O mantra global sobre descontrole da inflação para derrubar Dilma, por J. Carlos de Assis

A inflação tornou-se recorrente no discurso dos presidenciáveis Marina e Aécio. Não é porque a inflação esteja fora de controle. É porque está sob o controle de um governo do PT. A Rede Globo acha isso intolerável. Como consequência, se a inflação sobe 0,0001% no mês, haverá sempre um Sardenberg, um William Waak, um Bonner ou uma Patrícia Poeta - esta tão bonitinha, sempre pronta a citar “economistas” que não identifica -, para dizer com cara feia uma besteira qualquer anunciando aos quatro ventos a explosão inflacionária.

Claro, candidatos a Presidente querem ganhar as eleições, e para ganhar eleições é importante se entender com a mídia. Assim, em lugar de eles fixarem a agenda da campanha com o risco de pouca repercussão na televisão, eles seguem a agenda da televisão, confiando que isso rende exposição na mídia, sendo que essa exposição, supõe-se, rende votos. Simples assim. Tanto Marina quanto Aécio decidiram acabar com a inflação no Brasil. Não dizem como. A receita está provavelmente guardada a sete chaves nos cofres dos irmãos Marinho!




O estranho nisso tudo é que Marina e Aécio vão acabar com a inflação usando o mesmo receituário neoliberal de políticas monetária e fiscal do atual Governo. Esse receituário está sintetizado na fórmula metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Marina elogiou repetidamente o que chama de “tripé macroeconômico”. Pode-se perdoá-la porque na sua cara estão os sinais de quem não está entendendo nada do que está falando. Aécio é menos explícito, mas também não perde oportunidade de se alinhar à ideologia da Globo para ter patrocínio midiático.

Evidentemente que a Globo não ataca a inflação por razões acadêmicas. Nem por genuíno interesse público. O ataque está firmemente ancorado em razões fiscais, não significando isso propriamente a política fiscal do Governo, mas as tramoias fiscais da própria Globo e sua criatividade em tentar burlar as leis tributárias. Do ponto de vista técnico, em nenhum momento nos últimos meses e anos houve qualquer risco de a inflação ficar descontrolada. A Globo assumiu o discurso da inflação alta com o fim único de derrubar o Governo do PT, tendo cooptado para isso os dois candidatos principais da oposição.

Para os que têm memória curta é bom lembrar que o verdadeiro descontrole inflacionário mais recente no Brasil ocorreu no último ano do Governo Fernando Henrique. Foi algo como 14%, mais do dobro do patamar atual da inflação. Isso elimina qualquer credibilidade que o tucano Aécio possa ter ao anunciar sua “tolerância zero” para a inflação. Quanto a Marina, coitada, é difícil saber o que tem na cabeça como proposta realista nessa área, exceto os conselhos dos neoliberais militantes que voaram como mariposas em torno do PSDB e que decidiram migrar para ela.

J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional na UEPB.


Marina e a UDN, 60 anos depois, por Rodrigo Vianna

A velha UDN tinha uma estranha fixação por militares. Os candidatos presidenciais udenistas - derrotados por Dutra (1945), Vargas (1950) e Juscelino (1955) – eram sujeitos que vestiam farda: Juarez Távora e Brigadeiro Eduardo Gomes.

Com um discurso moralista, os udenistas (civis ou fardados) colhiam a insatisfação das classes médias urbanas que detestavam as políticas sociais do trabalhismo. Algo parecido com o discurso do atual bloco demo-tucano (que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”).

A UDN era ruim de voto. Mas boa na agitação golpista: no dia 24 de agosto de 1954, há exatos 60 anos, Carlos Lacerda (principal agitador udenista) e seus aliados militares encurralaram o trabalhismo – levando Vargas ao suicídio.

A UDN seguiu perdendo eleição, até que em 1960 resolveu buscar um candidato “de fora”. Janio Quadros - líder hstriônico, que passava a imagem de não se render aos “conchavos” políticos - finalmente levou a UDN ao poder. ”O jeito é Janio”: foi o slogan de campanha. Mas Janio não era um autêntico udenista. O governo dele foi uma crise só. Jânio renunciou antes de completar um ano no poder.

Em 1989, para impedir a vitória do monstro “Brizula” (Brizola e Lula eram favoritos, diante da crise do governo Sarney), a Globo fez o papel de UDN e escolheu Collor. Caçador de marajás, inimigo de “tudo que está aí”, Collor ganhou. Mas caiu 3 anos depois.




A UDN e o fantasma trabalhista
Em 2014, os conservadores parecem dispostos a embarcar em nova aventura. Depois de 3 derrotas consecutivas, o bloco demo-tucano está dividido. Os setores mais orgânicos insistem com Aécio Neves. Mas parte da mídia, dos bancos e da classe média aceita qualquer nome que seja capaz de derrotar o PT.

Está claro que os “neo-udenistas” legítimos (FHC, Serra, Aécio) não conseguirão derrotar o lulismo no voto. O destino apresentou à UDN um nome “de fora”. Marina Silva, certamente, não é Janio. Não é Collor. Tem uma trajetória respeitável. Mas sua candidatura já foi capturada pelos setores conservadores: economistas neoliberais e a banqueira Neca Setúbal comandam a tropa.

Aliada ao PSDB e ao DEM, a velha mídia resiste em embarcar no marinismo. Mas em uma ou duas semanas, o jogo estará jogado. Se Aécio minguar para 15%, e Marina passar dos 25%, a velha UDN dará mais um salto no desconhecido.

Por enquanto, as revistas semanais trazem o nome de Marina Silva associado a um ponto de interrogação. Nos bastidores, inicia-se um balé de cobranças e concessões. Marina precisa mostrar-se confiável para o mercadismo (que desconfia da “estatista” Dilma). Em duas semanas, o ponto de interrogação pode virar exclamação: Marina é o jeito, contra “tudo que está aí”!

Sem partido, avessa aos “conchavos”, Marina Silva é uma política profissional que finge detestar a política. Igualzinho a Jânio e Collor - ilusionistas do voto.

Pesquisas internas mostram que Aécio se esfacela. O mineiro tenta reagir: conta com os aliados midiáticos, para desconstruir Marina. Dossiês e denúncias saem das gavetas. Mas Abril e Globo talvez não queiram queimar Marina - único Plano B, para derrotar Dilma.

Marina tem uma avenida livre pela frente: PSDB em crise, Aécio perdido entre um discurso oposicionista e as promessas de manter o Bolsa Família (uai, a turma que vota nos tucanos não diz que aquilo é ”bolsa esmola”?), mídia desesperada por derrotar o lulismo..

Se eu pudesse arriscar um palpite, diria que a máquina midiática aliada do tucanato não vai ajudar o candidato do PSDB. Aécio vai minguar, e pode perder até o governo de Minas para o PT.

Misto de líder messiânica da “nova política” e parceira confiável dos bancos, Marina vira favorita. Só Lula será capaz de barrá-la. E talvez nem ele.

Lula talvez precise se guardar para construir alternativas mais à frente. Um eventual governo Marina, não tenho dúvidas, terá o mesmo padrão de instabilidade que marcou Jânio e Collor.

A UDN - que levou Vargas ao suicídio, que derrubou Jango em 64 e que há 12 anos tenta encurralar Lula e o PT – é capaz de embarcar em qualquer aventura. Isso já sabemos. Mas a pergunta é: a democracia brasileira, pela terceira vez, fará esse mergulho no desconhecido em 2014?


*Ibop: Tracking 24/08

Nacional
Dilma Roussef (PT) 53%
Marina Silva (PSB) 26%
Aécio Neves (PSDB) 17%
Pastor Everaldo (PSC) 3%
Nanicos 1%

Números divulgados como faz o TSE - somente os votos válidos
* Instituto Briguilino de Opinião Nacional



Manchetes escandalosas





Charge do dia




Carta para a presidente Dilma Roussef

Excelentíssima Presidenta Dilma Rousseff,tenho 23 anos e sou um

bolsista da IFSP-Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Estado de São

Paulo. Estimo muito seu governo,e lhe agradeço muito a oportunidade de ter em

minha cidade essa faculdade que hoje me proporciona o curso superior de

biocombustível, com mestres e doutores como auxiliadores.Não sou como muitos

brasileiros que optam por desordem e manifestações terroristas contra sua pessoa e

governo. Sou um dedicado e aplicado brasileirinho,com sonhos e desejos que por

vontade própria não teria condições de alcançar. Hoje em dia estou promovendo

minha universidade através de projetos de difusão e popularização, para que muitos se

acheguem e vejam sua obra realizada.Considero a senhora como uma mãe, que faz o

que pode pelos filhos, mesmo não tendo a gratidão de alguns deles. Sim,eu sou grato a

ti minha mãe, e como bom filho que sou, lhe agradeço por tudo o que me

proporcionou, e garanto dar bons frutos e ti deixar orgulhosa. Tenho como alvo me

candidatar a uma vaga para o Ciência sem Fronteiras esse ano, para que em setembro

de 2015 eu possa começar minhas atividades no Reino Unido, um sonho que espero

com sua ajuda tornar realidade. Antes de seu mandato, estudei em escolas publicas

onde o ensino era fraco em vista de hoje, e devido minha origem humilde, não tive

acesso a um bom curso de inglês,por isso me considero um analfabeto na língua

inglesa, mesmo estudando em casa.Aliás, tentei por varias vezes me inscrever no exame

do ENEM, mas o site não ajudava, dava erro. Isso me impossibilita de participar do

programa,por isso encarecidamente lhe rogo por ajuda, para que eu tenha a chance de

participar de mais uma de suas grandes obras, o Ciência sem Fronteiras. Eu faço o

que for para que me ajude. Meus professores estão me ajudando, e espero que a

excelentíssima me ajude também. Apesar de suja, sou uma pedra preciosa a espera de

mãos mágicas para me tornar um diamante. Sei que é possível ir sem o exame do

ENEM, fiquei sabendo disso através desse link que me mandaram: http://

ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-07-01/justica-derruba-exigencia-do-enem-
de-candidato-ao-ciencia-sem-fronteiras.html , acredito que os direitos são iguais a

todos, mas como eu disse anteriormente, não faço parte de invocações agressivas como

considero o que esse jovem fez, mas sim, com ordem para ter progresso,como rege a

bandeira de nosso país. Agradeço a atenção e espero um dia me reunir a senhora.Seria

muito edificante para mim e um grande privilégio. Um grande abraço.


ATT: Bruno Henrique Geraldo

Presidenta Dilma Rousseff

Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto

70150-900 Brasília/DF


Serra tripudia

Sondado por colegas de plumagem platinada sobre a possibilidade de substituir Aécio Neves como candidato do Psdb a presidência, José Serra não deixou o prato esfriar:

"Se meu grande amigo Fernando Henrique Cardoso se manifestar contra, eu aceito. Não precisa ele declarar apoio formal a Marina Silva"

Ediviginis e finorio...