"O Brasil será o primeiro país tropical desenvolvido da história”

O novo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participou nesta segunda-feira de cerimônia de transmissão de cargo prometendo criar políticas de incentivos para uma economia "verde e criativa".

O petista disse ainda ter certeza de que o Brasil será o "primeiro país tropical desenvolvido da história".

"O primeiro grande desafio é o da sustentabilidade ambiental. A imprescindível transição mundial para uma economia verde e criativa que gere baixos índices de emissão de gases de efeito-estufa e de outros grandes agentes poluidores. [...] A transição à economia verde representa muito mais oportunidades do que riscos e custos, ao contrário do que ocorre na maior parte dos países, especialmente dos países desenvolvidos que já têm, em geral, matriz energética mais suja."

Em um discurso de mais de 40 minutos, Mercadante destacou ainda que é preciso criar a sociedade do conhecimento no país, incentivar a indústria da sabedoria, com incentivos para inovação e produção de pesquisas, ampliando e aprimorando o marco regulatório do incentivo à pesquisa.

"Não há país tropical desenvolvido no mundo. Não temos modelo a seguir, nós estamos criando nosso próprio modelo e temos todo o potencial para sermos o primeiro país tropical desenvolvido, se efetivamente avançarmos rumo à sociedade do conhecimento e à sustentabilidade ambiental."

Apesar de destacar que o governo Dilma Rousseff fará ajustes fiscais no primeiro ano, o ministro sustentou que vai brigar para que o investimento em Ciência e Tecnologia alcance entre 2% e 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) na próxima década.

Atualmente, o país aplica 1,25% do PIB no setor. A meta é atingir um 1,53% do PIB em quatro anos, com expectativa de que os recursos do ministério cresçam 10% ao ano, com a economia crescendo 4,5 % ao ano. Para o ministro, o setor privado, que investe 0,51% na área, também deveria ampliar a participação.

"Nós aumentamos substancialmente os recursos em ciência e tecnologia nos últimos anos. Investir em ciência não pode ser considerado gasto público. Se o Brasil quiser crescer, Ciência e Tecnologia tem que crescer", disse.

Mercadante prometeu ainda uma política de incentivo para repatriar talentos no exterior. Segundo ele, só nos Estados Unidos cerca de 3.000 professores lecionam em universidades.

O ministro destacou a importância de um programa espacial com a criação de uma agência nuclear brasileira e a construção do submarino nuclear de enorme relevância para o Brasil.

Mercadante disse ainda que pretende transformar a FINEP,que é uma empresa pública atualmente, em uma instituição financeira para ampliar os investimentos em Ciência e Tecnologia. O parecer do Banco Central é favorável.

"Como instituição financeira, vai ter mais eficácia e eficiência para financiar pesquisa e inovação, não dependendo de recursos orçamentários. Mas a mudança tem que ser muito bem estudada, conversei com Dilma e ela gostou."

O ministro afirmou que também terá destaque o programa de banda larga criado no governo Lula, especialmente nas escolas públicas.

"Acredito que a banda larga e a inclusão digital podem se transformar no mecanismo mais poderoso para um grande salto na qualidade de educação de nossos jovens, além de reduzir a enorme discrepância no acesso às tecnologias de informação", disse.

Sobre a composição de sua equipe, Mercadante disse que vai apresentar os nomes à presidente nesta terça-feira antes de oficializar as indicações.

"Vocês vão se surpreender. São nomes de prestígio e da academia".

MÁRCIO FALCÃO – FOLHA.COM


O governador do Ceará, Cid Gomes, vai convidar o irmão Ciro Gomes para assumir um cargo executivo no governo do Estado

Durante a composição do quadro ministerial, Ciro foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para assumir a Integração Nacional, cargo que ocupou no governo Lula.

Havia uma mobilização de aliados para que ele fosse para o Ministério da Saúde. Mas Dilma preferiu colocar na pasta o ministro Alexandre Padilha.

"Ainda não conversei com ele, mas vou convidar o Ciro para comandar a ZPE de Pecém", disse Cid Gomes.

De acordo com a assessoria do governador cearense, Ciro será convidado a ocupar a chefia da ZPE - Zona de Processamento de Exportação - do Pecém.

Hoje, a ZPE do Pecém é uma empresa pública, mas será transformada em breve numa sociedade de economia mista. O seu modelo de gestão ainda está sendo elaborado pelo Estado.

O convite deve ser feito, de acordo com a assessoria, amanhã, quando o governador retorna de Brasília, onde acompanhou a posse da presidente Dilma Rousseff.

As ZPEs são distritos industriais voltados para o mercado externo, onde as empresas operam com isenção de impostos e liberdade cambial.

Ao ficar no Ceará, Ciro será uma espécie de conselheiro informal do irmão Cid. Nas últimas eleições, ele atuação na campanha de Dilma apenas no segundo turno. Antes, ficou concentrado na campanha à reeleição de Cid, depois que o presidente Lula pressionou o PSB para não oficializar sua candidatura presidencial.

Agora, Ciro assume uma ZPE que começa a ser instalada numa área de 4.271,41 hectares, no município de São Gonçalo do Amarante, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, situado a cerca de 60 km de Fortaleza. A ZPE funciona a 20 km do cais do porto.

A primeira empresa que começa a ser instalada no local é uma siderúrgica da Vale em sociedade com duas siderúrgicas coreanas.

No sábado (1º) após participar da posse de Cid Gomes, Ciro disse que não aceitou o convite para ser ministro de Dilma Rousseff porque já havia traçado planos para estudar no exterior. Ele fica no cargo de deputado federal até 1º de fevereiro.

Desafios
Embora afirmasse que está "muito esperançoso" com a administração da presidente Dilma Rousseff, apontou que a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem problemas graves e emergenciais a serem enfrentados. O deputado citou como principal deles o desequilíbrio nas contas externas, que, segundo ele, é o pior desde que se mede em 1947.

Outro desafio apontado por Ciro Gomes é a heterogeneidade política na base de sustentação de Dilma.

"Mas ela tem experiência pública, decência, amor ao Brasil e muita competência. E acredito que vá fazer um bom governo", afirmou Ciro.


Ex-blog do Cesar Maia

Oposição deprimida


Cesar Maia

linha

Coluna de sábado, de Cesar Maia, na Folha de S. Paulo

1. Se há uma rotina na política são as crises de bolso que ocorrem nos partidos que perdem as eleições. Em geral, duram o tempo dos partidos entenderem que exacerbar os conflitos pela perda de uma eleição é perder duas vezes. Afinal, as circunstâncias criaram um ambiente eleitoral de difícil superação, pelo crescimento reativo da economia após um ano de recessão, o uso e o abuso de recursos gobbellsianos, o descolamento do presidente de seu próprio governo. Para quem gosta de sofrer, vale lembrar que os problemas ocorreram nos anos anteriores às eleições: em 2005 o mensalão e em 2009 a recessão. Se fosse um ano depois, o quadro poderia ter sido diferente. Mas não foi.

2. É verdade que a oposição cometeu erros, e não foram poucos. Entre eles, ignorar a pré-campanha, não coordenar os Estados, imaginar que uma continuidade do tipo "o Brasil pode mais" seria percebida como alternativa, exaltar a condição de "estadista" do principal adversário, monotematizar a saúde e, finalmente, entrar nos escândalos na lógica da imprensa. Mas com uma campanha sem esses erros, o resultado seria o mesmo. Talvez com uma diferença menor e com um sofrimento maior.

3. E por que a oposição está tão deprimida? Porque supervaloriza a popularidade do presidente e começa a antecipar outra derrota em 2014. Alguns dizem assim: se o governo eleito for bem, vai ganhar, e, se for mal, volta Lula como salvador. Raciocínio que estimula os mais afoitos a correr para a ampla "base aliada". Aí pelos Estados, há cargos disponíveis à vontade.

4. A história política mostra que não há nenhuma razão para supervalorizar a popularidade. Não falo de superpopularidade conjuntural, como a de Sarney durante o Plano Cruzado. Ou Jango, líder popular que sucedeu Getúlio e que perdeu a eleição para senador no Rio Grande do Sul um mês e dez dias depois do suicídio que mobilizou o país. Falo de popularidades estruturais. Clemenceau, chefe de governo francês, líder e mito na Primeira Guerra Mundial, que, um ano depois do encerramento dessa guerra, perdeu a eleição e o governo. E Churchill, chefe de governo na Grã-Bretanha, herói da Segunda Guerra Mundial, a quem o mundo deve tanto. Perdeu a eleição e o governo seis meses depois do fim da guerra.

5. Mitos na política são solúveis em qualquer prazo. Mais ainda quando a popularidade é construída como essas pirâmides financeiras, por meio de derivativos de sabão. Mas os solventes devem vir do próprio processo político, aplicados pela oposição. Claro, uma oposição ativa e otimista, que saia rápido do divã e vá às ruas e aos parlamentos mostrar que, debaixo da pele da propaganda, a osteoporose política avança.

                                                * * *
CHILE PRIVATIZA PARTICIPAÇÃO NAS EMPRESAS DE ÁGUA E ESGOTO!
                
(La Nacion, 02) O Presidente Sebastián Piñera decidiu vender a participação do governo do Chile nas quatro grandes empresas sanitárias do país, com o objetivo de injetar capital para as micro e pequenas empresas e para outras empresas públicas. Os recursos estimados da privatização chegariam a cerca de 1,6 bilhão de dólares segundo estimativas de mercado.  O governo chileno venderá sua participação minoritária em quatro empresas. Águas Andinas (tem 34,9%), controlada pelo grupo espanhol Agbar, o mesmo que mantém (através da Águas Andinas) a posição majoritária na Companhia de Serviços Sanitários de Los Lagos (Essal), na qual o Estado possui 45,4%, A terceira é a Empresa de Obras Sanitárias de Valparaíso (Esval), com 29,3% de participação estatal, controlada pelos canadenses Morcague Holdings Corp e pelo fundo de pensão Ontário Teacher's Pension Plan (OTPP). E a quarta é a Empresa de Serviços Sanitários de Bio Bio (ESSBIO), com 43,4% de participação estatal, também controlada pelo fundo Ontário.



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Antes mesmo da posse, começaram as pressões sobre Dilma Rousseff

Os mesmos de sempre, ou seja, as elites neoliberais, entre críticas virulentas ao Lula por não ter feito, exigem que a sucessora faça.

Fazer o quê? Atender a seus interesses  retrógrados, expostos nos editoriais dos principais jornalões:

Reforma trabalhista, com o que chamam de "revogação de anacrônicos direitos", daqueles que não conseguiram suprimir até agora.  Sob o pretexto de verem  reduzidos  os encargos das folhas de pagamento das empresas, chegam veladamente  à supressão do décimo-terceiro salário, das férias remuneradas e das horas extraordinárias. Parece brincadeira, mas é aí que pretendem chegar.

Reforma tributária, como a entendem, sob a égide da enganadora proposta de "melhor será mais cidadãos pagarem impostos porque, assim,  todos pagarão menos".  Uma farsa, pois desejam mesmo é taxar os pobres, para os ricos terem diminuídos seus impostos. Forçarão mais isenções, no  modelo daquela maior, de que investimentos e especulações com dinheiro estrangeiro não pagam imposto de renda. Que tal livrar as especulações nacionais, também?

Reforma política é outra moeda de duas faces. No fundo, gostariam de reduzir o número de pequenos  partidos,  mas não só os de aluguel. Visam calar a voz dos pequenos partidos de esquerda, históricos ou modernos, do tipo PC do B, PCB, PSB, Psol e outros, que ainda protestam,  transformando os grandes em massa amorfa, insossa e inodora, nivelados  no  mesmo denominador comum.  Imaginam   PMDB, PSDB, PT, PP e outros cedendo às suas imposições,  já que  manteriam sua independência formal, mas rezariam pela  cartilha da acomodação neoliberal.

Reforma de gestão  também entra no cardápio. Impõem a redução de gastos públicos e a minimização do  poder do Estado, preocupados  em reduzir sua presença na economia e no plano social. Pregam a demissão em massa   do funcionalismo, a suspensão de concursos públicos, o congelamento e  até a redução de vencimentos e salários nas empresas privadas.  Investimentos em políticas públicas, só se participarem dos lucros, da medicina ao ensino, dos transportes à geração de energia.

Reforma da Previdência Social não poderia faltar, dentro do objetivo maior de sufocar o que é público em favor do que pretendem  privado. A meta é nivelar  por baixo todas as aposentadorias, reduzindo-as ao salário mínimo, para levar a classe média a investir nas aposentadorias privadas, como se não fosse direito do trabalhador encerrar  com dignidade suas atividades depois de décadas de esforço continuado.  Alegam que a Previdência Pública dá prejuízo, quando não dá. Além do  mais, o governo é um só, o caixa deveria funcionar num sistema de vasos comunicantes, porque muitas de suas atribuições dão lucro.

Como  o Lula atendeu pouco a essas reivindicações, apesar de haver cedido em muitas, imaginam poder pressionar e aprisionar Dilma Rousseff, cuja estratégia  e  imagem entendem amoldar aos seus interesses. Podem estar enganados...
por Carlos Chagas

Comentário:
Estão quadradamente enganados!!!


Algumas manchetes do dia

- Globo: 'Ação no Alemão é modelo para todo o pais', diz novo ministro

 

- Folha: Dilma decide privatizar ampliação de aeroportos

 

- Estadão: Dilma enfrenta crise entre PT e PMDB pelo segundo escalão

 

- JB: Dilma se une a Cuba contra a cólera no Haiti

 

- Correio: Dilma quer pacto contra o crime

 

- Valor: Planos de saída no Bolsa Família

 

- Estado de Minas: Como garantir seu emprego em 2011

 

- Jornal do Commercio: Desafio de Dilma é cortar despesas

 

- Zero Hora: Dilma vai cobrar metas de ministros


- Diário do Nordeste:  Triste balanço: 5 mortos a cada dia em Fortaleza


Viver corretamente

Não sei bem a que se pode atribuir a crescente moda de intervir na vida pessoal do cidadão brasileiro. Inclino-me a acreditar que isso se deve à falta do que fazer de um número cada vez maior de burocratas e tecnocratas. Todos eles detêm certezas sobre tudo o que julgam ser de sua alçada. Em matérias "técnicas", não há espaço para posições divergentes. Afinal, a técnica provém da ciência e a ciência fornece certezas. E essas certezas são tão poderosas que devem sobrepor-se até mesmo aos valores de indivíduos ou coletividades. O conceito de normalidade, tão enganoso não só científica como filosoficamente, parece para elas assente e inequívoco.

Claro que tais certezas, que amiúde se expressam em arrogância, autoritarismo e condescendência enfarada, não são certezas de coisa nenhuma, são apenas ignorância e estreiteza de horizontes em ação. O resultado é que nos vemos ameaçados a todo instante de sermos obrigados a nos comportar "normalmente" ou, pior ainda, corretamente. Volta e meia, alguma autoridade baixa regras sobre como devemos fazer compras em farmácia, que tipo de tomada nos convém usar ou que equipamento passou a ser compulsório nos automóveis. Com o nosso tradicional temperamento de rebanho ovino e de "tudo bem, contanto que não me incomode diretamente", vamos deixando que esse negócio se espalhe e tome conta de nossa vida.

Além do combate ao uso do tabaco e do álcool, creio que devemos esperar, a julgar por sinais aqui e ali, que nos ditem o que podemos comer. Em cantinas escolares, isso já é feito. Mas creio que os nossos mentores, protetores e tutores não considerarão seu trabalho concluído enquanto o pai que dê uma gulodice açucarada a seu filho não puder ser denunciado e enquadrado e perder o pátrio poder, se persistir em seu comportamento reprovável. Aliás, imagino que, com a vigência da lei da palmada, cedo chegará o dia em que pais e mães denunciados por palmadas desobedecerão a ordens judiciais e instruções de psiquiatras para serem corretos e normais e, portanto, o Estado os meterá na cadeia e lhes tomará os filhos, que terão seu futuro garantido, sob a guarda eficiente, carinhosa e científica de instituições modeladas na Funabem.

Assim como os fumantes oneram a saúde pública com as doenças causadas por seu feio vício, também o fazem os obesos, com seus problemas cardíacos, sua diabetes, sua hipertensão. E não se pode esquecer que, caso essas pessoas de conduta e aparência condenáveis tenham filhos, estarão delinquindo ainda mais, pelo mau exemplo. Espero que em breve um dos mil braços do governo estabeleça padrões alimentares a que as famílias terão que obedecer, pelo bem de sua saúde e sob pena de suas compras de alimentos só poderem ser feitas sob a orientação de um técnico credenciado. Claro, ovo já foi um horror e hoje é permitido e até encorajado. Margarina já foi aclamada como o substituto sadio da manteiga e hoje é execrada. São as verdades científicas.

Ao contrário do que chegou a divulgar-se, os defensores da censura a Monteiro Lobato não foram derrotados nem alteraram suas posições. O livro pode ser lido, mas sob a supervisão de um professor com qualificações específicas. Ou seja, em última análise, um técnico em leitura literária, um guia. Diretamente, sem intermediários, o livro não pode ser lido. Acredita-se que existe a maneira certa de ler, entender e apreciar um determinado livro. As maneiras que não se encaixem no padrão correto são, por consequência, errôneas e inadmissíveis. Daí se passará, imagino eu, à exigência de que os livros, não somente na escolas, mas entre o público em geral, só possam circular depois de lidos pelos técnicos, que escreveriam uma espécie de bula ou modo de usar, para que os leitores apreendessem corretamente a leitura. Claro, não é censura, é apenas a aplicação da verdade científica ou objetiva.

Aliás, falando em livros há outras novidades, ainda no terreno da cultura. O plano é mudar a lei dos direitos autorais. Os proponentes das mudanças dizem que não estão de fato querendo mudar nada, porque todas as suas ideias estariam contidas em dispositivos legais já vigentes. Pergunta-se, nesse caso, por que é preciso fazer uma nova lei. Não sei bem, mas sei, pelo que já me foi contado, que a produção de cópias de livros ou textos sem pagar direitos autorais será permitida, contanto que para fins educativos. Ou seja, qualquer coisa, ainda mais no mangue educacional que é o Brasil. O sujeito escreve um livro que é adotado em classe e esse livro pode ter praticamente uma edição à parte, pois há máquinas que possibilitam isso, copiando um livro inteiro e cuspindo do outro lado volumes já encadernados, com capa e tudo. O autor não vê um centavo, embora os produtores da edição pirata se remunerem pelo seu trabalho de "difusão" e, principalmente, os fabricantes das máquinas ganhem.

Interessante isso. Acredita-se que um estudioso dedique anos de pesquisa e trabalho duro a produzir algo pelo qual não será pago, a não ser pela distinção de ser adotado nas escolas. Por que os funcionários do governo que lidam com cultura não abdicam de seus salários, já que a verdadeira cultura não pode ter preocupações materiais e o artista pode viver de brisa? Trabalhar para a cultura é isso, é ser filósofo e poeta aos olhos do grande público. Morrendo bêbado, tuberculoso e na sarjeta é ainda melhor, compõe o quadro romântico.

A interferência do Estado na elaboração, venda e circulação de livros e, acima de tudo, a tutela de seu uso, sua interpretação e sua avaliação não é mais nem autoritarismo, é totalitarismo fascistoide mesmo, é controle do pensamento. Mas moda é moda e, como ninguém reage, vão nos empurrando essas e outras goela abaixo, até o dia ideal em que não pensaremos mais, porque os pensadores certos já terão pensado tudo por nós.

João Ubaldo Ribeiro

Tucademos e PIG querem aposentar Lula

Bom lembrar da campanha imunda que o PIG e cia patrocinaram com a estória que Lula queria porque queria o 3º mandato...
Eles não descansam nunca. Primeiro, lá atrás, bem antes da eleição, eles diziam assim: Lula não fez nada, apenas não mexeu no governo Fernando Henrique que, para todos os efeitos, continua. Ou: Lula teve sorte, pegou uma conjuntura internacional favorável e apenas surfou nela (pré-crise econômica mundial). Mas os argumentos para desmerecer Lula e seu governo não pararam por aí. Lula não redistribuiu renda, apenas "transferiu" renda do governo para os mais pobres (este é o favorito da esquerda que a direita ama).
Depois que Lula escolheu Dilma, os argumentos passaram a ser: quem é este poste? O poste não dá conta. O poste não vence eleição. Vejam o caso do Chile, o poder de transferência de votos de Lula é limitado.
Com Dilma eleita, mudou o disco: não existe governo Dilma, Lula dá muito palpite, Lula está indicando ministro, ainda não ouvimos a voz de Dilma.
Com Dilma empossada, agora o disco é: Lula não consegue deixar o palácio, Lula não consegue se aposentar, Lula quer voltar em 2014. O objetivo, neste momento, é óbvio: tirar Lula do jogo político para enfraquecer Dilma.
Se um presidente fracassado como FHC continua na política, por que Lula se aposentaria?
por Azenha