procuram levantar o fantasma da ameaça de um avanço da hegemonia do PT no país inteiro. Enquanto acreditavam que seu candidato era favorito,  diziam que a polarização política era ótima, que o conflito ideológico ajudava a formar a consciência do eleitor. Mas agora, diante de pesquisas eleitorais constrangedoras, querem mudar o jogo de qualquer maneira.

É um comportamento arriscado e pode ser contraproducente. Do ponto de vista democrático, o PT só chegou ao poder de Estado, em qualquer instância,  pelo voto direto. Bem ou mal, é o único dos grandes partidos brasileiros  – já existentes na época — que pode exibir essa condição.

Claro que  você pode discutir a recusa em votar em Tancredo Neves, em 1984. Pode dizer que foi radicalismo, esquerdismo, sei lá. Mas é possível reconhecer que naquele momento da transição os petistas defenderam  um princípio de respeito à vontade popular que vários adversários – por uma esperteza que em vários casos pouco tinha a ver com patriotismo desinteressado –  logo iriam trocar por um cargo no ministério.

Essa postura conservadora contra Haddad retoma  os velhos fantasmas do perigo vermelho, tão primitivos como tantas mitologias de quem saiu colonizado pelos anos de Guerra Fria. Reflete um medo aristocrático de quem imaginava que tinha transformado São Paulo em seu quintal eleitoral e agora se vê sem respostas para as grandes parcelas da população.

Depois de criticar o PT pelos Céus de Marta Suplicy, a campanha tucana fala em Céus do Serra. Depois de criticar o bilhete único, o PSDB aderiu a ele. Criticou Haddad pelo bilhete único mensal, mas agora lançou sua própria versão do mesmo bilhete. Depois de passar a campanha pedindo que a população  tivesse pena de Gilberto Kassab, nossos analistas descobrem que o continuismo não está com nada e, para não perder embalo, dizem que é uma tendência para 2014 e já ameaçam Dilma.

Levantar o fantasma de um perigo difuso e ameaçador é um dos  mais conhecidos truques da comunicação moderna. Revela desprezo pelo conhecimento e pela  inteligência do eleitor, procurando convencer a população com argumentos inconscientes, de natureza emocional.

A postura pode ser resumida assim: quando não dá mais para falar em bolo nem em brioches, como fez Maria Antonieta diante da plebe rude, vamos para lágrimas e o sentimentalismo.

O pensamento aristocrático  e conservador do século XIX, quando a aristocracia descobriu que o voto popular poderia produzir resultados desagradáveis e inesperados, foi construído assim.  Pensadores como Gustave Le Bon afirmavam, literalmente, que a multidão  “ou não conseguia raciocinar, ou só conseguia racionar de forma errada.”

O truque principal, nesse comportamento, era  evitar referências claras e diretas. Por motivos fáceis de explicar, nunca se diz: perigo de quê? Por quê?

Grita-se: “eu tenho medo,” como fez Regina Duarte, em 2002.  Mas pelo menos ela tinha sido a namoradinha do Brasil…

Como bem lembrou Fernando Rodrigues,  a partir de 1994 o PSDB tornou-se  um partido rico e poderoso.

Deixou essa condição, pela vontade livre e direta do eleitorado. Em nenhum momento o PSDB deixou de ter colunistas e articulistas de pena amiga para descrever suas virtudes perante à população, com uma generosidade jamais exibida em relação a nenhum outro adversário.

A dificuldade é que, em sua passagem pelo poder federal os tucanos não deixaram nenhuma recordação duradoura  na defesa dos mais pobres e dos assalariados em geral. Foi por isso que perderam três eleições consecutivas, sem jamais exibir concorrentes competitivos.

Em 2002, quando o governo de FHC chegou ao fim, sua popularidade era negativa. A inflação passara   dos dois dígitos, o desemprego havia disparado, a economia estava num abismo financeiro e é claro que, já então, culpava-se o perigo vermelho por isso.

Quanto aos métodos de governo, não sejamos ingênuos nem desmemoriados. Se  você não quer usar a palavra aparelhamento, poderia falar, então, em engaiolamento tucano.

É um sistema realmente eficiente, já que, em quatro anos, promoveu:
  • mudanças nas regras eleitorais estabelecidas pela Constituição;
  • um esquema conhecido como mensalão, matriz dos demais;
  • um procurador geral da República dos tempos de FHC era conhecido como “engavetador”geral da República;

Embora goste de lembrar que o PT votou contra o Plano Real assinado por Itamar Franco, o PSDB prefere esquecer que, ao retornar ao governo de Minas Gerais, o ex-presidente rompeu com FHC e chegou a mobilizar a PM  para impedir que Brasília privatizasse a usina de Furnas.

Foi para tentar derrotar Itamar, político muito popular no Estado, que o PSDB inventou o mensalão de Marcos Valério,  colocando de pé um esquema que arrecadou mais de R$ 200 milhões para as agências ligadas ao esquema. Nem assim o esquema funcionou e, como acontece nas democracias, venceu o candidato que era melhor de voto.

Mesmo derrotado – a democracia tem disso, né, gente? – o PSDB  empurrou a dívida do esquema com a barriga, com ajuda de verbas liberadas – olha a  coincidência ! – pelo mesmo cofre do Visanet. Quando Aécio recuperou o governo de Minas, Valério voltou a ser premiado com novos recursos, informa Lucas Figueiredo, no livro O Operador. Conforme demonstrou a CPI dos Correios, dirigida por aliados do PSDB, havia farta distribuição de recursos públicos na campanha tucana.

Num lance de peculiar ousadia, foram retirados R$ 27 milhões da própria Secretaria da Fazenda do Estado.

A verdade é que o mensalão mineiro foi feito com tanta competência – ou seria melhor empregar o termo periculosidade?  – que jamais foi descoberto. Até surgiram denúncias, mas elas nunca foram investigadas.

Chegou-se ao mensalão mineiro por causa do braço petista de Marcos Valério. Se não fosse por ele, nem saberíamos que teria existido.

Isso é que engaiolamento, vamos concordar. Funciona mesmo depois que o PSDB deixou o poder.  Enquanto o Supremo condena o mensalão petista com argumentos deduzidos e não demonstrados, os tucanos seguem no pão de queijo. Ninguém sabe, sequer, quantos serão julgados. Nem quando.

Agora vamos reconhecer: Fernando Haddad assumiu a liderança folgada nas pesquisas como um bom candidato deve fazer. Veio do zero, literalmente, e ganhou eleitores na medida em que tornou-se conhecido.

O apoio de Lula não é importante, apenas, porque lhe garante um bom patamar de votos. Essa é uma visão eleitoreira da política. Esse apoio mostra que é um candidato com origem e história e isso é importante. Dá uma referência ao eleitor.

Num país onde os sábios da década passada adoravam resmungar com frases feitas sobre a falta de partidos “legítimos”, com “história”, com “programa,”etc, é difícil negar que o PT fez sua parte. Você pode até achar uma coisa detestável. Pode dizer que o PT é um partido anacrônico, que “traiu o discurso ético” e só faz mal ao país. Mas  tem de admitir que não é Haddad, como Dilma já mostrou em 2010, quem tem problemas com a própria história.

E isso, na construção de uma democracia, é um bom começo. Falta, agora, a outra parte. Caso as urnas confirmem o que dizem as pesquisas de intenção de voto, a vitória de Haddad só irá demonstrar  a dificuldade da oposição em mostrar que poderia fazer um governo melhor.

O debate político é este. O resto é propaganda.
http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/10/23/pavor-aristocratico-na-reta-final/

Inerente, inseparável

Os autores desta barbárie são os mesmo condenaram Dirceu, Delúbio e Genoino

Governo desenvolve ações para democratizar a cultura brasileira


A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (23), na coluna semanal Conversa com a Presidenta, que o governo federal tem desenvolvido programas, projetos e ações para democratizar a produção de bens culturais, respeitando a diversidade brasileira. Ao responder ao gestor cultural Lenir Boldrin, de Sorriso (MT), ela destacou a construção de 360 Praças dos Esportes e da Cultura e a implantação de 3.703 Pontos de Cultura em todos os estados.
“Essas praças fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e integram, em um mesmo espaço físico, ações culturais, esportivas e de lazer, além de qualificação para o mercado de trabalho. Trabalhamos continuamente para ampliar e democratizar tanto a produção cultural quanto o acesso dos brasileiros à cultura em todo o país”, disse.
Na coluna, a presidenta também falou sobre o Portal Mais Emprego, ferramenta do governo que facilita a recolocação no mercado de trabalho para os que estão desempregados ou em busca de novas oportunidades. Ela explicou à desempregada Ana Carolina Lins, de São Paulo (SP), que o sistema permite a consulta pela internet de vagas disponíveis na rede do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em todo o Brasil.
“Há mais de 1,2 milhão de empresas cadastradas, que oferecem uma média de 70 mil postos de trabalho por mês. Por intermédio do portal http://maisemprego.mte.gov.br o trabalhador pode cadastrar-se, atualizar suas informações, inclusive suas experiências e pretensões profissionais, e verificar as vagas de emprego. De janeiro a setembro deste ano, 549.663 trabalhadores já conseguiram emprego por meio do sistema Mais Emprego em todo país”, afirmou.
O estudante Antonio Santos, morador do município de Licínio de Almeida (BA), perguntou à presidenta se poderia ter esperança de receber energia elétrica em sua residência. Dilma destacou que, por meio do programa Luz para Todos, num investimento de R$ 3,4 milhões, 18 casas da comunidade dele já haviam sido beneficiadas com energia e que, em breve, a residência dele também será atendida.
“Em todo o Brasil, o Programa Luz para Todos já atendeu quase três milhões de famílias, o que significa que estamos conseguindo realizar o sonho de universalizar o acesso à luz no Brasil. Ainda temos muitas ligações a fazer, como em sua comunidade, e perseguimos o desafio de levar energia elétrica para as pessoas que moram em lugares de acesso mais difícil e em áreas isoladas. Por isso prorrogamos o programa até dezembro de 2014”, disse.

Aquele momento em que o professor diz que a prova é em dupla e de consulta.

FHC (PSDB) compra de votos para reeleição

Em maio de 1997 a compra de parlamentares para aprovar a reeleição de FHC (PSDB) vazou.

A Folha de São Paulo transcreveu uma gravação onde os deputados federais Ronivon Santiago e João Maia, os dois do PFL do Acre, confessavam ao repórter Fernando Rodrigues, terem vendido o voto a favor da emenda da reeleição por 200 mil reais, para cada um.

Os documentos, as provas ainda estão aí para qualquer um ver. Até os ministros do ínfimo e o pgr Gurjô podem encontrar - desde que queiram -, é claro.

Enquanto os corruptos togados a serviço do pig não se dispõem a investigar esse crime e demais crimes praticados pela tucadempiganalhada durante o desgoverno FHC pergunto:

  • Onde estavam durante os mandatos de FHC?
  • O que disseram sobre a corrupção escancarada durante este período?
  • O que fizeram para punir os responsáveis pela corrupção patrocinada pelos tucademos?
Aguardo resposta...deitado, porque sentado canso.

Carlos Chagas: Joaquim Barbosa presidente


Não é brincadeira, não. Se um pequeno partido lançar, e se o ministro-relator aceitar, o rastilho logo estará queimando no  país inteiro. Fala-se da hipótese de Joaquim  Barbosa tornar-se candidato à presidência da República.  

Num Brasil  de tantas decepções, de vez em quanto surgem  personagens mágicos capazes de empolgar todo mundo.  Geralmente não dá certo, como não deram Jânio Quadros, Fernando Collor e até o ... (*cala-te, boca).

A verdade é que o inflexível caçador de mensaleiros situa-se na crista da onda. Não há quem não o admire. Reconhecido nas ruas, é  aplaudido com entusiasmo. Até sua cor o favorece, menos, é claro,  do que seu empenho em botar na cadeia ladrões por enquanto favorecidos pela impunidade permanente que marca nossa sociedade.  Parece óbvio que a possibilidade dele tornar-se candidato assusta muito mais as elites do o Lula assustou. Um torneiro-mecânico criou   pânico menor  do que poderá  criar um aplicador da lei.  

Uma coisa parece certa:  Joaquim Barbosa jamais escreverá uma “Carta aos Brasileiros” capaz de acomodar interesses.  

*Fernando Henrique Cardoso