Eduardo Campos é um infeliz. Prega uma moral que não prática

A chegada de Marina Silva ao PSB fez de Eduardo Campos um personagem paradoxal. Na corrida presidencial, ele passou a enfatizar a tese segundo a qual é preciso combater o status quo, adotando novas práticas políticas. No governo de Pernambuco, administra o status sem mexer no quo.

A caminho do término do seu segundo mandato, Eduardo Campos nunca se deu ao luxo de moralismos e ideologias na composição do seu secretariado. Conforme relata o repórter Jamildo Melo, a gestão dele é apoiada por um condomínio partidário de 14 siglas. Desse emaranhado não sai coelho. Sai jacaré, Inocêncio Oliveira (PR), cobra, Severino Cavalcanti (PP)…

Inocêncio Oliveira, um ex-pefelê que se alojou no PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto, é um político de muitas façanhas. A mais memorável foi ter recorrido ao Departamento Nacional de Obras contra a Seca, o Dnocs, para cavar poços em dois empreendimentos de sua propriedade – uma clínica médica e uma revendedora  de motocicletas. Fez isso numa época em que presidia a Câmara.

Aliado de Eduardo Campos desde a campanha de 2006, Inocêncio foi premiado no primeiro mandato com duas vistosas secretarias: Agricultura e Transportes. Nesta última, acomodou um primo: Sebastião Oliveira. No mandato atual, Inocêncio indicou apaniguados para a Secretaria de Turismo e para o Porto de Recife.

Severino Cavalcanti, outro ex-pefelê, esse alojado no PP de Paulo Maluf, também é personagem de façanhas múltiplas. Eleito presidente da Câmara numa sublevação do baixo clero parlamentar, pediu a Lula "aquela diretoria da Petrobras que fura poço."

Antes de ser posto a nocaute por um concessionário de restaurante de quem cobrava um mensalinho, levou uma descompostura de Fernando Gabeira, então deputado do PV, por defender numa entrevista que a turma do mensalão recebesse da Câmara apenas "censuras", não a cassação dos mandatos.

Gabeira foi ao microfone de apartes do plenário numa hora em que Severino presidia a sessão. Dedo e língua em riste, disparou: "Vossa Excelência está se comportando de maneira indigna." Recordou que Severino já havia defendido até uma destilaria pernambucana que explorava trabalho escravo.

"Vossa Excelência está em contradição com o Brasil. A sua presença na presidência da Câmara é um desastre para o Brasil e para a imagem do país", esculachou Gabeira, amigo de Marina Silva.

De fato, o Brasil revelou-se grande demais para Severino. Ele desceu do comando da Câmara para a prefeitura de João Alfredo, sua cidade. Mas encontrou espaço na megacoligação de Eduardo Campos, que nomeou sua filha, Ana Cavalcanti, para o comando da Secretaria de Esportes.

O arcaísmo político de Eduardo Campos materializou-se também numa cruzada que empreendeu há dois anos. Com 222 votos, a então deputada Ana Arraes (PSB-PE) venceu a disputa por uma poltrona no TCU. Seu principal rival, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) só obteve 149 votos.

Advogada e servidora licenciada do Tribunal de Contas de Pernambuco, Ana prevaleceu graças a outra credencial: sua condição de mãe, uma carreira que dispensa exames psicotécnicos, cursos universitários e antecedentes funcionais. Virou ministra do TCU graças ao esforço do filho Eduardo.

Nepotismo?, indagaram os repórteres à mãe do governador. E ela: "Se o nepotismo é feito pelo povo, então é o voto do povo. [...] É uma honra criar um filho como Eduardo. […] Pergunte ao povo de Pernambuco como ele está satisfeito. Ele [Eduardo] tem 92,5% de satisfação da população."

A chegada de Ana ao TCU fez aniversário de dois anos no mês passado. O salário é bom: R$ 25 mil mensais. As férias, generosas: dois meses por ano. Os benefícios assemelham-se aos que ela tinha quando era deputada: gabinete bem estruturado, carro oficial e cota de passagens. A diferença é que o posto é vitalício.

Ao tomar posse, assistida pelo filho e por Dilma Rousseff, a mãe de Eduardo Campos disse logo a que veio. Fiscalização do TCU não pode resultar na paralisação de obras públicas, ela declarou na época. "O controle deve servir para aperfeiçoar a gestão dos governos e não para paralisá-la, quando não inviabilizando-a, pois é fugaz o tempo de quem governa."

Menos de um ano depois da posse, em julho de 2012, guiando-se por um voto da ministra Ana Arraes o TCU considerou "regular" um contrato celebrado pela agência de propaganda DNA, que pertencia a Marcos Valério, com o Banco do Brasil. Um negócio de R$ 153 milhões anuais, que vigorou entre 2003, primeiro ano de Lula, e 2005, quando estoutou o escândalo do mensalão.

Na denúncia que deu origem à ação penal do mensalão, a Procuradoria Geral da República sustentara que parte do dinheiro que financiara o mensalão viera de irregularidades praticadas nesses contratos. O próprio TCU já havia apontado irregularidades na transação. Porém, a ministra Ana Arraes deu de ombros para os relatórios do corpo técnico do tribunal e para o parecer do procurador Paulo Bugarin, representante do Ministério Público junto ao TCU.

dali a poucos dias, o julgamento do mensalão, a notícia de que o TCU desqualificara uma das provas da Procuradoria repercutiu mal. Poucos dias depois, o próprio TCU suspenderia os efeitos da decisão. A representação do Ministério Público no tribunal recorrera contra a decisão. E o recurso tinha efeito suspensivo.

Em 20 de setembro de 2012, quando os ministros do STF já se debruçavam sobre o mensalão, Eduardo Campos imprimiu suas digitais num manifesto em que o PT acusava a oposição de transformar o mensalão num "julgamento político, golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula". Agora, o aliado de Marina enrola-se na bandeira da decência na política e diz que o PT precisa se atualizar.

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A mãe faz o filho sofrer

O parto da girafa é feito com ela em pé, de modo que a primeira coisa que acontece com o recém-nascido é uma queda de aproximadamente dois metros.

Ainda tonto, o animal tenta firmar-se nas quatro patas, mas a mãe tem um comportamento estranho: ela dá um leve chute, e a girafinha cai de novo ao solo. Tenta levantar-se, e é de novo derrubada.

O processo se repete várias vezes, até que o recém-nascido, exausto, já não consegue mais ficar de pé. Neste momento, a mãe novamente o instiga com a pata, forçando a levantar-se. E já não o derruba mais.

A explicação é simples: para sobreviver aos animais predadores, a primeira lição que a girafa deve aprender é levantar-se rápido. A aparente crueldade da mãe encontra total apoio em um provérbio árabe: "às vezes, para ensinar algo bom, é preciso ser um pouco rude".

Marina e Campos - a coalizão do ódio

Mais uma saraivada de verdades da metralhadora verborrágica de Ciro Gomes

O rancor e ambição pessoal unem Marina Silva a Eduardo Campos
Causou surpresa ao meio político e à mídia o anúncio do acordo entre Eduardo Campos, legatário do PSB, e Marina Silva, líder da assim chamada Rede Sustentabilidade, aquele partido que viria para revogar “tudo que está aí” e fundar uma nova forma de fazer política. Fui colega dos dois no ministério do primeiro governo Lula. Conheço razoavelmente ambos. Vou dar um palpite que o futuro definirá se válido ou não.
O cimento dessa abrupta reunião é um dos mais sólidos que a natureza humana pode oferecer: o ódio. Neste caso crescente e que ambos alimentam pela coalizão liderada pela presidenta Dilma Rousseff.
O choque de Marina Silva com o PT tem a ver com uma porção de coisas, mas fundamentalmente tem a ver com a disputa entre ela e Dilma nos tempos do ministério. Uma encarregada de Energia e Minas, a outra do Meio Ambiente. Só para que se tenha uma ideia, Marina queria que o Brasil assinasse uma convenção internacional declarando não renovável a energia hidráulica, pondo sob suspeita de insustentabilidade praticamente toda a base produtiva brasileira.

O elefante e a corda

Eis o procedimento adotado pelos treinadores de circo, para que os elefantes jamais se rebelem – e eu desconfio que isso também se passa com muita gente.

Ainda criança, o bebê-elefante é amarrado, com uma corda muito grossa, a uma estaca firmemente cravada no chão. Ele tenta soltar-se várias vezes, mas não tem forças suficientes para tal.

Depois de um ano, a estaca e a corda ainda são suficientes para manter o pequeno elefante preso; ele continua tentando soltar-se, sem conseguir. A esta altura, o animal passa a entender que a corda sempre será mais forte que ele, e desiste de suas iniciativas.

Quando chega a idade adulta, o elefante ainda se lembra que, por muito tempo, gastou energia à toa, tentando sair do seu cativeiro. A esta altura, o treinador pode amarrá-lo com um pequeno fio, num cabo de vassoura, que ele não tentará mais a liberdade.
Paulo Coelho

Cem anos da Vovó Briguilina



Na comemoração dos seus bem vividos 100 anos de idade, Vovó Briguilina resolveu fumar mais um cigarrinho. Um chato deita falação sobre os males do fumo. E ela com a sabedoria e liberdade dos que já viveram bastante, responde:

- Meu filho, fumo desde os 15 anos e só deixarei de fumar quando não for mais possível. Porém, vou te revelar o segredo da minha longevidade:

Nunca me meti na vida dos outros!

Marcia Mattoso - Fabio Lopes Saito — com Bia Rocha e Josicleide Feitosa.

Aqui estão os loucos

Os desajustados. 
Os rebeldes. 
Os criadores de caso. 
Os pinos redondos nos buracos quadrados. 
Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. 
Eles não curtem regras. 
E não *compartilham o status quo.
Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. 
Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. 
Porque eles mudam as coisas. 
Empurram a raça humana para a frente. 
E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. 
Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam."
Bertold Brecht

*É caco rsrsrs

Dia das Crianças