STF, MPF e Moro quer roubar o Brasil


Dilma se revelou a Estadista que É.

O stf e mpf, principalmente o Janota, Moro e o Merda do supremo se revelam golpista e ladrões do dinheiro público.
michelpoeta

No Brasil da brutalidade, a gente anda tendo de dar risadas tristes com cenas de baixaria explícita: gravações clandestinas de delator, ator pornô dando dicas ao Ministro da Educação, poltergeist de advogada impixista e outras coisas do repugnante gênero.

Hoje, finalmente, consegui dar risadas com inteligência e ironia, lendo as quadrinhas do funcionário público, Daniel Ramos, 25 anos, que virou personagem de uma reportagem do El País por ter criado o perfil @temerpoeta no Twitter e fazer humor com duas lendas sobre o presidente em exercício a de que sabe fazer versos e a de que seria “satanista”.

O resultado é muito, mais muito mais engraçado que as “coisas” que Sua Usurpência faz, embora devamos torcer para que ele se ocupe no seu beletrismo o máximo de tempo possível, pois vai usar a caneta em algo que é apenas medíocre, mas inofensivo.

Além dos que destaquei na ilustração, a matéria traz uma quadrinha, maravilhosa, do @temerpoeta, parodiando o Refazenda, de Gilberto Gil: Ó Jucazinho acataremos teu pacto/nós também fazemos trato/com aécio e machadão/enquanto o tempo não trouxer a lava-jato/amanhecerás planalto/com satã no coração.

Métrica perfeita, nestes tempos imperfeitíssimos.

E, a frase não é minha, gargalhadas também derrubam governos.

Minam, minam impiedosamente os tartufos.

Charge do golpe




Também podemos dizer: em terra de traíra no Planalto e merda no Supremo pouco importa que eu os lhes mande tomar no cu

Não sabem governar, são ruins de serviço ou estão tirando com a nossa cara? por Leonardo Sakamoto

A menos que tenha passado as últimas duas semanas preso em uma caverna e, pior, sem wi-fi ou 3G, também deve estar em dúvida se o governo interino está tirando uma com sua cara, é muito ruim de serviço ou não faz ideia de como administrar o país.

Isso independentemente de você considerar que houve um impeachment embasado em boas razões, um golpe parlamentar descarado ou não fazer ideia do que seja impeachment ou golpe.

O PMDB, livre das amarras democráticas colocadas nos partidos que encabeçam chapas presidenciais eleitas com o voto direto, chegou com uma pauta avassaladora – liberalizante na economia e reacionária nos direitos sociais.

De um lado, isso levou muita gente boa, mas que acredita que o Estado gasta muito e errado, a pensar: "porra, agora vai!''. De outro, organizações e movimentos sociais que atuam na defesa dos direitos fundamentais pensaram "agora, lascou-se tudo''.

Daí veio a escalação de ministros, 100% cueca e branca, que, atendendo às necessidades fisiológicas partidárias mais básicas, ficou longe daquele time de notáveis prometido.

Todo santo dia é alguém falando uma groselha, prometendo e desprometendo o fim do SUS, rebaixando e promovendo a área de Cultura, dando um tom sinistro para a reforma da Previdência e voltando atrás com a grita dos trabalhadores, reunindo-se com ator pornô para umas das primeiras audiências sobre o futuro da educação básica (com todo o respeito aos atores pornôs, mas não é essa sua expertise). A Esplanada dos Ministérios, com raras exceções, é um show. De horrores.

Um aliado de Eduardo Cunha, o proscrito, foi escolhido para ser o líder do governo na Câmara dos Deputados. Gravações com Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney mostraram as razões que levaram ao Congresso optar pelo impeachment – a possibilidade de conter a Lava Jato. E deixam claro que a corrupção sob a administração do PT não mudará nada sob esta administração do PMDB em conjunto com o PSDB.

Por fim, o Pacto Temer para a economia, colocando a conta da solução da crise no lombo dos mais pobres e livrando os mais ricos de impostos sobre sua renda, capital e patrimônio, tem tudo para aumentar a insatisfação popular e incendiar protestos – mesmo de quem, até agora, viu tudo apenas pela TV. É claro que algo precisa ser feito para resolver a economia. Mas o foi proposto e o que deve vir podem, ao contrário, inviabilizar o país por um longo período.

Ao final dessas duas semanas, o primeiro grupo, que defende um Estado menor, deve ter percebido que talvez Michel não consiga entregar o que prometeu sem uma ruptura violenta e, portanto, incerta. Para além dos erros políticos, há denúncias de corrupção envolvendo membros de sua equipe e a pressão constante de de setores importantes da sociedade que não reconhecem o impeachment e têm medo de retrocessos sociais.

A sociedade brasileira, jornalistas inclusos, não está dando a Michel os 100 dias que normalmente são concedidos a novos governos para arrumarem a casa porque este brotou do outro, também sendo responsável pelas burradas do anterior. Enquanto isso, a imprensa internacional e a comunidade internacional está reticente com relação à nossa situação política, o que levou ao novo chanceler brasileiro ordenar que postos diplomáticos façam a propaganda de que, aqui, se vive democraticamente.

Se um país que precisa fazer isso, algo já deu muito errado.

Sabe aquela reforma em que a gente gasta todo o dinheiro com as paredes da casa e esquece que tem que sobrar algum para gastar na decoração, caso contrário, fica uma droga mesmo assim? Então, o pessoal dedicou-se intensamente a conspirar pelo Palácio do Planalto e, chegando lá, não está sabendo como conduzir o barco.

O presidente interino, que se mostrou capaz nos bastidores, é um orador tão inábil quanto Dilma, apesar das mesóclises, e rivaliza com ela na ausência de carisma. Isso não é um impedimento, mas não ajuda em nada neste momento em que o diálogo constante com a sociedade se faz necessário. E é assustador a facilidade com a qual ele muda de posição após ser pressionado por matérias que saem na imprensa. Para alguns, isso é humildade. Para outros, falta de convicção.

Particularmente, desconfio que seja falta de legitimidade.

Então, se essa dúvida atormentar demais o governo, a saída simples: aceite a convocação de novas eleições.

Briguilinks

S.O.S


por Janio de Freitas

Janio de Freitas, na Folha

Um país com suas continhas orçamentárias bem ajustadas, dívida em extinção –e, pior do que estagnado, de volta aos níveis imorais de miséria, pobreza, desordem, ensino em retrocesso constante, saúde pública em coma terminal, indústria nacional desmantelada, desemprego e violência urbana. É o que se pode vislumbrar para os anos vindouros, se efetivadas as medidas que Henrique Meirelles e Michel Temer apresentaram –com o devido cuidado da imprensa para maquiar umas e encobrir outras– como pacote primordial da aventura que iniciam.

A medida central, que consiste em estabelecer um teto permanente para os gastos do governo, só aumentado na proporção da inflação anual anterior, traz para o país uma perspectiva fácil de se presumir.

Mesmo Dilma Rousseff reconhece, entrevistada para a revista “Carta Capital”, o desastre econômico que foi 2015. Tudo no Brasil se deteriorou com intensidade assombrosa. A desgraceira que cresce, a ponto de atingir o olimpo das empresas financeiras, é apenas a continuidade de 2015 (por favor, nada de dizer “o ano que não acabou”). Os serviços públicos estão em pandarecos, os investimentos desabaram, as universidades desmilinguem, tudo é assim. Apesar disso, o gasto contabilizado do governo no ano passado foi de R$ 1,16 trilhão.

A esse montante, um exercício de Gustavo Patu, na Folha desta quarta-feira (25), aplicou as medidas propostas por Meirelles sob o olhar um tanto vago de Temer. Constatação: o 2015 de Meirelles teria os seus gastos limitados a R$ 600,7 bilhões. Metade, pode-se dizer, do gasto realizado. Por mais que tenha havido desperdício de dinheiro público naquele trilhão, não há como evitar a conclusão de que a brutalidade do corte proposto para a nova política econômica só pode trazer ao país a degradação da degradação. Se com um trilhão o país está em estado deplorável, com gastos pela metade pode-se imaginar como estará.

Ou melhor, nem estará. O crescimento econômico depende do investimento estatal que o inicie e o estimule. A iniciativa privada no Brasil (e não somente no Brasil) é privada mas não iniciativa. Meirelles não se ocupou dos investimentos, na apresentação inicial do plano, porque nem era necessário: o teto do Orçamento, corrigido só pela inflação, já indica a exiguidade de investimento em proporções mobilizadoras e de interesse por tê-lo.

Por falar em nisso, Michel Temer comparou-se de raspão a Juscelino. Mas quem Temer faz lembrar é Collor com a combinação de loucuras e violência que aplicou como plano econômico. Não é inovadora, portanto, a complacência quase envergonhada com que a imprensa se faz colaboradora de Temer, como preço –autêntica liquidação de outono –de não ter o PT no governo nem o risco de Lula em 2018. Depois, lava-se a história, com ou sem jato. Mas o malabarismo praticado por muitos comentaristas oferece um lado cômico nessa história de salvar o salvador perdido.

Do cômico ao trágico: o corte proposto contra a educação é também contra os jovens de hoje e as próximas gerações de estudantes; o corte proposto contra a saúde é também contra as gestantes, as crianças e todos os carentes. Ambos são agressões ao espírito da Constituição e suas intenções de reparação social da nossa história de injustiças e perversidades.

A educação tem hoje, por garantia constitucional, ao menos 18% do arrecadado com impostos. A saúde tem garantia semelhante, em menor percentual. O plano Meirelles retira da educação e da saúde essa garantia de um mínimo que leve a ampliar e estender a educação, como se deu nas últimas décadas, e atenuar os problemas persistentes na saúde pública. Os valores ficarão congelados, com futuros acréscimos correspondentes apenas à fictícia correção pela inflação. Note-se que o ponto de partida, nesse congelamento, é o percentual deste ano de baixa arrecadação. Logo, educação e saúde já começam com perda substanciosa.

Contas certinhas (no diminutivo, sim, porque serão cada vez menores), que beleza. Para um futuro condenado sobre um presente caótico.
na Folha de São Paulo

Paulo Nogueira – Dilma tem que receber um formidável pedido de desculpas dos brasileiros e ser reconduzida ao posto do qual canalhas golpistas a retiraram.


O grande mérito da publicação das conversas gravadas é tornar brutalmente claro aquilo que as pessoas mais informadas já sabiam e que era negado pela mídia liderada pela Globo.

Foi golpe. E foi um golpe imundo, em que homens e instituições moralmente putrefatos se uniram para derrubar uma mulher honesta que levou a investigação da corrupção a patamares jamais vistos.

A gravação de Renan, publicada hoje pela Folha, ajuda a compreender ainda melhor o que ocorreu.

Mais uma vez, o STF aparece com destaque na trama golpista. E isto é desesperador: você pode cassar políticos. Mas como lidar com um poder que julga a si mesmo?

Num mundo menos imperfeito, o STF seria imediatamente dissolvido, tais as acusações e as suspeitas que recaem sobre seus integrantes.

Mas como fazer isso?

Escrevi ontem e repito agora: o STF era o grande argumento pelo qual a Globo, em nome da plutocracia, atacava como “alucinação” e “conto da carochinha” a tese do golpe.

Na conversa agora divulgada, Renan diz que todos os eminentes juízes do Supremo estavam “putos” com Dilma.

O motivo não poderia ser mais canalha: dinheiro.

Renan relata uma visita que fez a Dilma. Ela conta que recebeu Lewandowski para o que imaginou que fosse ser um encontro de alto nível sobre a dramática situação política do país.

Mas.

Mas Lewandowski “só veio falar em dinheiro”, disse Dilma. “Isso é uma coisa inacreditável.”

Há muitas coisas inacreditáveis em relação ao STF, a rigor. A demora de quatro meses de Teori para acolher o pedido de afastamento de Eduardo Cunha é uma delas. As atitudes sistematicamente indecentes e partidárias de Gilmar Mendes e seu mascote Toffoli são outra delas.

O interlocutor de Renan na conversa, o mesmo Sérgio Machado de Jucá, produziu a melhor definição do STF destes tempos. “Nunca vi um Supremo tão merda.”

Outros personagens destacados do golpe aparecem neste diálogo vazado. A Folha, por exemplo, se bateu intensamente pela queda de Dilma. Mais especificamente, seu dono e editor, Otávio Frias Filho.

Ele é citado por Renan como tendo reconhecido exageros na cobertura da Lava Jato.

Ora, ora, ora.

Se reconheceu o caráter maligno do circo da Lava Jato, por que ele não fez nada? Ele era apenas o ombudsman do jornal, ou o porteiro do prédio?

Bastaria uma palavra sua para retirar o exagero da cobertura. Se não a pronunciou, é porque era conivente ou inepto como diretor.

Faça sua escolha.

Aécio surge acoelhado. Tinha medo da Lava Jato, diz Renan. Sabemos agora que Aécio não é apenas demagogo, hipócrita e corrupto.

É também covarde.

E é neste campo que, sem saber que era gravado, Renan presta um extraordinário tributo a Dilma. “Ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável.”

Os colunistas da imprensa, nestes dias, diziam freneticamente que Dilma estava abatida. Era gripe, informa Renan. “Ela está gripada, muito gripada.”

Se existe algum tipo de decência no Brasil – de justiça não dá para falar, dado o STF – Dilma tem que receber um formidável pedido de desculpas dos brasileiros e ser reconduzida ao posto do qual canalhas golpistas a retiraram.