E Bolsonaro não se cansa de render homenagem a esses torturadores cruéis
Carlos Alexandre Azevedo, o Cacá, se matou aos 40 anos, em 2013. Seu pai, à época, em meio a uma profunda dor, lamentou: “Entendo que a morte dele foi o limite da angústia”.
Cacá tinha um ano e oito meses quando sua casa foi invadida por policiais do DOPS/SP, em janeiro de 1974. Como começou a chorar, os policiais socaram sua boca.
Ficou durante 15 horas em poder da repressão. Seus pais ouviram relatos de que, nesse período, o menino teria levado choques elétricos.
Cacá foi uma das crianças vítimas da ditadura militar no Brasil. Sim, a ditadura, a seu modo, seguiu matando 40 anos depois.
Ernesto Carlos Dias do Nascimento tinha dois anos e três meses quando foi considerado terrorista, “Elemento Menor Subversivo”, banido do país por decreto presidencial.
Foi preso em 18 de maio de 1970, em São Paulo, e levado, por diversas vezes, às sessões onde seu pai era torturado no pau de arara. Lembra que dizia: “Não pode bater no papai. Não pode”. Mas mesmo assim eles batiam.
Ângela Telma de Oliveira Lucena tinha três anos e meio quando executaram o pai diante dela.
Amelinha Teles, também torturada na ditadura pelo Coronel Brilhante Ustra, conta:
“Ele, levar meus filhos para uma sala, onde eu me encontrava na cadeira do dragão (tomando choques), nua, vomitada, urinada? Levar meus filhos para dentro da sala? O que é isto? Para mim, foi a pior tortura que eu passei. Meus filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que eu passei”.
O Coronel Brilhante Ustra, que gostava tanto desses detalhes de crueldade, é aquele mesmo que foi homenageado pelo deputado Jair Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados em 2016.
Bolsonaro é a favor da tortura e quer ser presidente do Brasil. Precisa dizer mais alguma coisa?
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