Haja paciência e estômago para acompanhar a campanha oposicionista do candidato José Serra à presidência da República. Ultrapassando os limites da ética e da própria disputa eleitoral mais acirrada, onde os confrontos programáticos e/ou de ideias poderiam até resvalar para uma retórica mais dura (compreensível até certo ponto), o que se viu nos últimos dez dias foi o destempero, a irracionalidade, a infâmia e a mentira como armas eleitorais de baixíssimo nível.
Qualquer estudante do primeiro ano de psicologia não precisaria de muito empenho e conhecimento para entender o que se passa nas hostes demotucanas, mais particularmente com o candidato em questão.
José Serra deixou de lado qualquer escrúpulo (há quem diga que ele nunca teve), qualquer atitude minimamente civilizada e – o que é mais grave – democrática, e partiu para a ignorância.
Melodramatizando e carregando nas tintas de um possível vazamento de dados de sua filha na Receita Federal sem apresentar qualquer prova até agora, diga-se de passagem, Serra quis fazer de si mesmo a grande vítima. Perdido por um, perdido por mil.
Com uma assessoria que muito provavelmente já perdeu o rumo de casa, José Serra resolveu apostar no vale tudo denuncista, esquecendo-se de que cabe a ele o ônus da prova. Ele e seu partido passaram a ignorar as próprias regras da legislação eleitoral, dando assim um exemplo do que poderia ser um governo encabeçado por ele. Serra está exatamente como a Carolina da canção de Chico Buarque. O tempo passou na janela e só ele não viu.
Desrespeitadas a decência, as leis e as regras eleitorais, me lembrei então de recorrer a outra instância jurídica: o Código Penal Brasileiro. E reler no seu capítulo VI, o artigo 171:
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Mas fique tranquilo candidato José Serra. Não quero acusá-lo de estelionato e nem quero que o senhor seja preso por isso. Eu quis apenas reler a lei e lembrar que temos leis, inclusive eleitorais.
Só pediria ao candidato que tivesse um pouco mais de dignidade e compostura e não envergonhasse as novas gerações desse também novo Brasil que está sendo construído. Já não é necessária tanta empulhação, tanta mentira. O seu marketing político, se é que pode ser assim chamado, cheira a mofo.
Ao contrário do grande Getúlio Vargas que deixou a vida para entrar na História, você está deixando a História para entra no nada.
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