Jornalismo de “nota oficial” da Globo tenta limpar a barra de Aécio, cada vez mais Collor Autor: Fernando Brito

A "reportagem" do Jornal Nacional de hoje onde Aécio Neves admite o uso do aeroporto de Cláudio deveria ser copiada e distribuída nas escolas de jornalismo.

Porque é uma aula de como não deve (ou deveria) ser o jornalismo.

O texto é uma colagem de notas oficiais e declarações em clima de campanha do candidato tucano.

Não há uma gota sequer de reportagem ou investigação.

Vale o que foi escrito e o que foi dito pelo candidato.

Cláudio, que não chega a 30 mil habitantes, vira "um grande centro industrial", nas palavras incontestáveis do candidato tucano.

Não há uma indagação sequer sobre o que justifica o asfaltamento de uma pista de aviação em Montezuma, uma vila  que não tem oito mil e nem coisa alguma, exceto a fazenda que a empresa da família Neves tomou ao Estado num usucapião pra lá de estranho.

Mas convenhamos, as faltar a pista  de Montezuma, por R$ 300 mil, foi uma bagatela ões, fora a desapropriação perto dos R$ 14 milhões gastos para asfaltar a pista aberta por vovô Tancredo nas terras do contraparente, irmão de Dona Risoleta.

Ninguém se interessa em perguntar porque uma obra custou 40 vezes mais do que outra, bastante semelhante.

Quem sabe pudessem perguntar ao piloto do "avião da eleição" que o JN põe no ar para mostrar as mazelas do Brasil – que começaram neste governo, é claro – se é normal pousar em aeroportos irregulares.

Ou se ele se comunicava com a "torre" de Cláudio.

- Manda chamar o tio!

- Fala, sô

- Fasta os boi,  que nós tá ino…

- Já mandei tirá, minino.

- Os garoto dos aeromodelo num tão por lá, não?

- Craro qui não, avisei qui quem ia brincá hoje era ocê…

Nenhum repórter foi olhar o processo para saber, afinal, em quanto ficou a bufunfa do tio na desapropriação.

A culpa é da Anac, que não homologou um aeroporto particular que não apresentou os documentos. E outro, o de Montezuma, que nem pediu para ser homologado.

Carece não, é só pro menino usar.

Inútil, porém, a pasteurização jornalistica do assunto.

O povo, que é muito menos bobo do que a Globo pensa, não compra bonde faz tempo.

A expressão de Aécio, olhos esbugalhados, palavras despejadas, trai mais a verdade que a tolice do que é dito.

É o "não me deixem só".

Não adianta remendo.

Era melhor fazer como o gato, que enterra.

Autor: Fernando Brito

Sobre amores e conchinhas

O texto abaixo, de Nathalí Macedo, foi publicado no site "Entenda os homens"

“Felicidade pra mim é pouco. Eu preciso de euforia.” Essa máxima tem mais adeptos do que se pode imaginar. Em um mundo de baladas alucinantes e sexo fácil, não é de se estranhar que as verdadeiras parcerias sejam cada vez mais raras. Isso porque o conforto da conchinha em dias frios e do filminho a dois no domingo não tem sido suficiente para satisfazer enérgicos caçadores de êxtase.
A verdade é que algumas pessoas precisam estar em estado permanente de paixão. Só dançar não basta – é preciso ultrapassar todos os limites do seu corpo; só amar não basta – tem que ter orgasmos múltiplos todo dia; se identificar com a profissão não basta – É preciso gostar tanto do trabalho a ponto de ficar ansioso pela segunda-feira.
E os relacionamentos têm obedecido – lamentavelmente – esse vírus moderno da insaciabilidade aguda. Arrisco dizer que é por isso que as verdadeiras parcerias caíram de moda. Não se troca mais a liberdade da solteirice pelo tédio que um relacionamento estável supõe. Mas quem se recusa a essa troca certamente desconhece a sensação surreal de uma conchinha. De gargalhadas épicas assistindo a um programa de humor sem graça no sábado à noite. Do tesão inigualável de um sexo com amor (sexo com amor, não necessariamente sexo amorzinho).
As parcerias ainda estariam “em alta” se as pessoas parassem de esperar delas essa tal euforia. Espera-se sexo avassalador diariamente quando, às vezes, se pode querer simplesmente pegar no sono depois do jantar. Espera-se conversa e tagarelices sem fim enquanto se pode, vez ou outra, querer simplesmente permanecer em silêncio – e, calma, isso não é um problema.
Achar que todo relacionamento se sustenta na base do sexo três vezes ao dia e ter certeza de que há algo de errado se o outro recusa é uma utopia. O amor é poder ser você mesmo. Poder assumir que quer só dormir de conchinha – sem tabus, sem a obrigação da paudurecência permanente. Sentir-se bem com o outro de chinelo e camisa de propaganda, sem maquiagem e descabelada. Eu diria que amar é, acima de tudo, sentir-se à vontade. Sem pressa, sem euforia, sem regras estabelecidas. Porque amor é liberdade.
É preciso aceitar o outro em todas as suas versões, inclusive nos dias ruins. A rotina é o preço que se paga pra se ter um grande amor sempre ao lado – um preço irrisório quando ela se torna absolutamente deliciosa. E isso só é possível ao lado de quem se ama. Apaixonar-se é bom. Mas o amor tem privilégios que só podem ser desfrutáveis na calmaria.



Como despertar a si mesmo

“Zuikan” é a quarta tira de Daniel Gisé para sua série de ilustrações inspirada pelo livro Mente zen, mente de principiante, obra-prima de Shunryu Suzuki.
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É minha preferida. Está tudo aí. De acordo com muitas tradições de sabedoria, a origem de todas as complicações é o esquecimento de quem nós somos e onde realmente estamos. Essa ignorância da realidade é mantida por um processo contínuo de distração ou devaneio, o famosodaydreaming. Não por acaso boa parte das práticas que mais transformam são exatamente modos de repetir micro processos de acordar e lembrar (significado original de mindfulness) onde estamos, momento a momento — cortar a distração e voltar ao presente, de novo e de novo. Depois fica mais fácil investigar até que a grande lembrança aconteça. Primeiro paramos, depois abrimos os olhos e reconhecemos, nos damos conta: “Ah, sim!”.

Pequenos despertares no cotidiano

A história de Zuikan nos oferece um meio hábil para cortarmos o falatório mental e ficarmos mais presentes em cada uma de nossas ações. Quando andamos, andamos. Caso contrário, alimentamos ruminações inúteis, como discussões internas com a esposa e lembranças de um trabalho pendente — desse modo, o que menos fazemos é andar, sentir o próprio corpo andando, respirar e contemplar os arredores.
Além de chamar a si mesmo, o que mais podemos experimentar para nos acordarmos?
Você pode criar sua própria âncora, uma espécie de chamado que o traga de volta quando percebe estar esvoaçando. É como se acendessem as luzes do cinema repentinamente e você lembrasse: “Sim, estou vendo um filme!”. Ou removessem seu fone de ouvido bem no ápice aflitivo de uma música do Radiohead. Você lembra da própria existência, do próprio corpo, do que está fazendo, de onde está.
Assim como nas práticas meditativas, o importante não é lutar contra os pensamentos e as emoções, apenas perceber o processo todo: “Uau, estou sentado aqui, as outras pessoas estão ali, eu passei os últimos minutos sem noção alguma do que está acontecendo”.
Exemplos de âncoras e despertadores:




  • Estalar os dedos ou bater uma palma bem alta (esse é o que uso, especialmente em momentos de muita aflição)
  • Respirar bem fundo e alinhar a coluna.
  • Sentir e relaxar cada parte do corpo (para mim o que mais funciona é relaxar o maxilar e língua, abrindo um pouco os lábios).
  • Procurar algum detalhe nunca antes visto no ambiente no qual se encontra.
  • Bocejar de propósito e soltar o corpo inteiro.
  • Abrir um pouco mais os olhos, talvez ampliar o olhar para 180 graus e não focar em nada específico.
  • Olhar bem nos olhos da pessoa que está falando com você e perceber a si mesmo percebendo o outro, ouvindo sua própria voz enquanto fala, como se você enviasse parte de sua mente para observar a situação inteira, como um microfone instalado no teto para captar o som da sala.
  • Contemplar o céu ou apenas olhar um pouco mais para cima ou para baixo da altura a que está acostumado.
  • Relembrar uma grande pessoa, professora ou exemplo vivo de equilíbrio, sabedoria, destemor, alegria, generosidade…
  • Olhar com calma para as palmas das mãos (técnica usada também para estimular os sonhos lúcidos, prática que também detalhamos dentro do lugar).
  • Olhar para um objeto ou situação de modo bem cru, sem comentários, algo assim: “Mangueira. Molhada. Dois galhos quebrados ali.”
  • Tirar o olho da tela (do computador ou celular) e atirar o foco para além do horizonte, como se estivesse mirando algo muito distante.
  • Lembrar que em breve estaremos todos mortos.
  • Contratar o Kramer para entrar todo dia assim na sua casa e na sua mente:

E vocês?

Vocês costumam praticar algo desse tipo? Como fazem? Quais âncores e despertadores funcionam para vocês?
Seguimos o papo nos comentários.
* Texto inspirado pela tirinha do Daniel Gisé e escrito em colaboração com Luciano Ribeiro, com base em uma antiga prática da Cabana que é explorada de outras formas dentro do lugar.
Se tiver interesse em participar do lugar, venha por aqui. Se quiser ser avisado de novas práticas, artigos, vídeos, hangouts, encontros e cursos com foco em felicidade genuína e florescimento humano, cadestre-se no informativo do lugar:




Este post é resultado de nossas práticas, diálogos e treinamentos na Cabana PdH. Quer entrar no Dojo?
Gustavo Gitti

Professor de TaKeTiNa, autor do Não2Não1, colunista da revista Vida Simples e coordenador do lugar. Interessado na transformação pelo ritmo e pelo silêncio. No Google+, no Twitter e no Facebook. Seu site:www.gustavogitti.com

Millôr Fernandes

Atualíssimo
A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.



O taxista é reaça? Seja mais que ele!

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O que fazer quando um taxista começa a defender barbaridades na sua frente? Preso ao banco de trás, você pode pedir para parar e descer. Discutir com ele até o destino final. Ou jogar o mesmo jogo e ver o que acontece.

Resolvi colocar em prática a sugestão de uma amiga:

- Por favor, aeroporto de Congonhas. Pode ir pela Henrique Schaumann.

- É pra já.

[Na telinha de TV do táxi] Dois menores foram apreendidos, na madrugada desta terça-feira, após uma tentativa de roubo frustrada em Moema…
- Olha só… Depois vem o pessoal dos direitos humanos e coloca tudo de volta nas ruas. Esse país não é sério. Dane-se que tem 14, 15, anos, tem que prender mesmo. Se tem idade para cometer crimes, tem idade para ir preso como se fosse de maior.

- (Silêncio meu)

- Tinha que contratar uns policiais fora do serviço para dar uma coça nessa molecada. Assim, aprendiam o que os pais não ensinaram.

- (Silêncio meu)

- Acho que tem que ter pena de morte. Vi na TV que nos Estados Unidos não tem crime porque tem pena de morte. Mata um ou dois desses com injeção e os outros vão pensar duas vezes antes de fazer porcaria.

- Olha eu concordo inteiramente com o que o senhor disse. E acho que tem que impedir essa gente pobre da periferia de ter filho. Esterilizar toda essa mulherada mesmo para que não dê à luz bandidinho de merda. Outra medida importante seria colocar uns portões nas entradas de favelas e bairros pobres e só deixar eles saírem de dia para trabalhar. E se não tiverem trabalho, não saem. Não sabe viver em sociedade, toque de recolher! E quando resolver essa questão, tem que ir para outras, botar as coisas em ordem. Vagabundo que faz barbeiragem no trânsito tem que ir preso, gente que pula a cerca em casa tem que ir preso, bêbado que fica enchendo a cara no bar e não trabalha tem que ir preso, quem sonega imposto tem que morrer! E sem essas coisas de julgamento, não. Faz e pronto, simples assim.

- O senhor é radical. Não sei se concordo com tudo isso não…

- Por que? O senhor defende vagabundo, é isso? Defende vagabundo?

- Não, mas também não é assim.

- Assim como?

- Ah, não acho certo. Tem que ver quem é a pessoa e coisa e tal. Não pode fazer isso, não. Não acho justo.

O motorista não deu um pio até o destino final. Mas, certamente, vai pensar duas vezes da próxima vez.

Recomendo. Por uma vida com menos mimimi.


Os 10 golpes mais populares no Facebook em 2014

É um mundo perigoso lá fora, no reino sem leis do Facebook. Por todo lugar que você olhar, é possível achar alguém infectado espalhando spam pela rede Algumas destas técnicas de infecção, no entanto, são mais comuns do que outras, conforme um estudo publicado pela BitDefender.

Se você se deparar com uma “sex-tape” da cantora Rihanna no Facebook e decidir clicar para ver, você provavelmente dará acesso à sua conta e ao seu computador para pessoas indesejadas . O mesmo deve acontecer se você tentar trocar as cores do seu Facebook. É, não dá para fazer isso também; pelo menos não clicando em um link na rede.

No topo da lista, está um golpe clássico, que remonta a tempos mais simples do Orkut, quando você podia ver quem visitava seu perfil e o total de visualizações que a página recebeu. Porém, quando você tenta aplicar o mesmo conceito ao seu Facebook, você acaba se tornando um spammer infectado.

“Por que as pessoas ainda querem ver quem acessou seu perfil, mesmo depois de tantos alertas de segurança? Eles provavelmente acreditam que se tratam de apps legítimos. É engenharia social pura; um desafio mental que aperta os botões certos. As iscas mudaram ao longo dos anos, mas a razão pela qual o golpe funciona é simples: a natureza humana”, diz Catallin COsoi, chefe estrategista de segurança da BitDedender.

Abaixo você pode conferir o top 10 de golpes mais comuns no Facebook:

1) Total de visitantes/acessos ao seu perfil – 30,2% das infecções

2) Troque a cor do seu Facebook – 7,38%

3) Sextape da Rihanna com seu namorado – 4,76%

4) Clique aqui para ganhar uma camiseta grátis do Facebook – 4,21%

5) Diga adeus ao Facebook azul – 2,76%

6) Produtos de graça por falta de lacre – 2,41%

7) Confira se algum amigo te deletou – 2,27%

8) Veja o top 10 de pessoas que mais olham seu perfil – 1,74%

9) Descubra como ver quem visualizou seu perfil – 1,55%

10) Acabei de trocar as cores do meu Facebook. É incrível – 1,50%

Via The Guardian


Vida de cinema, por Luiz Fernando Veríssimo

Os filmes que víamos antigamente não nos prepararam para a vida. Em alguns casos, continuam nos iludindo. Por exemplo: briga de socos. Entre as convenções do cinema que persistem até hoje está a de que socos na cara produzem um som que na vida real nunca se ouviu.

O choque de punho contra o rosto fazia estrago nos rostos — ou não fazia, era comum lutas em que os brigões quase se matavam a murros terminarem sem nenhuma marca nos rostos — mas poupava os punhos. E como sabe quem, mal informado pelo cinema, entrou numa briga a socos, o punho quando acerta o alvo sofre tanto quanto o alvo.

No cinema de antigamente você já sabia: quando alguém tossia, era porque iria morrer em pouco tempo. Tosse nunca significava apenas algo preso na garganta ou uma gripe passageira — era morte certa.

Quando um casal se beijava apaixonadamente e em seguida desparecia da tela era sinal que tinham se deitado. E depois, não falhava: a mulher aparecia grávida. Nunca se ficava sabendo o que acontecia, exatamente, depois que o casal desaparecia da tela, a não ser que o filme fosse francês.

Pode-se mesmo dizer que o começo da mudança do cinema americano começou na primeira vez em que a câmera acompanhou a descida do casal e mostrou o que eles faziam deitados. Depois desse momento revolucionário não demoraria até aparecerem o beijo de língua e o seio de fora. E chegarmos ao cinema americano de hoje, em que, de cada duas palavras ditas, uma é fucking.

Se a vida fosse como o cinema nos dizia, nunca faltaria bala nas nossas pistolas ou gelo no balde para o nosso uísque quando chegássemos em casa. E sempre que tivéssemos de sair às pressas de um restaurante, atiraríamos dinheiro em cima da mesa sem precisar contá-lo e sem esperar que o garçom trouxesse a nota.

Seria uma vida mais simples, em cores ou em preto e branco, interrompida a intervalos por números musicais em que cantaríamos acompanhados por violinos invisíveis, e quando dançássemos com nossas namoradas seria como se tivéssemos ensaiado durante semanas, e não erraríamos um passo, e seríamos felizes até the end.