A afirmação é a mesma

Risonha, simpática, letrada, veinha, mas tão safadinha. Uma tucademopiganalha de marca maior. Leiam - abaixo -, mais uma porcaria que essa parelha do Merdal Pereira escreveu:
A pergunta é a mesma, por Maria Helena RR de Sousa

Onde é que nos estamos? é o título de meu artigo para o Blog de 1º de junho de 2006, no qual pergunto:

Na Terra do Nunca? Na Ilha da Fantasia? (...) O presidente-candidato, esse está no País das Maravilhas, tomando chá com o Coelho e com o Chapeleiro Maluco. Aliás, creio que ele incorporou a Alice, é mesmo o Lulalice...
Vejam se não tenho razão: em seus papos radiofônicos, ou mesmo nas conversas de palanque, o presidente-candidato descreve um país extraordinariamente bem resolvido. Fome? não há mais. Educação? todas as crianças estão na escola. Saúde? quase perfeita. Economia? de vento em popa. E por aí vai ele, cantando em prosa os feitos de seu governo. Defeitos, se ainda os há, são os herdados. Erros: os cometidos pelos outros, os traidores. Quem são esses Calabares? O presidente-candidato não sabe, não faz a menor ideia de quem sejam.
Na História deste país nunca se fez tanto, se trabalhou tanto, se construiu tanto, se inaugurou tanto. Nunca ninguém se amou tanto quanto o presidente-candidato, se curtiu tanto, se elogiou tanto. Chegou a dizer que dona Marisa é muito bem casada, é mesmo uma das mulheres mais bem casadas do Brasil! Isso num microfone, para uma plateia, com o testemunho da própria ao lado, sorrindo, feliz de ouvir o marido se referir a ela com tal elogio.
Creio que dona Dilma já se mudou para esse lugar encantado. Pelo menos o paraíso que ela descreve na nota enviezada, quer dizer, na nota oficial de presidente da República dirigida indiretamente ao ex-presidente Fernando Henrique, é um resumo do que Lulalice dizia.
A nota assinada pela presidente responde a um artigo que não lhe foi endereçado; não responde a nenhum item mencionado no artigo, só repete a eterna cantilena: "Recebi um país mais justo e menos desigual"; "O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista"; "Recebi um Brasil mais respeitado lá fora". E patati, patatá.
Sobre o episódio mais entusiasmante de nossa história recente, nem um pio. Será que ela não sabe do esforço dos onze (agora dez) juízes do STF para desentortar o Brasil? Que cada um deles vem dando muito de si? (Alguns até surpreendentemente, pelo menos para mim). Que os ministros Rosa Weber e Luiz Fux foram ótimas escolhas?
Deve saber sobre o surto do presidente do PT, partido que chefia a coalizão que sustenta seu governo. Não que seja coisa para preocupar. A Guerra de Osasco seria a chanchada do século, mas é um acinte com o STF deixar solto na área o senhor Falcão.
Quem foram os Calabares? Será que o senhor Falcão sabe? Se a presidente o enviar para a Terra do Nunca pode bem ser que o Capitão Gancho consiga que ele nomeie os traidores.Time is Money e isso economizaria um bom tempo do STF. Pense nisso, dona Dilma.

Política: demarcando territórios


Há claramente uma disputa politica para marcação de território, diminuindo os poderes do Congresso e do Executivo e aumentando consideravelmente os poderes da Procuradoria Geral da Republica e do Judiciário.  

Os perdedores parecem que não se incomodam ou não percebem o prejuizo que estão sofrendo. 

A decisão para incluir 40 réus como acusados especiais, invés de 3, como manda a Lei, foi a demonstração para lembrar quem manda e decide. Penas aberrantes no meio de um oceano de impunidades por crimes muito maiores servem para dar carta patente de mando e poder a não eleitos contra os representantes da soberania popular pelo voto.
A questão da fidelidade em politica foi triturada. No entanto a fidelidade é o eixo central da politica, é o fator mais importante nas democracias. 
Há dois tipos de infidelidade: o infiel simplesmente acha que não precisa ser fiel porque não há como punir a infidelidade. 
Outro caso é que o nomeado não acha que deve alguma coisa ao indicante porque ele é tão bom que foi indicado por causa disso, portanto não deve nada. Leia mais>>>

"Fruto da ambição. Filhos que partem a pátria mãe ao meio, por vaidade, orgulho e inveja"

 Salomão chora por dentro, o que vê no Brasil seria o mesmo que ver uma mãe legítima aceitar partir o filho ao meio, por vaidade, orgulho ou inveja. A poesia abaixo retrata isto.

Eis lua cheia clareia
Quem dita é o mal
Sequer força receia
Abusa de seu mental

Invasão a salomão
Destruição de seu saber
Regras vão na contramão
De divino ser ao ter

Impera o amor não
Masmorra é justiça
Forca é jurisdição
Mente fica postiça

Salomônico saber
Atirado aos porcos
Luminar apodrecer
Eis vivos sois vil mortos

Homens pátria mãe gentil
Por ambição dão Brasil
Para anti-salomão
Alcunha-se Mensalão
José da Mota  



Justiça: o indivíduo em questão

A questão é o indivíduo. A pessoa indefesa. Eu. Você que está lendo. Ayanna Tenório.
Uma sociedade é tão mais civilizada quanto mais um indivíduo possa se defender, com eficiência e presteza, dos poderosos, dos ricos, dos grandes grupos. E o indivíduo só consegue se defender deles recorrendo à Justiça. A noção de justiça nasceu justamente desse desequilíbrio de forças. Para ser realmente justa, a Justiça não pode se aliar aos opressores do direito individual – tem que lutar sempre contra eles.
Quem foi o principal opressor dos direitos individuais nos últimos anos, no Brasil? A Grande Mídia.
Quantas reputações foram sumariamente destruídas por manchetes irresponsáveis, reportagens falsas, ataques caluniosos, de responsabilidade de autores de editoriais, editores, jornalistas, colunistas e blogueiros? Aqui mesmo neste blogue lemos a história tocante de vários desses casos, vidas jogadas no lixo por causa da conveniência política do momento, do interesse criminoso de determinado grupo, da necessidade de derrubar um grupo do Poder.
E quando esse indivíduo, indefeso ante um poder avassalador, recorre à Justiça, descobre que a Grande Mídia pode não ter licença para matar fisicamente, mas tem licença para matar moralmente. Anos para se conseguir uma notinha de retificação, que muitos vezes nem é publicada. Nenhuma lei de imprensa defendendo o cidadão que, sem o querer, entrou no tiro cruzado do jogo político.
É justamente essa parceria que se renova no julgamento do "mensalão". Para pior. Colocada sob os holofotes, a Justiça parece ter aprendido da Grande Mídia todos os seus truques: a necessidade de show, a arte de jogar para o público, a distorção da própria lógica jurídica (espelhando a distorção da realidade produzida cotidianamente pela Grande Mídia), o apelo às paixões populares, a fabricação de vilões (seletivamente escolhidos, e os mesmos da Grande Mídia), a promessa da catarse que libertará o País da essência do Mal.
E como isso é feito? Agindo-se exatamente como a Grande Mídia, ou seja, desconsiderando os direitos individuais. Todos à fogueira! Ao grupo artificialmente unificado (os "mensaleiros"), que cometeu um crime artificialmente unificado (o desvio de dinheiro público), uma punição artificialmente unificada (a desejada condenação de todos).
Entorta-se o Direito para que provas "tênues" ou mesmo a inexistência de provas signifiquem culpa incontestável. Para pegar os peixões, sem os quais o show não estará completo, arrasta-se a rede e levam-se os peixinhos que estão pela frente.
E o indivíduo que assiste a este espetáculo sem se deixar pautar pela Grande Mídia, o que ele sente? Ficou mais ou menos seguro, em sua desimportância, com essas demonstrações de poder do Judiciário? Sente-se protegido, com essa associação explícita entre o principal agressor dos direitos individuais em seu país (a Grande Mídia) e seu novo aliado?
Esta é a questão. Para agradar à "sociedade", alguns agentes deste julgamento estão escolhendo pisar no indivíduo. E quem pisa no indivíduo pisa na própria noção de Justiça.
Por mais que o ritual a que estamos assistindo se assemelhe a uma prática civilizada, não é este o caminho da civilização. 
O Escritor

Humor bizarro

Quidiabéisso?...

A verdade

"A verdade, mais tola e mais simples, mais certa e mais secreta é que me fazes falta".
 


Julgamentos implacáveis não fazem parte da democracia e nem do conceito de civilização


Sanha inquisitória é mais do que suficiente para questioná-lo, que é o que estamos fazendo aqui. Um magistrado com sanha inquisitória é algo gravíssimo numa democracia. Pelo cargo que ocupa e que ocupará como presidente de um dos poderes da República, algo prá lá de intolerável. Uma verdadeira ameaça ao equilíbrio das instituições republicanas. Claro está que o ministro Barbosa não se desvencilhou de seu fazer no MP, de onde é originário. Um dos pilares da democracia é o respeito ao contraditório no processo e a submissão de qualquer poder ao povo. Quando o ministro diz que o STF não deve satisfação a ninguém, viola o parágrafo único da Constituição Federal e prova sem nenhum sofisma que não é um magistrado na acepção jurídica e democrática do termo! Repito, hoje são eles, amanhã poderá ser você submetido a esta sanha inquisitorial...Isso não tem nada a ver com a origem étnica do ministro.  Ou quem sabe esta origem até deveria ensejar menor exposição midiática, maior respeito às pessoas submetidas aos seus votos e julgamento e menor arrogância. Talvez, ele não compreenda que seu papel na corte é histórico...
Julgamentos implacáveis não fazem parte da democracia e nem do conceito de civilização. 
O Juiz é magistrado e por isso deve ter equilíbrio, ponderação e sensibilidade. Julgamentos devem se ater à verdade dos autos e a verdade dos autos no Direito Penal nem sempre é a verdade real. Por isso o princípio do processo penal é a verdade real. Diferentemente do processo civil. Malabarismos no Direito Penal não são toleráveis num Estado Democrático de Direito uma vez que os valores que serão atingidos com a prolatação da sentença classificam-se entre os mais importantes para uma pessoa: imagem pública, liberdade de ir e vir e de votar e ser votado. Implacável pode até ser o MP em sua função acusatória (mas que também pode ser absolutória), mas um juiz não pode arrogar para sí ser implacável com ninguém, pois ao fazer isso macula sua função que é a de analisar provas, ouvir a defesa e coligir tudo isso com o que está nos autos.
Osvaldo Pereira