Aécio: "Darei o troco"

Após o debate presidencial de ontem a noite na Record, o presidenciável do PSDB, Aécio Neves em conversa com correligionários, foi informado da "não presença de José Serra e do governador Geraldo Alckmin" na platéia. Instado a comentar a ausência dos seus "principais eleitorais - FHC, Serra e Alckmin -", o candidato foi curto e grosso:

"Se tiver segundo turno eu darei o troco!"

Mais não foi perguntado.

Mais não retrucou.

Qual o melhor smartphone de até 600 reais?

O Olhar Digital fez testes com alguns. Vamos conferir o resultado:

TELA

A tela é a primeira impressão para quem usa um celular moderno. O L50 tem uma tela 4 polegadas com resolução de 800x480, enquanto o Moto E é equipado com um display 4,3 polegadas com 960 por 540 de resolução. Já o Lumia 530 conta com uma tela de 4 polegadas e resolução de 854 x 480. Por fim, o Xperia E1 também tem 4 polegadas com 800 x 480 pixels.


Os smartphones analisados são similares em termos de brilho e contraste, exibindo cores fiéis e pouco saturadas. Mas como temos que atribuir uma nota, o vencedor é o modelo da Motorola, que conta com a tela maior e melhor resolução. O segundo lugar fica com a LG, empatada com a Nokia. O equipamento da fabricante coreana responde de maneira correta a todas as instruções e toques. Já o celular fabricado pela Microsoft tem uma digitação digamos assim “macia”. A última posição é ocupada pela Sony.

DESIGN

Este é um tópico complicado para o Olhar Digital. A gente vem falando repetidamente que design é por muitas vezes uma questão de gosto pessoal. Mas existem características técnicas que podem decidir um review. Uma delas é o peso. O mais leve deles é o Sony, com 120 gramas, seguido pelo Nokia com 129 gramas. Empatados no peso estão LG e Motorola, com 140 gramas.

Os aparelhos analisados têm como características uma boa performance e desempenho para tarefas simples e corriqueiras. Primeiro vamos aos números. Os modelos da LG, Nokia e Sony tem 512 mega de memória RAM; o Motorola conta com 1 giga. A fabricante americana equipa o seu celular com um processador 1,2 GHz dual core Snapdragon S200, a mesmo chip da Qualcomm usado por Nokia e Sony. Já a LG tem o dual core 1,3GHz, fabricado pela asiática MediaTek.

Mas a pergunta que fica é: quem tira melhor proveito do conjunto de hardware e software? A resposta é inegavelmente é a Motorola - especialmente por contar com o dobro de memória RAM que seus concorrentes. Já a Nokia tem a vantagem de ter um sistema operacional mais leve. No duelo das fabricantes asiáticas, o páreo é duro. Mas a coreana LG leva vantagem sobre a japonesa Sony pelas pequenas adaptações ao sistema operacional.

SISTEMA OPERACIONAL

Falando de sistema operacional, é bom a gente esclarecer que esse também é um tópico muito questionável e por isso não vamos atribuir vencedores nesta fase do comparativo. Mas existem informações importantes que podem balizar o momento da compra.

Para começar, o desvio padrão nesse quesito é a Nokia, uma empresa agora incorporada a Microsoft e que usa o Windows Phone 8.1. As outras fabricantes abraçam o Android, software cujo desenvolvimento é liderado pelo Google. Mesmo assim, os modelos têm uma experiência de uso diferentes entre si.

A Motorola, por exemplo, usa a versão 4.4 Kit Kat de maneira pura, ou seja, sem nenhum programa a mais instalado no celular. Isso é um ponto extremamente positivo. Já a LG e Sony optam por recursos próprios, ou seja, programas que modificam a usabilidade do sistema. No caso da LG, a interface é esperta e rápida. Já no celular Sony, a experiência de uso é comprometida. Para usar este aparelho, o Olhar Digital recomenda você baixar no Google Play alternativas como o EverythingMe ou mesmo o Google Now Launcher.

Outro ponto positivo da Motorola é que o aparelho é vendido já com a perspectiva de uma atualização para a nova versão do Android, a ser lançada no início de novembro e que foi batizada de L. A mesma garantia não é encontrada nos modelos da LG, que também conta com a versão Kit Kat, e no da Sony, que estacionou na versão 4.3, chamada de Jelly Bean.

Sobre as diferenças entre sistema operacionais, também cabe falar que apesar do Windows Phone 8.1 ser uma alternativa interessante ao mundo de código aberto do Android, o software da Microsoft sofre com a falta de programas. Ao todo, são cerca de 150 mil aplicativos à disposição na plataforma, número inferior ao do Google, que tem cerca de 1 milhão de softwares para download.

CÂMERA

A LG, Motorola e Nokia contam com uma câmera de 5 megapixels, superior às especificações da Sony, que é equipada com um dispositivo de 3 megapixels. Mas neste tópico, a vantagem é da Nokia. A fabricante finlandesa é reconhecida mundialmente pela qualidade de suas lentes e sensores. As fotos tiradas com o equipamento são melhores tanto em ambientes com pouca luminosidade quanto em lugares saturados de luz do sol. O segundo lugar fica com LG e Motorola. A lanterna é do modelo da Sony.

ARMAZENAMENTO

Todos os smartphones contam com armazenamento de 4 giga para programas, documentos e mídias. Mas a vantagem novamente é do modelo da Nokia, que suporta um cartão de memória de até 128 gigas, o que é um número muito interessante e incomum. Outra vantagem da fabricante europeia é que o sistema Windows Phone consegue instalar qualquer tipo de aplicativo no cartão de memória. Os outros aparelhos empatam neste ponto, já que permitem o uso de um cartão de memória de até 32 gigas.

CONECTIVIDADE

Como já falamos no início desta análise, todos os modelos contam com o sistema dual chip, ou seja, permitem o uso de chips de duas operadoras. Essa é uma grande vantagem para quem quer economizar um dinheiro no fim do mês com os gastos em telefonia. Com exceção do Nokia, os outros aparelhos também contam com TV Digital, uma característica importante para o público brasileiro. Colocando foco somente neste ponto, a melhor usabilidade de televisão digital é encontrada nos aparelhos da Motorola e da LG. Por este motivo, estes smartphones dividem a primeira posição nesta fase do comparativo.




PREÇO

Este é um dos pontos mais importantes do comparativo: a quantidade de dinheiro no bolso pode definir o vencedor de qualquer análise. O Olhar Digital vai apenas colocar os preços de referência. O L50 tem preço sugerido de R$ 569. O Moto E tem valores ligeiramente maiores, de R$ 599. Já Lumia 530 é campeão neste ponto, com preço de R$ 399, seguido pelo Xperia, que custa R$ 499. Mas a dica para o consumidor é sempre pesquisar em lojas, sejam elas físicas ou virtuais. Com essa tática, você pode economizar bastante.

CONCLUSÃO

Cabe ao Olhar Digital fazer uma análise de custo-benefício, além de ponderar qual é o melhor conjunto entre os modelos analisados. Neste comparativo, claramente o modelo vitorioso é o da Motorola. Ele conta com mais memória RAM, um sistema limpo e rápido, uma boa câmera, além de ter suporte a TV digital.




Para o segundo lugar, o troféu é dividido. Se você precisa de uma opção barata, compre o Nokia. Ele conta com uma excelente câmera e um sistema operacional que está em crescimento no mercado brasileiro. Se você é mais tradicional e prefere um smartphone Android com um bom desempenho e TV digital, opte pela LG. O modelo da Sony também é uma opção interessante, mas comparando com as alternativas, ele não se destaca em nenhum ponto. E aí? Concorda com a gente? A discussão está aberta: acesse Olhar Digital.com.br e contribua para o debate. Consumidores mais conscientes são consumidores melhores. Sua participação é fundamental para essa evolução!

Leonardo Boff: porque eu voto em Dilma Roussef

"Eu apoio e voto para presidente Dilma ser reeleita para confirmar e consolidar a maior revolução democrática pacífica realizada na história do Brasil, quando alguém da periferia foi eleito presidente como o Lula, e ele continuou essa política, que é uma verdadeira política de cuidado com o Povo, com as coisas do Povo. Gesto amoroso com a população pobre, marginalizada."

Orgulho de ser petista

O dia que eu não tiver coragem, orgulho de usar minha camisa vermelha com a minha estrela, eu não participo mais da vida pública do meu país.

Lula


Diálogos com o Mestre IV, por Paulo Coelho

Continuo reproduzindo aqui os diálogos que o escritor teve com o seu mestre, entre os anos de 1982 a 1986.

A linguagem dos sinais 
- O que é a linguagem do sinais?
- Todo homem tem uma maneira pessoal de comunicar-se com Deus e com sua própria alma.
- Então, o homem não precisa da religião?
- As religiões são muito importantes, porque nos permitem adorar de forma coletiva, e compartilhar dos mesmos mistérios. Mas a busca espiritual é responsabilidade de cada um: se você afastar-se do seu caminho, nada vai adiantar ficar culpando o padre, o imã, o rabino, o pastor - a responsabilidade é sua. Por isso existe um alfabeto que sua alma entende, e que vai mostrando as melhores decisões em seu caminho.


- Como aprender esta linguagem?
- Como qualquer outra. Primeiro, com disciplina para educar-se a notar o sinal. Depois, com coragem para praticar a língua. Terceiro, nunca ter medo de errar enquanto pratica.
- O que faz com que a gente muitas vezes siga o sinal errado.
- Claro. Só assim aprendemos os sinais certos.
- Você podia me dar um exemplo de um sinal?
- Não. A linguagem é individual, como disse antes. Se começamos a generalizar os sinais, eles se transformam em superstição.
"Muitos mestres já cometeram o erro de usar os seus sinais para guiar seus discípulos. O que acontece é que, quando as pessoas começam sua busca espiritual, entram num mar desconhecido, e sentem-se inseguras. Então procuram agarrar-se à primeira mão que lhes é estendida - e ao fazer isso, estão deixando de lado a aventura, para tornar-se escravas da mão que as guia".
- Como posso ter certeza que estou diante de um sinal verdadeiro?
- Você nunca pode. Mas, em geral, se começar a enxergar este mundo além das convenções, verá que sua intuição começa a conduzi-lo em direção à melhor escolha - por mais absurda que pareça. Aos poucos, esta linguagem se incorpora a você e, embora continue errando de vez em quando, já está em paz com sua alma, e toma as decisões corretas.
Muitas vezes o sinal é mais prático do que imaginamos, e a propósito disso, vou lhe contar uma história.
Um homem sonhou certa vez com um anjo, que lhe dizia: "amanhã vai começar a chover, sua aldeia será inundada, mas você será salvo".
Efetivamente, no dia seguinte começou a chover. Uma equipe de socorro visitou casa por casa, evacuando os habitantes, já que havia risco de inundação. Todos saíram, menos aquele homem, que dizia à defesa civil: "Eu sonhei com um anjo, e ele disse que seria salvo".
Um dia depois, a água já cobria o primeiro andar das casas. Uma segunda equipe de socorro foi tentar resgatar o homem, que de novo se recusou a sair, alegando que tinha recebido o sinal de um anjo, e precisava mostrar sua fé ao mundo.
No terceiro dia, a situação já era crítica, e o homem estava sozinho, encarrapitado no telhado da casa - enquanto a água subia sem parar. Num esforço desesperado, uma equipe de resgate tentou mais uma vez retirá-lo dali, mas de novo ele se negou, chamando-os de demônios, gritando que queriam obrigá-lo a negar o sinal do anjo.
Pouco tempo depois, a água cobriu o telhado, e o homem morreu afogado. Como era um ótimo cristão, foi para o Céu, e encontrou São Pedro, que o convidou para entrar. O homem recusou-se, dizendo que Deus o havia enganado; tinha enviado um anjo dizendo que ele seria salvo, quando na verdade fora o único habitante da aldeia que havia morrido.
São Pedro disse que Deus não mentia, e prometeu voltar com explicações. Entrou no Paraíso e retornou meia hora depois, dizendo:
"Realmente Deus mandou um anjo para avisar-lhe que seria salvo. Mas disse que o senhor recusou, por três vezes, o socorro que Ele lhe enviou sob a forma de equipes de resgate!".
Continua na próxima semana



Melancólico fim da revista “Veja”, de Mino a Barbosa

Uma das histórias mais tristes e patéticas da história da imprensa brasileira está sendo protagonizada neste momento pela revista semanal "Veja", carro-chefe da  Editora Abril, que já foi uma das maiores publicações semanais do mundo.

Criada e comandada nos primeiros dos seus 47 anos de vida, pelo grande jornalista Mino Carta, hoje ela agoniza nas mãos de dois herdeiros de Victor Civita, que não são do ramo, e de um banqueiro incompetente, que vão acabar quebrando a "Veja" e a Editora Abril inteira do alto de sua onipotência, que é do tamanho de sua incompetência.

Para se ter uma ideia da política editorial que levou a esta derrocada, vou contar uma história que ouvi de Eduardo Campos, em 2012, quando ele foi convidado por Roberto Civita, então dono da Abril, para conhecer a editora.

Os dois nunca tinham se visto. Ao entrar no monumental gabinete de Civita no prédio idem da Marginal Pinheiros, Eduardo ficou perplexo com o que ouviu dele. "Você está vendo estas capas aqui? Esta é a única oposição de verdade que ainda existe ao PT no Brasil. O resto é bobagem. Só nós podemos acabar com esta gente e vamos até o fim".

É bem provável que a Abril acabe antes de se realizar a profecia de Roberto Civita. O certo é que a editora, que já foi a maior e mais importante do país, conseguiu produzir uma "Veja" muito pior e mais irresponsável depois da morte dele, o que parecia impossível.

A edição 2.393 da revista, que foi às bancas neste sábado, é uma prova do que estou dizendo. Sem coragem de dedicar a capa inteira à "bala de prata" que vinham preparando para acabar com a candidatura de Dilma Rousseff, a uma semana das eleições presidenciais, os herdeiros Civita, que não têm nome nem história próprios, e o banqueiro Barbosa, deram no alto apenas uma chamada: " EXCLUSIVO – O NÚCLEO ATÔMICO DA DELAÇÃO _ Paulo Roberto Costa diz à Polícia Federal que em 2010 a campanha de Dilma Rousseff pediu dinheiro ao esquema de corrupção da Petrobras". Parece coisa de boletim de grêmio estudantil.

O pedido teria sido feito pelo ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha da então candidata Dilma Rousseff, ao ex-diretor da Petrobras, para negociar uma ajuda de R$ 2 milhões junto a um doleiro que intermediaria negócios de empreiteiras fornecedoras da empresa.

A reportagem não informa se há provas deste pedido e se a verba foi ou não entregue à campanha de Dilma, mas isso não tem a menor importância para a revista, como se o ex-todo poderoso ministro de Lula e de Dilma precisasse de intermediários para pedir contribuições de grandes empresas. Faz tempo que o negócio da "Veja" não é informar, mas apenas jogar suspeitas contra os líderes e os governos do PT, os grandes inimigos da família.

E se os leitores quiserem saber a causa desta bronca, posso contar, porque fui testemunha: no início do primeiro governo Lula, o presidente resolveu redistribuir verbas de publicidade, antes apenas reservadas a meia dúzia de famílias da grande mídia, e a compra de livros didáticos comprados pelo governo federal para destinar a escolas públicas.

Ambas as medidas abalaram os cofres da Editora Abril, de tal forma que Roberto Civita saiu dos seus cuidados de grande homem da imprensa para pedir uma audiência ao presidente Lula. Por razões que desconheço,  o presidente se recusava a recebe-lo.

Depois do dono da Abril percorrer os mais altos escalões do poder, em busca de ajuda, certa vez, quando era Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, encontrei Roberto Civita e outros donos da mídia na ante-sala do gabinete de Lula, no terceiro andar do Palácio do Planalto."

"Agora vem até você me encher o saco por causa deste cara?", reagiu o presidente, quando lhe transmiti o pedido de Civita para um encontro, que acabou acontecendo, num jantar privado dos dois no Palácio da Alvorada, mesmo contra a vontade de Lula.

No dia seguinte, na reunião das nove, o presidente queria me matar, junto com os outros ministros que tinham lhe feito o mesmo pedido para conversar com Civita. "Pô, o cara ficou o tempo todo me falando que o Brasil estava melhorando. Quando perguntei pra ele porque a "Veja" sempre dizia exatamente o contrário, esculhambando com tudo, ele me falou: `Não sei, presidente, vou ver com os meninos da redação o que está acontecendo´. É muita cara de pau. Nunca mais me peçam pra falar com este cara".

Continue lendo no Balaio do Kotscho.

Josias de Souza: Debate foi luta na qual Marina entrou com a cara

O debate presidencial transmitido na noite passada pela Record foi uma espécie de luta de boxe na qual Marina Silva entrou com a cara. Dilma Rousseff esmurrou-a impiedosamente. Aécio Neves desferiu-lhe um par de jabs. Até a nanica Luciana Genro levou-a às cordas. No final, a parte da anatomia de Marina que mais apareceu no vídeo foi seu queixo de vidro.
Anabolizada pelo treinamento do marketing, Dilma foi para cima de Marina já na sua primeira pergunta. "A senhora mudou de partido quatro vezes, mudou de posição de um dia para outro em problemas de extrema importância, como a CLT, a homofobia e o pré-sal. Num debate da Bandeirantes, a senhora disse que tinha votado a favor da criação da CPMF porque achava que era o melhor que se podia ter para a saúde. Qual foi mesmo o seu voto como senadora?"
A pergunta de Dilma ecoava uma propaganda que sua campanha veiculara na tevê ao longo do domingo, como quem prepara uma emboscada. Ecoando o noticiário, a peça demonstrava que, diferentemente do que dissera, Marina votara contra a proposta de criação da CPMF em duas ocasiões. Como as votações ocorreram em dois turnos, ela dissera "não" ao chamado imposto sobre o cheque quatro vezes.
Sem poder negar o inegável, Marina ajustou a declaração que fizera antes. Em verdade, ela endossara o imposto sobre o cheque na votação da proposta que criou o Fundo de Combate à Pobreza, uma iniciativa do ex-senador Antonio Carlos Magalhães. "A composição do fundo seria: recursos da CPMF e dos impostos sobre cigarro", disse Marina no debate. "Naquela oportunidade, [...] portanto, votei favoravelmente, sim. Eu e o senador Eduardo Suplicy, mesmo com a oposição séria de várias lideranças do PT, que à época diziam que eu estava favorecendo um senador de direita."
Punhos em riste, Dilma foi à réplica: "Candidata Marina, eu não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Nessas quatro vezes a senhora votou não. Isso consta dos anais do Senado. Atitudes como essas produzem insegurança. Governar o Brasil requer firmeza, coragem, posições claras e atitiudes firmes. Não dá pra improvisar. Então, candidata, me estarrece que a senhora não lembre como votou quatro vezes contra a criação da CPMF."
Abstendo-se de comentar os votos contrários, Marina, por assim dizer, dobrou os joelhos: "Eu me lembro exatamente quando votei a favor. Não tenho a lógica da oposição pela oposição nem da situação raivosa, que não é capaz de dialogar em nome dos interesses do Brasil. E nem da situação cega, que só vê qualidades mesmo quando os defeitos são evidentes. Tive uma prática coerente a vida toda. Defendi, sim, a CPMF para o fundo de combate à pobreza e é mais uma das conversas que o PT tem colocado para deturpar o processo." Tempo esgotado, cortou um dos apresentadores.
Marina vem dizendo que prefere o debate ao embate. Após assistir à surra da noite passada, um de seus aliados disse que Marina talvez devesse considerar a hipótese de entrar na briga de uma vez por todas. Sob pena de morrer como uma transeunte inadvertida. Em política, quem se entrega ao dilema shakespeariano (to be ou not to be) raramente chega a ser.
Dilma foi aos estúdios da Record orientada para esfregar na cara de Marina as mistificações que, exploradas na propaganda eleitoral petista, puxaram-na para baixo nas pesquisas. "Não se pode usar dois pesos e duas medidas", fustigou Dilma noutra passagem. "Qual é a posição da senhora a respeito dos créditos para os bancos públicos, o chamado crédito direcionado subsidiado? A senhora sabe a quanto monta esse crédito?"
Além de se converter num ser que se justifica, Marina fazia propaganda dos programas expostos na vitrine eleitoral de sua antagonista: "Eu não só vou manter o crédito dos bancos públicos para o Minha Casa, Minha Vida, para ajudar a nossa agricultura a se desenvolver, como vou fortalecer, sim, os bancos públicos. Isso é mais um boato que está sendo dito em relação à nossa aliança, de que nós vamos enfraquecer os bancos públicos."
Dias atrás, Marina chorou ao comentar os ataques que o petismo lhe faz com o endosso de Lula. De tanto se queixar dos boatos criados na usina de marketing de João Santana, a rival de Dilma corre o risco de se autofragilizar. De resto, candidato que reclama de malandragens dos rivais pode acabar soando como comandante de navio que se queixa do mar.
"O que vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia de escolhidos para ser campeões do mundo", prosseguiu Marina. "…Esses, sim, não terão vez no meu governo. Não vamos permitir que recursos do BNDES sejam usados por meia dúzia."
E Dilma: "Interessante, porque no seu programa consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos." Ensaiada, a discípula de João Santana tirou sarro de Marina: "Sei que a senhora não sabe o montante dos créditos direcionados. É R$ 1,340 trilhão de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada a esse crédito."
"O que vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia de escolhidos para ser campeões do mundo", prosseguiu Marina. "…Esses, sim, não terão vez no meu governo. Não vamos permitir que recursos do BNDES sejam usados por meia dúzia."
E Dilma: "Interessante, porque no seu programa consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos." Ensaiada, a discípula de João Santana tirou sarro de Marina: "Sei que a senhora não sabe o montante dos créditos direcionados. É R$ 1,340 trilhão de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada a esse crédito."
"Eu vou manter, sim, o crédito direcionado…", repisou Marina. "Isso está muito claro no meu programa. É mais um dos boatos que estão sendo espalhados." Um repórter perguntou quem decidiria sobre a manutenção de programas sociais como o Bolsa Família num hipotético governo Marina, ela ou seus assessores bem-nascidos?
"Quem vai decidir a manutenção dos programas sociais do meu governo é a sociedade brasileira", respondeu Marina. Instado a comentar, Aécio Neves acionou os punhos: "No meu governo, serei eu que irei decidir. E eu manterei os programas sociais, blá, blá, blá…"
Aécio continuou jabeando: "…Vejo com certa estranheza a candidata Marina se queixar muito, hoje, das ofensas, das calúnias e dos boatos que os candidatos de oposição sofrem, de que vão acabar com esses programas sociais. Os boatos realmente existem, candidata, mas sempre existiram. Existiram contra nós quando a senhora estava no PT. E não me lembro, infelizmente, de nenhuma palavra da senhora contra esse tipo de política que o PT continua praticando."
A alturas tantas, Marina dirigiu a Aécio uma questão sobre a matriz energética do país. Concordaram no essencial: é preciso diversificar o modelo, adicionando a energia eólica, a solar e a da biomassa. Mas Marina criticou a "falta de planejamento" que vigorou nos governos do PT e também no do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Aécio viu-se compelido a defender o correligionário. Fez isso atacando: "A senhora cita governo Fernando Henrique, que tinha um grande desafio: o desafio de domar a inflação, de tirar o perverso imposto inflacionário das costas do trabalhador brasileiro. Lutamos muito por isso, contra o PT. Isso aconteceu, lamentavelmente, num tempo em que a senhora participava do PT."