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Porque prefiro ser tratado por médicos brasileiros. Ou não


Eu prefiro ser tratado por médicos brasileiros, embora 54,5% dos 2400 formandos que fizeram a prova do Conselho Regional de Medicina de SP não atingiram a nota mínima. O pior é que os erros se concentraram em áreas básicas. Mesmo assim vão poder exercer a profissão e atender aos infelizes que caírem em suas reprovadas mãos. Mas eu não moro em São Paulo.

Prefiro médicos brasileiros, porque eles são coisa nossa. Por exemplo, a gente liga pra marcar consulta e a telefonista do doutor pergunta: - é particular ou plano? Se for plano, empurram sua consulta lá pra frente. Particular, eles dão um jeitinho. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque quando chego ao consultório, fico esperando mais de uma hora pra ser atendido. É porque eles são bonzinhos, gostam de atender a todo mundo, e sabem que ali, no calor apertado da sala de espera, sempre pode rolar uma conversa agradável sobre sintomas e padecimentos com outros médicos. E a socialização é muito importante. Sem contar que podemos adquirir informação, com a leitura daquela Veja em que Airton Senna e Adriane Galisteu ainda estão namorando. Ah, tempo bom! É coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque quando a consulta é particular, eles fazem questão de não dar recibo, ou então a recepcionista pergunta se vou querer a nota fiscal, porque aí o preço é diferente. Não é sonegação, claro que não. É porque eles têm vergonha de espalhar quanto cobram pela consulta. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque eles vivem chorando miséria, mas, mesmo assim, no estacionamento dos médicos nos hospitais só tem carrão importado. Parece até pátio de delegacia de polícia. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque você faz todo o acompanhamento de sua doença com o doutor do seu plano de saúde, mas na hora da cirurgia, embora ela seja coberta pelo plano, o doutor sempre pede um por fora, pra ele e equipe. Inclusive o anestesista, aquele médico que não é médico, não tem plano, não obedece a sindicatos nem nada. É sempre por fora. É coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque várias vezes você chega ao posto de saúde, a uma emergência ou ao hospital e ele simplesmente não foi trabalhar, e usa de sua criatividade, inventando até dedinhos de silicone, para receber aquele salário que eles dizem que é uma merreca. Mas, isso é mentira, na verdade eles não vão trabalhar porque os hospitais, ambulatórios, as emergências e postos de saúde não dão condições. Eles só não largam o emprego porque têm pena dos pacientes que vão deixar na mão - embora não trabalhem. Pelo menos é o que dizem. Coisa nossa.

Só escrevo este texto, porque tenho vários amigos médicos e, infelizmente, não vejo nenhum deles se levantar contra esse hediondo corporativismo, contra essa maluquice generalizada de que seus colegas cubanos (que trabalham no mundo inteiro) são despreparados e, pior, vão espalhar a ideologia comunista pelo Brasil. Esses médicos que acham que municípios sem médicos têm que continuar assim, enquanto não tiverem infraestrutura, como naquela história da época da ditadura, de que era preciso primeiramente fazer crescer o bolo para depois dividi-lo.

Se os médicos estivessem defendendo seu mercado de trabalho... Mas, não, os médicos estrangeiros só estão vindo ocupar vagas que foram recusadas por seus colegas brasileiros, que não querem trabalhar e também não querem que outros trabalhem. O paciente... ah, o paciente. Ele não é mais paciente, agora é cliente.

Claro que temos ótimos médicos. E muitos deles já se declararam a favor da vinda de seus colegas do exterior.

Temos ótimos médicos, repito. Vários deles trabalhando em condições precárias. Temos muito o que melhorar, e a presidenta Dilma reconheceu o problema em seu pronunciamento na TV:

Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam. Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde. 
Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades. 
Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros. Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais. 
Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017. [Fonte]

Mas, o que estamos vendo é que existe um grupo de médicos para quem os cidadãos brasileiros de municípios sem médicos devem sofrer calados ou pegar um ônibus, barca, trem, o que seja, para procurar uma cidade onde um senhoríssimo doutor (brasileiro) o atenda, quando der. A esses lembro que Deus é ironia, e eles podem amanhã ou depois sofrer um acidente, numa pequena cidade, um pequeno município daqueles que ninguém jamais ouviu falar, eu gostaria de saber o que sentiriam ao ouvir alguém lhe falar assim:

- Necesita de ayuda, señor?

artigo de Luciano Martins Costa do Observatório da Imprensa. 

Médicos cubanos serão processados por crime ecológico

[...] antes mesmo de chegarem ao Brasil, estão matando tucanos de raiva

Revoltados, médicos criam White Blocs

Adeptos dos White Blocs devem higienizar as mãos antes de quebrar vidraças
UTI - Acusado de não auscultar a classe médica, o ministro genérico Alexandre Padilha ofereceu soluções em doses homeopáticas para melhorar as condições de trabalho. "Em Brasília, espalhou-se a epidemia do fisiologismo e eu fui contaminado. Doutora Dilma tem priorizado a ampliação de ministérios em detrimento da criação de novos leitos. Temos que dar uma amostra grátis de nossa boa vontade e sermos pacientes", arrematou.

A declaração gerou um clima hipertenso e fez com que um bando de médicos tapasse o rosto com touca e máscara cirúrgica e saísse às ruas para quebrar tudo. "Vamos aumentar a potência dos aparelhos de pressão contra o braço governamental", receitou a doutora Emma Kalil, enquanto preparava coquetéis de semancol.

Munidos de grafias incompreensíveis para camuflar ainda mais suas identidades, clínicos gerais e cirurgiões abriram uma humilde exceção para aceitar adesões de menor relevância, como Jesus, Buda, Barack Obama e Chico Buarque. "O movimento White Bloc vai aonde o povo está, desde não seja no interior do país ou perto de algum cubano", diagnosticou Ivo Pitanguy.

Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro

...Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo", afirmou o médico de família Nelson Rodriguez, ao desembarcar no aeroporto internacional de Recife (PE). Os médicos cubanos desembarcaram vestindo jaleco, com bandeiras do Brasil e de Cuba.Médicos estrangeiros chegam ao Brasil e já demonstram tudo o que os médicos brasileiros não tem: amor às pessoas. ( http://www.facebook.com/pages/Helena-Sthephanowitz/182426615269724 )

Os mesmos CRMs que passaram a mão na cabeça do Dr Abdelmassih agora se lançam na patriótica campanha do “Menos Médicos” ou “Médicos com Fronteiras”

Já até imagino a cena:
O médico cubano está atendendo a população no posto de saúde. Chega nosso “herói”, o Dr. CRM, acompanhado por dois policiais e diz:

- Esse é o meliante! Podem prender!

O médico sai algemado do posto. A população, sem entender nada, pergunta ao Dr. CRM:

- O senhor é médico? Vai nos atender? Temos vários doentes e…

- Eca ! Não vim atender ninguém! Estou aqui apenas para salvá-los desse charlatão comunista!
Jorge no Conversa Afiada

Paulo Moreira Leite: O debate sobre a chegada de médicos cubanos é vergonhoso.

Do ponto de vista da saúde pública, temos um quadro conhecido. Faltam médicos em milhares de cidades brasileiras, nenhum doutor formado no país tem interesse em trabalhar nesses lugares pobres, distantes, sem charme algum – nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça. 
Respeitando o direito individual de cada pessoa resolver seu destino, o governo Dilma decidiu procurar médicos estrangeiros. Não poderia haver atitude mais democrática, com respeito às decisões de cada cidadão. 
 
O Ministério da Saúde conseguiu atrair médicos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai. Mas continua pouco. Então, o governo resolveu fazer o que já havia anunciado: trazer médicos de Cuba. 
 
Como era de prever, a reação já começou.
 
E como eu sempre disse neste espaço, o conservadorismo brasileiro não consegue esconder sua submissão aos compromissos nostálgicos da Guerra Fria, base de um anticomunismo primitivo no plano ideológico e selvagem no plano dos métodos. É uma turma que se formou nesta escola, transmitiu a herança de pai para filho e para netos. Formou jovens despreparados para a realidade do país, embora tenham grande intimidade com Londres e Nova York. 
 
Hoje, eles repetem o passado como se estivessem falando de algo que tem futuro. 
 
Foi em nome desse anticomunismo que o país enfrentou 21 anos de treva da ditadura. E é em nome dele, mais uma vez, que se procura boicotar a chegada dos médicos cubanos com o argumento de que o Brasil estará ajudando a sobrevivência do regime de Fidel Castro. Os jornais, no pré-64, eram boicotados pelas grandes agencias de publicidade norte-americanas caso recusassem a pressão americana favorável à expulsão de Cuba da OEA. Juarez Bahia, que dirigiu o Correio da Manhã, já contou isso. 
 
Vamos combinar uma coisa. Se for para reduzir economia à política, cabe perguntar a quem adora mercadorias baratas da China Comunista: qual o efeito de ampliar o comércio entre os dois países? Por algum critério – político, geopolítico, estético, patético – qual país e qual regime podem criar problemas para o Brasil, no médio, curto ou longo prazo?
 
Sejamos sérios. Não sou nem nunca fui um fã incondicional do regime de Fidel. Já escrevi sobre suas falhas e imperfeições. Mas sei reconhecer que sua vitória marcou uma derrota do império norte-americano e compreendo sua importância como afirmação da soberania na América Latina.
 
Creio que os problemas dos cidadãos cubanos, que são reais, devem ser resolvidos por eles mesmos.
 
Como alguém já lembrou: se for para falar em causas humanitárias para proibir a entrada de médicos cubanos, por que aceitar milhares de bolivianos que hoje tocam pedaços inteiros da mais chique indústria de confecção do país? 
 
Denunciar o governo cubano de terceirizar seus médicos é apenas ridículo, num momento em que uma parcela do empresariado brasileiro quer uma carona na CLT e liberar a terceirização em todos os ramos da economia. Neste aspecto, temos a farsa dentro da farsa. Quem é radicalmente a favor da terceirização dos assalariados brasileiros quer impedir a chegada, em massa, de terceirizados cubanos. Dizem que são escravos e, é claro, vamos ver como são os trabalhadores nas fazendas de seus amigos. 
 
Falar em democracia é um truque velho demais. Não custa lembrar que se fez isso em 64, com apoio dos mesmos jornais que 49 anos depois condenam a chegada dos cubanos, erguendo o argumento absurdo de que eles virão fazer doutrinação revolucionária por aqui. Será que esse povo não lê jornais? 
 
Fidel Castro ainda tinha barbas escuras quando parou de falar em revolução. E seu irmão está fazendo reformas que seriam pura heresia há cinco anos.
 
O problema, nós sabemos, não é este. É material e mental. 
 
Nossos conservadores não acharam um novo marqueteiro para arrumar seu discurso para os dias de hoje. São contra os médicos cubanos, mas oferecem o que? Médicos do Sírio Libanês, do Einstein, do Santa Catarina? 
 
Não. Oferecem a morte sem necessidade, as pragas bíblicas. Por isso não têm propostas alternativas nem sugestões que possam ser discutidas. Nem se preocupam. Ficam irresponsavelmente mudos. É criminoso. Querem deixar tudo como está. Seus médicos seguem ganhando o que podem e cada vez mais. Está bem. Mas por que impedir quem não querem receber nem atender? 
 
Sem alternativa, os pobres e muito pobres serão empurrados para grandes arapucas de saúde. Jamais serão atendidos, nem examinados. Mas deixarão seu pouco e suado dinheiro nos cofres de tratantes sem escrúpulos. 
 
Em seu mundo ideal, tudo permanece igual ao que era antes. Mas não. Vivemos tempos em que os mais pobres e menos protegidos não aceitam sua condição como uma condenação eterna, com a qual devem se conformar em silêncio. Lutam, brigam, participam. E conseguem vitórias, como todas as estatísticas de todos os pesquisadores reconhecem. Os médicos, apenas, não são a maravilha curativa. Mas representam um passo, uma chance para quem não tem nenhuma. Por isso são tão importantes para quem não tem o número daquele doutor com formação internacional no celular.
 
O problema real é que a turma de cima não suporta qualquer melhoria que os debaixo possam conquistar. Receberam o Bolsa Família como se fosse um programa de corrupção dos mais humildes. Anunciaram que as leis trabalhistas eram um entrave ao crescimento econômico e tiveram de engolir a maior recuperação da carteira de trabalho de nossa história. Não precisamos de outros exemplos. 
 
Em 2013, estão recebendo um primeiro projeto de melhoria na saúde pública em anos com a mesma raiva, o mesmo egoísmo. 
 
Temem que o Brasil esteja mudando, para se tornar um país capaz de deixar o atraso maior, insuportável, para trás. O risco é mesmo este: a poeira da história, aquele avanço que, lento, incompleto, com progressos e recuos, deixa o pior cada vez mais distante. 
 
É por essa razão, só por essa, que se tenta impedir a chegada dos médicos cubanos e se tentará impedir qualquer melhoria numa área em que a vida e a morte se encontram o tempo inteiro. 
 
Essa presença será boa para o povo. Como já foi útil em outros momentos do Brasil, quando médicos cubanos foram trazidos com autorização de José Serra, ministro da Saúde do governo de FHC, e ninguém falou que eles iriam preparar uma guerrilha comunista. Graças aos médicos cubanos, a saúde pública da Venezuela tornou-se uma das melhores do continente, informa a Organização Mundial de Saúde. Também foram úteis em Cuba. 
 
Os inimigos dessas iniciativas temem qualquer progresso. Sabem que os médicos cubanos irão para o lugar onde a morte não encontra obstáculo, onde a doença leva quem poderia ser salvo com uma aspirina, um cobertor, um copo de água com açúcar. Por isso incomodam tanto. Só oferecem ameaça a quem nada tem a oferecer aos brasileiros além de seu egoísmo.

Mais Médicos: e seus sabotadores


O procurador José de Lima Ramos Pereira, do MPT - Ministério Público do Trabalho - chefe da Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho - passou o dia ontem na TV e no noticiário afirmando que a forma de contratação de profissionais estrangeiros para trabalhar nas periferias das grandes cidades e lugares remotos do país pelo Programa Mais Médicos fere a legislação trabalhista e a Constituição brasileiras.

Ele centra sua crítica na contratação dos médicos de Cuba."O Ministério Público do Trabalho vai ter que interferir, abrir inquérito e chamar o governo para negociar" repetia Ramos Pereira.Também a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o Mais Médicos do governo federal.

É pura sabotagem. O MPT e as entidades médicas procuram alguma brecha legal ou pretexto para sabotar o programa. Espero que essa insensibilidade social e o ódio político elevado a categoria de luta política e jurídica não encontrem guarida no judiciário. e que este se lembre e tenha presente que essas entidades nunca se mobilizaram pela saúde pública ou pela melhoria do SUS.

Onde estavam quando a CPMF foi extinta?


Onde estavam elas quando a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, era revogada pela oposição no Congresso Nacional na virada de 2007/2008? Onde estavam quando em São Paulo os tucanos prevaricavam e terceirizavam a saúde ao longo dos 20 anos que o PSDB ocupa o governo do Estado?

Agora o MPT vem dizer, pela voz do procurador Ramos Pereira que a contratação é "totalmente irregular", porque feita sob pretexto de resolver uma questão relevante (a falta de médicos), "que não está caracterizada com a urgência que exige uma situação de calamidade", como epidemia e terremoto."

"A relação de emprego - prossegue Ramos Pereira - tem de ser travada diretamente entre empregador e empregado. O governo será empregador na hora de contratar e dirigir esses médicos, mas, na hora de assalariar, a remuneração é feita por Cuba ou por meio de acordos. Isso fere a legislação trabalhista."

Entidades acusam governo

E as entidades médicas, no processo a que deram entrada no STF, alegam que a contratação de profissionais formados em outros países sem que sejam aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) é ilegal.

“A medida retira dos conselhos regionais de Medicina a competência para avaliar a qualidade profissional do médico intercambista, na medida em que suprime a possibilidade de fiscalizar o exercício profissional por meio da análise documental para o exercício da medicina”, queixam-se elas ao Supremo. E chegam a acusar o governo de promover o exercício ilegal da medicina.

Padilha garante: "governo vai até o fim no programa"

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha criticou a reação das entidades médicas ao programa Mais Médicos e afirmou que o governo vai acompanhar a situação de cada profissional inscrito no programa. "Vamos até o fim. O que nos move é levar médicos onde não existem médicos no nosso país", afirmou ao recepcionar no aeroporto internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, os quatro primeiros médicos estrangeiros que chegaram para trabalhar pelo programa.

Até amanhã, 644 médicos - 400 cubanos - chegam ao Brasil para trabalhar pelo Mais Médicos em regiões pobres do país. Nesta 6ª começaram a chegar os médicos inscritos individualmente para trabalhar em oito capitais. Na próxima 2ª feira, todos,  tanto os inscritos individualmente (brasileiros e estrangeiros), quanto os 400 cubanos contratados via acordo, começam curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa. Após a aprovação, eles irão para os municípios.

Os cubanos atuarão em 701 cidades (que não tiveram interessados brasileiros na 1ª fase de inscrição no programa), com população de 11 milhões - 45% em áreas rurais, a maioria no Norte e Nordeste. O acordo tem aval da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), extensão da Organização Mundial de Saúde (OMS, da ONU) para as Américas. 

José Dirceu

Mais Médicos e mais uma canalhice dos contra

Vou orientar os  "Meus Médicos" a não socorrerem erros dos colegas cubanos... 
João Gomes Matos Soares - presidente do CRM (MG) Conselho Regional de Minas Gerais.
Canalha!

Rafael Patto: Eu fico estarrecido com a capacidade que algumas pessoas têm de chegar ao mais baixo nível da vigarice.

Que se foda a população carente, o que essa gente quer é sabotar o Programa Mais Médicos!!! A intenção dessa gente escrota tá muito clara: eles querem mesmo é tumultuar tudo. Veja a arrogância: o presidente do CRM/MG já dá como certo que os cubanos cometerão erros médicos. Convenhamos: errar é ...Ver mais
“Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos”, diz presidente do CRM/MG
A contratação de médicos estrangeiros pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal, está longe de ter um final em que as duas partes - profissionais e União - cheguem a um acordo.

Mais Médicos: e a hipócrita indignação


Os humanistas e honestíssimos médicos brasileiros que cobram "por fora" e honorários diferentes para com ou sem recibo, estão indignados?

A. Bento Magalhães

Mais Médicos: a invasão comunista




Neste final de semana começa a invasão comunista com terríveis guerrilheiros armados com estetoscópios, aspirinas, e diplomas de pós.

Médico cubanos estão chegando

Nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anuncia a formalização do acordo com Cuba para a vinda de 450 médicos ao Brasil. Outros 1.500 profissionais  cubanos  devem desembarcar no país um pouco mais adiante. 

A decisão reflete um novo momento do programa ‘Mais Médicos' que ,progressivamente, furou o bloqueio duplo da má vontade conservadora e do elitismo corporativista. Lançado em oito de julho, a iniciativa ataca fatores emergenciais e estruturais que explicam o elevado número de áreas desassistidas no país. 

Mais Médicos: Estrangeiros e militares podem ocupar vagas

Demanda era por 15.460 profissionais, mas só 938 do Brasil confirmaram inscrição.

Senadores da base aliada querem pôr em votação hoje a PEC122, que autoriza médicos das Forças Armadas a ter um segundo emprego no SUS; com a aprovação da lei, 7 mil deles poderiam ocupar vagas do programa.

Os 938 médicos com registro profissional no Brasil que homologaram sua inscrição no programa Mais Médicos vão preencher apenas 6,1% das 15.460 vagas abertas em 3.511 municípios. Com isso, há 14.522 vagas disponíveis para os médicos estrangeiros. Mas como até agora apenas 1.920 profissionais de outros países se inscreveram, e o prazo termina amanhã, senadores da base aliada do governo sugeriram à presidente Dilma Rousseff pôr em votação hoje a PEC122, que prevê a possibilidade de médicos militares — muitos lotados em postos de fronteira e cidades do interior — também trabalharem no SUS. Hoje, o médico militar não pode ter um segundo emprego.

Médicos e policiais têm atitudes semelhantes na hora de puxar brasa para suas sardinhas

Quando o corporativismo fala mais alto é a população quem paga o pato
Tanto como o lobismo, que puxa brasa para interesses setoriais e se lixa para o país como um desafio conjunto, o corporativismo irresponsável parece destinado a infringir golpes contundentes ao grosso da população desorganizada que até há pouco alimentava uma maioria silenciosa e conformada.

No mesmo momento em que o comandante da PM fluminense decide"anistiar" seus subordinados para lavar a alma da corporação, o governo federal sofre um grande revés ao constatar que os médicos inscritos para o programa de interiorização da saúde não querem nem passar perto dos 700 municípios que não contam com um único profissional para auscultar as batidas dos seus corações.

É como se cumprissem ordens superiores e fim de papo. Sem a parafernália onerosa que fatura os tubos com a indústria da doença não tem conversa. Profilaxia é prejuízo certo aos interesses espúrios que dominam a área. E ai de quem embarcar nessa. A cúpula mercantilista tem vacinas em doses cavalares para qualquer surto anti-corporativo.

O desafio do "bode expiatório"

Há semelhanças indisfarçáveis nas duas situações. Para o coronel Erir Ribeiro Costa Filho a Polícia Militar estava virando bode expiatório de políticas equivocadas de governo, geradoras, estas sim, da insatisfação que mexeu com a autoestima da população.

Numa entrevista coletiva foi às lágrimas para dizer que seus subordinados também eram seres humanos e não tinham como não se exceder nos confrontos com manifestantes indignados. E para polemizar com a mídia por divulgar seus excessos. Isso, embora os policiais historicamente não tenham o menor preparo para lidar com protestos: no asfalto, usam balas de borrachas; na favela vão mais longe e atiram para matar ou dão sumiço a suspeitos sem dó nem piedade.

Profissionalismo de "mercado"

Já os médicos das safras recentes parecem ter optado pela profissão por ser a que oferece maiores oportunidades de ganhos - daí, inclusive, a opção por especialidades onde podem ter maior retorno financeiro. Como se sabe, num país onde as faculdades públicas se tornam cada vez mais excludentes (a não ser pelas cotas)a carreira é a que tem maior número de candidatos por vagas nos vestibulares (127, contra 18 de odontologia, 12 de enfermagem e 10 de nutrição na Unicamp).

CLIQUE AQUI, LEIA MATÉRIA COMPLETA NO BLOG DO PORFÍRIO

Mais Saúde e Mais Médicos Para o Brasil

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior decidiu, após plenária realizada em Belém-PA, se posicionar a favor do Programa Mais Médicos e se colocar como um colaborador pró-ativo dos Ministérios da Educação e da Saúde, em interlocução permanente com a sociedade.


A Andifes entende que o Programa Mais Médicos Para o Brasil, no seu conjunto, tem o mérito de fortalecer o Sistema Único de Saúde, voltado para atender toda a população, principalmente as parcelas mais excluídas do país. A proposta tem um prazo para ser concluída e, durante esse tempo, a entidade vai colaborar para o aprimoramento e a implantação do projeto no país.



Considerando a necessidade do fortalecimento do SUS, o respeito aos profissionais de saúde, e uma especial atenção para a saúde básica, sobretudo, para a saúde familiar, a instituição entende como sendo natural que as universidades federais sejam interlocutoras destacadas desta política pública.


A Andifes também se posiciona favoravelmente à expansão e oferta com qualidade dos cursos de medicina, a universalização e modificação da estrutura de residência médica, o contrato entre a rede de saúde e o SUS, a revisão dos mecanismos e sistemas atuais de certificação, acompanhamento de avaliação dos cursos e a oferta regular de tutores para o acompanhamento integral dos alunos
Andifes - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior

Dr. Coxinha

Esta é a imagem da maioria dos médicos brasileiro.
O pior é que isso é a mais perfeita tradução.
Claro que não são todos os profissionais que pensam e agem assim. 

José Dirceu: A cada nova proposta, um novo pretexto em defesa do elitismo e do corporativismo

A reação do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) à nova proposta do governo sobre a residência médica é uma prova do caráter de oposição pura e simples e do movimento de resistência a qualquer mudança no status quo da categoria.

Ontem, o governo anunciou que, em lugar de ampliar o curso de medicina de seis para oito anos, os dois anos a mais serão aproveitados como residência médica, que hoje não é obrigatória.

No primeiro ano, a atuação será necessariamente no setor de urgência e emergência de uma unidade do SUS. No segundo ano, o recém-formado escolhe em que área atuar.

O vice-presidente do CFM, Carlos Vital, disse temer que a residência médica se torne um “disfarce” para um serviço civil obrigatório. Para ele, “residência em posto de saúde para atenção básica sem supervisão não é residência, é serviço civil apresentado de outra forma”.

É um sinal do nível de elitismo e corporativismo da entidade, que espero não seja compartilhado pela maioria dos médicos.

Recusar-se a fazer residência médica em unidades do SUS é um atestado de total insensibilidade social e uma prova cabal dos objetivos da entidade: a defesa exclusiva do interesse corporativo dos médicos que representa.

A cada nova proposta, um novo pretexto. Agora, é a de que a residência no posto de saúde não terá supervisão. Quem disse isso a ele? Se é residência, é evidente que terá.

Em busca de soluções

Quando se quer resolver um problema grave como o da saúde, buscam-se soluções, como fizeram os diretores de faculdades de medicina, a Associação Brasileira de Educação Médica e o grupo de especialistas que chegaram a um acordo com o governo, ao contrário da posição sectária do CFM, lamentável.

Registro aqui também a mudança de comportamento da mídia, mais uma, totalmente contrária a greves dos servidores públicos da saúde durante todos estes anos, e agora entusiasta no apoio à greve dos médicos. Uma greve puramente corporativa e elitista.

Só um pequeno detalhe: o serviço civil obrigatório é um ato patriótico e aceito socialmente e quase consenso político, quase uma imposição da consciência cidadã e uma imposição moral, em todas as democracias. Mas nossa classe médica parece viver segregada da maioria da população carente de serviços médicos que diz defender.

Tuitada do dia

"Somos ricos, somos cultos" mas queremos só emprego no Serviço Público, e não, trabalho.Trabalho, é no setor privado, e do nosso jeito!

Muitos hipócritas juraram por Hipócrates

Muitos médicos estão fazendo paralisações protestando contra o Programa Mais Médicos - é um direito que lhes assiste -. Porém há duas coisinhas que estão erradas nos protestos dos jalecos brancos:

  • 1º Só  estão fazendo paralisações no horário que prestam serviço ao SUS.
  • 2º Recebem o salário sem desconto dos dias parados.
Como cidadão, farei minha parte. Exigirei que a Secretária de Saúde do Estado do Ceará desconte os dias que eles não prestaram serviços médicos pelo quais são pagos para prestar.

Acham que ganham pouco no SUS? Pois que criem vergonha na cara e peçam demissão, vão trabalhar apenas na iniciativa privada.

Ah, também aproveitem e pagam a Universidade Pública na qual foram formados.

Fui claro ou preciso desenhar?
 “Juramento de Hipócrates”:

“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”

Mais Médicos: 75% se inscreverem para fraudar o Programa

Dos 18.450 médicos inscritos no programa ‘Mais Médicos’, do governo federal, apenas 4657 (25%) confirmou seu cadastro e está apto a trabalhar na rede pública de saúde, segundo balanço do Ministério da Saúde. 

Desse total, 3.891 têm registro profissional válido no País e 766, diplomas do exterior – o que representa 19,6% do total. 

Ao todo, 3.511 municípios do País aderiram ao programa (63%). Juntas, essas cidades apresentaram demanda e capacidade para terem 15.460 médicos atuando na atenção básica.