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Operação lava jato: DNA tucano





A prisão dos executivos na Operação Lava Jato é o que há de DNA mais tucano na história das grandes ações da PF

Não é a primeira vez que esse modus operandi é utilizado, e acontece assim:

1) A PF para mostrar serviço abre uma operação, inicialmente vaza seletivamente informações que atinjam apenas alguns desafetos

2) Espera a mídia massificar até surtir os resultados da desmoralização seletiva

3) O limiar nessas grandes ações ameaçam tocar o envolvimento de políticos do PSDB e grandalhões do PMDB

4) A terceira etapa é fazer um novo vazamento envolvendo figurões do empresariado

5) O foco sai da proximidade dos políticos do PSDB e dos grandes do PMDB

6) Os holofotes sobrecarregam para o PT e os empresários

7) Nessa fase a população já assimilou que a corrupção é exclusiva do PT e grandes empresários

8) As apurações, mesmo envolvendo empresários, resguardam no inquérito várias falhas para que os hábeis advogados encontrem brechas para barrarem a formação ou o andamento do processo judicial

9) O intuito logrou êxito:

a) A PF mostrou serviço e fica bem na fita com a população

b) A mídia fez o seu papel de divulgar o que foi vazado

c) As denúncias vazadas seletivamente atingem seus objetivos

d) O governo fica desgastado para que se submeta mais facilmente à pauta do sistema

e) O PSDB ficou blindado

f) Os empresários envolvidos são "absolvidos"

g) O inquérito, ou o processo, é arquivado pelas falhas processuais

h) Pelo processo não ter chegado à condenação , a população culpa o governo e o PT, atribuindo à eles o aparelhamento da polícia/justiça

Combate a corrupção - Operação Lava jato

A Operação Lava jato e o futuro do financiamento político


Não se sabe ainda quais jogadas políticas se escondem por trás da Operação Lava Jato. Se for seletiva em relação a partidos políticos, desmoraliza. O vazamento de depoimentos na véspera das eleições é uma mancha na operação.
 
Se for, de fato, republicana, muda a história política e a luta contra a corrupção no país. E, por republicana, entenda-se o aprofundamento de todas as relações políticas do doleiro Alberto Yousseff  - e aí entram o PT, o PSDB, PMDB, PP e demais partidos.
 
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Até agora, as mazelas políticas do país sempre foram tratadas de forma oportunista pela cobertura midiática. Jornais valem-se das denúncias não como instrumentos de aprimoramento do país, mas como armas do jogo político, em atendimento a seus interesses empresariais e de seus parceiros políticos e empresariais.
 
Na CPI do Banestado, a Polícia Federal levantou e-mails de um lobista da Andrade Gutierrez alertando José Serra de que, se as investigações não fossem interrompidas, iriam bater nos recursos da privatização. Segundo o procurador Celso Três,  que participou das investigações, houve "aberrante morosidade na investigação", devido à atuação do então Procurador Geral da República Geraldo Brindeiro - denominado de "o engavetador-mor" de FHC. A morosidade do MPF permitiu a prescrição dos crimes.
 
A Operação Castelo de Areia envolvendo a Camargo Correa, alguns anos atrás, flagrou pagamento de propinas a políticos de ponta do PSDB paulista, como o ex-Chefe da Casa Civil do governo Alckmin, Arnaldo Madeira. Acabou sepultada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a alegação de que se iniciara a partir de uma denúncia anônima. Votaram pela anulação a ministra Maria Thereza de Assis Moura, e os ministros Og Fernandes e Celso Limonge.
 
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Outra operação, a Satiagraha, atingiu o coração de um vasto esquema de corrupção que envolvia do mensalão do PSDB ao do PT. Foi sufocada por uma pressão conjunta do governo Lula, dos grupos de mídia, de aliados de José Serra - cuja filha era sócia de Daniel Dantas - , e do óbvio Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
 
O STJ anulou a operação, através dos votos do ministro Jorge Mussi, do relator, desembargador Adilson Macabu, e o ministro Napoleão Nunes Maia Filho. No Congresso, Dantas recebeu o apoio entusismado dos notórios senadores Arthur Virgilio (PSDB-AM) e Álvaro Dias (PSDB-PA). Na imprensa, apoio da revista Veja, depois de presenteá-la com dois cadernos de publicidades de empresas de telefonia controlada por ele.
 
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Até agora, a Operação Lava Jato recebeu amplo apoio dos grupos de mídia por visar, por enquanto, apenas o PT e os governos Dilma e Lula. Não se pense, da parte dos grupos de mídia, em nenhuma bandeira desfraldada contra a corrupção, mas em interesses políticos e empresariais bastante objetivos.
 
A Operação, em si, revela uma imensa teia de jogadas envolvendo a Petrobras, a maior empresa brasileira e montadas a partir de executivos indicados no governo Lula. A liberdade conferida a Paulo Roberto Costa superou todos os limites do bom senso. Se o PT pretendia inserir-se no establishment político brasileiro, conseguiu com louvor. Mas sem blindagem.
 
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Yousseff é muito mais que isso. É mencionado no livro "A privataria tucana" como homem-chave na remessa de recursos de caixa dois de caciques tucanos  para o exterior. Participou diretamente de operações que passavam por recursos da privatização, além das operações do notório Ricardo Sérgio - o homem de Serra no Banco do Brasil.
  



Se houver, de fato, espírito republicano por parte do juiz Sérgio Moro, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, aplica-se um golpe de morte em todo sistema de financiamento clandestino de campanha eleitoral.
Depois da prisão de executivos, nenhuma grande empresa irá correr mais riscos de continuar nesse jogo. 
O STF já votou contra o financiamento privado de campanha. A votação não foi homologada ainda devido ao vergonhoso Gilmar Mendes que, mesmo já sendo voto vencido, pediu vistas do processo e engavetou-o.

Combate a corrupção - Operação Lava-jato

A PF - Polícia Federal - realizou hoje (14/11) pela manha 45 mandados judiciais durante a sétima fase da Operação Lava Jato, ocasionando a prisão, preventiva ou temporária, de 25 investigados, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e executivos de empreiteiras. Também foi decretado o bloqueio de bens de 16 investigados. Veja a lista desses nomes, divulgados:



Prisão preventiva: 
1) Eduardo Hermelino Leite, da Construtora Camargo Correa;
2) José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS;
3) Agenor Franklin Magalhães Medeiros, da OAS;
4) Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior;
5) Gerson de Mello Almada, da Engevix;
6) Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia.
 
Prisão temporária:
1) Dalton dos Santos Avancini, da Construtora Camargo Correa;
2) João Ricardo Auler, da Construtora Camargo Correa;
3) Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS;
4) Alexandre Portela Barbosa, da OAS;
5) José Aldemário Pinheiro Filho, da OAS
6) Ednaldo Alves da Silva, da UTC;
7) Carlos Eduardo Strauch Albero, da Engevix;
8) Newton Prado Júnior, da Engevix;
9) Otto Garrido Sparenberg, da IESA;
10)Valdir Lima Carreiro, da IESA;
11) Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC;
12) Walmir Pinheiro Santana, da UTC;
13) Othon Zanoide de Moraes Filho, da Queiroz Galvão;
14) Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão;
15) Jayme Alves de Oliveira Filho, subordinado de Alberto Youssef;
16) Adarico Negromonte Filho, subordinado de Alberto Youssef;
17) Carlos Alberto da Costa Siva, emissário das empreiteiras;
18) Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobrás;
19) Fernando Antonio Falcão Soares, lobista
 
Investigados que tiveram bloqueios bancários:
1) Eduardo Hermelino Leite
2) Dalton dos Santos Avancini
3) João Ricardo Auler
4) José Ricardo Nogueira Breghirolli
5) José Aldemário Pinheiro Filho
6) Agenor Franklin Magalhaes Medeiros
7) Ricardo Ribeiro Pessoa
8) Walmir Pinheiro Santana
9) Sérgio Cunha Mendes
10) Gerson de Mello Almada
11) Othon Zanoide de Moraes Filho
12) Ildefonso Colares Filho
13) Valdir Lima Carreiro
14) Erton Medeiros Fonseca
15) Fernando Antonio Falcão Soares
16) Renato de Souza Duque

Combate a corrupção

Operação Lava-jato realiza buscas em sede de empreiteiras; executivos são presos

Na sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro, a Polícia Federal realiza hoje sexta-feira (14) buscas em grandes empreiteiras e cumpre 27 mandados de prisão contra executivos e outros investigados.

A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários nas sedes das empresas Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão,Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso no Rio.
Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná, Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.
Os grupos investigados registraram, segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), operações financeiras atípicas num montante que supera os R$ 10 bilhões. Durante a investigação, o doleiro Alberto Youssef –que está preso e colabora com a Justiça por meio da delação premiada– apontou que o esquema envolvia desvio de dinheiro Petrobras.
A Justiça decretou o bloqueio de R$ 720 milhões que pertencem a 36 investigados. Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas suspeitas de participar do esquema.
Em São Paulo, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca, 17 de prisão e mais 9 de condução coercitiva –quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente.
Outros 11 mandados de busca e 6 de prisão são cumpridos no Rio. No Paraná, são 2 de busca e 1 de prisão. No DF, mais 1 de busca e 1 de prisão. Em Minas e Pernambuco, são cumpridos 2 mandados de busca em cada Estado.
Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
As prisões atingiram a cúpula das empreiteiras. Foram presos o presidente da empreiteira Engevix, Cristiano Kok, e um de seus vice-presidentes, Gerson Almada. Um terceiro executivo da empresa que teve a prisão decretada está no exterior.
O vice-presidente da empreiteira Mendes Junior, Sérgio Mendes Junior, foi preso no Lago Sul, área nobre de Brasília.
A PF também realiza buscas na casa do presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa, investigada por ter pago propina para obter obras da Petrobras no Rio e em Pernambuco. Pessoa também é sócio do doleiro Alberto Youssef em um hotel e um empreendimento imobiliário.
Ao menos doze pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal, chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.
A Camargo Corrêa é uma das empresas investigadas sob suspeita de pagar suborno a ex-diretores da Petrobras para obter contratos da estatal.
A empreiteira lidera o consócio CNCC, contratado para construir a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra, que envolve outras empreiteiras, é a mais cara em curso no Brasil e deve ultrapassar os R$ 40 bilhões quando ficar pronta, nos próximos meses.
Além de estourar o orçamento inicial, a obra foi superfaturada, segundo apurações do Tribunal de Contas da União.
O consórcio CNCC diz que não faz sentido a acusação de sobrepreço na obra, porque ela foi conquistada por meio de licitação.



Qualé a tua Nassif?

Governo Dilma empoderou delegados da PF em processo obscuro

Jornal GGN - A aprovação da Medida Provisória 657/14 pelo Senado na última terça-feira (11) acendeu um debate sobre a obscuridade do processo que levou os ministérios sob comando da presidente Dilma Rousseff (PT) a romper com acordos e esvaziar grupos de trabalho formados com a intenção de reestruturar a carreira dos servidores da Polícia Federal. Editada às pressas, a MP deixou de lado as demais categorias que formam a PF - escrivães, agentes e papiloscopista - para beneficiar apenas e subitamente os delegados da corporação.
“A partir do momento que a presidente sancionar a MP - o texto aguarda até o início de dezembro pela rubrica de Dilma - ela só vai fortalecer um modelo de segurança pública que prejudica a sociedade, e fortalecerá um cargo que concentrará informações de investigações importantes e que poderão - não estou dizendo que vão - usá-las de maneira imprópria”, disse ao GGN o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federal (Fenapef), Jones Leal.
A MP consiste em pelo menos três pontos que foram elogiadas pelos delegados:
- Estabelece que o diretor-geral da PF deverá ser escolhido pelo presidente da República entre delegados de classe especial, tornando, portanto, o cargo máximo na corporação é privativo aos delegados mais experientes - Na prática, a escolha já vem ocorrendo sob esse critério há alguns anos.
- Determina que o concurso público para entrar na carreira de delegado deve exigir o diploma de bacharel em Direito e experiência jurídica ou policial de três anos;
- Obriga que a OAB acompanhe todas as fases do concurso público.
À parte os motivos para contestar o teor da MP, a Fenapef coloca em xeque, principalmente, o modo como o governo Dilma encampou o processo. Há meses, os ministério do Planejamento e Justiça discutiam com as diversas categorias da Polícia Federal a reestruturação das carreiras. Esse trabalho, segundo Leal, teve inicio antes das eleições presidenciais e tinha o prazo de 150 dias - até o final de novembro - para apresentar resultados. Mas, em meio à disputa acirrada pelo Palácio do Planalto, a MP foi editada e enviada ao Legislativo para ser votada em tempo recorde.
“Nós somos contra porque acordamos com o governo que nenhum instrumento legal, nenhuma medida provisória, nenhum projeto de lei seria encaminhado antes da conclusão dos grupos de trabalhos que estão em andamento. E esses grupos de trabalho têm o prazo final estabelecido em 30 de novembro. Ou seja, o que foi acertado era que antes dos fins das eleições, nada seria feito antes da conclusão desses grupos”.
Argumentos contra
Na visão de Leal, a MP 657 prejudica a Polícia Federal como um todo principalmente por dificultar a mudança estrutural necessária à revitalização da de segurança pública do País. 
Em um ofício distribuído no Senado antes da votação da MP 657, as associações nacional dos Procuradores da República, dos membros do Ministério Público, dos Procuradores do Trabalho e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios declararam que são contrários à MP pelos seguintes argumentos:
1- A tramitação da matéria foi acelerada e houve pouca discussão. “A MP foi editada no dia 14 de outubro. Sua Comissão Especial foi instalada no dia 29 de outubro e o relatório foi apresentado e aprovado no dia 30 de outubro. Agentes, peritos, escrivães e papiloscopistas não foram ouvidos.”
2- É inconstitucional por não ser “urgente e relevante”, pois o artigo 62 da Constitucional determina que Medidas Provisórias devem ter esse caráter. “A reestruturação dos cargos do departamento de Polícia Federal não atende a esse critérios."
3 - Fortalece um modelo de investigação obsoleto. “A opção por um procedimento investigatório judicialiforme – como o inquérito policial – não leva ao aprimoramento do combate ao crime. Considerando apenas os inquéritos  policiais por crime de homicídio, por exemplo, a estimativa atual é de que apenas de 5% a 8% sejam esclarecidos pela polícia no Brasil – percentual que é de 90% no Reino Unido, 80% na França e 65% nos Estados Unidos."
“Para investigar bem não é preciso cursar Direito. Quem atua na área criminal sabe que o inquérito policial é composto em sua maioria de atos burocráticos, com ofícios, despachos, mandados, análises jurídicas e carimbos. Prioriza-se a formalidade em lugar da apuração dos fatos”, endossaram.
Para Leal, a medida provisória tem como objetivo alçar os delegados à carreira jurídica e, dessa maneira, abrir janela para que a categoria possa demandar a discussão da PEC 240/2013, que versa sobre funcionários de carreira jurídica receberem até 90,25% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
“No primeiro dia de Medida Provisória, os deputados desengavetaram uma PEC, formaram uma comissão e pleitearam os 90,25% para os delegados. Ou seja, essa MP não tem nada de bom para a sociedade. Estamos retroagindo no tempo, reforçando uma segurança pública do tempo do império português”, disparou o presidente da Fenapef.
Motivação política?
No mesmo texto, o agente lembra que a Folha de S. Paulo publicou na edição do dia 14 de outubro a fala de Fernando Francischini (Solidariedade) sobre o assunto. Teria dito o deputado delegado que o governo teve que editar uma MP às pressas, “porque sabia que ia ser uma pancadaria. Botamos o governo de joelhos”.
Para Leal, a forma como a MP foi encaminhada dá sinais de que houve alguma pressão de ordem política e motivação eleitoral por trás das decisões. “Não temos na história uma Medida Provisória tão célere como esta, que já está na mesa da presidente desde ontem (12/11). Alguma coisa me parece estranha. Não temo como afirmar o que aconteceu, mas a gente se baliza nas palavras do deputado Francischini”, comentou.
Outro lado
Para o juiz de direito do Paraná Sergio Bernardinetti, a MP não apresenta nenhuma grande novidade, pois apenas versa sobre o que já é de conhecimento, de prática e constitucional. Além disso, não prejudica as demais categorias, que terão opotunidade de discutir vantagens próprias com o governo federal. “Exceto por essa grande conquista, no sentido de ser o Diretor-Geral necessariamente um DPF, a MPV 657/2014 nada fez além de dizer o óbvio. Não pode ser motivo 
de desunião das classes policiais.”
“Todos estes cargos, seja de delegado, de escrivão, de agente, são acessíveis a todos os brasileiros, mediante concurso público. Quem quiser ser escrivão, presta o concurso para escrivão. Quem quer ser delegado, presta concurso para delegado. Cada um tem suas atribuições, suas prerrogativas e sua parcela de autonomia, com absoluta interdependência.”
“(...) Nosso sistema Constitucional não permite, sob pena de grave desvio de função, a movimentação horizontal entre carreiras distintas. Não é uma questão de vaidades, de valores, ou de capacidade. É uma questão de legalidade”, explicou.
A OAB de São Paulo emitiu uma nota favorável à MP.

PF a serviço do Psdb

do Observatório da Imprensa

De onde vem os factóides

Não há nada mais interessante nos jornais de quinta-feira (13/11) do que a reportagem do Estado de S.Paulo revelando que os delegados federais responsáveis pela Operação Lava-Jato compunham uma espécie de comitê informal do candidato Aécio Neves à Presidência da República enquanto vazavam seletivamente para a imprensa dados do inquérito. A repórter Julia Duailibi teve acesso a perfis restritos do Facebook, nos quais autoridades da Superintendência da Polícia Federal do Paraná agem como os mais fanáticos ativistas da polarização política que marcou a campanha eleitoral.

O texto não explica como a jornalista teve acesso ao material, nem quando, o que autoriza o leitor a considerar que o jornal podia já saber, na ocasião, que a fonte das especulações publicadas pela revista Veja na véspera da eleição era o próprio núcleo de investigações, atuando a serviço do candidato do PSDB. Segundo o relato, praticamente todos os agentes envolvidos na apuração, inclusive o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários e a titular da delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná, onde estão os principais inquéritos da operação, agiam como cabos eleitorais na rede social.

Entre as manifestações coletadas pela repórter há xingamentos vulgares à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula da Silva, e elogios de todo tipo a Aécio Neves – entre eles uma página em que o ex-governador de Minas aparece em montagem de fotografias na companhia de mulheres atraentes. Nessa página, o responsável pela Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, a quem estão vinculados os delegados empenhados na Operação Lava-Jato, escreveu: “Esse é o cara!”

Os policiais citados participam de um grupo fechado autointitulado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo símbolo é uma caricatura da presidente da República com dois grandes dentes incisivos e coberta por uma faixa onde se lê: “Fora, PT!” O conteúdo repete factoides, mitos, boatos e todo o arsenal usado durante a campanha eleitoral contra a reeleição da presidente.

 A página inicial da organização ainda pode ser acessada (ver aqui) no Facebook, embora a participação seja exclusiva para inscritos sob convite, e apresenta a OCC como “um instituto de orientação da cidadania, da democracia, da promoção do desenvolvimento econômico e social e de outros valores universais”.

Ela remete ao blog da suposta entidade (ver aqui), onde se desenvolvem campanhas em defesa da ditadura militar, teorias conspiratórias e textos que procuram desacreditar alguns profissionais da imprensa – num deles, os autores expõem os repórteres Gustavo Uribe, da Folha de S.Paulo, e Ricardo Chapola, do Estado de S.Paulo.

A OCC tem todas as características de outra organização de extrema-direita que atuou como força auxiliar da repressão nos tempos da ditadura militar: o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) também começou como uma entidade da sociedade civil preocupada com a defesa de supostos “valores universais” e acabou transformado em milícia terrorista, praticando ações extremas como a depredação de uma emissora de rádio, atentados a bomba e o assassinato de um padre católico no Recife.

A reportagem inclui entrevistas com especialistas em Direito Administrativo e Penal para os quais o posicionamento político de delegados na condução de uma investigação pode colocar em xeque a neutralidade e conduzir até mesmo à nulidade de um inquérito. Alguns dos consultados citam a Operação Satiagraha, que levou à destituição e condenação do delegado federal Protógenes Queiroz por vazamento de informações sigilosas. Como se sabe, com essa justificativa a Operação Satiagraha foi esvaziada por decisão do Supremo Tribunal Federal, deixando livre o principal acusado, o banqueiro Daniel Dantas.

A revelação feita pelo Estado de S.Paulo e o que se pode apurar sobre os personagens dessa história compõem um escândalo dentro do escândalo da Petrobras e expõem a perigosa contaminação de toda uma superintendência regional da Polícia Federal por interesses externos ao da atividade policial, o que coloca em dúvida a qualificação de seus agentes para conduzir essa investigação, e, por consequência, de todo o noticiário que se seguiu.

Além disso, revela de onde vêm os factoides utilizados pela imprensa para exercer sua influência em questões importantes para a sociedade brasileira, como a eleição para a Presidência da República.

Jânio de Freitas: outras dívidas eleitorais

no Folha de São Paulo
Pela quarta vez, o estímulo procedente da Polícia Federal para as tendências do eleitorado não resultou. E as investigações desses estímulos, também não.
Logo depois de definidos os disputantes do segundo turno, os três passageiros de um táxi aéreo foram presos pela PF ao descerem no aeroporto de Brasília. Revistados, dizia o primeiro noticiário que um tinha R$ 80 mil, outro levava R$ 30 mil, e R$ 6 mil o terceiro. Esse total de R$ 116 mil foi baixando nos dois ou três dias em que ainda houve noticiário a respeito. Os três voltavam de Belo Horizonte, onde haviam trabalhado na campanha de Fernando Pimentel.
Fernando Pimentel? Petista.

Grampo da PF prega PSB e PSDB à "Nova Política"

Investigações revelaram intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção de empresários e políticos ligados ao PSDB e ao PSB.


(*) Publicado originalmente no Blog da Noelia Brito


Grampos realizados pela Polícia Federal, com autorização da justiça, dentro das Operações “Farda Nova” e ”Zelador”, iniciadas ainda em 2007, para investigar ações do doleiro Jordão Emerenciano, com o “Jogo do Bicho” (objeto da Operação “Zebra”), acabou por flagrar a intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, de políticos e empresários, dentro do governo Eduardo Campos e até do que nas conversas se chamou de negócios com “petróleo”.



Dentre os flagrados pelos grampos da Polícia Federal, destacam-se, pela desenvoltura com que operavam e direcionavam licitações e negócios de empresários em SUAPE, em troca de comissões que chegavam a 35% do valor contratado pelas mais diversas secretarias e órgãos do Governo do Estado de Pernambuco, o ex-vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros, hoje um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, em Pernambuco e extremamente ligado a tucanos da mais alta plumagem, o ex-deputado federal Bruno Rodrigues, hoje do PSB, mas quando das práticas criminosas filiado ao PSDB e o até hoje presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, do PSB e ex-tesoureiro de campanha do Partido Socialista Brasileiro e do ex-governador Eduardo Campos.


Da “Operação Zelador” surgiu a Operação “Farda Nova”, onde Romero Pontual é apontado pelos agentes federais como integrante de uma “verdadeira quadrilha” destinada a fraudar licitação para compra de fardamentos para alunos da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Já ali, chama a atenção dos agentes federais, o fato de que Pontual fora “tesoureiro da campanha” do então governador Eduardo Campos:




Nos grampos, é possível acompanhar a desenvoltura com que o ex-tesoureiro de campanha de Eduardo Campos e do PSB, juntamente com o doleiro Jordão Emerenciano, direcionavam as licitações milionárias nos mais diversos órgãos do Estado de Pernambuco, para favorecer as empresas comprometidas com o esquema de corrupção de seu grupo: fardamento, combustível, merenda, medicamentos, empreiteiras, Petrobras, influência política, instalação de empreendimentos em SUAPE, nada ficava fora do esquema do que a própria Polícia Federal chamou de “Organização Criminosa”, que usava a própria sede da CEASA para reuniões de “negócios”:







Em um dos relatórios a que o Blog teve acesso, fica claro que o doleiro Jordão Emerenciano era uma espécie de Alberto Youseff dos esquemas de corrupção, em Pernambuco, que não poupava nem o FUNDEPE – Fundo de Pensão dos Servidores do Estado de Pernambuco, numa espécie de conluio com o então deputado federal do PSDB, depois filiado ao PSB, Bruno Rodrigues: “aparecem indícios de que o mesmo poderia estar envolvido na prática de crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, possível pagamento de propina a políticos dentre outros crimes contra o Sistema Financeiro, e operações ilegais de câmbio e corretagem, o que, pelo menos em tese, se constatado mediante investigação policial, formaria verdadeira Organização Criminosa”:




O relatório da Polícia Federal chega a comparar o esquema montado pelo doleiro Jordão Emerenciano juntamente com o ex-deputado Bruno Rodrigues com aquele arciculado pela Corretora Bônus Banval: “O esquema montado pelo DEPUTADO FEDERAL BRUNO RODRIGUES e por JORDÃO EMERENCIANO se assemelha ao esquema praticado pela BANVAL CORRETORA que se aproveita dos fundos de pensão para fazer operações(…):




A Polícia Federal flagrou, ainda, nos grampos, articulações do então vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros e do doleiro Jordão Emerenciano, junto  ao que chamaram de “caciques da política pernambucana ligados ao PSDB” para “aprovarem projetos e instalações de empresas no PORTO DE SUAPE”:

Outro fato que chama a atenção nos grampos da “Operação Zalador” é o próprio ex-governador Eduardo Campos ser flagrado cobrando Romero Pontual sobre a licitação da Saúde, apesar de Romero Pontual ser presidente da CEASA, órgão, portanto, totalmente dissociado da área a ele cobrada pelo ex-governador. Em outra conversa interceptada entre Romero Pontual e o ex-governador Eduardo Campos, observa-se que o assunto tratado é a licitação da “Educação”. Confiram:




Os grampos ainda apontam para a influência de Romero Pontual, juntamente com Jordão Emerenciano na Casa Militar, além de possível tráfico de influência do ex-deputado Bruno Rodrigues, junto ao governador de São Paulo, também do PSDB, que, na época, era o recém eleito senador José Serra:


Os grampos ainda apontam para vários contatos de Pontual com Antônio Figueira, à época presidente do IMIP, o que leva a crer que o contrato a que se referia o então governador Eduardo Campos, era a terceirização dos Hospitais e UPAS para a entidade presidida por seu futuro secretário de Saúde, que também aparece nos grampos da Operação Assepsia do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que resultou na cassação da prefeita de Natal, Micarla, do PV.


O presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, de acordo com as investigações realizadas pela Polícia Federal, nas Opreações “Farda Nova” e “Zelador”, mantinha rotina de almoços com o ex-governador Eduardo Campos, ao mesmo tempo em que manipulava os resultados das licitações e negócios nas mais diversas secretarias e órgãos do governo de Pernambuco, o que demonstra o alto grau de confiança e proximidade do Chefe do Executivo pernambucano com seu subordinado, chefe do esquema de achaques ao Erário, flagrado pela Polícia Federal:



O filho de Romero Pontual, conhecido como Romerinho, é dono de várias empresas fornecedoras de merenda escolar, entre elas a “Casa de Farinha”, fornecedora, por coincidência, de todas as prefeituras do PSB, inclusive para a Prefeitura do Recife, Ipojuca, São Lourenço da Mata, Paulista, Moreno e para o governo do Estado de Pernambuco.

As empresas de Romero Pontual Filho também já foram alvo de Operações da Polícia Federal. Em um trecho das gravações, os policiais flagram uma conversa entre pai e filho sobre um cheque que haveria para eles na sede da Construtora Moura Dubeux e que foi considerada uma “conversa obscura” pelos agentes federais:

O que causa estranheza é que tendo sido iniciadas em 2007, nenhuma dessas operações, apesar dos flagrantes de crimes gravíssimos, até agora resultaram nem no afastamento do senhor Romero Pontual e nem muito menos em processos ou prisões para os criminosos flagrados, pela própria Polícia Federal, com o conhecimento do Ministério Público Federal, em atos atentatórios contra o Erário.

Paulo Nogueira: Como Dilma mudou o debate da corrupção ao sair da defensiva para a ofensiva

A linha básica de sua argumentação sobre o assunto é que a corrupção não era investigada antes e agora é. Daí a diferença.

É, de certa forma, um raciocínio educativo. O brasileiro médio se acostumou erradamente a pensar que corrupção só existe no Brasil. Mais especificamente: só em governos populares, de Getúlio a Jango, de Lula a Dilma.




A explicação de Dilma é parcial. Ela fala no ímpeto investigativo da Polícia Federal, do Ministério Público e da Procuradoria Geral. Lembra que, na era FHC, o procurador geral, Geraldo Brindeiro, era conhecido como engavetador geral, por evitar mexer em casos de corrupção no governo.

Segundo a Wikipédia, dos 626 inquéritos criminais que recebeu, Brindeiro engavetou 242 e arquivou outros 217 (Total - 461). Leia mais>>>

Paulo Nogueira: Como Dilma mudou o debate da corrupção ao sair da defensiva para a ofensiva

A linha básica de sua argumentação sobre o assunto é que a corrupção não era investigada antes e agora é.

Daí a diferença.

É, de certa forma, um raciocínio educativo. O brasileiro médio se acostumou erradamente a pensar que corrupção só existe no Brasil. Mais especificamente: só em governos populares, de Getúlio a Jango, de Lula a Dilma.

A explicação de Dilma é parcial. Ela fala no ímpeto investigativo da Polícia Federal, do Ministério Público e da Procuradoria Geral. Lembra que, na era FHC, o procurador geral, Geraldo Brindeiro, era conhecido como engavetador geral, por evitar mexer em casos de corrupção no governo.

Segundo a Wikipédia, dos 626 inquéritos criminais que recebeu, Brindeiro engavetou 242 e arquivou outros 217.

O que Dilma não disse, provavelmente para evitar atrito com a mídia, é que jornais e revistas, em administrações amigas, também foram engavetadores de denúncias e escândalos.

No caso mais gritante na gestão de FHC, a compra de votos para que a emenda da reeleição passasse no Congresso simplesmente foi ignorada.

Procure no arquivo da combativa Veja as reportagens sobre a compra de votos para FHC.

Nada.

Tente agora o arquivo do Jornal Nacional.

Nada.

Mesmo a Folha, que trouxe o depoimento de um deputado que vendeu seu voto, teatralmente chamado de Senhor X, logo abandonou o caso.

Não retomou nem para informar a seus leitores quem era X. Só dezesseis anos depois, por conta de um livro sobre o episódio, seus leitores souberam que se tratava do ex-deputado Narciso Mendes, do Acre.




Num exemplo dramático, o Brasil da ditadura era, no noticiário da Globo, um país sem corrupção e sem corruptos no poder.

Escândalos eram engavetados. Roberto Marinho agia como Geraldo Brindeiro, bem como os demais barões da imprensa.

Isso levou muitos brasileiros a acharem que nos tempos dos generais éramos um país melhor, mais limpo e mais ético.

A seletividade da mídia na escolha das denúncias a cobrir foi responsável também pelo sentimento de impunidade de políticos amigos dos donos das grandes empresas de jornalismo.

E pelo descaro deles, também.

O caso mais recente é o de Aécio, que usa a corrupção demagogicamente como arma para influenciar eleitores menos politizados e mais suscetíveis de manipulações pseudomoralistas.

Coube a Luciana Genro desmascarar esse tipo de hipocrisia numa intervenção antológica no debate promovido pela CNBB.

Luciana Genro “mitou” naquele momento, para usar uma expressão corrente hoje.

Corrupção é uma praga mundial, e deve ser combatida todos os dias, e todas as horas.

Mas usá-la capciosamente para atingir adversários ou favorecer amigos é, também, um ato extremamente corrupto.

Dilma e Luciana Genro, cada qual do seu jeito, puseram contexto na questão da corrupção.

É um avanço na caminhada rumo a uma sociedade madura.