O Fora Temer tem seu corolário imediato no Volta Lula!

O sociólogo, cientista político e colunista do site Brasil 247, Emir Sader afirma que a direita brasileira não consegue mais esconder seu desespero, pânico em relação a provável volta do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. "Lula se tornou assim a variável mais importante da história brasileira e do futuro do país. Lula já foi enterrado tantas vezes pelos colunistas da direita, mas a jararaca segue cada vez mais viva. O governo do golpe – como vozes da direita constatam – trabalha para o retorno do Lula, é seu melhor cabo eleitoral. Quanto mais sobe o índice dos que reconhecem que sua vida tinha melhorado a partir de 2003 e agora piora radicalmente, mais sobe o apoio ao Lula", acrescenta.




Xadrez do fim do mundo numa quarta-feira de cinza, por Luis Nassif


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O xadrez da delação do fim do mundo, por Luis Nassif

Peça 3 – o desmonte do país

O desmonte está se dando nas seguintes frentes:

O projeto geopolítico

No dia 22 de fevereiro último, o Washington Post – jornal com estreitas ligações com fontes da CIA – produziu um artigo revelador (https://goo.gl/K2Hsov): “Como um escândalo que começou no Brasil está perturbando outros países da América Latina”.
A reportagem lembra o Brasil como estrela em ascensão quando conseguiu o direito e
sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E que a Odebrecht se tornou um símbolo do
crescimento da importância brasileira no mundo, da mesma forma que a Coca-Cola para os Estados Unidos e a Toyota para o Japão.
Constata o jornal que a Odebrecht se tornou peça central do soft power brasileiro. E – aí não é o jornal afirmando - valendo-se dos mesmos expedientes da Siemens alemã, da IBM norte-americana, da Dassault francesa. Em todos os casos, puniram-se dirigentes, mas preservaram-se as empresas, vistas como ativos nacionais.
A reportagem admite que a corrupção não surgiu no governo Lula, nem com a Odebrecht, mas que ela foi a única a ser pega. E mostra como a Lava Jato, com a ajuda do Poder Judiciário desses países, está ajudando a limpar a área de todos os governos de esquerda no continente.
No Brasil, o desmonte atinge todos os segmentos, dos estaleiros à indústria de defesa e toda rede de fornecedores, com a redução da obrigatoriedade do conteúdo nacional nas plataformas.
Agora, se prepara o golpe final contra as empreiteiras brasileiras, com a cooperação firmada com os Ministérios Públicos de mercados conquistados por elas e a tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de proibir novos contratos com elas. Um órgão assessor do Congresso se tornou peça-chave na destruição de ativos nacionais.
Não apenas isso.

O desmanche social

E aqui se entra nos desdobramentos não previstos pelo golpe.
A estratégia de desmonte do Estado aprofundou brutalmente a crise fiscal e a crise social.
A cada dia aumenta o desemprego, as tensões sociais, a insegurança nas grandes metrópoles, a crise fiscal da União e dos estados.
Há um brutal endividamento nas empresas. As que mais cresceram no período anterior são as mais endividadas. O sistema bancário montou operações de resgate estendendo os prazos dos financiamentos. Mas sem perspectivas de melhora da economia, caminha-se para uma crise sistêmica.
Por qualquer ângulo que se analise, será impossível a manutenção da política econômica atual e do próprio governo Temer.

A ideologização primária

Hoje em dia uma ideologização pesada domina os debates, tanto à direita quanto à esquerda, dificultando enormemente a busca de consensos. A ideia de construção nacional, pactos de produção, de inovação, afirmação de políticas sociais, equilíbrio entre o papel do Estado e do setor privado, todos os meios tons que deveriam servir de base para políticas de desenvolvimento cederam lugar a uma radicalização profundamente simplificadora.
Rapidamente, o pacote Meirelles torna-se inviável. E não aparece uma alternativa no lugar. Não levará muito tempo para que a agenda neoliberal seja substituída por uma liderança forte – de esquerda ou direita, civil ou militar – repetindo o roteiro norte-americano e britânico. Não mais um centro-esquerda relativamente racional.
Ou seja, o pêndulo com movimentos próximos do centro, mais à direita com o PSDB, mais à esquerda com o PT, mas sem abrir mão dos princípios democráticos, em breve será substituído por alguma saída autocrática.
Aí entram em cena as delações da Odebrecht, como um dos momentos de corte. Peça 04 - as delações da Odebrecht e o MPF>>>\o/

Xadrez da delação do fim do mundo numa 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 3 – o desmonte do país

O desmonte está se dando nas seguintes frentes:

O projeto geopolítico

No dia 22 de fevereiro último, o Washington Post – jornal com estreitas ligações com fontes da CIA – produziu um artigo revelador (https://goo.gl/K2Hsov): “Como um escândalo que começou no Brasil está perturbando outros países da América Latina”.
A reportagem lembra o Brasil como estrela em ascensão quando conseguiu o direito e
sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E que a Odebrecht se tornou um símbolo do
crescimento da importância brasileira no mundo, da mesma forma que a Coca-Cola para os Estados Unidos e a Toyota para o Japão.
Constata o jornal que a Odebrecht se tornou peça central do soft power brasileiro. E – aí não é o jornal afirmando - valendo-se dos mesmos expedientes da Siemens alemã, da IBM norte-americana, da Dassault francesa. Em todos os casos, puniram-se dirigentes, mas preservaram-se as empresas, vistas como ativos nacionais.
A reportagem admite que a corrupção não surgiu no governo Lula, nem com a Odebrecht, mas que ela foi a única a ser pega. E mostra como a Lava Jato, com a ajuda do Poder Judiciário desses países, está ajudando a limpar a área de todos os governos de esquerda no continente.
No Brasil, o desmonte atinge todos os segmentos, dos estaleiros à indústria de defesa e toda rede de fornecedores, com a redução da obrigatoriedade do conteúdo nacional nas plataformas.
Agora, se prepara o golpe final contra as empreiteiras brasileiras, com a cooperação firmada com os Ministérios Públicos de mercados conquistados por elas e a tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de proibir novos contratos com elas. Um órgão assessor do Congresso se tornou peça-chave na destruição de ativos nacionais.
Não apenas isso.

O desmanche social

E aqui se entra nos desdobramentos não previstos pelo golpe.
A estratégia de desmonte do Estado aprofundou brutalmente a crise fiscal e a crise social.
A cada dia aumenta o desemprego, as tensões sociais, a insegurança nas grandes metrópoles, a crise fiscal da União e dos estados.
Há um brutal endividamento nas empresas. As que mais cresceram no período anterior são as mais endividadas. O sistema bancário montou operações de resgate estendendo os prazos dos financiamentos. Mas sem perspectivas de melhora da economia, caminha-se para uma crise sistêmica.
Por qualquer ângulo que se analise, será impossível a manutenção da política econômica atual e do próprio governo Temer.

A ideologização primária

Hoje em dia uma ideologização pesada domina os debates, tanto à direita quanto à esquerda, dificultando enormemente a busca de consensos. A ideia de construção nacional, pactos de produção, de inovação, afirmação de políticas sociais, equilíbrio entre o papel do Estado e do setor privado, todos os meios tons que deveriam servir de base para políticas de desenvolvimento cederam lugar a uma radicalização profundamente simplificadora.
Rapidamente, o pacote Meirelles torna-se inviável. E não aparece uma alternativa no lugar. Não levará muito tempo para que a agenda neoliberal seja substituída por uma liderança forte – de esquerda ou direita, civil ou militar – repetindo o roteiro norte-americano e britânico. Não mais um centro-esquerda relativamente racional.
Ou seja, o pêndulo com movimentos próximos do centro, mais à direita com o PSDB, mais à esquerda com o PT, mas sem abrir mão dos princípios democráticos, em breve será substituído por alguma saída autocrática.
Aí entram em cena as delações da Odebrecht, como um dos momentos de corte. Peça 04 - as delações da Odebrecht e o MPF
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Xadrez da delação premiada do fim do mundo numa 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 4 – as delações da Odebrecht e o MPF

Considere-se inicialmente o papel do Ministério Público Federal no golpe. Sabia-se desde o início da extensa capivara dos líderes do PMDB no Congresso; sabia-se de Temer, Cunha, Geddel, Padilha, Moreira Franco, como se sabia de Aécio, Serra, Alckmin, tanto quanto de Dirceu, Pallocci. Se sabia que o impeachment jogaria o país nas mãos do pior agrupamento que a política brasileira gestou desde a redemocratização.
O álibi mais generoso para a ação golpista e antinacional do MPF é o da ignorância, um grupo de procuradores desinformados, sem conhecimento mínimo sobre economia, geopolítica, interesse nacional, acreditando que a Lava Jato tinha chegado ao cerne da corrupção brasileira, com os tríplex, pedalinhos e quetais. Ou acreditando que comeria os políticos pelas bordas, primeiro o PT, depois o PMDB. Mas poupando sempre o PSDB.
Aliás, não dá para esperar essa visão política mais sofisticada do MPF quando nem a presidência da República nem o seu Ministro da Justiça demonstravam a menor sensibilidade para esses temas.
O Brasil está sendo literalmente destruído por um processo amplo de ignorância coletiva.
Era tão hipócrita o discurso anti-corrupção que, para apear do poder uma presidente honesta – jogando no lixo os votos majoritariamente dos mais pobres – tiveram que apelar para a história das pedaladas.
No final do governo Dilma, firmou-se um pacto tácito entre os conspiradores. Para manter as aparência de luta contra a corrupção e de isenção das investigações, seria sacrificado pelo menos um cacique de cada partido. Do PMDB, preferencialmente Cunha e Renan Calheiros; do PSDB, Aécio.
O fator Rodrigo Janot embolou um pouco o meio campo. Peça 05 - o fator Rodrigo Janot
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Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4ª feira de cinza, por Luis Nassif

Peça 1 – a dupla conspiração

O leitor Marcos Antônio trouxe uma das melhores narrativas para explicar o quadro político atual (https://goo.gl/4PESgu). Tomo emprestado a tese principal.
A fragilidade política de Dilma Rousseff, o avanço da crise econômica e o pré-ensaio bem-sucedido da AP 470 despertaram dois movimentos simultâneos de desestabilização política do governo Dilma.
O primeiro, uma frente composta pelo PSDB, Lava Jato, Poder Judiciário e mídia, visando o impeachment da chapa Dilma-Temer, o terceiro turno inaugurado no mesmo dia da divulgação dos resultados das eleições de 2014. Os personagens centrais dessa estratégia foram Gilmar Mendes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a Lava Jato acelerando as delações.
A tentativa de Gilmar acabou frustrada pela reação despertada e pelo fato do governador de São Paulo Geraldo Alckmin ter incorrido na mesma situação de Dilma: impugnar sua chapa significaria impugnar também a vitória de Alckmin.
Com isso, a primeira frente acabou sendo atropelada pela segunda, planejada antecipadamente por Eduardo Cunha e pela camarilha de Temer. A ideia do grupo foi montar uma superbancada na Câmara, valendo-se da influência que passou a exercer sobre a Petrobras, depois que a AP470 quase derrubou o governo Lula.
O grupo de Temer sempre se valeu da estratégia da chantagem. No episódio da compra de votos, por exemplo, chantageou Fernando Henrique Cardoso para conseguir cargos-chaves no governo tucano.
Quando a AP 470 colocou o governo Lula na berlinda, nova rodada de chantagem conferiu ao PMDB cargos-chaves no governo e, em especial, na Petrobras.

Com a explosão de obras do período, montou uma supercaixinha que lhe deu condição de ambicionar agora não mais Ministérios, mas o centro do poder, tornando o governo refém da Câmara.
A expectativa de perda de mandato de Eduardo Cunha, o desgaste de Dilma, com uma sucessão inédita de erros, fez Cunha avançar o sinal, paralisar o governo com pautas-bombas e abrir o processo do impeachment.
Montou-se um acordo meia boca com o PSDB, em torno da tal Ponte para o Futuro, a promessa de revogação da Constituição de 1988.  Temer faria o trabalho sujo do desmonte da Constituição e abriria espaço para o PSDB em alguns ministérios.
A partir daí a camarilha saiu do segundo plano e passou a controlar o país, sem nenhuma estratégia anticíclica para enfrentar a crise, nenhuma ideia criativa, nenhum conceito de Nação. Assumiram com apenas dois mandatos: o desmonte do Estado nacional e, como prêmio, o maior assalto da história aos cofres públicos.
Com a estrada pavimentada, o PT destruído, sua obra anterior reduzida a pó, o PSDB poderia se aventurar em 2018, mesmo sem dispor de programas e de projetos de país, confiando em uma economia em recuperação.
Os principais passos desse balé da conspiração:
1.     A maior parte da corrupção da Petrobras estava sob o comando do PMDB. A Lava Jato tratou de esconder o lobista-mor, ligado ao PMDB, restringir as investigações ao período do PT e investir pesadamente sobre Lula, a fim de não atrapalhar a tomada do poder pelo PMDB.
2.     Já o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot simulou jogar com o governo Dilma até fins de 2014. Quando sentiu que os ventos mudaram, pulou de mala e cuia para o barco da conspiração.
3.     O Supremo Tribunal Federal convalidou o golpe, especialmente após Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin terem abdicado de seu papel de defensores da Constituição.
4.     O chega prá-la no PMDB consistiu na derrubada de Eduardo Cunha e, gradativamente, de cada membro da camarilha de Temer. Trabalho facilitado, aliás, pela extensa capivara de cada um. O próximo a cair será Moreira Franco. Peça 02 - o assalto generalizado à República>>>
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Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 02 - o assalto generalizado à República
O quadro a seguir é dantesco.
No mais alto cargo do Executivo, hum presidente impopular, sem nenhum carisma, negocista, com uma carreira política pavimentada pelo fisiologismo e por suspeitas reiteradas de corrupção.
No Congresso e nas estatais, tem-se o maior assalto à luz do dia da história da República:
1.     A privatização do satélite brasileiro.
2.     A entrega das concessões públicas às empresas de telecomunicações e radiodifusão.
3.     A anulação das reservas indígenas.
4.     A autorização para a venda de terras a estrangeiros que, se consumada, sancionará o maior processo de lavagem de dinheiro da história.
5.     A legalização do jogo.
6.     A entrega do pré-sal às operadoras estrangeiras, sem nenhuma exigência de contrapartida.
7.     As sucessivas tentativas de importação de alimentos, reeditando alguns golpes históricos da Nova República.
8.     A venda de ativos da Petrobras na bacia das almas.
9.     O fim do conteúdo nacional nos projetos de construção das plataformas marítimas.
Essa esbórnia foi entregue de bandeja pela Lava Jato para a pior organização política da República, em nome do combate à corrupção.
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