Manifestação da união petista


O jantar organizado por Marta foi uma manifestação de unidade do PT do Estado de São Paulo em apoio a escolha da ministra Dilma Rousseff como candidata do PT a sucessão do presidente Lula.

Com a presencia do presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini; do presidente estadual, Edinho e do presidente do PT do município de São Paulo, vereador José Américo; o evento congregou todos os deputados federais, estaduais, vereadores da capital paulista, assim como os prefeitos petistas da região metropolitana. 

Também presentes, o ministro de Turismo, Luiz Barreto e os senadores Mercadante e Suplicy, este último homenageou a Dilma com uma belíssima orquídea. 

Após as diversas intervenções que marcaram politicamente o evento, os deputados federais José Eduardo Cardoso e José Mentor animaram juntos, ao piano, o final da noite.

Os obstáculos pra Serra chegar lá

À primeira vista, o governador de São Paulo, José Serra, vive uma situação confortável como potencial candidato à Presidência da República em 2010. Lidera as pesquisas em todos os cenários sobre a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Faz um governo bem-avaliado. Tem dinheiro em caixa para investimentos. Possui laços fortes com o grande empresariado --o que é fundamental para o financiamento de campanha.

Mas esse conforto é apenas aparente. Serra anda tenso. Deseja ser ungido logo o candidato do PSDB, mas o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, não aceita fato consumado e quer uma disputa em prévias pelo país. Se a escolha fosse hoje, Serra venceria. Mas a que custo?

Em 2006, ele ficou com medo de concorrer contra Lula, que já se recuperara do escândalo do mensalão (2005). A divisão do partido pesou e alimentou o temor de disputar. Cedeu a vez para o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A história é conhecida. Lula venceu.

Serra não pode tratorar Aécio. Se o fizer, o governador poderá cruzar os braços no segundo colégio eleitoral do país, a exemplo do que fez em 2002. Principal articulador da candidatura de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deseja que Aécio apoie logo Serra. E deseja mais: que o mineiro seja candidato a vice-presidente na chapa do colega de São Paulo. Por ora, Aécio resiste.

Serra sofre também embaraços externos. Qual será o seu discurso de campanha? Ele se aproximou do presidente, com quem tem tido boa parceria administrativa. Vai falar mal de Lula em 2010? Poderá ouvir do presidente que até outro dia o tucano frequentava o Palácio do Planalto e o elogiava.

A crítica de Serra à política monetária (juros altos) do Banco Central não é unânime nem no seu partido. Ainda que fosse, renderia votos? O que Serra mudaria na política econômica? Essa mudança teria apelo eleitoral? Há fundadas dúvidas a respeito desta última indagação.

Qual será o discurso na área social? Vai manter o Bolsa Família, mas com melhoras, procurando uma "porta de saída", para usar um chavão? Isso o atual governo já promete que fará. Por que o eleitorado confiaria na oposição para melhorar o Bolsa Família e não em um candidato da situação? Enfim, há um monte de perguntas no meio do caminho de Serra.

Enquanto o PSDB está dividido e não tem um discurso de campanha consistente, Lula usa a crise como oportunidade para lançar medidas que podem render dividendos políticos à sua provável candidata, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Nessa toada, o presidente tem boa chance de viabilizar a vitória de Dilma.

Há ainda a contradição de ser um político com cabeça de centro-esquerda com uma base de centro-direita. O DEM, antigo PFL, é o aliado preferencial do governador paulista. Lula e o PT adoram associar o PSDB ao PFL, numa jogada retórica para dizer que se trataria de uma volta ao passado (governo FHC). Quando Serra atribui alguma manifestação dos movimentos sociais a interesses políticos-eleitorais, faz um discurso conservador. Criminalizar os movimentos sociais não combina com um político de centro-esquerda, mas é música aos ouvidos de políticos de centro-direita.

Outro problema: a administração de Gilberto Kassab começa a patinar. Não se sabe se o prefeito paulistano entregará as principais promessas da campanha municipal de 2008. Serra será cobrado pelo desempenho de seu afilhado político.

Por último, vem o famoso temperamento de Serra. O desejo obsessivo de ser presidente ajuda por um lado, mas atrapalha por outro. Ele tem procurado demonstrar mais jogo de cintura. Melhorou a relação com a imprensa. Aproximou-se de desafetos --integrar Geraldo Alckmin ao secretariado e se aliar a Orestes Quércia são exemplos disso. Mas ainda mantém uma certa tendência autoritária a querer controlar o noticiário, a tentar evitar perguntas embaraçosas, a editar jornais, rádios e TVs.

Não faltam obstáculos para o favorito Serra chegar lá.

Leia as colunas anteriores

Kennedy Alencar, 41, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve paraPensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

Os obstáculos pra Serra chegar lá

À primeira vista, o governador de São Paulo, José Serra, vive uma situação confortável como potencial candidato à Presidência da República em 2010. Lidera as pesquisas em todos os cenários sobre a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Faz um governo bem-avaliado. Tem dinheiro em caixa para investimentos. Possui laços fortes com o grande empresariado --o que é fundamental para o financiamento de campanha.

Mas esse conforto é apenas aparente. Serra anda tenso. Deseja ser ungido logo o candidato do PSDB, mas o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, não aceita fato consumado e quer uma disputa em prévias pelo país. Se a escolha fosse hoje, Serra venceria. Mas a que custo?

Em 2006, ele ficou com medo de concorrer contra Lula, que já se recuperara do escândalo do mensalão (2005). A divisão do partido pesou e alimentou o temor de disputar. Cedeu a vez para o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A história é conhecida. Lula venceu.

Serra não pode tratorar Aécio. Se o fizer, o governador poderá cruzar os braços no segundo colégio eleitoral do país, a exemplo do que fez em 2002. Principal articulador da candidatura de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deseja que Aécio apoie logo Serra. E deseja mais: que o mineiro seja candidato a vice-presidente na chapa do colega de São Paulo. Por ora, Aécio resiste.

Serra sofre também embaraços externos. Qual será o seu discurso de campanha? Ele se aproximou do presidente, com quem tem tido boa parceria administrativa. Vai falar mal de Lula em 2010? Poderá ouvir do presidente que até outro dia o tucano frequentava o Palácio do Planalto e o elogiava.

A crítica de Serra à política monetária (juros altos) do Banco Central não é unânime nem no seu partido. Ainda que fosse, renderia votos? O que Serra mudaria na política econômica? Essa mudança teria apelo eleitoral? Há fundadas dúvidas a respeito desta última indagação.

Qual será o discurso na área social? Vai manter o Bolsa Família, mas com melhoras, procurando uma "porta de saída", para usar um chavão? Isso o atual governo já promete que fará. Por que o eleitorado confiaria na oposição para melhorar o Bolsa Família e não em um candidato da situação? Enfim, há um monte de perguntas no meio do caminho de Serra.

Enquanto o PSDB está dividido e não tem um discurso de campanha consistente, Lula usa a crise como oportunidade para lançar medidas que podem render dividendos políticos à sua provável candidata, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Nessa toada, o presidente tem boa chance de viabilizar a vitória de Dilma.

Há ainda a contradição de ser um político com cabeça de centro-esquerda com uma base de centro-direita. O DEM, antigo PFL, é o aliado preferencial do governador paulista. Lula e o PT adoram associar o PSDB ao PFL, numa jogada retórica para dizer que se trataria de uma volta ao passado (governo FHC). Quando Serra atribui alguma manifestação dos movimentos sociais a interesses políticos-eleitorais, faz um discurso conservador. Criminalizar os movimentos sociais não combina com um político de centro-esquerda, mas é música aos ouvidos de políticos de centro-direita.

Outro problema: a administração de Gilberto Kassab começa a patinar. Não se sabe se o prefeito paulistano entregará as principais promessas da campanha municipal de 2008. Serra será cobrado pelo desempenho de seu afilhado político.

Por último, vem o famoso temperamento de Serra. O desejo obsessivo de ser presidente ajuda por um lado, mas atrapalha por outro. Ele tem procurado demonstrar mais jogo de cintura. Melhorou a relação com a imprensa. Aproximou-se de desafetos --integrar Geraldo Alckmin ao secretariado e se aliar a Orestes Quércia são exemplos disso. Mas ainda mantém uma certa tendência autoritária a querer controlar o noticiário, a tentar evitar perguntas embaraçosas, a editar jornais, rádios e TVs.

Não faltam obstáculos para o favorito Serra chegar lá.

Leia as colunas anteriores

Kennedy Alencar, 41, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve paraPensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

Dilma no palanque do PAC

Em eleição, nem sempre quem larga na frente leva vantagem. A quase dois anos da sucessão presidencial de 2010, a campanha já está nas ruas. Dilma Roussef, a candidata de Lula, precipitou a corrida, fazendo de sua atividade institucional – o cargo de ministra, encarregada de gerenciar as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) – o estandarte de sua campanha.

Com isso, se expõe, antes dos outros, às críticas e ataques da concorrência, que já foram postos em cena. E não apenas: põe em discussão a legitimidade de sua estratégia. É correto usar eleitoralmente o cargo de ministra? DEM e PSDB decidiram perguntá-lo à Justiça Eleitoral. A resposta já se sabe: é ilegal fazer campanha eleitoral antes da hora. Pior: com recursos do governo.

Ocorre que nem sempre isso é demonstrável. Dilma alega que não está em campanha. Está apenas trabalhando como ministra. De fato, quando inaugura obras ou as anuncia, em sucessivas viagens país afora, não pede votos, nem se assume como candidata. Não seria primária a esse ponto. Mas que há claro vínculo entre sua maratona de gerente e sua pretensão eleitoral ninguém duvida.

O presidente Lula, que freqüentemente a acompanha nesses périplos, é menos sutil. Já disse reiteradas vezes que Dilma é sua candidata. No PT, não se fala noutra coisa. Com a reação da oposição, governo e PT contra-argumentam acusando o governador de São Paulo, José Serra, de fazer o mesmo.

Ainda que o fizesse, isso não legitimaria a ação de Dilma. Seriam duas ilegalidades. Só que Serra se restringe, pela própria limitação de seu cargo, ao âmbito de São Paulo, enquanto Dilma percorre todo o país, ocupando a mídia nacional.

Não é só: Serra jamais disse, nem ninguém por ele, nas ocasiões em que inaugura obras, que é candidato. Seu nome aparece em pesquisas como favorito, todo mundo sabe que ele é candidato, mas não se tem notícia de que tenha subido em palanques para fazer promessas relativas a uma eventual chegada à Presidência da República.

No caso de Dilma, as referências são constantes – e explícitas. Lança-se a obra – ou a promessa dela – e Lula, patrono onipresente da candidatura, improvisa discurso garantindo que somente Dilma dará seqüência à sua gestão. A promiscuidade eleitoral é flagrante.

Na quinta-feira passada, ao inaugurar uma frente de trabalho da ferrovia Transnordestina, no interior de Pernambuco, Dilma teve a coadjuvá-la, além do presidente Lula, três ministros de Estado. Todos, além de enaltecerem a importância da obra, a vincularam à ministra, mencionando suas qualidades humanas e profissionais e a necessidade de tê-la futuramente no lugar de Lula.

Cenas de palanque, o que dá substância à acusação do DEM e do PSDB, de que aquela candidatura está se valendo da máquina pública para difundir-se. São viagens pagas pelo contribuinte, que servem de laboratório a uma candidatura partidária, em flagrante quebra de isonomia em relação aos outros candidatos.

A ação oposicionista junto ao TSE mostra, de outro lado, que já não desdenha das chances eleitorais da candidata do governo. Ela ainda aparece bem longe de Serra nas pesquisas, mas já registra algum avanço. Tendo as obras do PAC e o presidente da República como cabos eleitorais, que lhe garantem ampla e continuada exposição na mídia nacional, chegará à corrida sucessória como um dos rostos mais conhecidos da disputa.

A alegação de que a estratégia – o uso da máquina com fins eleitorais - não é novidade, e que é mesmo tradição nacional, não lhe reduz o caráter transgressor. Afinal, um dos compromissos fundamentais de quem governa é contribuir para a elevação das práticas públicas. E já que se fala de hábitos históricos, esse compromisso marcou a trajetória do PT desde sua fundação. Aguarda-se a manifestação do TSE.

 

Ruy Fabiano

Dilma no palanque do PAC

Em eleição, nem sempre quem larga na frente leva vantagem. A quase dois anos da sucessão presidencial de 2010, a campanha já está nas ruas. Dilma Roussef, a candidata de Lula, precipitou a corrida, fazendo de sua atividade institucional – o cargo de ministra, encarregada de gerenciar as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) – o estandarte de sua campanha.

Com isso, se expõe, antes dos outros, às críticas e ataques da concorrência, que já foram postos em cena. E não apenas: põe em discussão a legitimidade de sua estratégia. É correto usar eleitoralmente o cargo de ministra? DEM e PSDB decidiram perguntá-lo à Justiça Eleitoral. A resposta já se sabe: é ilegal fazer campanha eleitoral antes da hora. Pior: com recursos do governo.

Ocorre que nem sempre isso é demonstrável. Dilma alega que não está em campanha. Está apenas trabalhando como ministra. De fato, quando inaugura obras ou as anuncia, em sucessivas viagens país afora, não pede votos, nem se assume como candidata. Não seria primária a esse ponto. Mas que há claro vínculo entre sua maratona de gerente e sua pretensão eleitoral ninguém duvida.

O presidente Lula, que freqüentemente a acompanha nesses périplos, é menos sutil. Já disse reiteradas vezes que Dilma é sua candidata. No PT, não se fala noutra coisa. Com a reação da oposição, governo e PT contra-argumentam acusando o governador de São Paulo, José Serra, de fazer o mesmo.

Ainda que o fizesse, isso não legitimaria a ação de Dilma. Seriam duas ilegalidades. Só que Serra se restringe, pela própria limitação de seu cargo, ao âmbito de São Paulo, enquanto Dilma percorre todo o país, ocupando a mídia nacional.

Não é só: Serra jamais disse, nem ninguém por ele, nas ocasiões em que inaugura obras, que é candidato. Seu nome aparece em pesquisas como favorito, todo mundo sabe que ele é candidato, mas não se tem notícia de que tenha subido em palanques para fazer promessas relativas a uma eventual chegada à Presidência da República.

No caso de Dilma, as referências são constantes – e explícitas. Lança-se a obra – ou a promessa dela – e Lula, patrono onipresente da candidatura, improvisa discurso garantindo que somente Dilma dará seqüência à sua gestão. A promiscuidade eleitoral é flagrante.

Na quinta-feira passada, ao inaugurar uma frente de trabalho da ferrovia Transnordestina, no interior de Pernambuco, Dilma teve a coadjuvá-la, além do presidente Lula, três ministros de Estado. Todos, além de enaltecerem a importância da obra, a vincularam à ministra, mencionando suas qualidades humanas e profissionais e a necessidade de tê-la futuramente no lugar de Lula.

Cenas de palanque, o que dá substância à acusação do DEM e do PSDB, de que aquela candidatura está se valendo da máquina pública para difundir-se. São viagens pagas pelo contribuinte, que servem de laboratório a uma candidatura partidária, em flagrante quebra de isonomia em relação aos outros candidatos.

A ação oposicionista junto ao TSE mostra, de outro lado, que já não desdenha das chances eleitorais da candidata do governo. Ela ainda aparece bem longe de Serra nas pesquisas, mas já registra algum avanço. Tendo as obras do PAC e o presidente da República como cabos eleitorais, que lhe garantem ampla e continuada exposição na mídia nacional, chegará à corrida sucessória como um dos rostos mais conhecidos da disputa.

A alegação de que a estratégia – o uso da máquina com fins eleitorais - não é novidade, e que é mesmo tradição nacional, não lhe reduz o caráter transgressor. Afinal, um dos compromissos fundamentais de quem governa é contribuir para a elevação das práticas públicas. E já que se fala de hábitos históricos, esse compromisso marcou a trajetória do PT desde sua fundação. Aguarda-se a manifestação do TSE.

 

Ruy Fabiano

Campanha eleitoral antecipada

Todos são iguais, mas alguns são mais iguais

O noticiário dos últimos dias imita o bordão da dra. Lorca, a nutricionista louca do Zorra Total:

-Serra fazer propaganda da Sabesp, a empresa de saneamento paulista, para vender esgoto no Acre, Ceará, Mato Grosso, etc: PÓÓÓDE.

-Serra vender Rodoanel na Paraíba, com propaganda paga pelo contribuinte de São Paulo: PÓÓÓDE.

-Lula e Dilma fazer encontro de prefeitos para propagandear o PAC: NÃO PÓÓÓDE.

Paulo Henrique Amorim

Ceará - Governo estadual investe


O governo do Ceará começa 2009 tirando do papel uma série de investimentos voltados para o melhoramento da infra-estrutura do Estado. 

Ontem, 35 avisos de concorrências foram lançados pelo executivo estadual, cujas licitações devem acontecer até a primeira quinzena de março. 

Ao todo, serão investidos quase R$ 292 milhões em áreas como saúde, habitação, segurança e transportes, esta última envolvendo obras em rodovias, nos metrôs de Fortaleza (Metrofor) e do Cariri, e no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Leia mais Aqui