Dilma sobe o tom

Parece que teremos, mais tarde ou amanhã, um entrevista mais longa da Folha com Dilma Roussef, pelo que está sendo publicado aos poucos pela Natuza Nery, do Painel.

Primeiro, ela ridiculariza as versões de que teria sido a mão oculta em todo da última decisão do Banco Central – deus meu, a quarta do mesmo teor e com os mesmos votos a favor e contra no Copom! – de não aumentar (ainda mais) os juros públicos:

"De maneira alguma [teve pressão]. Agora, eu acho fantástico. O Copom aumenta os juros sistematicamente e ninguém nunca perguntou para mim, nunca, durante todo esse período de aumento, se eu tinha pressionado o Tombini para aumentar os juros", afirmou.

Depois, ao comentar a Lava Jato, ficou no limite do que poderia ir como chefe de Estado – tem gente que acha que chefe de Estado não tem de segurar a língua, e como tem e como dói – ao ir ao ponto central do que tem sido o abandono da legalidade e da seriedade no mar de acusações sem provas e vazamentos seletivos e desconexos e com base no "diz que diz":

" Isso é o mínimo que a gente espera, que quando falarem uma coisa que forem perguntar para uma pessoa, que provem."

É verdade que não falou da abulia de seu Ministério da Justiça diante dos abusos policiais, da quebra de sigilolos confiados à guarda de seus agentes, da indisciplina que grassa na Polícia Federal e na absoluta inapetência de seus dirigentes em apurar os atropelos que ali ocorrem. Se falasse, claro, teria de explicar porque mantém José Eduardo Cardozo à frente (ou a reboque, talvez melhor dito assim) do Ministério da Justiça.

Por último, sua fala na reunião do Diretório do PDT, onde retomou o discurso antigolpista:

"O impeachment que tentaram impor a Getúlio Vargas foi um prenúncio do que está acontecendo agora no Brasil. Um governo federal pode e deve ser julgado e criticado. Mas um governo federal não pode ser objeto de um golpe por razões que eles chamam de política, que não são. Não há nenhuma base para um impeachment. Eles sabem disso e não ligam. Não gostam de ser chamados de golpistas, mas são".

Dispensem-me, por favor, de comentar o esdrúxulo do título da matéria – "Dilma se compara a Vargas e diz que defender o impeachment é golpismo" –  porque é de uma estupidez atroz.

Mas parece, dos três episódios, uma preparação para uma subida de tom do discurso presidencial, antecipando a volta do recesso parlamentar e as votações decisivas para a Comissão Especial que analisará o pedido de impeachment.

Subida de tom que ficará mais evidente, na quinta-feira, quando o governo anunciar um conjunto de medidas anti-recessivas para a economia.

Antes tarde do que nunca.

Fernando Brito

Nas entrelinhas da imprensa

por Luciano Martins Costa

Você assiste ao Jornal Nacional e se impressiona com as caras e bocas dos apresentadores quando falam da economia brasileira? Fica assombrado com as manchetes catastrofistas dos principais diários do País? Repete por aí o que dizem os comentaristas das emissoras de maior audiência? Acha realmente que o Brasil foi para o ralo, e que a causa é o modelo econômico que desperdiça recursos com programas sociais?

Esses são sintomas muito claros de midiotice, que impede de ver distorções entre a realidade e o retrato pintado pela mídia hegemônica.

Por exemplo, você entendeu o que significou a manutenção da taxa oficial de juro, quando todos os especialistas apostavam num novo aumento de 0,5 ponto porcentual?

Nem se pergunta o que os especialistas vão fazer com as apostas que deram errado?

Bem, o autêntico midiota realmente não se propõe esses questionamentos e absorve como verdadeiro tudo que encontra no chamado ecossistema da imprensa tradicional.

Mas, não seria o caso de fazer uma pequena reflexão? Por exemplo, se o Brasil realmente está no fundo do poço, por que você precisa esperar uma hora ou mais para conseguir uma mesa naquele restaurante?

Vou dar aqui uma lista de livros interessantes que ajudam a entender de que lado está a mídia tradicional: A Armadilha da Globalização, de Hans-Peter Martin e Harald Schumann, O Horror Econômico, de Viviane Forrester, A Economia da Desigualdade, de Thomas Piketti.


Christian Bale em cena do filme "A Grande Aposta". Foto: Reprodução/IMDb

O que você vai concluir dessas leituras: uma aliança tácita entre o poder econômico e a imprensa dá corpo e voz ao discurso da unanimidade contrária a qualquer tentativa de esclarecimento das muitas e profundas contradições do sistema financeiro mundial.

Se fica difícil ler até o fim um livro que ameaça tirar você dessa condição, vá ao cinema. Está em cartaz o filme A Grande Aposta, baseado no livro do ex-corretor de valores Michael Lewis, que escreve para a agência Bloomberg News. Ali está desenhada, de forma didática, a origem da crise que o Brasil enfrenta. Você vai entender como aconteceu a crise financeira de 2008 e de como ainda pagamos os prejuízos causados pela grande fraude de Wall Street.

Mark Spitznagel, que na ocasião ganhou um bilhão de dólares ao apostar  contra as especulações com a securitização de financiamentos imobiliários, vem anunciando uma nova quebra no mercado mundial de ações. Boletins de analistas americanos, como os da Newsmax Finance, alertam que grandes fundos de investimento estão com excesso de liquidez e que o sistema produziu uma gigantesca bolha, como a que explodiu em setembro de 2008.

Eles precisam encontrar ativos mais sólidos para aplicar seu dinheiro virtual. Não é difícil adivinhar quanto interesse teriam em governos favoráveis a uma massiva privatização de bens públicos, certo?

Quando você acha que vai ler isso na imprensa hegemônica ou ouvir um comentário daquele seu colunista tão apreciado?

O que isso tem a ver com o noticiário demonizando o governo, a política econômica brasileira e pregando a conveniência de entregar o País aos caprichos do mercado?

Você repete o discurso hegemônico da imprensa. Você é um midiota.

Então, por que ficar macaqueando que o Brasil foi à falência por culpa dos políticos se, no final, é você quem vai pagar a conta?

Para ler: "George Soros alerta para novo crash", em Business Insider.

*Jornalista, mestre em Comunicação, com formação em gestão de qualidade e liderança e especialização em sustentabilidade. Autor dos livros "O Mal-Estar na Globalização","Satie", "As Razões do Lobo", "Escrever com Criatividade", "O Diabo na Mídia" e "Histórias sem Sa

33 anos da morte de Garrincha

- Quem viu, quem conviveu com o Mané e gosta de de literatura, fica triste com a crônica de um dos maiores poetas brasileiro - Carlos Drummond de Andrade - sobre o abestado de pau grande. Mas, é compreensível, o pedreiro era poeta. 

Corrijo, são gênios!

la pedra rola, para os merdinhas Rolling Stone

A necessidade brasileira de esquecer os problemas agudos do país, difíceis de encarar, ou pelo menos de suavizá-los com uma cota de despreocupação e alegria, fez com que o futebol se tornasse a felicidade do povo. Pobres e ricos param de pensar para se encantar com ele. E os grandes jogadores convertem-se numa espécie de irmãos da gente, que detestamos ou amamos na medida em que nos frustram ou nos proporcionam o prazer de um espetáculo de 90 minutos, prolongado indefinidamente nas conversas e mesmo na solidão da lembrança.

Na lata

A banca banca o Copom.

E Chega de diplomacia, a nata financista renumera muito bem os tombinizinhos dela. Procura saber quanto recebe o presidente do BCdB - Banco Central da banca - , vocês não tem nem ideia...

Ele e seus comparsas tem os mesmos privilégios que a quadrilha de Curitiba - enquanto útil for  -.

Que me processem!

Corja!

Poesia da hora

[...]

Dentro de mim

Moram

silêncios de pedras

renegadas lavas

palavras

que não ousaram fluir

Para não ferir montanhas

Nydia Bonetti

Autoajuda






As mil e uma inutilidades do óbvio:

Tem medo do escuro?...agradeça, você não é cego









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