Quem faz campanha eleitoral antecipada?


Vejo na mídia que o governador de São Paulo, o presidenciável tucano José Serra, reúne hoje prefeitos de todo o Estado no Palácio dos Bandeirantes para a abertura de uma linha de crédito de R$ 150 milhões para o Programa Via São Paulo, de obras de infraestrutura viária em municípios.


Mais da metade do dinheiro será bancado  pela Nossa Caixa Desenvolvimento, de uma linha que originalmente se destinava a financiamento a pequenas e média empresas. Outra parte vem do governo federal, via BNDES. Mas uma cerimônia dessas no Palácio dos Bandeirantes não é "campanha eleitoral antecipada"? 


"Por quê? São empréstimos pelos quais as prefeituras terão de pagar", responde o secretário de transportes do presidenciável Serra, Mauro Ricardo Costa, ao contestar perguntas dos jornalistas se a cerimônia e a liberação de recursos agora não tem conotação com o calendário eleitoral.  Os municípios terão 60 meses para pagar as dívidas, corrigidas pelo IPC (hoje de cerca de 9% ao ano).

Os pré-candidatos tucanos a governador, o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, e de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, em sua condição de secretários de Estado, poderão estar presente à cerimônia. Eles podem? Só as visitas a obras, inauguraçãoes e assinaturas de convênios do presidente Lula e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, alvo de absurdas restrições do PSDB e da oposição, é que são campanha eleitoral antecipada. 



E o que eles (tucanos) fazem não é?  Como ficam e onde estão o DEM e o PSDB, os senadores tucanos Álvaro Dias (PR) e Artur Virgílio (AM), sempre tão vigilantes quando se trata do governo federal? Vão representar contra o governador Serra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como fizeram contra o presidente Lula e a ministra Dilma?