Denúncia de caixa 2 para Serra envolve tucanos com contas em paraísos fiscais

Delação dos executivos da Odebrecht de caixa 2 para os tucanos na Suíça dá chance à Lava Jato de mostrar que realmente não tem cor partidária
por Helena Sthephanowitz -VALTER CAMPANATO/ AGÊNCIA BRASIL
José Serra aparece em delação premiada da Odebrecht, que afirma ter contribuído para caixa 2 milionário em campanha
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a Odebrecht apontou dois nomes como operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira, via caixa 2, à campanha presidencial de José Serra, agora ministro no governo de Michel Temer, na eleição de 2010 – corrigido pela inflação do período, o valor equivale a R$ 34,5 milhões.
A empresa afirma que parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na Suíça, em um acerto com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (PSD-RJ), ex-PSDB. Ronaldo fez parte da coordenação política da campanha de Serra. Já o caixa dois operado no Brasil foi negociado com o ex-deputado federal tucano Márcio Fortes (RJ), amigo de Serra.

Quando STF elimina direito de greve de servidores, passou da hora de repensá-lo, por Brenno Tardelli


Resultado de imagem para charge stfAlgum limite tem que ser pensado pela sociedade civil – esqueça as instituições – a uma corte que toda semana resolve mexer na Constituição para eliminar um direito da população. Nesta última de outubro, a aposentadoria e o direito de greve de servidores públicos – estes mesmos, na base da pirâmide, esquecidos pelos burocratas que usufruem de todos os privilégios lá do alto – foram as mais recentes vítimas.

A decisão vem após o anúncio de apoio à PEC 241 pela Presidente da Corte Min. Cármen Lúcia, a pior à frente do cargo que me lembro. Vem depois da intragável sessão que eliminou a presunção de inocência, inesquecível para quem cultiva o mínimo do mínimo de compromisso com a Constituição Federal.
Essa onda reacionária que tomou o Judiciário parece que não tem hora para acabar. Enquanto se acotovelam atrás de flashes da mídia e frases “contra a corrupção”, “contra a impunidade”, os ministros decidiram descontar o salário do servidor em greve sem que seja necessária decisão judicial nesse sentido.
Dirá o empedernido burocrata que a decisão não “elimina” o direito de greve, mas apenas o adequa para que o país não pare. Nas palavras do ministro Fux, conhecido por “matar no peito”, “o que ocorre numa visão realista, nós estamos num momento muito difícil e que se avizinha deflagrações de greve e é preciso estabelecer critérios para que nós não permitamos que se possa parar o Brasil”
São condicionantes políticas e factuais interferindo no texto da Constituição – tempos, portanto, da maior insegurança política possível.
Os servidores públicos em greve costumam ser aqueles no piso da relação pública. Por exemplo escreventes de cartório em Judiciário, que não votam, não participam das decisões, não recebem aumento, são humilhados e desestimulados; agora, sequer poder de reação frente à corte brasileira essas pessoas têm. Para quem desconhece o cenário, tenha em mente que o funcionalismo público não se resume ao baronato, embora, ao mesmo tempo, seja ele que massacra e agora tira as esperanças da base da pirâmide ver dias melhores.
Não haverá muito tempo para se comover com os servidores sem direito de greve, pois certamente se aproxima o dia em que a corte composta por ministros e ministras medíocres decidirá eliminar outros direitos da população. No momento atual do Brasil, a única certeza da vida é que todo dia algum burocrata vai lhe arrancar um direito.
Brenno Tardelli é diretor de redação do Justificando.

José Serra: Recebi propina na Suíça porque sou contra a corrupção no Brasil

Serra diz que recebeu caixa dois na Suíça porque é contra corrupção no Brasil
Em delação premiada, executivos da Odebrecht disseram a Lava Jato que repassaram, por meio de uma conta na Suíça, 23 milhões de reais via caixa dois para a campanha presidencial de José Serra em 2010.
Cobradas explicações, José Serra disse que recebeu o dinheiro de caixa dois na Suíça pois é contra a corrupção no Brasil.
“Quem faz corrupção no Brasil é o PT. É sítio em Atibaia, tríplex no Guarujá, comigo não é no Brasil, é na Suíça. O mesmo vale para o Aécio, também do PSDB, que faz as coisas dele em Liechtenstein”, disse o chanceler de Temer.
Para não ficar mal com seus eleitores, Serra disse que o dinheiro foi importante para tentar combater o PT em 2010 e acabou sendo perdoado por seus admiradores.

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Pensando bem, faz sentido

Lula: Moro é parte contrária não juiz

Para os advogados do ex-presidente Lula, a denúncia tomada nesta sexta-feira (28) pelo juiz Sérgio Moro, de marcar data do depoimento de dez delatores em ação contra Lula, "reforça a ilegitimidade desse processo e a existência de um cronograma condenatório que sacrifica o devido processo legal e o direito à produção de provas"; a defesa afirma que Moro "assume o papel de acusador e, nessa condição, mais uma vez corrige a denúncia protocolada pelo Ministério Público Federal em 14/9/2016. Nesse processo não há diferenciação entre o órgão da acusação e o julgador, o que o torna manifestamente ilegítimo"; todos os atos do magistrados "são nulos em virtude de sua exagerada parcialidade", acrescentam em nota.