Helena Chagas: sem pão, não tem circo

Vai ficar difícil, para Jair Bolsonaro, mudar sua curva de popularidade decrescente nas pesquisas.
A prévia do PIB feita pelo Banco Central, o IBC-Br, mostra um tombo em fevereiro, com queda de 0,73% da atividade econômica em relação a janeiro. Segundo os analistas, o recuo é maior do que se esperava, o pior para um mês desde maio de 2018, que refletiu os efeitos da greve dos caminhoneiros.
Está certo, ninguém faz milagre na economia em dois meses, mas as expectativas têm papel importante no crescimento, e os índices de confiança dos consumidores e das empresas também estão indo ladeira abaixo.
O mínimo que se pode dizer é que vai perdendo velocidade um PIB que já crescia a ridículos 1% ao ano.
Juntando-se esse clima – um mix de desânimo dos investidores com a falta de dinheiro no bolso dos trabalhadores e desempregados – ao conjunto da obra do governo, fica claro que vai ser muito difícil convencer os setores que deixaram de considerar Bolsonaro bom ou ótimo a retornar.
Essa possibilidade fica a cada dia menor, sobretudo nas faixas de mais baixa renda, onde foi mais acentuada a queda da popularidade presidencial.
O anúncio, hoje, de que Bolsonaro acabou em definitivo com a política de aumento real do salário mínimo na Lei de Diretrizes Orçamentárias que está enviando ao ao Congresso é uma cereja no bolo indigesto do desmantelamento de programas sociais e de distribuição de renda.
O Minha Casa Minha Vida está praticamente paralisado pela falta de pagamento às construtoras, o Mais Médicos foi largamente reduzido depois da expulsão dos cubanos do país, escassearam as bolsas do FIES, acabou o Farmácia Popular, não se tem notícia da construção de uma só nova creche e, no governo, há quem trabalhe para desmontar o SUS e substituí-lo por planos de saúde particulares…
Ao mesmo tempo, a agenda de costumes e a reforma ideológica em curso têm duvidoso efeito na maioria da população.
Até porque a liberação do porte armas é rejeitada pela maioria das pessoas, a recriação da história nos livros didáticos não abre vagas nas escolas, a retirada dos pardais das estradas não salva vidas e esbravejar sobre a compra de bananas do Equador não bota banana na mesa das famílias.
A agenda de firulas populistas e ideológicas não enche a barriga de ninguém – o que só emprego e crescimento da economia conseguem. Sem pão, não haverá circo suficiente para Bolsonaro animar a plateia.

Bolsonaro gasta 63% a mais com publicidade


Na campanha eleitoral a promessa era de uma brutal redução dos gastos com publicidade. No governo fez exatamente o contrário, aumentou em 63%. Com destaque para a Rede Record, que passou a primeiro lugar em verbas. Além disso Jair Bolsonaro resolveu presentear Edir Macedo e a esposa com passaporte diplomático. 
Farsante!

Vida que segue

As madamas do fascismo, por Jota Camelo

- Ontem vi multidões de famintos
e esfarrapados andando e morando
nas calçadas e debaixo de pontes.
- Que lindo, Que beleza!
Já estava com saudade
dessa paisagem pré-Lula.

Vida que segue

Fortaleza: recordar é viver



Pequeno documentário da nossa Fortaleza em 1963. Bons e velhos tempos que não voltam nunca mais.
Quando o trânsito ainda era uma tranquilidade só.
Vida que segue

Selfie


O nome disso é:
Exibicionismo
Vida que segue

Dilma: a Petrobras e o Brasil não podem ser reféns da especulação


A gestão da maior empresa pública brasileira não pode ser submetida à lógica de curto prazo da especulação financeira
A Petrobras e sua gestão nos governos do PT voltam a ser alvos de falsas acusações e de fake news. Agora, devido ao aumento de 5,7% no preço do diesel e ao cancelamento deste mesmo aumento pelo Presidente Bolsonaro. Trata-se de uma medida paliativa pois o problema é a submissão do governo aos desígnios do “deus-mercado”.
Na verdade, desde o governo Temer, mentiras sobre a Petrobras têm sido utilizadas e amplamente reproduzidas pela imprensa brasileira com o claro objetivo de justificar a política de preços imposta na gestão Pedro Parente. Tal política atrela os preços praticados internamente aos preços do petróleo no mercado externo, às flutuações do dólar e à sanha de lucro no curto prazo do mercado financeiro internacional e de seus acionistas privados. Alegam que essa medida é necessária para levar ao saneamento da empresa, que teria sido enfraquecida, e mesmo quase levada à falência durante os governos do PT.
Como mostra a AEPET- Associação dos Engenheiros da Petrobras, “não é verdade que a Petrobras teve prejuízos enquanto adotou preços de combustíveis abaixo do (preço) internacional, entre 2011 e 2014, época em que o preço do petróleo se manteve elevado”. A associação afirma que “o fato é que o preço de venda dos derivados sempre foi acima dos custos de produção”, e a Petrobras “sempre apresentou lucros operacionais em linha com as maiores empresas de petróleo do mundo”. Na verdade, como mostra a AEPET, entre 2012 e 2017, a geração de caixa da Petrobras “se manteve estável entre 25 e US$ 27 bilhões por ano”, “com enormes reservas em caixa, entre 13,5 e US$ 25 bilhões, superiores às multinacionais” do setor.
Além disso, é sempre bom lembrar que a Petrobras é empresa de economia mista e tem mais de 66% de suas ações ordinárias pertencentes à União, ao BNDES e à Caixa, ou seja, os proprietários da Petrobras são todos os brasileiros e brasileiras.
Em síntese, o controle das grandes reservas do pré-sal e daquelas fora dele, bem como os próprios custos de prospecção, exploração e desenvolvimento dos blocos são prioritariamente formados no Brasil e, sobretudo, o controle da propriedade é nacional.
Nesta condição, a Petrobras tem importantes funções estratégicas a cumprir: zelar pelo desenvolvimento nacional, pela eficiência no funcionamento da economia e pelo acesso dos consumidores a preços tão módicos quanto possível.
É uma tolice acreditar que o preço do petróleo no mundo e dos combustíveis em cada país flutuem livremente. O preço internacional do petróleo sempre oscila por influência de interesses geopolíticos. Os principais países produtores de petróleo – desenvolvidos e em desenvolvimento – não privatizam suas empresas ou internacionalizam sua formação de preços e tampouco abrem as ações de suas principais empresas no mercado internacional.
Das 20 maiores petroleiras globais, entre as primeiras estão estatais – chinesas e saudita. Na sequência, há mais nove estatais, do oriente médio, do golfo pérsico e da América Latina. Então, das 20 maiores, mais da metade são estatais e nenhuma está venda e tampouco vendendo pedaços e partes no mercado.
São empresas nacionais, instrumentos de estratégia nacional. A lógica de uma empresas como a Petrobras não pode ser, ao invés de servir ao País e a sua população, servir ao “mercado” e aos especuladores de Nova York; ao invés de atender ao País e à sua população, que formou e capitalizou a empresa, e é proprietárias das reservas, atender ao mercado internacional e à sua visão de lucro de curto prazo. Todo o seu foco, assim, vira do avesso e acaba a visão estratégica de longo prazo, no qual é possível à empresa desenvolver tecnologia – como a de águas profundas – e descobrir reservas – como o pré-sal.
A abertura de capital não pode ser justificativa para tornar a empresa objeto da especulação financeira. É interessante o exemplo da China, que tem pelo menos cinco grandes empresas de petróleo e usa suas subsidiárias – de capital aberto – no plano internacional, devidamente controladas por empresas chinesas de capital fechado.
Se depender do desejo dos especuladores do mercado financeiro, os preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha subirão sem qualquer parcimônia e respeito aos consumidores. Foi o que aconteceu desde o golpe de 2016. Sob o governo Temer, houve cerca de 250 aumentos nos preços dos combustíveis – 16 vezes mais do que nos 13 anos de governos do PT.
Aumentos de preços de combustíveis constantes e acima da inflação contaminam toda a cadeia produtiva, gerando colapso logístico, inflação, carestia e mais desemprego.
A questão não é recuar do aumento de 5,7%. É impedir que a lógica da gestão da Petrobras seja submetida à lógica de curto prazo da especulação financeira.
Dilma Rousseff - acima de tudo uma mulher honesta derrubada da presidência da República por uma quadrilha de bandidos golpistas e entreguistas
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O powerpoint



Esse é o verdadeiro powerpoint da máfia de Curitiba
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