Sou o Silvio Santos da minha táimi láini, por Rafael Patto
Ainda sobre a meritocracia
Política do AdSense: Não é permitido aos editores pedir que outras pessoas clique nos anúncios nem usar métodos de implementação fraudulentos para receber cliques. Isso inclui, oferecer remuneração para que os usuários visualizem anúncios ou realizem pesquisas, prometer arrecadar dinheiro para terceiros por meio de tal comportamento ou colocar imagens próximas a anúncios individuais.
Um canalha à porta do Planalto, por Francisco Assis
It's fashion
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Tirinha da hora
De Leonel Brizola para os irmãos Gomes (Ciro & Cid)
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Bolsonaro quer um Brasil atrasado
O candidato Jair Bolsonaro diz que seu "objetivo é fazer Brasil como era 40, 50 anos atrás".
Tenho 60, sinto-me habilitado a falar do que o Brasil era.
Como ele se referiu à segurança pública, deixo de falar na economia, o que seria uma comparação evidentemente covarde. Ou na educação, quando tínhamos um terço da população analfabeta.
Para começar, era menos da metade do que é hoje: 100 milhões de pessoas, metade dela nas áreas urbana.
Hoje somos 210 milhões, perto de 90% urbanizados.
As cidades brasileiras, onde o problema da segurança é manifesto têm, portanto, quase 190 milhões de pessoas, contra os 50 milhões de então.
Mesmo com um quarto das pessoas que temos nas cidades, a vida era risonha e franca?
Eu morava no subúrbio da Central do Brasil, num bairro próximo ao Méier, o Lins de Vasconcellos e perto de um conjunto do BNH.
Já havia, ali, os espaços "interditados": a Cachoeirinha (uma das favelas do hoje chamado Complexo do Lins), a "Barreira", parte alta do conjunto do BNH, a Rua Araújo Leitão, uma ladeira "tobogã" que dava acesso ao Engenho Novo e mesmo a parte alta da Rua Cabuçu.
Minha família se espalhava por áreas mais distantes. O IAPI de Realengo, a Vila Valqueire, Nova Iguaçu. Nenhum deles mais merecia o nome de "lugar tranquilo".
Comigo, foram três os assaltos, dois de trocados e um do relógio Seiko, provavelmente falso,comprado com as economias suadas de adolescente.
Lugar tranquilo, quando muito, era ainda a roça – minhas raízes, na bucólica Conservatória – e a Zona Sul, como agora, muito bem policiada.
Os casos policiais brutais se sucediam: a morte a facadas, na cela,de Lúcio Flávio Villar Lírio , um dos mais famosos marginais da crônica policial, o fuzilamento com oito tiros do ex-policial Mariel Mariscott, integrante do Esquadrão da Morte e outros, e outros, e outros.
Lá minha vila de subúrbio, o amigo Afrânio tomou um tiro de "22", bala pequena e perversa, por esboçar reação a um assalto.
Aliás, bandidos e grupos de extermínio atemorizavam e escandalizavam a classe média, como você vê nas capas da Veja, em plena ditadura.
Esta é a realidade daqueles tempos, onde está a raiz dos tempos que vivemos hoje.
Mas criou-se o mito do passado paradisíaco, que, embora os fatos neguem, aloja-se no cérebro de quem não o viveu e na amnésia de quem viveu mas, com a idade, refugia-se num mundo idílico que nunca existiu.
Só o que há de real é que temos mais promiscuidade entre polícia e crime, porque ambos vivem uma relação simbiótica de dinheiro e poder, porque quanto mais de um, mais do outro.
Avançando um pouco mais na "máquina do tempo" sugerida por Bolsonaro, tivemos a promessa de "acabar com a violência em seis meses" de Moreira Franco no Rio, que dispensa comentários. E as "intervenções militares", aqui, a partir de 1994 – há mais de uma geração, portanto – que deram, sem exceção, em nada. Ou, pior que em nada, em agravamento da situação.
O que está sendo "vendido" à população, atormentada por anos a fio em que só vê violência e corrupção é que isso vai ser resolvido por mais violência e por novos corruptos.
A realidade, porém, não cessa de brotar e logo rompe a casca da propaganda.
A demagogia fascista é isso, a venda de uma ilusão que troca a civilização pela selvageria.
Contra ela, sustentemos a civilização.
Os poetas têm sempre razão e um deles já disse: "o tempo não para".