E não me surpreenderá se fizer isso na próxima sessão do STF. Porém, na minha opinião isso não passará jogo de cena para continuar cumprir rigorosamente o papel que lhe encomendaram: condenar os petistas, sem provas e por crimes que não cometeram - José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares -. E dessa forma os também miquinhos amestrados do GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão -, terem argumentos simpáticos para continuarem a campanha FHCiana - farsante, hipócrita, cínica e enganosa - de defensores da moralidade pública. Leiam com atenção o texto abaixo e verão que nas entrelinhas, foi este o recado enviado para o Torquemada AP Miame 10 reais.
Todo mundo ganhará com isso, sobretudo ele e sua posição, que é a de mandar alguns mensaleiros a regimes carcerários fechados.
Barbosa desqualificou como “chicana” uma posição de Lewandowski e, instado a se desculpar, encerrou a sessão, como o jogador que leva a bola para casa.
Ao perder uma votação, já disse que “cada país tem o modelo e tipo de Justiça que merece”, como se fora um biólogo ucraniano.
Já acusara Lewandowski de alimentar “um jogo de intrigas”. Já chamou de “palhaço” um jornalista que lhe fizera uma pergunta, mandando-o “chafurdar no lixo” e, há poucas semanas, retomou a melodia, chamando-o de “personagem menor”.
Meteu-se num debate com o ministro Dias Toffoli condenando o que supunha ser o voto do colega com um argumento dos oniscientes: “Eu sei aonde quer chegar.”
Não sabia. Toffoli lembrou-lhe que não tinha “capacidade premonitória” e provou: votava com ele.
Barbosa poderá vir a ser candidato a presidente da República. Mesmo que decida não entrar nessa briga, como presidente do Supremo, deve respeitar o dissenso, evitando desqualificar as posições alheias, com adjetivos despiciendos. Fazendo como faz, embaraça até mesmo quem o admira.
Há ministros que se detestam, mas todos procuram manter o nível do debate. As interpelações de Barbosa baixam-no, envenenando o ambiente.
Seriam coisas da vida, mas pode-se remediá-las. Na Corte Suprema americana, antes que comecem os debates (fechados), o presidente John Roberts vai para a porta da sala e começa uma sessão de gentilezas, na qual todos os juízes se cumprimentam.
Na saída, ele se apressa, volta ao lugar e recomeça o ritual. Boa ideia. Evitaria a cena de salão de sinuca ocorrida depois da sessão de quinta-feira.