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A coerência de um grande brasileiro

A lucidez de Niemeyer

Temos que ter cuidado é para eleger uma pessoa que tenha compromissos de manter o que foi conquistado e aprimorar o que precisa ser aprimorado. Ou seja, fazer o dobro do que nós fizemos.” (De entrevista concedida pelo presidente Lula a Fernando Morais, publicada pela revista “Nosso Caminho”, em novembro de 2008).
O importante para nós da esquerda não é, propriamente falando, este momento da disputa entre Dilma Rousseff e José Serra, embora de seu resultado dependa a continuação das políticas de Lula, que tanto vêm engrandecendo o país e assegurando uma vida mais digna ao povo brasileiro.
Assusta-nos imaginar o que aconteceria no caso de uma vitória de Serra. Seria a repetição do que ocorreu no Brasil anteriormente à Presidência de Lula: o governo afastado do povo, alheio ao que se passa na América Latina, indiferente à ameaça que o imperialismo dos EUA representava para os países do nosso continente.
Seria o avançar do processo de privatização de grandes empresas nacionais e de empreendimentos de valor estratégico para este país. Tudo isso é tão claro aos olhos da maioria dos cidadãos brasileiros que, confiantes, vêm apoiando, sem recuos, a candidatura Dilma.
Não sou especialista em ciência política para entrar em detalhes sobre o assunto; a imprensa disso se ocupa o tempo todo.
Na minha posição, de homem de esquerda, o que interessa não é analisar exaustivamente os programas de governo que cada um dos candidatos apresenta, mas defender a permanência das diretrizes fixadas pela gestão de Lula, tão autêntico e patriótico que surpreende o mundo inteiro.
Eis o que vocês da Folha me pedem que escreva e que eu, modestamente, procurei atender.

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O PAC que alguns não veem

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Passarela desenhada por Oscar Niemeyer é inaugurada na Rocinha 
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Mais uma miragem do PAC


Rogério Daflon – O GLOBO

Até o fim deste mês, mais uma obra de linhas sinuosas com assinatura de Oscar Niemeyer estará à vista dos cariocas, especialmente os pelo menos 135 mil motoristas que todos os dias passam Autoestrada LagoaBarra em frente à Rocinha. Com 125 metros de comprimento, a passarela — que ligará o complexo esportivo construído ao lado do Ciep à comunidade — terá um arco muito semelhante ao da Apoteose, no Sambódromo, lembrando curvas femininas realçadas por um biquíni. O arquiteto, de 102 anos de idade, admite a coincidência: — Pensei em fazer um desenho mais reto, mas ia confundir os motoristas.
Desse jeito, a passarela ficará mais bonita, mais suave, e é uma prova de de que a favela pode melhorar — descreveu Niemeyer ao GLOBO.
Com o projeto para a Rocinha, o arquiteto assina sua primeira passarela no Rio de Janeiro cruzando uma pista — em São Paulo, ele concebeu a passarela que integra o conjunto do Memorial da América Latina e passa sobre a Avenida Auro Soares de Moura Andrade, na Barra Funda.
Jair Valera, arquiteto do escritório de Niemeyer, confirmou que a semelhança com o desenho do Sambódromo foi proposital. E detalhou o projeto: — A beleza da passarela também será notada por quem a vê de baixo.
Seu caminho não tem uma reta sequer, e ele (Niemeyer) desenhou as inclinações de acordo com as exigências relacionadas a quem usa cadeira de rodas. De nove em nove metros há um pequeno platô para o cadeirante descansar.
O arco em forma de M não é tão simétrico como o da Apoteose. A perna mais perto da Rocinha é um pouco mais longa. Isso porque, daquele lado, ela passa sobre três faixas: as duas pistas da Lagoa-Barra e a que dá acesso à Rocinha. Em seu ponto mais alto, o arco tem 14,5 metros, medidos a partir do piso da passarela. O comprimento chega a 72 metros.
— Niemeyer só pôs pilares nos extremos da passarela. No centro, ele preferiu que ela ficasse suspensa por um tirante sustentado pelo próprio arco. O efeito vai surpreender — explicou Mário Terra, engenheiro que fez o cálculo estrutural da passarela.
Plano inclinado para coleta de lixo
Ao projetar a passarela, Niemeyer acolheu um pedido do arquiteto Luiz Carlos Toledo, autor do projeto do Centro Esportivo da Rocinha .
Quando viu o desenho de Niemeyer, o próprio Toledo incluiu algumas curvas no centro esportivo. E Niemeyer, é claro, gostou.
— O conjunto do centro esportivo com a passarela ficou muito interessante — avalia Toledo.
Para ele, a passarela é um símbolo da reurbanização da Rocinha: — Quando fui falar com o Oscar sobre a passarela, lembrei que ela ficaria a pouco metros de um projeto dele, o Ciep Ayrton Senna. Ele não só concordou em fazê-lo como nada cobrou por isso.
De acordo com o presidente da Empresa Estadual de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno, a passarela de Niemeyer suscitou a revitalização do acesso principal à Rocinha, que é a reta paralela à Autoestrada Lagoa-Barra, onde há ruas perpendiculares que levam a diferentes pontos da comunidade.
— Ali, onde a passarela termina, já chegando à Rocinha, mais de 30 imóveis de dois a quatro pavimentos serão emboçados e pintados em cores de tons fortes. Debaixo dessas casas há intenso comércio, e tudo isso vai trazer melhorias para o lugar — disse Ícaro.
Gerente de obras da Emop do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) da Rocinha, o engenheiro Franchel Fantinatti explicou que as casas serão pintadas em tons de vermelho, amarelo, azul, verde, lilás e branco.
— Na Rua do Valão, uma das perpendiculares ao acesso principal da Rocinha, vamos fechar parte do canal com placas removíveis, para facilitar a limpeza e evitar que as pessoas joguem lixo — disse Franchel.
No fim do mês, um centro cultural também será inaugurado, na Estrada da Gávea. O PAC da Rocinha prevê outras inaugurações para setembro.
Para melhorar a mobilidade e a coleta de lixo, um plano inclinado sairá do acesso principal e irá até as ruas 1 e 2. Algumas pilastras que vão sustentá-lo já podem ser vistas ao lado do Túnel Zuzu Angel, no sentido Gávea-São Conrado.
— Esse plano terá três estações.
A primeira sai do acesso principal e fica próxima da saída do Túnel Zuzu Angel. A segunda ficará próxima da Rua 2. E a superior vai dar acesso à Rua 1 — explicou o engenheiro.
A reurbanização da Rua 4, que liga a Estrada da Gávea ao Largo dos Boiadeiros, também está bem adiantada e será inaugurada em setembro.
Para alargá-la para 5,40 metros, cerca de 300 casas foram desapropriadas e as famílias, indenizadas.
— A Rua 4 talvez tenha sido o nosso maior desafio. Nela havia trechos de menos de um metro de largura, e com um adensamento tão grande que sequer dava para se ver o céu. Com a obra, ela terá três metros entre as duas calçadas, cada uma com 1,20 metro, o que abre espaço até para um caminhão passar. A incidência de tuberculose nas moradias dessa via é muito grande, mas, com o alargamento, haverá mais ventilação e a consequente diminuição da doença — disse Franchel.