Mensagem para vida inteira
Os fundilhos dos moralistas, por Fernando Brito
Jair Bolsonaro dispensa comentários. É um espertalhão que descobriu no marketing de sua brutalidade e intolerância a maneira de sair da obscuridade dos medíocres e projetar-se para uma camada de gente de visão tão larga e profunda que acha que o vizinho gay ou o garoto que fuma um baseado são as grandes desgraças do Brasil.
As reportagens da Folha sobre o "Bolsofamília" – os 15 imóveis comprados, alguns em condições estranhas – por ele e pelos três filhos parlamentares – evidenciam, porém, algo curioso.
Nada mais igual aos "políticos" que ele costuma achincalhar do que o próprio Jair Messias Bolsonaro.
Vai fazer 30 anos de mandato . Elege os filhos. Aposentou-se aos 33 anos. Acumula o soldo da reserva aos vencimentos de parlamentar, o que o põe acima do teto constitucional. Recebe auxílio-moradia, mesmo tendo apartamento próprio em Brasília. Convenhamos, é dose para quem diz ser o "antipolítico".
Tenho dito e repetido aqui: quando encontrar um moralista, pé atrás e mão na carteira.
Há outra evidência no caso. É a de que, quando a imprensa quer "fazer campanha", sai de baixo. A matéria publicada agora à tarde com "as 32 perguntas sobre patrimônio que a família Bolsonaro não responde" é um daqueles casos em que a pauta vira reportagem.
Bolsonaro, porém, fechou-se em copas e nem o discurso furibundo desta vez soltou, esperando que passe a "onda" e ele possa, esquecidos os seus, apontar as obscuridades de outros. Minha opinião: pode ter impressionado um ou outro, os fanáticos ficara mais açulados e perigosos.
Disse já na primeira reportagem que os efeitos sobre o núcleo fanático de seus eleitores será pequeno ou até estimulador. Mas basta uma queda de três ou quatro pontos no próximo Datafolha para produzir um pânico de barata voadora num agrupamento sem densidade, sem representatividade e com o ódio como traço de união.
Assim é o jogo da mídia.
Por conta de muitos – Bolsonaro entre eles – passamos a viver um clima onde todos são suspeitos até que provem o contrário – às vezes, nem assim.
É bom Luciano Huck já ir se acostumando com o que cairá sobre ele se voltar a ser "quase-candidato".
A conta da Lei da ficha limpa chegou
Em 2010, o Congresso Brasileiro aprovou a lei complementar 135, a “Lei da Ficha Limpa”, com apoio da esquerda. De 2008 a 2010, travei o bom combate para que o PSOL não votasse a favor dessa lei. Em uma sociedade de classes, reduzir direitos nunca é uma boa opção para quem defende o andar debaixo. Fiz esse debate até ser finalmente vencido em votação na executiva nacional do PSOL, onde apenas contei com mais um voto além do meu, algumas abstenções e grande maioria a favor da aprovação.
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Reforma trabalhista
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Concurso cultural: o que é esposa?
A resposta vencedora é um primor de síntese, gênio total.
Confira:
"Esposa é a mulher amada, amiga e companheira que sempre está ao teu lado, para ajuda-lo a resolver os grandes problemas que você não teria, caso fosse solteiro.
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