O futuro

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Em algum lugar se perdeu, por Fernando Horta

O jogo dos tempos é um dos grandes desencontros da história. O homem só tem o presente. O passado o é por retenção, seja da memória ou da história. O futuro não é ainda, surge somente por projeção. Ao falar do passado, temos, nas palavras de Paul Ricoeur, um “presente-ausente”. O passado não está mais ali, embora dele falemos. Este processo de falar sobre o que já não existe configura um dos espaços da memória e, quando mediado por uma narrativa de alguém diferente de mim, chama-se História.
Parece simples, afinal nada soa mais inexorável ao ser humano do que o tempo. Contudo, a política é capaz de jogar com os tempos de forma a tornar confusa a orientação de todo um grupo de pessoas. Quando eu articulo um discurso de cunho nacionalista, que rememora símbolos, cores, personagens e etc., eu trago o passado de volta através de memórias que foram coletivamente construídas. Os sentidos sociais da memória atuam como mediadores de um tempo que não existe e que, quase sempre, nunca existiu para os que se valem deles.

Charge do dia

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Um povo corrompido não apenas tolera uma quadrilha no executivo
Também aplaude um parlamento
E um judiciário corrupto.

Mensagem da madrugada

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Aldo Rabelo sai do PCdoB

Saída de Aldo traz mais perguntas do que respostas, por Ricardo Cappelli

Respostas simplistas, esquemáticas, chavões anacrônicos e ataques pessoais não contribuem em nada, mas talvez sejam a melhor forma de não enfrentar a questão central: por que um quadro da estatura de Aldo Rebelo, nascido, criado e formado nas fileiras do PCdoB, decidiu deixar o partido?

O filho do vaqueiro da fazenda do velho Teotônio Vilela tem uma história pessoal que daria filme. Saiu da pequena Viçosa, no interior Alagoano, onde quase todos os filhos de vaqueiros são condensados a uma vida de sacrifícios, para assumir os mais altos postos da República hasteando a foice e o martelo. Não é pouco.

Ao longo de 40 anos de militância comunista foi quase tudo. Presidente da UNE, Fundador e primeiro Presidente Nacional  da UJS, Vereador, Deputado Federal, Ministro de 4 pastas distintas e Presidente da Câmara dos Deputados. Até a Presidência da República chegou a assumir por alguns dias. Há pouco tempo chegou a ser sondado para presidir o PCdoB Nacionalmente e só não foi lançado pré-candidato à Presidência da República pelo partido porque recusou a tarefa. São fatos. Sua história, trajetória e pensamento são parte importante da construção do PCdoB. Sua desfiliação não é um fato qualquer. Aldo mudou repentinamente suas posições? Se não, o que teria mudado? Desistiu de lutar por suas posições? Por que? Sua saída enfraquece os comunistas? Seria irrelevante?

Acusar Aldo de ser um nacionalista que "endireitou" é faltar com a verdade. O projeto de resolução do Congresso do PCdoB coloca como central a questão nacional e a necessidade de reunir amplas forças. Vejamos: “A realização desses objetivos só é possível com a união de forças em frente ampla, para além da esquerda política e social.” O Manifesto lançado por Aldo encarna este conteúdo ou não? Dá um bom debate. Nossa tese, é da nossa tradição, é sempre meeira, de forma que cada um reforça os aspectos ou ângulos que julga mais importantes. Particularmente, e afirmo sinceramente, tenho dúvida se, na prática, damos consequência a esta formulação. Que iniciativas estão em curso para construção da tal Frente Ampla?

Na última vez que estive com ele, percebi um claro incômodo com o futuro do país e da esquerda brasileira. Lá se vão quase 30 anos que os comunistas, diante das mais variadas e diferentes conjunturas, perseguem um único caminho nacionalmente, o apoio ao PT. A constatação, é um fato, longe de ser antipetismo e de desconsiderar o fenômeno e a liderança de Lula, é a aspiração de, principalmente pensando no pós-Lula, construir um caminho alternativo, altivo, uma nova experiência progressista no país. Certo? Errado? Alguns movimentos de valorização de Haddad, o plano B do PT, devem ter causado grande desconforto. Certos? Errados? Dá um bom debate.

Com certeza não há o que comemorar. Ficam mais perguntas do que respostas. Em meio a uma brutal defensiva da esquerda, perder um General não é um bom sinal. Aldo saiu como conduziu sua vida, com profunda dignidade. Muitas de suas inquietações são as mesmas dos que permanecem em nossas fileiras. Nem os mais próximos foram contatados. Se optasse por uma saída após uma disputa interna, mexeria nas estruturas com consequências imprevisíveis. Saiu de forma discreta, como sempre conduziu sua vida. Que tenha sucesso, onde quer que vá.  Se movimenta por causas, jamais por coisas. Seu sucesso será o do Brasil e dos Brasileiros. Com certeza estará ombro a ombro com os Comunistas em muitas batalhas duras que virão. Boa sorte e até Camarada!

Briguilinas do dia passado a limpo

Leandro Fortes - Chega!

Um país onde o Judiciário se presta a proibir uma pessoa - qualquer pessoa - de receber uma homenagem de uma universidade precisa, urgentemente, de uma intervenção civilizatória.

Porque essa decisão de um juiz da Bahia de proibir que a Universidade Federal do Recôncavo Baiano homenageie Lula não é apenas um ato abominável de autoritarismo e de exceção.

É um sintoma claro e indiscutível de que nosso sistema judiciário está doente, apodrecido, dominado por uma casta togada contaminada por um tipo de ódio absolutamente incompatível com a democracia e o Estado de direito.

Rir é o melhor remédio

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Ontem à noite fui jantar na casa de uma amiga, quando terminamos de comer ela disse:

- Fiz a janta, agora a louça é tua.

- Peguei a louça, coloquei tudo numa sacola e vim embora.

Hoje de manhã acordei com fortes batidas na minha porta. Levantei e fui ver quem tava me chamando. Pois não é que a mulher tava acompanhada da polícia e exigindo a louça de volta...

Vai entender essa doida, dá as coisas e depois vem tomar.