por Hélio Gaspari

A bolsa COPOM plantou uma jabuticabeira
O andar de cima nacional precisa pensar na vida. A revista americana “Forbes” divulgou sua lista de bilionários e, nela, há 30 brasileiros e brasileiras com mais de US$ 1 bilhão.
O legendário banqueiro paulista Gastão Vidigal ensinava que instituições financeiras não lidam com produtos, pois “produto é coisa que se pode embrulhar”, como pregos e sabonetes.
Aplicando-se esse critério à lista da “Forbes”, resulta que no Brasil há 13 bilionários na turma dos produtos (Eike Batista, Jorge Paulo Lemann e Ermírio de Moraes, por exemplo), e outros 15 cujo patrimônio derivou principalmente da atividade bancária (Safra, Villela e Moreira Salles).
No grupo da banca, nove dos bilionários pertencem à segunda geração dos fundadores do Itaú-Unibanco e do Bradesco. Alguns deles têm outras atividades profissionais (quando as têm). Dos nove magnatas suíços, só um está no ramo de investimentos.
Na lista dos dez maiores bilionários do mundo, oito lidam com produtos e, entre eles, há apenas um lote de herdeiros, os Walton, do Wal-Mart, empresa que revolucionou os hábitos de consumo americanos.
O peso dos bilionários da banca brasileira é único. Para ficar na área dos Brics, dos 30 maiores magnatas russos, 20 lidam só com produtos; na Índia, 23; e na China, onde a banca é controlada pelo Estado, a turma está quase toda produzindo, ou negociando com imóveis.
Esse é o produto da Bolsa Copom, com seu juros lunares.
A lista em que falta o Brasil
Na mesma semana em que a revista “Forbes” iluminou 30 bilionários brasileiros, o semanário inglês “THE” (“Times Higher Education”) publicou sua lista das cem melhores universidades do mundo. Cadê o Brasil? Micou e não ficou sequer entre as duzentas. Em 2009, a USP fora a 92ª na área da saúde.
Cruzando-se a lista dos bilionários com a das universidades, a coisa fica feia. A China teve incluídas cinco instituições, a Índia e a Rússia têm uma cada. A América Latina, nenhuma.
Nem tudo é ruína. No pequeno mundo dos cursos de formação de executivos, uma avaliação do “Financial Times” deu a Pindorama o 8º lugar com a Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, e o 13º com o Insper, de São Paulo. Ambas são instituições privadas.
Não é o caso de retomar a discussão sobre o futuro das universidades públicas, até porque, com poucas exceções, o estrago da privataria na rede particular garante que ela ficará fora de qualquer lista por mais 50 anos.
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