Cheiro de café
Quem mais trai Dilma, o PMDB ou o PSB?
Dilma teve neste ano 72% de apoio nas votações, índice inferior até mesmo a 2005, ano em que Lula enfrentou a pior crise do seu governo com o escândalo do mensalão. Mesmo assim, sua base o apoiou em 80,81% das votações na Casa. Nesse quesito, porém, o pior ano da era Lula foi seu último, 2010, com 80,1%.
O PMDB, por exemplo, concedeu 56,06% de apoio, o mais baixo índice desde que aderiu formalmente ao governo petista, em 2007, início do segundo mandato da era Lula. O percentual chega a ser inferior aos referentes ao primeiro mandato de Lula, quando o partido era rachado e autodeclarado independente. .. Até o PSOL em 2013, com 56,14%, foi mais fiel a Dilma do que o PMDB.
Outros partidos que na era Lula eram muito fiéis ao governo também apresentam sinais de cansaço. É o caso do PP e do PSB, presentes no governo do PT desde 2003 e que neste ano, tal qual o PMDB, apresentaram os mais baixos índices de apoio ao governo nesta série de dez anos. O PSB teve taxa de apoio de 64,79%, enquanto o PP ficou em 63,85%.
O PSB, presidido pelo governador de Pernambuco e pré-candidato a presidente da República em 2014, Eduardo Campos, só reduziu o apoio a Dilma desde a posse da presidente. Em 2011, ela foi de 91,67%. Em 2012, de 77,88%. Terminou o primeiro semestre deste ano em 64,79%. Nos anos Lula, a média de apoio foi de 87,07%. Com Dilma, até agora está em 78,11%.
Luis Nassif: As lembranças da cultura católica do meu tempo
Minhas lembranças mais doces são João 23 e as freirinhas do Colégio São Domingos, que nos ensinaram a ação social e política. Minhas lembranças mais antigas são as rezas da vó Martha e da tia Marta. E as mais profundas, a procissão da Semana Santa e o canto de Verônica e as cenas do Calvário, pintadas por Pedro Zogbi no começo do século passado, que um pároco ignorante apagou das paredes da Igreja do São Benedito, em frente de casa.
As lembranças mais amargas ficam com os Irmãos Marista, o clima interno opressivo, pecaminoso, embora guarde lembranças inesquecíveis dos íntegros, irmãos Nazário, Zé Bento (Baiano), e o Zatopeck (irmão Paulo Portugal) e Rosa Branca (irmão Gregório).
Quando a Igreja dessacralizou-se, acabou com o latim e incorporou a MPB, meu grupinho, em Poços, animou missas e casamentos com Vandré, Edu, Chico e Danilo Caymmi.
Tempos atrás, no entanto, fui ao Bar Mitzvá do filho de um amigo e me encantei com o cerimonial profundamente religioso, como que saído das fraldas dos tempos. Havia pontos em comum com os cânticos africanos, como que com a origem das religiões.
Eugênia me levou a uma missa no Mosteiro de São Bento, e senti falta do misticismo das missas de antigamente.
E vocês?Leia mais »