Sou o Silvio Santos da minha táimi láini, por Rafael Patto


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Não sou dono do sbt mas posso ser o silvio santos da minha própria táimi láini e dizer tudo o que me der na telha, com a vantagem de não precisar ter de esperar ficar gagá para fazer isso.
Caso nº 1:
Uma prima, com quem não tenho qualquer espécie de contato há nem sei quantos anos (mais de dez provavelmente), cristã, evangélica, trabalhadora, esposa de marido trabalhador, mãe de três filhos.
Fiquei sabendo, algum tempo atrás, que o filho do meio - não sei ao certo, mas deve ter uns 19, 20 anos - teve uma passagem pela polícia, até onde eu soube por envolvimento com drogas. Não sei que espécie de envolvimento: uso individual? envolvimento com tráfico? Juro que não faço ideia.
Mas a lição é a de que essas coisas acontecem até nas "melhores famílias"... O menino não é um desviado ou um delinquente. Só que numa dessas "jamesdeanzices" se deu mal.
Outro dia vi que ela comentou qualquer coisa numa postagem da minha irmã que apareceu no meu feed. Passei o cursor no nome dela para ampliar a imagem, até mesmo para me lembrar da cara da pessoa que não vejo há muito muito tempo.
Pra que? A foto de perfil traz o nome do candidato do ódio e na foto de capa ela tá fazendo aquela pose ridícula imitando armas de fogo com as mãos. De um ridículo que não tem tamanho. De uma peruíce de dar vergonha.
Tive vontade de dizer: "bonita, no país do seu candidato, seu filhinho ex-detento provavelmente teria sido torturado e hoje talvez carregasse graves sequelas". Mas deixei pra lá. Não vale a pena. Melhor continuar mantendo distância.
Caso nº 2:
Um tio, aquele que nos diverte quando a gente é criança, o animador dos encontros familiares. Foi casado por mais de 30 anos. Já é avô. Há pouco tempo, foi posto para fora de casa pela mulher. Motivo? Num desentendimento, ele deu uma bifa na cara dela. (Dou-me o direito de me perguntar se terá sido a primeira vez ou se já não haveria antecedentes, de que ninguém jamais suspeitou...)
Saber que, entre um professor humanista e um escroto machista-misógino-sexista, ele prefere o segundo não me causa surpresa. Ao contrário, respeito a coerência dele. Afinal, ele vota em quem o representa. Isso é um voto consciente. Tá de parabéns.
Quem disse que parente é família, né?
E como eu tô maledicente, meu deus...
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Ainda sobre a meritocracia


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Um canalha à porta do Planalto, por Francisco Assis

- Milhões de eleitores e eleitoras que sabem quem é Jair Bolsonaro e quais as ideias e ações que ele defendeu até se candidatar a presidente do Brasil, é tão canalha quanto ele. Quanto aos desinformados aconselho que se informem, para não servirem de inocentes úteis e depois virem com a desculpa de que não sabiam -
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Equiparar Haddad a Bolsonaro constitui um ato moral e politicamente inqualificável. Quem o faz torna-se cúmplice de Bolsonaro.
1. Carlos Alberto Brilhante Ustra foi um dos maiores, senão mesmo o maior torcionário, no tempo da ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. Em 2008 foi o primeiro oficial condenado por sequestro e tortura. Comprovadamente, maltratou física e psicologicamente centenas de pessoas e chegou ao limite de obrigar crianças a presenciarem o dilacerante espectáculo do espancamento dos respectivos progenitores. Nunca reconheceu os seus crimes nem manifestou o mais leve arrependimento pelos seus actos desumanos. Era um canalha. Morreu em 2015, em Brasília, na cama de um hospital.
Foi precisamente este torcionário miserável que o então deputado federal Jair Bolsonaro homenageou no momento em que votou a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Nessa ocasião, Bolsonaro pronunciou uma declaração que o define integralmente: dedicou o seu voto à “memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. É impossível imaginar, naquele contexto, uma afirmação mais vil, um comportamento mais indigno, uma atitude mais asquerosa. Bolsonaro revelou-se ali o que ele verdadeiramente é: um canalha em estado puro.
O que é um canalha em estado puro? É alguém que contraria qualquer tipo de critério moral e se coloca num plano comportamental pré ou anticivilizacional. Quem elogia o torturador de uma jovem mulher absolutamente indefesa atribui-se a si próprio um estatuto praticamente sub-humano. Bolsonaro é dessa estirpe, desse rol de gente que leva à interrogação sobre o que subsiste de humano no homem que literalmente se desumaniza. Theodore Adorno levou essa questão até ao limite do pensável, quando formulou a sua célebre afirmação: “escrever um poema depois de Auschwitz é um acto bárbaro e isso corrói até mesmo o conhecimento de porque se tornou impossível escrever poemas”. E, contudo, a poesia sobreviveu. O Homem resiste ao que de desumanizador ele inscreve na história. Isso não é razão para renunciar à denúncia da barbárie.
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It's fashion

E se eu deixar o bigode crescer
para ficar parecido com Romeró Jucá?

- Bolsonaro tentou deixar um bigodinho e ficou a cara do ídolo dele

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Tirinha da hora

Nenhum texto alternativo automático disponível.
Prova cabal de que os extraterrestres são superiores aos humanos, é que eles preferem continuar mantendo distância da gente
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De Leonel Brizola para os irmãos Gomes (Ciro & Cid)

A partir de ontem, no meio político os irmãos (Ciro e Cid Gomes) entraram para o seleto grupo de políticos traidores e covardes. O discurso desabafo de Cid e antes as férias de Ciro revelaram quem eles realmente são, dois oportunistas canalhas. Viraram as costas para o país e no final das contas deram sua colaboração a campanha de Jair Bolsonaro. De forma dissumulada abraçaram o fascismo e barbárie. Viraram as costas a democracia e a civilidade. 

O resumo dos atos e das consequência dele, é que tatuaram na própria história a pecha de traidores. E como todos sabem o velho e sábio Leonel Brizola estava mais que certo quando afirmou:

A política ama a traição e abomina o traidor.

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Bolsonaro quer um Brasil atrasado

O candidato Jair Bolsonaro diz que seu "objetivo é fazer Brasil como era 40, 50 anos atrás".

Tenho 60, sinto-me habilitado a falar do que o Brasil era.

Como ele se referiu à segurança pública, deixo de falar na economia, o que seria uma comparação evidentemente covarde. Ou na educação, quando tínhamos um terço da população analfabeta.

Para começar, era menos da metade do que é hoje: 100 milhões de pessoas, metade dela nas áreas urbana.

Hoje somos 210 milhões, perto de 90% urbanizados.

As cidades brasileiras, onde o problema da segurança é manifesto têm, portanto, quase 190 milhões de pessoas, contra os 50 milhões de então.

Mesmo com um quarto das pessoas que temos nas cidades, a vida era risonha e franca?

Eu morava no subúrbio da Central do Brasil, num bairro próximo ao Méier, o Lins de Vasconcellos e perto de um conjunto do BNH.

Já havia, ali, os espaços "interditados": a Cachoeirinha (uma das favelas do hoje chamado Complexo do Lins), a "Barreira", parte alta do conjunto do BNH, a Rua Araújo Leitão, uma ladeira "tobogã" que dava acesso ao Engenho Novo e mesmo a parte alta da Rua Cabuçu.

Minha família se espalhava por áreas mais distantes. O IAPI de Realengo, a Vila Valqueire, Nova Iguaçu. Nenhum deles mais merecia o nome de "lugar tranquilo".

Comigo, foram três os assaltos, dois de trocados e um do relógio Seiko, provavelmente falso,comprado com as economias suadas de adolescente.

Lugar tranquilo, quando muito, era ainda a roça – minhas raízes, na bucólica Conservatória – e a Zona Sul, como agora, muito bem policiada.

Os casos policiais brutais se sucediam: a morte a facadas, na cela,de Lúcio Flávio Villar Lírio , um dos mais famosos marginais da crônica policial, o fuzilamento com oito tiros do ex-policial Mariel Mariscott, integrante do Esquadrão da Morte e outros, e outros, e outros.

Lá minha vila de subúrbio, o amigo Afrânio tomou um tiro de "22", bala pequena e perversa,  por esboçar reação a um assalto.

Aliás, bandidos e grupos de extermínio atemorizavam e escandalizavam a classe média, como você vê nas capas da Veja, em plena ditadura.

Esta é a realidade daqueles tempos, onde está a raiz dos tempos que vivemos hoje.

Mas criou-se o mito do passado paradisíaco, que, embora os fatos neguem, aloja-se no cérebro de quem não o viveu e na amnésia de quem viveu mas, com a idade, refugia-se num mundo idílico que nunca existiu.

Só o que há de real é que temos mais promiscuidade entre polícia e crime, porque ambos vivem uma relação simbiótica de dinheiro e poder,  porque quanto mais  de um, mais do outro.

Avançando um pouco mais na "máquina do tempo" sugerida por Bolsonaro, tivemos a promessa de "acabar com a violência em seis meses" de Moreira Franco  no Rio,  que dispensa comentários. E as "intervenções militares", aqui, a partir de 1994 – há mais de uma geração, portanto – que deram, sem exceção, em nada. Ou, pior que em nada, em agravamento da situação.

O que está sendo "vendido" à população, atormentada por anos a fio em que só vê violência e corrupção é que isso vai ser resolvido por mais violência e por novos corruptos.

A realidade, porém, não cessa de brotar e logo rompe a casca da propaganda.

A demagogia fascista é isso, a venda de uma ilusão que troca a civilização pela selvageria.

Contra ela, sustentemos a civilização.

Os poetas têm sempre razão  e um deles já disse: "o tempo não para".