Objetivo da lava jato é criminalizar o PT, o resto não vem ao caso e podemos tirar, se achar melhor

Inacreditável, porém reveladora, a entrevista do procurador Carlos Fernando Lima – apontado como "cabeça" da turma de procuradores da Operação Lava Jato  – dizendo que a investigação está ameaçada pelo fato de o ministro Teori Zavascki ter redistribuído a investigação sobre a senadora Gleisi Hoffman por não ver nela conexão com os desvios na Petrobras.

"O temor de Lima é que, a partir daí, a investigação sobre essa etapa (e inclusive outras, que não tratem da Petrobras) seja remetida para outra vara federal, até mesmo fora do Paraná, e deixe de ser conduzida pela força-tarefa e pelos policiais federais da operação.", diz a Folha.

Quer dizer, então, que outro juiz, outros promotores e outros policiais conduzirem a apuração é algo "temível". Por que?

Lima responde: "O que queremos mostrar é que não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela", afirma Lima. "Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema."

Luís Nassif - os ecos desencontrados de um ciclo político

No período julho de 1994 – mês de lançamento do Plano Real – a 2001, a dívida líquida do setor público brasileiro saltou de 29,29% para 51,57% do PIB. Além da remonetização da economia – que permitiria ao governo zerar sua dívida – houve a privatização de mais de 80 empresas, permitindo ao Estado arrecadar US$ 60,1 bilhões e transferir US$ 13,3 bilhões em dívidas.
Foi o maior desastre fiscal da história do país.
A culpa foi das teorias liberais, da desregulamentação da economia, do primado do mercado?
É evidente que não. O que ocorreu foi uma distorção deliberada das taxas pagas pelos títulos públicos, um assalto recorrente aos cofres públicos que nada teve a ver com os princípios liberais.
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Nos últimos dois anos, o país foi submetido a uma onda inédita de isenções fiscais, interferências indevidas em vários temas econômicos, achatamento de tarifas casado com aumento das responsabilidades da Petrobras, que lançaram o país em uma nova crise fiscal.
Culpa do neodesenvolvimentismo, neokeynesianismo, nova matriz econômica ou o nome que se dê a esse conjunto de medidas? Evidente que não. Foram erros individuais que não podem ser debitados a nenhuma escola econômica.
Quando bravos economistas como Marcos Lisboa e Samuel Pessoa atribuem os

Mensagem da madrugada

Escuta o que diz tua alma

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Leva a vida com um pouco mais de calma

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Conspiração, por Luís Fernando Veríssimo

Coitado de quem, no futuro, tentar entender o que se passava no Brasil, hoje. A perspectiva histórica não ajudará, só complicará mais. Havia uma presidente — Vilma, Dilma, qualquer coisa assim — eleita e reeleita democraticamente por um partido de esquerda, mas criticada pelo seu próprio partido por adotar, no seu segundo mandato, uma política econômica neoliberal, que deveria agradar à oposição neoliberal, que, no entanto, tentava derrubar a presidente — em parte pela sua política econômica!

Os historiadores do futuro serão justificados se desconfiarem de uma conspiração por trás da contradição. Vilma ou Dilma teria optado por uma política econômica contrária a todos os seus princípios para que provocasse uma revolta popular e levasse a uma ditadura de esquerda, liderada pelo seu mentor político, um tal de Gugu, Lulu, Lula, por aí.

Como já saberá todo mundo no ano de 2050, políticas econômicas neoliberais só aumentam a desigualdade e levam ao desastre. Vilma ou Dilma teria encarregado seu ministro da Fazenda Joaquim (ou Manoel) Levis de causar um levante social o mais rápido possível, para apressar o desastre. Fariam parte da conspiração duas grandes personalidades nacionais, Eduardo Fuinha e Renan Baleeiro, ou coisas parecidas, com irretocáveis credenciais de esquerda, que teriam voluntariamente se sacrificado, tornando-se antipáticos e reacionários para criar na população um sentimento de nojo da política e dos políticos e também contribuir para a revolta.

Outra personalidade que disfarçaria sua candura e simpatia para revoltar a população seria o ministro do Supremo Gilmar Mentes.

Uma particularidade do Brasil que certamente intrigará os historiadores futuros será a aparente existência no país — inédita em todo o mundo — de dois sistemas de pesos e medidas. O cidadão poderia escolher um sistema como se escolhe uma água mineral, com gás ou sem gás. No caso, pesos e medidas que valiam para todo mundo, até o PSDB, ou pesos e medidas que só valiam para o PT.

Outra dificuldade para brasilianistas que virão será como diferenciar os escândalos de corrupção, que eram tantos. Por que haveria escândalos que davam manchetes e escândalos que só saíam nas páginas internas dos jornais, quando saíam? Escândalos que acabavam em cadeia ou escândalos que acabavam na gaveta de um procurador camarada?

Mas o maior mistério de todos para quem nos estudar de longe será o ódio. Nossa reputação de povo amável talvez sobreviva até 2050. Então, como explicar o ódio destes dias?

Poesia da noite

Utilidade pública

Todo mundo deveria, por lei
Achar uma brecha na agenda para convidar uma vez por semana (no mínimo)
Um amigo para dividir algumas cervas
Conversar bobagens
E resgatar a leveza encoberta pela fina poeira do cotidiano.

Recebido por i1/2

A reação do pseudo-historiador Marco Antônio Villa ao processo de Lula desafia a imaginação


Villa há tempos calunia Lula com frequência maníaca.
Lula, segundo Villa, é ladrão, bandido, chefe do Petrolão e outras barbaridades.
Com notável atraso, mas ainda assim com total acerto, Lula decidiu enfim se defender na Justiça.
Quem não se defende quando injustiçado, como ensinou o jurista alemão do século 19 Rudolf von Ihering, merece rastejar como um verme.
Lula tem seguido os ensinamentos consagrados de Ihering.
Villa tem sido predador, agressor, canalha mesmo ao tratar de Lula.
Mas, diante da notícia do processo tardio, ele se colocou na posição de vítima, de coitadinho, de perseguido.
E veste a fantasia de mártir.
Villa diz que não vai se calar, que não vai se deixar intimidar.

Merval, dobre a língua para falar de Leonel Brizola


Paulo Henrique Amorim faz uma muito bem humorada brincadeira com a menção – aliás de segunda mão, porque a fala original é de Delfim Netto – de um suposto “brizolismo” da Presidenta Dilma Rousseff. Diz PHA, no vídeo que reproduzo abaixo, que Dilma tem conceitos sobre o capitalismo semelhantes ao de outro “brizolista”, o Papa Francisco, que diz que o capitalismo “é uma ditadura sutil”, que o direito à propriedade “não é absoluto” e que a mídia “é um instrumento do colonialismo ideológico”.
Merval pode ter certeza que se Dilma fosse mesmo tão “brizolista” ainda hoje, a batata de muita gente ia estar assando.
Porque, a esta hora, o velho Brizola estaria mais ou menos no milésimo discurso contra o golpismo.
Porque a esta hora, Brizola estaria indo ao rádio e a televisão, por horas, para