Estados aumentam carga tributária

Faz já uns dias que o economista Amir Khair, especialista em finanças públicas e respeitado consultor na área, divulgou sua última estimativa para a carga tributária em 2008. 

As previsões apontam para uma carga tributária de 35,14%, contra 34,79%, em 2007. 

Mas, atenção, o aumento de 0,35 ponto percentual terá sido causado pelos Estados

A União e os Municípios deverão manter a mesma carga de 2007. Continua >>

Eles estão de volta

Os investidores internacionais do setor produtivo estão de volta ao Brasil. Nesta quinta-feira, por exemplo, desembarca em Brasília o vice-presidente da China, Xi Jinpin, de maleta cheia. 

O banco estatal chinês de investimentos, o BNDES da China, vai abrir uma linha de crédito de US$ 10 bilhões para o programa da Petrobras de exploração de óleo e gás na camada pré-sal.

Outros acordos do gênero serão celebrados em maio, quando da nova estada do presidente Lula em Pequim. A China tem perto de US$ 100 bilhões já reservados para projetos brasileiros de infraestrutura. Em especial no setor de transportes de produtos agrícolas: rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. 

Nada contra. 
Joelmir Beting

Cadê a iniciativa privada?

BNDES financiará Jirau com o maior empréstimo de sua história: R$ 7,2 bi

A hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, vai receber R$ 7.2 bilhões do BNDES, o maior investimento individual da história do banco. 

Controlada majoritariamente por capitais privados - grupo Suez e construtora Camargo Corrêa -, Jirau será financiada com 69% de dinheiro público. 

Junto com a usina, Santo Antônio, também no Rio Madeira, ela constitui uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

Apesar do controle privado, Jirau tem participação de duas estatais do grupo Eletrobras - Chesf e Eletrosul - no capital. 

Com financiamento garantido do BNDES, os responsáveis pela obra de Jirau se comprometem a antecipar o início das operações: em um ano, ligando as turbinas em 2012. 

"Esse projeto é muito importante para o aumento da oferta de energia e para o desenvolvimento do país", disse Wagner Bittencourt, diretor do BNDES.

Aonde estão os liberais tucademos que não exigem que os amigos bandiqueiros da iniciativa privada financiem a obra?

- Na privada, rezando!

Crédito imobiliário cresce 138,8 no Ceará

Ampliação dos financiamentos pela Caixa, mesmo no contexto da crise mundial, deve-se às condições de prazo e juros do crédito imobiliário.
(Foto: Thiago Gaspar) Continua >>

Auto-estima

Kaio, imagem não é tudo.
O importante é como você se vê.

Auto-estima

Idaline, imagem não é tudo.
O importante é como você se vê.

Carga tributária: um pico em 2008

Faz já uns dias que o economista Amir Khair, especialista em finanças públicas e respeitado consultor na área, divulgou sua última estimativa para a carga tributária em 2008. As previsões apontam para uma carga tributária de 35,14%, contra 34,79%, em 2007. Mas, atenção, o aumento de 0,35 ponto percentual terá sido causado pelos Estados. Lula e o governo federal estão fora dessa. Os municípios e a União deverão manter a mesma carga de 2007.

Se confirmadas as projeções de Khair, que utiliza a metodologia de cálculo da Receita Federal, dá para apostar que teremos mais uma temporada de gritaria, quando sair o resultado oficial. Vai ser engraçado ver os contorcionismos para jogar a culpa no suspeito de sempre - o governo federal; 

O aumento da carga em 2008, de acordo com Amir Khair, foi causado pelos Estados. A arrecadação do ICMs, imposto estadual indireto, que é o de maior volume na estrutura tributária brasileira, cresceu 11%, acima da evolução da inflação (calculada pelo IPCA) e acima do crescimento do conjunto das receitas da União, cujo aumento deve ter ficado em 7,7%.

Crescimento da economia, com uma conseqüente redução da sonegação e da inadimplência, é o que explica o aumento da arrecadação no ano passado. Mas, nem por isso, o chororô dos abonados deixará de bater ponto – ainda que, desta vez, com menos eloquência.

Por conta do esfriamento econômico, a arrecadação da União já havia registrado queda real de 1,9%, em novembro sobre novembro de 2007, e despencou 4,7%, em dezembro. Essa é a tendência para 2009.

É quase impossível que o governo federal venha com alguma idéia para criar ou aumentar impostos, reduzindo a renda disponível. O máximo que se pode imaginar é um aperto na cobrança e na fiscalização, mas, mesmo assim, meio leve. Nos Estados e municípios, em que é cada um por si, melhor quem tem colocar as barbas de molho - e quem não tem também.

José Paulo Kupfer