Não é a inflação e nem a carga tributária. Muito menos os custos financeiros, ou a educação insuficiente, ou mesmo a infraestrutura deficiente. Nosso mais sério problema é a dívida interna e os juros altos. É essa taxa Selic elevada que a remunera. Só para se ter uma idéia da gravidade da questão, nos últimos doze meses pagamos R$ 179 bi de juros da dívida pública, o correspondente a 5,42% do PIB.
Para efeito de comparação, e para se ter uma idéia do que isso significa, lembro que o governo federal não consegue investir mais do que o equivalente a 1,5% do PIB. Precisamos ter muito nítida a consciência de que cada 1% a mais na Selic representa um aumento de quase R$ 20 bi a mais de pagamento do serviço da dívida interna. Coisa estratosférica!
Como o Banco Central (BC), seguindo o mercado, pretende elevar a taxa em 3% durante o ano - já a elevou em 1,5% de janeiro até agora - dá para se ter uma ideia do volume de recursos desviados dos investimentos e gastos sociais para os rentistas, para aqueles que detém os títulos públicos, para a especulação que aumenta a cada dia.
Inflação e Selic em alta, repito, constituem uma mistura explosiva para a dívida pública.
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