O mais canaOLHA dos jornalis

Dilma Rousseff tem vários problemas sobre a mesa. Três são especialmente graves: a estagnação do PIB, a excitação da inflação e a deterioração estética do governo. A presidente não tem nada a dizer a respeito de nenhuma dessas encrencas. Seu silêncio potencializa a atmosfera de exaustão que enredou o poder federal. A ideia de que o prestígio de Lula funcionará como vacina contra o desânimo é ilusória.

Em 2010, Dilma era uma técnica desconhecida avalizada por Lula, chefe de um governo que mais de dois terços da sociedade desejava continuar. Em 2014, Dilma é uma presidente superconhecida, que reivindica o direito de continuar uma administração que 74% do eleitorado deseja mudar. Em privado, o próprio Lula reconhece que cabe a Dilma postar-se na linha de frente da defesa de sua gestão.

O pessimismo em relação ao futuro cresceu. Segundo o Datafolha, 36% dos brasileiros acham que a situação vai piorar nos próximos meses. Para 64%, a inflação vai subir ainda mais. Por mal dos pecados, essa percepção tende a ser confirmada pelos fatos.

A economia estagnou. No primeiro trimestre, cresceu irrisórios 0,2%. No segundo trimestre, não está descartada a hipótese de um índice negativo. Formou-se entre os especialistas um sólido consenso de que o PIB de 2014 será inferior aos 2,5% anotados no ano passado. Disso nem o Banco Central discorda.

A inflação acumulada em doze meses cresce a despeito da alta dos juros. Em janeiro, estava em 5,59%. Em maio, informou o IBGE na semana passada, bateu em 6,37%. Em abril, fora de 6,28%. A carestia pode até registrar pequenos recuos na aferição feita mês a mês. Mas, na medição acumulada, continua flertando perigosamente com um índice acima do teto da meta oficial de inflação, que é de 6,5%.

Há dois dias, numa palestra em Porto Alegre, até Lula rendeu-se ao óbvio. "Também não estou gostando da inflação de 6%", disse ele. "Eu queria 4,5%, quem sabe 3,5%." De repente, a "vacina" de Dilma começa a destilar um discurso que soa como veneno:

"A inflação está um pouquinho alta. É como se a pessoa não tivesse 37° de febre, estivesse com 38°, mas precisa começar a tomar remédio já para não deixar chegar a 39° ou 40°. Senão tem que dar um choque mais pesado, um banho gelado."

Com o prestígio em queda, Dilma assiste, impotente, à queda da sua taxa de intenção de votos. Despencou dez pontos desde fevereiro. No último Datafolha, caiu de 37% para 34% em um mês. Um aliado que torce pela reeleição realçou, neste domingo: um candidato petista, seja quem for, costuma arrastar um terço dos votos. É esse o eleitorado que historicamente se identifica com o partido. "Dilma está ficando do tamanho do PT'', constatou.

O mesmo aliado pinçou nas dobras da pesquisa dados que considerou "preocupantes". A queda de Dilma foi maior nos pedaços do mapa brasileiro onde se imaginava que programas como o Bolsa Família a blindavam. Recuou de 53% para 44% na região Norte. Caiu de 54% para 48% no Nordeste. Há um ano, disse o torcedor de Dilma, esse tipo de movimento era "impensável''.

Além de Lula, a principal arma de Dilma contra seus atagonistas é o tempo de propaganda. Numa articulação que elevou o déficit estético do seu governo, Dilma trocou cargos e verbas por um latifúndio eletrônico de mais de 12 minutos. A dúvida é: além da cara de Lula e dos truques mistificadores de João Santana, o que a presidente da República levará à vitrine?

No universo da marquetagem política, convencionou-se dizer que um gestor público precisa dispor de uma taxa mínima de aprovação de 34% para pensar em reeleição. De acordo com o Datafolha, Dilma já está abaixo desse patamar. Apenas 33% dos eleitores consideram o seu governo ótimo ou bom. A gestão da supergerente escorrega para um cenário de apagão gerencial.

Dilma pode enfrentar suas dificuldades de várias maneiras. O silêncio é a pior delas. A melhor seria reconhecer os problemas e dizer o que pretende fazer para resolvê-los. Para chegar a esse estágio, a presidente precisaria ter a honestidade intelectual de reconhecer que seu governo não é a maravilha que a propaganda tenta vender. Mas autocrítica não é um vocábulo que Dilma aprecie.

Lula continua a postos. Pedirá votos para sua pupila na tevê e nos palanques. Mas também ele precisaria responder a uma pergunta que até os brasileios que o admiram fazem aos seus botões: o que foi feito daquela gerente extraordinária de 2010?

Na palestra de Porto Alegre, Lula ensaiou uma explicação que ficou mais parecida com um autoelogio do que com uma defesa de Dilma: "Pouca gente vai ter condição neste país de repetir o sucesso do meu segundo mandato." Ao poucos, vai ficando claro: ou Dilma assume o papel de cabo eleitoral de si mesma ou corre o risco de comprometer sua reeleição.

Mulheres...para emagrecer, trair é mérito

Oi querida,

Antes de mais nada quero dizer que sou sua fã incondicional e que há um ano você mudou minha vida. Isso mesmo, você! Exagero? Leia minha história.

Sempre fui atrevida. Desde cedo, descobri que adorava uma sacanagem e a sensação de estar aprontando. Ainda bem nova, beijava quem eu queria e depois que comecei minha vida sexual, aos 18, apaixonei-me por sexo casual. Transei com vários caras e curtia isso como ninguém. Só que, apesar de me divertir muito, no fundo, eu queria muito saber como era a sensação de amar e ser amada.

Um belo dia, conheci o tão aguardado príncipe encantado. E Deus caprichou no meu caso! Lindo, inteligente, gentil, bom de cama, divertido e louco, louco por mim. Nos apaixonamos completamente, e depois de dois anos decidimos nos casar! Lasciva, acredite, ele era mesmo o cara. Não tinha erro.

Eis que sem mal ter saído da puberdade, subi ao altar, vestida de noiva, com a festa dos sonhos. O tempo começou a passar, fui com ele para o exterior por alguns anos, vivemos tanta coisa! Nossa relação era simplesmente perfeita, exceto na cama. Confesso, a culpa era minha! Ele queria de todo jeito me comer, era habilidoso no sexo oral, fazia de tudo, era carinhoso, safado… Mas eu me sentia sexualmente oprimida pelo fato de tudo aquilo ser tão "correto". Sentia falta de uma sacanagem, da coisa errada, de aprontar, do casual, do selvagem.

Mesmo vivendo uma vida sexual muito pobre pela minha falta de desejo, nosso casamento sempre foi maravilhoso. Uma amizade e cumplicidade que não vejo por aí. O tempo foi passando e fui me esquecendo de ser mulher. Engordei 30 quilos, não me arrumava mais e fugia de sexo sempre que podia.

Isso também afetou outras áreas da minha vida, porque minha autoestima já nem existia mais, de fato. Eu me sentia e me sinto muito culpada por ter alguém perfeito ao meu lado e não dar valor a tudo isso. Caí em depressão. Fiquei um ano deprimida, praticamente sem sexo.

Vi-me, depois dos 30, com mais de dez anos de casada, sem me sentir feminina, sem autoestima e com tudo para ferrar o casamento, que só ia bem porque ele era o cara mais compreensivo do mundo (reclamava, pedia mais, mas era muito compreensivo e sempre procurava me ajudar).

Até que um dia, vagando pela internet, encontrei seu blog. Me identifiquei tanto! Li tudo, cada artigo, os comentários, e senti tesão! Eu me lembrei o que era me sentir excitada! Terminava a leitura do texto e ia pesquisar mais. Comecei a ler sobre swing, sexting, erotismo, fetiches, e isso tudo de repente me lembrou que sou mulher! Chegava em casa do trabalho e corria pra internet para te ler e me lembrar mais um pouquinho do mundo que existia lá fora e que eu queria tanto.

Um belo dia resolvi que deveria experimentar sexo virtual. E fui. Fiz com um estranho, e amei! Minha autoestima começou a ressurgir. Comecei a controlar aquele impulso por comida (com o tempo, fui perceber que era exatamente por uma repressão sexual tão grande, que só a comida substitua tudo aquilo que eu não podia "devorar" de outras formas).

Comecei a emagrecer lendo seu blog, e lendo sobre sexo, quase todos os dias. Descobri a Regina Navarro, e tudo me pareceu fazer tanto sentido! Um dia, resolvi que deveria trair meu marido – eu me devia aquilo! E, em uma viagem a trabalho, fui a um swing. Lá eu tive a melhor noite de sexo da minha vida, do jeito que eu gosto, regada a perversões! Dei pra vários homens, experimentei mulher (e amei), saí de lá com a alma lavada e a buceta dolorida, rs.

Emagrecia mais e mais, o sexo no meu casamento melhorou! Comecei a transar muito com meu marido, o que acrescentou àquela relação de amizade e cumplicidade maravilhosa a um sexo muito bem feito.

Porém, sempre que peço ao meu marido para fazermos algo como ir a um swing ou um cruzeiro para casais, ele não admite sob hipótese alguma. Chamar outra mulher para transar com a gente? Nem pensar! Ele diz que qualquer coisa que envolvesse mais alguém na nossa cama (nem que só seja apenas olhando, veja só!), iria estragar nosso futuro, e acabaríamos nos divorciando, gerando sofrimento para nós dois. Quando somos só nós dois, vale tudo: ele ganha fio terra, me chupa, me fode, sexo anal, tapa, carinho, tudo. Só não pode envolver nenhuma outra pessoa, isso ele não admite. Traição então nem pensar! Jamais!

Bom, desde então, venho traindo meu marido com sexo virtual, presencial, e quando ele viaja, vou a casas de swing. Emagreci tudo que precisava, voltei a me arrumar, consegui a tão sonhada promoção no trabalho que melhorou minha situação financeira, retomei o gosto pela vida e meu casamento nunca esteve melhor. Final feliz? Não né…

Estou traindo meu melhor amigo, o cara que me ama e que não admite traição sob nenhuma hipótese. Isso iria acabar com ele, eu iria destruir seu coração. Só que é assim que eu me satisfaço sexualmente! Se eu perdê-lo, jamais me perdoaria, e eu sou louca por ele, apaixonada mesmo. Depois de mais de dez anos de casada eu ainda suspiro por ele.

Só que eu não consigo associar sexo apenas a amor. Eu sinto desejos. Quero sacanagem, swing, pornografia, outros homens me desejando, me comendo. Quero dar pra três na mesma noite, quero tudo isso! Definitivamente é isso o que me satisfaz na cama.

O que eu faço? Não suporto a ideia de viver longe dele, mas não quero nunca mais viver tanto tempo longe de mim mesma como eu fiz por tantos anos – isso só me deprimiu. A vida dupla seria minha única saída, mas eu estou enganando a pessoa mais legal, o cara mais decente que eu já conheci e que me trata como uma rainha.

O que faço, Lasciva?

Bom, é isso. Obrigada por me ajudar a retomar a vida e a alegria de viver. Te devo muito mesmo.
Um beijo.

Priscila

Antes de tudo, Priscila, comovente a sua história. E que demais se eu tiver mesmo te ajudado a emagrecer! Fico muito feliz. De qualquer forma, o mérito por isso é todo seu. Parabéns!

Mas complicada essa questão com seu marido. Temo que traição não termine bem, em geral. O problema é que ele parece ser tão intransigente, que não te deixa nenhuma outra saída – é trair ou o fim. Porque você não acha que deva se privar do seu desejo sexual, né? Nem vai conseguir. Você sabe que não tem nada de errado em sentir tesão. Sabe como isso te faz bem. Quer que ele se inclua na realização das suas fantasias. Convidou-o ao swing, sugeriu ménage. Ele não aceita nada! Nem pode sonhar que você já fez. Fica difícil mesmo.

Por que você não tenta ser mais insistente? Experimente comer pelas beiradas – conseguir umas coisa de cada vez. Comece a flertar com outras garotas e o conte. Pergunte se ele não quer nem assistir você e outra menina, diga que é uma curiosidade sua. Mostre-o uns pornôs de sexo entre mulheres. Pelo que você diz, parece que já se abre para ele. Falta se impor, cobrar também seus desejos, suas vontades. Demonstre essas coisas importam para você e que se ele quer estar ao seu lado, que aceite também o que você quer – como você aceita muitas das vontades dele.

Afinal, você já é uma mulher feita. Pode exigir o que quer, do seu jeito. Nem que seja só de vez em quando.
Boa sorte!
E depois me conta tudo.
Bjux.


Sobre o Autor

Lasciva nunca foi capaz de reprimir sua libido. Então decidiu explorar os aspectos mais íntimos da sua sexualidade e registrar tudo o que a excita em forma de palavras. Elas estão em lasciva.blog.br. Para acompanhar suas perversões diárias, siga-a no Twitter: @_lasciva.

O nome de cada vazio, por A. Capibaribe Neto

Por mais racional, frio, calculista que sejamos ou, aparentemente indiferente, cada um de nós carrega a história de um vazio dentro do peito. Deixei de levar em conta a troça que fizeram da agonia do vazio que se instalou dentro de mim quando o chão que sumiu de repente, bem debaixo dos pés. A confusão que se estabelece dentro do coração exangue não obedece ao comandos de qualquer mínimo de bom senso. Da vontade de aparentar um "nem aí" comum, passando pela vontade de morrer e outras emoções igualmente fortes, não sobra uma alternativa que não seja momentaneamente tola e ridícula. Às vezes é melhor guardar o soluço, sufocá-lo no peito a escolher alguém para desabafar. Se pensássemos bem, a despedida que nos deixa do lado mais fraco, pensaríamos: "um dia ainda vou rir muito disso"...

Certa vez, inadvertidamente, abri as malas com cheiro de mofo, cheias de velhas cartas, bilhetes e fotografias e mostrei a uma amiga mais experiente. Pacientemente, ela escutou as histórias de algumas delas e viu as fotos. Eram histórias quase iguais, todas envolviam um homem e uma mulher. Começavam sempre com um primeiro olhar, um primeiro abraço, beijo, entrega, depois, descambavam para o meio e fim. Só mudavam os nomes e alguns até eram exatamente iguais. Marias? Muitas... De repente, ela parou me olhou nos olhos e disse: "Lixo! Tudo lixo. Não serve para nada... Lixo! É passado! Joga tudo fora...!

" Bem, de uma certa forma, aquilo que alguém viveu e se deu conta depois que não serve mais para nada, pode ser lixo mesmo. O tempo não volta, a fila anda. Não adianta morrer por quem não vai mais voltar a nos encher de diminutivos, chamando-nos de meu amorzinho, por aí... Em momentos assim, é preciso não voltar a abrir aquela janela através da qual um estranho pode ver nosso coração despedaçado, sangrando a quase morrer. Só muito depois nos damos conta do ridículo que fomos ao expor as nossas mazelas sentimentais. Tinha razão a amiga quando chamou de lixo o conteúdo desses vazios Mas esse lixo tem o seu contexto limitado pela simples razão de não servir de nada, no seu sentido mais profundo, mas para um escritor, um poeta, um romântico inveterado e repetitivo, as histórias de cada amor ou paixão, caso, aventura, o que seja, sempre serve para alguma coisa. No mínimo, para encher uma página de memórias ou simplesmente dar um nome a cada rosto em diversas fotografias desbotadas que um dia tiveram vida e importância e colocá-las, respeitosamente, sobre os túmulos vazios com seus respectivos nomes. Mesmo que não sirvam para nada no futuro, de alguma coisa serviram lá atrás, em certos momentos do passado quando à falta de melhor escolha, enchemos o tempo com certas passagens.

Um espaço vazio tem sempre alguma coisa em volta para lhe dar um mínimo de forma.

Togados vivem noutra "dimensão"

'Mude-se para outro planeta', diz magistrado a consumidora
 
Mulher processava empresa que teria vendido seus dados pessoais para fins de publicidade
 
Rio - Em uma sentença controversa, o juiz Luiz Augusto Guimarães de Souza, da comarca de Porto Alegre, sugeriu a uma consumidora gaúcha que se mudasse "para a floresta, deserto, meio do oceano ou para outro planeta", ao negar-se a analisar o pedido para proibir uma empresa de comercializar seus dados pessoais para fazer publicidade de produtos e serviços. Na ação, a mulher argumentou ter se sentido incomodada com propagandas encaminhadas a seu endereço e por telefone, após seus dados terem sido supostamente vendidos pela ré, Boa Vista Serviços, para empresas que fazem ações de marketing e telemarketing.
O juiz afirmou que somente mudando-se para os lugares sugeridos seria possível assegurar à consumidora "seus direitos à privacidade na forma ou amplitude como defende". O magistrado argumentou que, para o convívio em sociedade, impõem-se diversas restrições.

 A advogada Ericka Gavinho diz que negar discutir a violação da privacidade contribui para o aumento de demandas deste tipo no judiciário

"Inclusive, o recebimento de panfletos, em cada sinal, enquanto passeamos com a família, interferindo, diretamente, com nossos constitucionais direitos à privacidade, ao descanso e ao lazer! Entretanto, como dito, não somos obrigados a abrir o vidro e receber tais encartes", escreveu o juiz.

Na sentença, Souza sugeriu ser possível bloquear ligações de operadoras de telefonia gratuitamente, e jogar no lixo publicidades inconvenientes ou inoportunas. "Não falta mais nada, pois até o ar que respiramos e o direito de defecar e mictar em banheiro público, amanhã, não duvide, serão passíveis de judicialização! Quem viver, verá", finalizou na sentença, extinguindo o processo sem aceitar a ação.

Para a especialista em direito do consumidor, Ericka Gavinho, ao se negar a discutir a violação da intimidade e da privacidade de uma consumidora — direitos garantidos constitucionalmente — a sentença do juiz gaúcho, contribui para o aumento de demandas deste tipo no judiciário.

Sócia da Gavinho&Campos Advogados Associados, Ericka concorda que a Justiça passa por um momento delicado, em que se judicializou, praticamente, tudo: "A família, a relação Estado/sociedade, o futebol, ou seja, a vida está judicializada. Mas entendo que a sociedade brasileira precisa criar outras formas de composição de conflitos e até mesmo de evitá-los, sob pena do estrangulamento do judiciário."

Para refletir

"Se as pessoas podem ser abertamente gays, por que eu não posso ser abertamente racista?"
Janelle Ambrosia

Eu acho que ela ou quem quer que seja tem o direito de ser abertamente racista - o que significa ser abertamente imbecil -. O que ninguém tem é direito de discriminar o outro.

Qual a tua opinião?

Oposição tem ojeriza de Povo

Demos e tucanos unidos contra a participação popular.
O deputado federal Mendonça Filho, líder do (DEMO) apresentou um projeto de decreto legislativo contra o decreto da presidente Dilma que cria os Conselhos Populares.
Os "Democratas" e bicudos são absolutamente contra uma Política Nacional de Participação Popular.
Para o PSDB/DEMO/PPS e Cia o povo só serve para votar...neles.
Se votar majoritariamente no PT, também não presta.

De fato a nossa oposição tucademo tem gostos iguais aos do general Figueredo:

"O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)".

Que o diga o guru econômico de Aécio Neves,  Armínio Fraga - o criador de cavalos puro sangue -.

Para quem não sabe, Armínio é aquele que acha que o povo tá ganhando demais - o salário mínimo tá alto demais -. Aécio Neves (PSDB) concordou e prometeu aos empresários adotar "medidas impopulares" - que significa: Diminuir o poder de compra do salário mínimo.

Imagine o que esse menino não faria se chegasse a presidir o Brasil - o que não tem nem perigo -.

O povo gosta do cheirinho do PT.

Uma reflexão sobre Liderança

Antes de começarmos, um passo atrás. A seguir você tem uma pequena lista de características tipicamente esperadas em um bom líder:
  • Toma a iniciativa
  • Demonstra integridade e honestidade
  • Foco em resultados
  • Inspira e motiva os outros
  • Desenvolve relacionamentos
  • Colaboração e trabalho em equipe
Pare por alguns instantes e reflita: quando você pensa em uma mulher como líder, em quais dessas características você acha que ela se sai melhor?
E aí, foi fácil? Bom, vamos segurar essas respostas. Voltaremos nesse ponto mais à frente.

Palavras que limitam

princípio da relatividade linguística afirma que a estrutura de uma linguagem afeta o modo como seu respectivo interlocutor visualiza sua realidade. Ou seja, sua visão de mundo é influenciada pelas palavras que você utiliza. Lembre disto.
Estamos hoje num tempo em que a igualdade entre homens e mulheres evoluiu, e, ao menos no papel, essa igualdade parece existir de forma coesa e justa. Mas, no dia a dia, é possível perceber grandes diferenças entre a teoria e a prática.
Há algum tempo entrou no ar uma campanha da fundação Lean In, que vem ganhando cada vez mais força. Ela fala sobre como as mulheres são vistas e reconhecidas quando assumem a função e atitude de líder nas empresas:

“I’m not bossy. I’m the boss.” (Eu não sou mandona. Eu sou a chefe.)


A mulher, quando atua como líder, assume responsabilidades, toma decisões e direciona sua equipe, tende a ser vista como excessivamente agressiva, teimosa ou mandona.
Quando se aprofunda um pouco o olhar, é possível perceber que mulheres líderes estão mais em busca de respeito do que de reconhecimento – ou de serem vistas como a estrela do show. Esse comportamento – de assumir responsabilidades e decisões – parece ser mais condizente com uma pessoa que deseja abrir espaço para que outros brilhem, do que com alguém que aspira dominar e mandar.
Mesmo as mulheres sendo usualmente vítimas, podem também ser canais de propagação dessa mentalidade. Frases – e crenças – tais como “eu sou romântica e acho sim que o homem deve ser o provedor e ter o maior salário da casa” acabam criando certo consentimento indireto com situações nas quais elas são preteridas por homens – uma promoção no trabalho, por exemplo.

O fim é o começo

Se engana quem pensa que a história toda começa na líder, chefe, executiva, mulher que assume uma posição de destaque na empresa. Essa mesma mulher, quando consegue chegar a uma posição dessas, já superou outras barreiras quando ainda era uma garota bem mais nova, descobrindo sua energia.
Link YouTube | “Mude a história”

Desde a infância, quando a menina começa a ter atitude e postura de líder, ela é discriminada. Enquanto seus amiguinhos são aclamados por serem o capitães dos times, ela é repreendida quando se posiciona demais – pelos colegas e até mesmo pelos professores.
Certa vez uma amiga contou sobre sua sobrinha que, no auge dos seus 5 anos, tentava ajudar os colegas a jogar xadrez, organizando as peças e conduzindo os primeiros movimentos – detalhe: sem saber como se joga xadrez. Essa amiga também me contou como a mãe dela logo disse:
“Ela está muito chata, quer mandar em todo mundo. Lá em casa ela teima em ficar organizando a sala. Eu falo para ela que não pode ser assim, mas ela não me ouve”.
Hoje temos um mundo onde menos de 5% dos cargos de CEO da Fortune 500 são ocupados por mulherescom 22 mulheres liderando nações – aliás, um recorde histórico. Se parte deste panorama pode ter sido influenciado pelos comportamentos repreensivos de pais e professores, é algo a se pensar.
Apesar de tudo, como podemos ver em nosso dia a dia, há mulheres que enfrentam e vencem essas dificuldades e preconceitos nas diversas etapas da sua vida. Conseguem colocar sua essência de líder em prática. E então, um dilema aparece.

Os conflitos internos entre a profissão e a família

A mulher tende a possuir, tradicionalmente, um vínculo familiar mais estreito que o homem. Ela sempre foi a responsável emocional pela casa, pelo cuidado com os filhos e por incentivar a união. E com o tempo, conforme direitos foram sendo ganhos e papéis foram sendo revistos, foi que ela começou, cada vez mais, a ganhar as ruas e tomar seu espaço no mundo corporativo. Até então dominado por homens.
E quanto às responsabilidades do lar, como ficaram? Apesar da união familiar usual se dar entre um homem e uma mulher, não foi, necessariamente, um maior compartilhamento das atividades do lar que as possibilitou construir carreiras prósperas. Mas sim, uma maior oferta de profissionais domésticas.
Quando a empregada doméstica não está, as responsabilidades ainda recaem em peso sobre a “super-mulher”. Ela define as metas do novo projeto, avalia a evolução dos ganhos com a última campanha, faz uma apresentação de oportunidades ao presidente da empresa, leva o filho para a natação, passa no supermercado, prepara o jantar, estuda os artigos da pós-graduação, toma uma taça de vinho com o marido, e no outro dia acorda cedo, disposta a fazer valer cada minuto novamente. Simples, não?
Link YouTube | O mercado das “super-mulheres”

Essa tensão entre vida profissional e familiar traz às mulheres questionamentos que, muitas vezes, as levam de volta ao trabalho focado no lar, como disse Sayuri Kobaiashi no ótimo artigo Pau na mesa pra quê?, da revista TPM:
“Recebia fotos da babá e me perguntava se estava no lugar certo. Não era que o bebê precisava de mim, mas eu é que estava perdendo.”
Dada as necessidades de cuidar da família, e o próprio desejo de participar dessa vida, é natural uma decisão dessas – quando ela é viável para o casal.
Mas escolhida a vida dupla, é possível equilibrar os dois mundos? No livro “Mulheres de sucesso também querem poder… amar”, a escritora Joyce Moysés relata a experiência de uma executiva:
“Há outros momentos delicados em que a mulher bem sucedida tem de se posicionar. Por exemplo, quando precisa escolher se vai cuidar do filho com febre ou recebe o CEO mundial. Meu marido e a babá sabem contornar uma febre. E se eu não fizer a apresentação ao CEO, muita gente que precisa do meu trabalho naquela organização sofrerá. A mulher tem a mania de achar que só ela faz tudo certo dentro de casa, quando precisa de ajuda.”
Entretanto, fazer essa escolha pela família cedo demais pode ser arriscado para a carreira. Por exemplo, quando uma mulher decide postergar sua ascensão profissional para assegurar prioridade ao desejo de ter filhos.
Como disse Grace Tourinho, CEO do UFC Brasil, quando questionada sobre o seu maior desafioaté então:
“Meu maior desafio foi conciliar duas coisas em minha vida. Foi quando trabalhei para que as ações da Ambev começassem a ser negociadas na Bolsa de Nova York ao mesmo tempo em que esperava o meu segundo filho.”
Sheryl Sandberg, COO do Facebook, narra em seu livro “Faça Acontecer” como decisões precipitadas podem se tornar uma auto-sabotagem profissional:
“Se voltar a trabalhar depois de ter filhos for uma opção, a mulher só vai fazê-lo se o trabalho for atraente. Mas, se anos antes ela parou de se desafiar, a essa altura já vai estar entediada. (…) Não saia antes de sair. Mantenha seu pé no acelerador até o dia em que você precise parar para ter seu filho – e então tome suas decisões.”
No fim, a questão da escolha entre família e trabalho – ou o equilíbrio – é tão pessoal quanto intransferível, e todas as opções podem trazer satisfação à mulher. O importante é que ela esteja ciente de suas motivações e não se deixe ser conduzida por fatores que não estejam de acordo com seus objetivos.
Pois ainda que exista uma boa discussão sobre qual o melhor caminho a seguir, não parece haver dúvidas quanto às competências da líder mulher. Ao menos não para seus pares e liderados.
Grace Tourinho, presidente do UFC no Brasil
Grace Tourinho, ela comanda uma organização de lutadores | Foto por Wander Roberto

As competências da líder mulher

Lembra das perguntas feitas no começo do texto? E suas respostas, estão na ponta da língua? A consultoria Zenger Folkman fez essa mesma pesquisa sobre eficácia em liderança considerando uma avaliação 360o com cerca de 16 mil líderes, sendo um terço mulheres. Na média geral, elas conquistaram um índice de eficácia de 54,5% contra 51,8% dos homens.
“Muito bem” – alguém pode questionar – “mas em quais competências elas superam os homens?” Afinal, mulheres e homens são diferentes e é natural que possuam competências distintas. Ainda que interesse às empresas o quanto eles são bons em competências que geram resultados e eficácia  significa isso, vamos deixar essa conclusão de lado e nos aprofundar um pouco mais.
Nessa pesquisa foram consideradas 16 competências consideradas pelo instituto como típicas de líderes. E os índices alcançados pelas mulheres foram superiores aos dos homens em 12 delas:
As mulheres geralmente são reconhecidas por competências de liderança mais sutis, tais como: desenvolver os outros, construir relacionamentos e colaboração e trabalho em equipe, o que se confirmou na pesquisa. Porém, as características em que elas mais se sobressaíram foram: tomar a iniciativa, demonstrar integridade e honestidade e foco em resultados – competências nada sutis e com grande impacto nas empresas.
Ou seja, mulheres são vistas como mais eficientes em realizar coisas, serem bons exemplos e entregar resultados. Com competências assim, não deveriam restar dúvidas de podem liderar quaisquer organizações rumo a seus objetivos.
E como elas conseguem atingir esses resultados superiores? Provavelmente, devido a tudo o que falamos até agora. Desde superar preconceitos a vencer seus conflitos internos, que muitas vezes levam a uma jornada dupla para mostrar sua capacidade, ganhar respeito na empresa e satisfação fora dela.
Então por que ainda temos uma quantidade tão inferior de mulheres conduzindo o mundo? Vamos a auto-avaliação feminina.
“Quando eu estava no último ano da universidade eu fiz uma matéria chamado História Intelectual da Europa. E eu a fiz com minha colega de quarto, Carrie, que era na época uma estudante literária brilhante, e meu irmão – cara esperto, um jogador de polo aquático que seria médico, e que estava no segundo ano.
Nós três fizemos essa matéria juntos. E então a Carrie lia todos os livros originais em Grego e Latim e ia para todas as apresentações. Eu li todos os livros em Inglês e ia à maioria das apresentações. Meu irmão, que era meio ocupado e lia um dos doze livros e ia a umas duas apresentações, caminha até o nosso quarto uns dois dias antes da prova para que nós o ensinássemos.
Nós três fomos à prova juntos, e nos sentamos lá por três horas. E quando saímos de lá, olhamos uns para os outros e dissemos: “Como vocês foram?” E a Carrie diz: “Cara, eu sinto como se eu não tivesse realmente exposto o ponto principal da dialética Hegeliana.” E eu digo: “Deus, eu realmente desejo que eu tivesse conectado a teoria da propriedade privada do John Locke com os filósofos seguintes.”
E meu irmão diz: “Eu tirei a nota mais alta da sala.””
Em seguida, arremata: “as mulheres subestimam sistematicamente suas habilidades”.
Após vencer preconceitos, obstáculos variados, administrar conflitos internos e ser avaliada como mais eficaz na maioria das competências de liderança, a mulher ainda enfrenta um último obstáculo: ela mesma.
Assim, um apelo a ser feito é: mulheres, vocês têm uma força maior do que imaginam para liderar. Sim, existem problemas estruturais, que serão combatidos em conjunto e com o apoio de inúmeros homens a seu favor. Mas lembrem-se sempre de olhar para dentro e cuidar para que sua auto-estima e segurança estejam sempre prontas para agarrar as possibilidades que já existem. E que assim também adicionem mais elegância e gentileza a este mundo de beberrões e truculentos corporativos.
São tantos os temas relacionados que, reconheço, consegui explorar apenas parte deles nesse texto. E você, o que acrescentaria a essa conversa?
* * *
Nota do autor: esse texto foi escrito através da colaboração essencial de outros seis autores, além das fontes mencionadas: Fabiana Capistrano, Gabriel Spinola, Isabel Rezende, Marianne de Castro, Renata Oliveira e Tatiana Freitas.
Rafael Peron

Acha que mini-biografias são difíceis, mas ouvindo Marvin Gaye dá pra encarar. Quando tem problemas, gosta de olhar para o céu e dizer "rá". Quando tem alegrias, também. Do samba à salsa, prefere conversa de bar à escrever. Exceto desta vez.

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