Pretensão, por Millôr Fernandes

É normal uma pessoa se julgar melhor e mais inteligente que outras. Mas Fernando Henrique Cardoso é o único intelectual que se acha mais inteligente do que ele próprio.

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Leia abaixo o texto do imundo

Diálogo ou nova impostura?

por Fernando Henrique Cardoso

Em uma democracia não cabe às oposições, como ao povo em geral, senão aceitar o resultado das urnas. Mas nem por isso devemos calar sobre o como se conseguiu vencer, nem sobre o porque se perdeu. Os resultados eleitorais mostram que aprovação ao atual governo apenas roçou um pouco acima da metade dos votos. Ainda que a vitória se desse por 80% ou 90% deles, embora o respeito à decisão devesse ser idêntico ao que se tem hoje com a escassa maioria obtida pelo lulopetismo, nem por isso os críticos deveriam calar-se.

Aprendendo e ensinando com pedras

Qual foi o seixo?

O homem ouviu falar que certo alquimista perdera, num deserto muito próximo, o resultado de anos de seu trabalho: a famosa pedra filosofal, que transformava em ouro todo metal que tocava.

Impulsionado pelo desejo de achá-la e ficar rico, o homem dirigiu-se ao deserto. Como não sabia exatamente o aspecto da pedra filosofal, começou a pegar todos os seixos que encontrava, colocando-os em contacto com a fivela do seu cinto, e vendo o que acontecia.

Passou-se um ano, mais um, e nada. O homem, entretanto, seguia obstinadamente no desejo de recuperar a mágica pedra. Assim, automaticamente, caminhava pelos diversos vales e montanhas do deserto, esfregando um seixo atrás do outro em seu cinto.

Certa noite, antes de dormir, deu-se conta que a fivela havia se transformado em ouro! Mas qual das pedras tinha sido? Será que o milagre acontecera de manhã, ou na parte da noite? Há quanto tempo, realmente, não olhava o resultado do seu esforço? O que antes era uma busca de um objetivo determinado, tinha se transformado num exercício mecânico, sem qualquer atenção ou prazer. O que era uma aventura, transformou-se numa obrigação aborrecida.

Agora já não tinha como descobrir a pedra exata, pois a fivela já era de ouro, e nenhuma outra transformação aconteceria. Percorrera o caminho certo, e deixara de prestar atenção ao milagre que o esperava.




Papo de homem

5 dicas para criar seu canal no Youtube

Há dois anos, um punhados de amigos e eu resolvemos tacar-lhe pau nesse carrinho e criar um projeto nosso, cansados de esperar a oportunidade cair no nosso colo.



Um canal de esquetes com o humor que gostaríamos de ver e sentíamos falta e, assim, cheio de ideias mirabolantes e pizzas ruins que surgiu o O Que Tem Pra Hoje. Depois de 100 mil inscritos e 13 milhões de views (e de dar muita cabeçada), aprendemos que manter um canal no Youtube é uma atividade que vai muito além da produção de conteúdo.

Aqui vão algumas dicas inicias pra fomentar a ideia de quem quer seguir os mesmos passos:

Josias de Souza - ‘Fora Dilma’ é a banalização da retórica golpista

Seis dias depois da abertura das urnas do segundo turno, pipocaram manifestações em pelo menos três capitais. A maior delas, em São Paulo, reuniu cerca de 2.500 pessoas. Pediram o impeachment de Dilma Rousseff. Alguns chegaram a defender a volta dos militares. PT e PSDB ainda não se deram conta. Mas patrocinaram em 2014 um processo de deseducação política que fez alguns brasileiros recuarem à fase pré-1964.
Em atos pelo Brasil, manifestantes pedem saída de Dilma


Democracia x ditadura

Alguns gatos pingados democraticamente derrotados nas urnas foram hoje as ruas pedir a volta dá ditadura, fosse na ditadura onde estariam estes vermes?

Respondo:
Com os ditadores ou lambendo as botas deles!




Veja, perderam a noção do ridículo

Em sua primeira edição após o maior vexame da história do jornalismo brasileiro, de uma revista condenada a publicar direito de resposta em pleno dia das eleições por tentar golpear a democracia, Veja publica "um manual de sobrevivência no segundo mandato"; de quebra, a revista comparou a presidente Dilma a nomes como Hitler e Mussolini; sobre a acusação falsa da semana passada, nenhuma explicação; sócios da editora, da família Civita, assim como o executivo Fábio Barbosa, seu presidente, e o jornalista Eurípedes Alcântara, continuam devendo explicações; detalhe: a primeira semana pós-eleições registrou queda acentuada do dólar e disparada da Bovespa; pelo andar da carruagem, a Abril, que zera seu estoque de credibilidade, terá que se preocupar com sua própria sobrevivência, enquanto os brasileiros prosperam

247 - Protagonista do maior vexame editorial da história do jornalismo brasileiro, ao ser condenada a publicar direito de resposta em pleno dia das eleições por tentar golpear a democracia, Veja dobrou sua aposta na infâmia. Sua edição deste fim de semana demonstra que seus acionistas, executivos e editores perderam de vez a noção do ridículo.

O exemplo maior é a reportagem chamada "Manual de sobrevivência no segundo mandato". Segundo o texto de Mariana Barros e Marcelo Sakate, o Brasil estaria vivendo uma grande ameaça. A "imprensa livre" desaparecerá, o Supremo Tribunal Federal será aparelhado, o Brasil financiará mais e mais ditaduras e até os investimentos pessoais estarão sob risco. Detalhe: a primeira semana pós-eleições foi marcada pela queda acentuada do dólar e disparada da Bovespa. Ou seja: quem leu Veja e apostou contra o Brasil perdeu dinheiro.

Em seguida, no texto "A arte de iludir", Dilma é comparada a personagens como Mussolini e Hitler por defender o plebiscito sobre a reforma política. A qualidade da argumentação de Veja pode ser medida pela última frase da reportagem. "Então, à luz da experiência histórica, fica combinado o seguinte: plebiscito com o PT no poder, não, não e não!".

A piada da edição, no entanto, mais uma vez coube a Eurípedes Alcântara, o diretor de Redação da publicação. "Veja não procurou criar efeitos eleitorais contra ou favor de nenhum candidato ao publicar a capa da semana passada com a revelação de que o doleiro Alberto Youssef disse aos policiais e procuradores federais que Lula e Dilma sabiam do funcionamento do esquema de corrupção na Petrobras", afirma ele, em sua Carta ao Leitor. Como diria o célebre jornalista Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo e ex-diretor da Abril, pausa para gargalhar.

Aliás, na reportagem sobre a Operação Lava Jato, Veja reafirma as acusações da semana passada, mas não as comprova. O tal "depoimento" de Youssef, mais uma vez, não aparece. Continua a ser o que aparentemente é: uma peça de ficção.

Honestidade intelectual só se encontra na coluna de José Roberto Guzzo, membro do conselho editorial da Abril. Diz ele que a eleição trouxe uma boa e uma má notícia, pela ótica da Abril. Começando pela má: Dilma venceu. A boa: "agora está garantido, sem margem de erro, que ela ficará no cargo só mais quatro anos". O que seria, segundo Guzzo, "um alívio". Para os brasileiros, o alívio parece ser o fato de que, pelo menos Guzzo, não irá abraçar teses golpistas, respeitando os quatro anos de mandato de Dilma.

Pelo que se lê na edição, a família Civita, o executivo Fábio Barbosa, que preside a Abril, e o jornalista Eurípedes Alcântara, que dirige Veja, fizeram uma escolha. Optaram pela irrelevância. Em vez de se adaptar à realidade e tentar compreendê-la, dobraram a aposta na infâmia. Ao que tudo indica, terão que se preocupar com a própria sobrevivência da Abril, enquanto o Brasil e os brasileiros avançam.