Diálogos Briguilinos

Dele com ele mesmo

- Fhc, quem?
- Fernando Henrique Cardoso.
- Ah, o farsante hipócrita canalha, tucano-mor.
- Exato. Alguma dúvida?
- Nenhuma. Neste ponto estamos absolutamente de acordo.
Edivigines e Finório...
Firinrinfororo...




Dia Internacional de Combate a Corrupção

[...] Onde estão todos os envolvidos em casos de corrupção pelo PSDB?
A lista de escândalos é extensa: 

  • Pasta Rosa
  • Caso Sivam
  • Compra da reeleição
  • Mensalão Tucano
  • Trensalão… 
Mas o tempo de colocar a corrupção debaixo do tapete passou. Sem interferência na Polícia Federal, no Ministério Público e na Justiça, nunca se combateu tanto a corrupção como no governo Dilma Roussef. 
E o povo, que está de olho, já percebeu a diferença. 
Pesquisa recente do Datafolha indica: 

  • 46% dos entrevistados reconhecem Dilma como a que mais combateu  a corrupção contra apenas 4% que citaram FHC. 
Sobre quem mais puniu: 

  • Governo Dilma/PT 40% 
  • Governo Fhc/Psdb 03%



Dilma Invocada responde Rodrigo Janot

Que o Procurador Geral da República cante de galo no seu terreiro - Ministério Público -. No meu terreiro - Executivo - conquistado nas urnas, a galinha que canta, nomeia e demite sou eu!


Os merdinhas sem votos querem governar

A oposição partidária perde nas urnas, apela para o tapetão.
A mídia (oposição real atualmente) faz coro e pressiona juízes, promotores e quem mais não se aliar ao golpe.
Membros do mais corrupto dos poderes, sem votos nenhum e muito menos moral, abanando o rabinho dão declarações ao pig exigindo que o Executivo federal faça isso, faça aquilo...
Tão se achando.
Mas, deixa estar. Eles estão tomando corda para se enforcar.
Idiotas, todos que imaginam o Brasil aceitar um golpe nos dias de hoje.
A corja que sempre mandou no país desde tempos imemoriais imagina o povo como um bando de cordeirinhos...
Ah coitados...
Que tentem o golpe - rezo todos os dia para que tentem -, e então saberão qual a força do povo.


Inédito: pela primeira vez Emprego no Norte e Sul são iguais

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% no terceiro trimestre de 2014, mostrando estabilidade em relação ao trimestre anterior e ficando abaixo da registrada em igual período do ano passado, de 6,9%, de acordo com a Pnad Contínua. Pela primeira vez na história da pesquisa, o desemprego na região Norte se igualou ao da região Sudeste, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo IBGE.

Desemprego_estavel_Pnad_IBGE

O desemprego na região caiu 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2013, com redução de 7,5% para 6,9%. Em relação ao segundo trimestre a queda foi de 0,3 ponto percentual. Em comparação, no Sudeste a taxa ficou em 6,9%, praticamente estável em relação ao segundo trimestre de 2014 (6,9%) e a igual período de 2013 (7%).

O nível de ocupação no Brasil para o mesmo período (56,8%) permaneceu estável frente ao 2º trimestre do mesmo ano (56,9%) e em relação ao 3º trimestre de 2013 (57,1%). A população ocupada avançou 0,2%, enquanto a população desocupada caiu – 0,9% deixando a taxa geral em estabilidade.

A região Nordeste apresentou o maior percentual de pessoas fora da força de trabalho (43,2%), e as regiões Centro-Oeste (34,9%) e Sul (36,2%), os menores. Esta configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica. As mulheres eram maioria nessa população: 66,3% no 3º trimestre de 2014. Em todas as regiões o comportamento foi similar. Aproximadamente um terço (34,4%) da população fora da força de trabalho era idosa (com 60 anos ou mais de idade). Aqueles com menos de 25 anos de idade eram 29,1% e os adultos (25 a 59 anos) eram 36,5%.

Carteira assinada
Segundo a Pnad, 78,1% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada no terceiro trimestre deste ano, avanço de 1,5 ponto percentual em relação ao 3º trimestre de 2013.

Entre os trabalhadores domésticos, 32% tinham carteira assinada, contra 29,9% em igual período de 3013. Militares e servidores estatutários correspondiam a 68,2% dos empregados do setor público. Apesar do avanço em relação ao 3º trimestre de 2013, houve redução no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado frente ao trimestre anterior, de 227 mil. As regiões Norte (65,6%) e Nordeste (63,0%) mostraram os menores percentuais nesse indicador.

Norte e Nordeste têm maiores percentuais de trabalhadores por conta própria
A população ocupada, no 3° trimestre de 2014, era composta por 69,8% de empregados, 4,1% de empregadores, 23,3% de trabalhadores por conta própria e 2,8% de trabalhadores familiares auxiliares. Ao longo da série histórica da pesquisa essa composição não se alterou significativamente.

Nas regiões Norte (30,2%) e Nordeste (29,4%), o percentual de trabalhadores por conta própria era superior ao verificado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares: 7,1% na região Norte e 4,3% na região Nordeste (4,3%).

Dados resumidos
No 3º trimestre de 2014, a região Nordeste foi a que apresentou a maior taxa de desocupação, 8,6%, e a região Sul, a menor, 4,2%. Em relação ao 3º trimestre de 2013, a taxa da região Nordeste caiu 0,4 ponto percentual. A região Norte destacou-se com redução no mesmo período de 0,6 ponto percentual, de 7,5% passou para 6,9%, e igualou-se pela primeira vez na série histórica à taxa da região Sudeste (6,9%). Foram verificadas ainda diferenças significativas na taxa de desocupação entre homens (5,7%) e mulheres (8,2%).

Segundo o IBGE, a Pnad Contínua utiliza os novos conceitos recomendados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Briguilinks do dia passado a limpo

Investigação na Petrobras começou com um estranho presente de luxo

Na sede regional da Polícia Federal em Curitiba, onde trabalham os agentes que deram início à Operação Lava Jato, o ambiente é de prudente satisfação. "Jamais imaginamos um caso tão grande… Nem em sonho", admite Marcio Adriano Anselmo, o delegado que iniciou a maior investigação por corrupção na história brasileira. Anselmo tampouco imaginaria que uma modesta investigação contra três

Kiko Nogueira: Os aloprados que gritam "Vai pra Cuba" podem pedir dicas para a poderosa irmã de Aécio — que foi e curtiu

A multidinha que invadiu as galerias do Congresso para gritar o clássico "Vai pra Cuba" do fundo de seus pulmões pode pedir à irmã de Aécio Neves informações sobre a ilha. Andrea, a poderosa irmã do senador, seu braço direito, conselheira, confidente e coordenadora de campanha, esteve no país em 2013, como relata em seu blog. Portanto, em pleno auge do regime bolivariano brasileiro, pouco antes

Iguatu - oposição kamikaze

O homem que falava inglês

"Filadelfo era vítima do próprio talento. A sua via-crúcis fora construída pelo inegável gênio de que era possuído. Mas como? Mas como assim, se isso vai de encontro, é uma oposição a tudo quanto nos ensinam sobre o valor da educação e do trabalho? Se as ideias gerais, abstratas em conceito irrefutável, faltam a esta narração, não deve faltar o entendimento do que aumentou a desgraça de Filadelfo

Para quem quer chutar o balde

Posted: 09 Dec 2014 05:52 AM PST

São 6:50 da manhã, você abre os olhos e senta na cama, estático. Olha para frente e não consegue se mexer. Sua cabeça gira em loop, revisando cada um dos problemas que encontrará ao longo do dia. Entre um problema e outro é possível escutar o leve sufoco da mente. Será assim pelo resto da vida? Não existe uma forma de fugir disso?Se você ama seu trabalho, adora sua profissão e acorda feliz e

Twitter da manhã

​A oposição que enche a boca para exigir demissões na Petrobras e no PT é a mesma que pede votos para eleger Eduardo Cunha​.@RadiodoMoreno

Jânio de Freitas:

noFolhaOs outros númerosA dubiedade da pergunta sobre a responsabilidade de Dilma na Petrobras leva a interpretações diferentesOs 43% que de fato atribuem "muita responsabilidade" a Dilma "sobre o caso" Petrobras, na sondagem Datafolha, não proporcionam à oposição uma base informativa sobre as perspectivas de sua atual ação, nem ao governo oferecem uma noção dos efeitos do escândalo em sua imagem


Bob Fernandes / A Lista do delator Youssef: 750 obras para governos esta...

Paulo Moreira Leite: aliados do governo não devem falar em impeachment

Velhos amigos reclamam que os jornalistas têm usado e abusado da palavra impeachment para se referir aos ataques da oposição ao governo Dilma Rousseff. Pensando bem, é uma crítica correta. Em primeiro lugar, impeachment é uma forma democrática de um país declarar o impedimento de um presidente que, acusado gravemente numa investigação criminal, tornou-se incapaz de responder pelas

Coordenação Financeira da Campanha Dilma Rousseff: Nota a imprensa

"Nota à imprensa Em relação à divulgação do parecer da Assessoria Técnica do TSE que opina pela desaprovação das contas de campanha do PT, esclarece-se: 1) até o presente momento, não tivemos acesso ao parecer técnico elaborado pelo TSE; 2) os aspectos questionados são de natureza formal. Em nada questionam a lisura da arrecadação e das despesas. A campanha Dilma Rousseff seguiu rigorosamente

Dilma Invocada sobre insinuação de golpe

BNDES libera R$ 41,8 milhões para projeto de coleta seletiva e inclusão social de catadores

O BNDES liberou na última quarta-feira (3) R$ 41,8 milhões para o município de São Paulo ampliar o nível de reaproveitamento dos resíduos sólidos e promover a inclusão socioprodutiva dos catadores de materiais recicláveis. Os recursos devem beneficiar 1.500 catadores. A meta do município é universalizar a coleta seletiva domiciliar e elevar o aproveitamento dos resíduos sólidos dos níveis atuais


Investigação na Petrobras começou com um estranho presente de luxo


Do El País

Na sede regional da Polícia Federal em Curitiba, onde trabalham os agentes que deram início à Operação Lava Jato, o ambiente é de prudente satisfação. "Jamais imaginamos um caso tão grande… Nem em sonho", admite Marcio Adriano Anselmo, o delegado que iniciou a maior investigação por corrupção na história brasileira. Anselmo tampouco imaginaria que uma modesta investigação contra três especialistas em lavagem de dinheiro, em Brasília e São Paulo, acabaria por conduzi-lo a Londrina (sua cidade natal, a 400 quilômetros de Curitiba), feudo do contrabandista Alberto Youssef, um velho conhecido da PF, cujas confissões acabariam detonando um escândalo de ressonância mundial.

Há 16 meses, em julho de 2013, Anselmo havia voltado seu foco para Carlos Habib Chater, um doleiro que havia anos operava em Brasília. Chater havia sido recentemente vinculado a um polêmico ex-deputado de Londrina, José Janene (PP-PR), morto em 2010. Mantinha uma rede de lavagem de dinheiro criada por seu pai (preso, como ele, há dois meses), e a PF sabia que fazia contatos em São Paulo com outro doleiro, Raúl Henrique Srour, que havia sido condenado em 2005 na chamada Operação Banestado, mas já terminara de cumprir pena. A partir de agosto, quando a Justiça autorizou escutas telefônicas, descobriu-se também que Chater trocava continuamente mensagens telefônicas sobre suas atividades com um desconhecido. "Era uma operação de pequena para média", diz Anselmo. "Não tínhamos nem ideia do que iríamos encontrar."

A equipe de Anselmo era formada por mais dois agentes. A investigação prosseguiu de forma discreta durante várias semanas. Depois de analisar milhares de operações bancárias, os três policiais vislumbraram um esquema com empresas fantasmas e transferências injustificadas. Avançaram lentamente, até que no começo de outubro o caso teve seu primeiro ponto de inflexão: a pessoa que tantas mensagens trocava com Charter via smartphone era Alberto Youssef, o mesmo especialista em lavagem de dinheiro que, num acordo de colaboração em 2004, havia se livrado de uma pena muito mais longa na Operação Banestado – por coincidência, o primeiro caso financeiro importante julgado pelo jovem juiz Sergio Moro, da 13ª. Vara Criminal Federal de Curitiba.

"Não podíamos acreditar que fosse Youssef", conta Anselmo. "Foi um momento inesquecível." Além de levar o caso para Curitiba, a descoberta significava que o doleiro e contrabandista havia violado seu acordo de delação premiada; estava novamente na ativa. Continuaria em operação o esquema supostamente desbaratado anos antes? A palavra Petrobras, até então, não aparecia nem remotamente no caso. Mas o reaparecimento de Youssef aproximava os policiais de outro foco importante da investigação: a escorregadia figura de Nelma Kodama, "a Dama do Mercado", influente doleira paulista que, além do mais, era amante de Youssef. Kodama havia se safado do caso Banestado porque "foi a única pessoa a quem Youssef não delatou", segundo os policiais, "seja por amor ou para que continuasse o negócio". "Ela sempre havia movimentado grandes quantias de dinheiro, somas muito elevadas vinculadas a grandes comerciantes do setor de importação e exportação. Mas até aquele momento havia conseguido se livrar. […] Era uma pessoa muito complicada, considerava-se inalcançável, mostrava muita confiança em si mesma."

"Continuávamos sendo uma equipe muito pequena, mas mesmo assim continuamos puxando o fio", recorda outro agente. Mas faltavam as provas… "Era possível que se tornasse um caso maior do que o esperado, mas nem isso." A palavra 'Petrobras' só apareceu pela primeira vez nos autos da Operação Lava-Jato em janeiro deste ano. Foi, como tantas vezes, por um descuido: especificamente um presente. Os agentes comprovaram que Youssef acabava de comprar um carro de luxo (300.000 reais) em nome de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da empresa petroleira de capital misto. "Achamos isso muito estranho", afirma um agente. "O salário de um diretor da Petrobras pode superar os 100.000 reais (40.000 dólares) mensais." Com um meio-sorriso, Anselmo relembra que "foi aí que a temperatura começou a subir de verdade". Os policiais se lembraram de que o falecido ex-deputado Janene, sócio de Chater, havia sido o responsável por colocar Paulo Roberto Costa à frente da Diretoria de Abastecimento da empresa, em 2004. E ampliaram o campo de atuação: "Começamos a investigar outras pessoas e, pela primeira vez, compreendemos que podia se tratar de um caso histórico".

O carro dado por Youssef a Costa era justificado como sendo o pagamento por supostos "serviços de consultoria". Havia milhares de notas fiscais por "serviços de consultoria". Poucas semanas depois, veio à tona uma gigantesca máquina de lavagem de dinheiro. Os suspeitos transferiam somas elevadas ao estrangeiro, usando uma rede com mais de cem empresas de fachada e centenas de contas bancárias que remetiam milhões de dólares para a China e Hong Kong. As companhias, pura cosmética financeira, simulavam importações e exportações com o único propósito de receber e mandar dinheiro, sem comércio algum de produtos ou serviços reais.

As autoridades judiciais calculam que a quantia desviada chega a 10 bilhões de reais. O dinheiro provinha principalmente do tráfico de drogas, do contrabando de diamantes e do desvio de recursos públicos (nesse caso, como seria posteriormente revelado, em obras encomendadas pela Petrobras a grandes empreiteiras, com orçamentos de bilhões de reais, dos quais eram sistematicamente desviados pelo menos 3% em subornos). Posteriormente, e independentemente da origem do dinheiro lavado, os valores eram reintroduzidos no sistema mediante negócios de postos de gasolina, lavanderias e hotéis.

O chamado Petrolão veio a público em 17 de março, quando a Polícia Federal deteve 24 pessoas (entre eles os doleiros mencionados nesta reportagem) por evasão de divisas em seis Estados. A imprensa brasileira ainda não citava o nome da Petrobras no noticiário. Ele só apareceria três dias depois, quando Paulo Roberto Costa foi detido, após a comprovação de que estava destruindo documentos relativos à sua longa relação com Youssef. Ambos chegaram a um acordo de colaboração com a Justiça e se tornaram delatores em troca de uma redução da pena. "Aí é que o caso explodiu", admite Anselmo. Os três policiais passaram a ser quinze (cinco delegados e dez agentes). A investigação ganhou proporções gigantescas, com suspeitas crescentes sobre a implicação de altos executivos de empresas e políticos que eram citados nos depoimentos dos arrependidos.

Youssef, Costa e um diretor da empresa de engenharia Toyo-Setal, Julio Camargo, revelaram a existência de um clube de 13 empreiteiras que dividiam entre si os contratos com a Petrobras. As revelações indicavam que parte do dinheiro pago em subornos durante 10 ou 15 anos se destinava aos cofres de vários partidos políticos. Um duro golpe no establishment empresarial, político (e possivelmente bancário) do Brasil: as construtoras investigadas são responsáveis por oito das dez maiores obras do país. O presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, afirmou com preocupação que o caso tem potencial para parar o Brasil, caso as nove maiores empresas sob suspeita sejam finalmente declaradas inidôneas para assinar contratos com o setor público.

Há pouco mais de duas semanas ocorreu o segundo momento que o delegado Anselmo e sua equipe (e também muitos brasileiros) jamais irão esquecer: a detenção, na sexta-feira, dia 14, de 21 diretores de nove grandes empresas que juntas somavam contratos no valor de 59 bilhões de reais com a maior empresa da América Latina. Batizaram a operação de Juízo Final. O sábado, dia 15, como lembraram com orgulho na sede da PF em Curitiba, era o Dia da República. E no domingo, dia 16, o aniversário da Polícia Federal. Nesse mesmo dia, 16 meses depois de o delegado Anselmo voltar seu foco para a casa de câmbio que Carlos Chater mantinha num posto de gasolina em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff declarou, na Austrália, que a Operação Lava-Jato "poderia mudar o Brasil para sempre".

Alberto Youssef: o doleiro que arrastou todos em sua queda

Do El País

"Todo mundo conhece Alberto Youssef em Londrina. Pode ser que não saibam quem é o prefeito, mas sabem quem ele é". O policial que fez esse comentário em Curitiba é imediatamente respaldado pelo taxista que leva o correspondente no aeroporto de Londrina. "Aqui sabemos tudo de Youssef", afirma divertido Roberto. Sua irmã era seu braço direito até morrer", diz. "Sempre foi um contrabandista, um bandido. Agora ficamos sabendo sobre sua vida nos jornais". Londrina, a bonita cidade paranaense de meio milhão de habitantes que viu nascer o cambista mais famosos do Brasil, vive há um ano no coração da Operação Lava Jato.

O adolescente que vendia salgados nas ruas de Londrina é hoje, com 47 anos, "um homem destroçado" (segundo um de seus advogados de defesa). Cardíaco com um histórico de ameaças de infarto, Alberto Youssef perdeu vinte quilos desde que entrou na prisão de Curitiba, em março, e teve de ser internado quatro vezes desde então. Não se parece em nada com o homem algemado que sorri nas fotos de suas primeiras prisões, por volta de 2003, quando mentia com total desembaraço ("Sou apenas um ex-cambista, nunca lavei dinheiro", assegurou meses antes de confessar seus crimes para o juiz). Youssef é antes de tudo um reincidente. "É um delinquente profissional [...] Teve sua grande oportunidade para abandonar o mundo do crime, mas a desperdiçou", argumentou o juiz Sérgio Moro há dois meses ao manter a condenação de quatro anos de meio de prisão pelo 'caso Banestado' (inicialmente suspensa por conta de sua colaboração).

Dois meses atrás Youssef voltou assim mesmo a se converter em delator da polícia, transformando o 'caso Petrobras' em um barril de pólvora que afeta em cheio o 'establishment' empresarial, político e financeiro brasileiro. "Está muito deprimido", conclui seu advogado. A polícia confirma o diagnóstico. "Sim, é um delinquente crônico, uma pessoa calculista, mas tem sangue. E família. E filhos. Ninguém gosta de estar todos os dias nos jornais". Foi justamente a família de Youssef quem o persuadiu para chegar a um acordo de colaboração com a Justiça e colocar-se no olho do furacão do 'Petrolão'. Com sua delação premiada anterior cancelada, preso, seus bens bloqueados, com alguns de seus principais sócios detidos e seus familiares acossados por ordens de busca e apreensão, lhe restava essa opção ou passar os próximos 20 anos de sua vida na prisão.

Youssef sempre foi um homem de família. Sua irmã Maria foi sua primeira provedora de bens: trazia eletrodomésticos do Paraguai de ônibus e os entregava para seu irmão para que os vendesse na rua. Mas foi sua outra irmã, Olga Youssef, mais conhecida como Flora (também condenada no 'caso Banestado'), quem o introduziu no turbulento mundo das casas de câmbio. "Alberto confiava em poucas pessoas, ela era sua principal aliada", disse Henrique, um empregado de banco que conheceu o cambista em seus dias de glória.

"Sempre se dedicou ao contrabando", afirma taxativamente um agente da polícia: fundamentalmente bens eletrônicos, mas também drogas e joias ilegais. Mais tarde, dedicou-se "a transportar dinheiro, que é ainda mais lucrativo". Braço direito do poderoso ex-deputado de Londrina José Janene (PP), acusado no 'caso Mensalão', a morte deste em 2010 o alçou para o topo de uma gigantesca trama de desvio e lavagem de dinheiro ilegal. Após alguns anos de experiência em operações menores à frente de sua agência de câmbio, a morte de Janene transformou Youssef em um 'lobista' total. Era a engrenagem do sistema: fazia as ligações, entregava as maletas de dinheiro, ordenava as transferências, organizava a criação de empresas de 'fachada', negociava com as empresas contratantes, 'cuidava' dos agentes públicos, resolvia problemas entre as diferentes partes do negócio e, se era necessário, entrava em um avião privado para transportar uma soma elevada para o outro lado do país. Seus tentáculos chegaram até em algumas obras da Copa do Mundo. Calcula-se que Alberto Youssef chegou a movimentar 2,08 bilhões de reais no 'caso Banestado'. Agora, estima-se que a quantidade desviada na 'Laja Jato' é de 10,4 bilhões de reais.

"Ele se movia como um peixe na água entre as empresas", disse outro advogado. "E não somente agora; já desde jovem, na década de 1990". Abriu outro escritório em São Paulo e tinha acesso em Brasília a figuras políticas muito conhecidas. Apesar de tudo, não foi fácil para a polícia rastreá-lo; utilizava sete telefones móveis diferentes, com sistemas para detectar escutas. Seu reaparecimento causou uma comoção nos agentes da Polícia Federal que investigavam um caso aparentemente pequeno em Curitiba. Um ano depois de se transformar em um arquivo vivo, uma fonte de dores de cabeça monumentais para dezenas de empresários e parlamentares. Explicou o funcionamento da trama de lavagem de dinheiro e revelou a existência de um 'clube' de diretores de grandes empresas que dividiam uma porcentagem de cada obra da Petrobras com destacados políticos. Youssef intermediava o pagamento de subornos e doações ilegais para partidos: a Polícia Federal guarda como se fosse ouro um documento descoberto em seu escritório que registra os pormenores de 750 contratos realizados sob sua supervisão.

Incomunicável e isolado desde março, os testemunhos de Alberto Youssef são a coluna vertebral do maior caso de corrupção da história do Brasil. Não parece exagerado, pois, que seus advogados se preocupem com "a segurança" de seu defendido: em outubro, quando foi internado por uma crise cardíaca, a Polícia Federal teve de desmentir oficialmente que teria sido envenenado. Alguns dias antes, em um ataque de raiva, quebrou um vidro de separação durante uma conversa com seu advogado na prisão. Em seu conhecido escritório da rua Pará, no centro de Londrina, fechado há dois anos, antigos companheiros de edifício sorriem à menção do seu nome. "Quem tudo quer, nada tem", diz Sérgio. "O senhor não pode imaginar o poder que esse cara tinha aqui... E olhe agora... Para quê?".