Antes mesmo da posse, começaram as pressões sobre Dilma Rousseff
por Carlos Chagas
Comentário:
Estão quadradamente enganados!!!
Algumas manchetes do dia
- Globo: 'Ação no Alemão é modelo para todo o pais', diz novo ministro
- Folha: Dilma decide privatizar ampliação de aeroportos
- Estadão: Dilma enfrenta crise entre PT e PMDB pelo segundo escalão
- JB: Dilma se une a Cuba contra a cólera no Haiti
- Correio: Dilma quer pacto contra o crime
- Valor: Planos de saída no Bolsa Família
- Estado de Minas: Como garantir seu emprego em 2011
- Jornal do Commercio: Desafio de Dilma é cortar despesas
- Zero Hora: Dilma vai cobrar metas de ministros
- Diário do Nordeste: Triste balanço: 5 mortos a cada dia em Fortaleza
Viver corretamente
Claro que tais certezas, que amiúde se expressam em arrogância, autoritarismo e condescendência enfarada, não são certezas de coisa nenhuma, são apenas ignorância e estreiteza de horizontes em ação. O resultado é que nos vemos ameaçados a todo instante de sermos obrigados a nos comportar "normalmente" ou, pior ainda, corretamente. Volta e meia, alguma autoridade baixa regras sobre como devemos fazer compras em farmácia, que tipo de tomada nos convém usar ou que equipamento passou a ser compulsório nos automóveis. Com o nosso tradicional temperamento de rebanho ovino e de "tudo bem, contanto que não me incomode diretamente", vamos deixando que esse negócio se espalhe e tome conta de nossa vida.
Além do combate ao uso do tabaco e do álcool, creio que devemos esperar, a julgar por sinais aqui e ali, que nos ditem o que podemos comer. Em cantinas escolares, isso já é feito. Mas creio que os nossos mentores, protetores e tutores não considerarão seu trabalho concluído enquanto o pai que dê uma gulodice açucarada a seu filho não puder ser denunciado e enquadrado e perder o pátrio poder, se persistir em seu comportamento reprovável. Aliás, imagino que, com a vigência da lei da palmada, cedo chegará o dia em que pais e mães denunciados por palmadas desobedecerão a ordens judiciais e instruções de psiquiatras para serem corretos e normais e, portanto, o Estado os meterá na cadeia e lhes tomará os filhos, que terão seu futuro garantido, sob a guarda eficiente, carinhosa e científica de instituições modeladas na Funabem.
Assim como os fumantes oneram a saúde pública com as doenças causadas por seu feio vício, também o fazem os obesos, com seus problemas cardíacos, sua diabetes, sua hipertensão. E não se pode esquecer que, caso essas pessoas de conduta e aparência condenáveis tenham filhos, estarão delinquindo ainda mais, pelo mau exemplo. Espero que em breve um dos mil braços do governo estabeleça padrões alimentares a que as famílias terão que obedecer, pelo bem de sua saúde e sob pena de suas compras de alimentos só poderem ser feitas sob a orientação de um técnico credenciado. Claro, ovo já foi um horror e hoje é permitido e até encorajado. Margarina já foi aclamada como o substituto sadio da manteiga e hoje é execrada. São as verdades científicas.
Ao contrário do que chegou a divulgar-se, os defensores da censura a Monteiro Lobato não foram derrotados nem alteraram suas posições. O livro pode ser lido, mas sob a supervisão de um professor com qualificações específicas. Ou seja, em última análise, um técnico em leitura literária, um guia. Diretamente, sem intermediários, o livro não pode ser lido. Acredita-se que existe a maneira certa de ler, entender e apreciar um determinado livro. As maneiras que não se encaixem no padrão correto são, por consequência, errôneas e inadmissíveis. Daí se passará, imagino eu, à exigência de que os livros, não somente na escolas, mas entre o público em geral, só possam circular depois de lidos pelos técnicos, que escreveriam uma espécie de bula ou modo de usar, para que os leitores apreendessem corretamente a leitura. Claro, não é censura, é apenas a aplicação da verdade científica ou objetiva.
Aliás, falando em livros há outras novidades, ainda no terreno da cultura. O plano é mudar a lei dos direitos autorais. Os proponentes das mudanças dizem que não estão de fato querendo mudar nada, porque todas as suas ideias estariam contidas em dispositivos legais já vigentes. Pergunta-se, nesse caso, por que é preciso fazer uma nova lei. Não sei bem, mas sei, pelo que já me foi contado, que a produção de cópias de livros ou textos sem pagar direitos autorais será permitida, contanto que para fins educativos. Ou seja, qualquer coisa, ainda mais no mangue educacional que é o Brasil. O sujeito escreve um livro que é adotado em classe e esse livro pode ter praticamente uma edição à parte, pois há máquinas que possibilitam isso, copiando um livro inteiro e cuspindo do outro lado volumes já encadernados, com capa e tudo. O autor não vê um centavo, embora os produtores da edição pirata se remunerem pelo seu trabalho de "difusão" e, principalmente, os fabricantes das máquinas ganhem.
Interessante isso. Acredita-se que um estudioso dedique anos de pesquisa e trabalho duro a produzir algo pelo qual não será pago, a não ser pela distinção de ser adotado nas escolas. Por que os funcionários do governo que lidam com cultura não abdicam de seus salários, já que a verdadeira cultura não pode ter preocupações materiais e o artista pode viver de brisa? Trabalhar para a cultura é isso, é ser filósofo e poeta aos olhos do grande público. Morrendo bêbado, tuberculoso e na sarjeta é ainda melhor, compõe o quadro romântico.
A interferência do Estado na elaboração, venda e circulação de livros e, acima de tudo, a tutela de seu uso, sua interpretação e sua avaliação não é mais nem autoritarismo, é totalitarismo fascistoide mesmo, é controle do pensamento. Mas moda é moda e, como ninguém reage, vão nos empurrando essas e outras goela abaixo, até o dia ideal em que não pensaremos mais, porque os pensadores certos já terão pensado tudo por nós.
João Ubaldo Ribeiro
Tucademos e PIG querem aposentar Lula
Apple e Google devem revolucionar os jogos sociais
O mercado global de games testemunhará, em 2011, dois acontecimentos que deverão transformá-lo de maneira profunda: a entrada da Apple no setor e a presença do Google no bilionário negócio dos jogos sociais.
Em 2010, a Apple voltou os seus radares para os games. Em seus encontros com a imprensa, Steve Jobs fez questão de mencionar o tema. O Game Center, serviço dedicado a usuários de iPad, iPhone e iPod Touch entrou em funcionamento. Mas isso é pouco em relação ao que está por vir, segundo consultores do mundo da tecnologia: o lançamento de um console Apple (com tudo que isso significa em termos de design e funcionalidade) para competir com PlayStation 3, Xbox 360 e Wii.
Sinais semelhantes de interesse pelos games eram emitidos pelo Google em 2010. O gigante da internet investiu 200 milhões de dólares na Zynga, empresa que transformou FarmVille e CityVille em fenômenos no Facebook. Mas fez mais que isso: comprou a Labpixies, a Slide e a SocialDeck, todas companhias do ramo de jogos sociais.
Confira, a seguir, o que deve virar notícia nos próximos meses:
A Apple e os games
Em setembro de 2010, a Apple provou o quão importante são os games para o seu negócio. A companhia de Steve Jobs anunciou o serviço Game Center, que permite aos usuários do sistema operacional iOS 4.1 (iPod Touch e iPhone) e iOS 4.2 (iPad) disputar partidas com jogadores de todo mundo. Uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Newzoo, em setembro, ilustra a resposta dos consumidores aos investimentos que a Apple tem feito no setor. Segundo o levantamento, 40 milhões de pessoas utilizam o iPod Touch, o iPhone ou o iPad para jogar, enquanto apenas 18 milhões utilizam o PSP (portátil da Sony) para o mesmo fim. Rumores apontam que a companhia está prestes a dar um passo ainda maior ao lançar, em 2011, um novo console.
- Jogos sociais
'CityVille', o novo fenômeno da Zynga, ultrapassou o 'FarmVille' em popularidade e conquistou 62 milhões de usuários (Imagem: Reprodução)
O mar está para peixe no mundo dos jogos sociais. Depois de um ano bom para os negócios, a expectativa é de que as companhias de sucesso, como Zynga e Crowdstar, sejam adquiridas por empresas maiores, o que lhes garantiria fôlego financeiro para continuar desenvolvendo títulos de sucesso como FarmVille. A boa fase também é testemunhada por companhias brasileiras, como a Vostu, dona dos jogos Mini Fazenda, Café Mania, Pet Mania, Vostu Poker, Rede do Crime e Joga Craque, todos populares no Orkut, a maior rede social do país. Em novembro, a empresa, que possui escritórios em Nova York, Buenos Aires e São Paulo, recebeu 46 milhões de dólares de investimento e passou a valer 300 milhões de dólares. Os frutos dessas consolidações serão colhidos em 2011.
- Pirataria nos games
Microsoft e a convergência: Xbox Live, rede on-line do videogame Xbox 360, conecta jogadores ao Facebook (Imagem: Divulgação)
A pirataria é um dos mais sérios empecilhos para a indústria de games, principalmente em mercados em desenvolvimento. Para enfrentar o problema, as empresas têm direcionado seus esforços a estratégias de lançamento on-line, onde há uma significativa redução de custos – graças à extinção da embalagem e ao fim das dificuldades de 0 distribuição - e onde sistemas de autenticação impedem que usuários explorem toda as fases de um jogo, caso sua cópia não seja legal. Para fidelizar esses jogadores, a tendência é que as empresas de software (games) apostem em periódicas atualizações, como o lançamento de capítulos inéditos e novos recursos. Aliada aos avanços das redes virtuais, como Xbox Live e PlayStation Network, a 'nuvem' será a nova prateleira e os games ganharão atenção especial de gigantes da tecnologia, como Apple e Google. Uma recente previsão da publicação americana Forbes confirma tal hipótese. Segundo a revista, até 2020 os discos físicos tendem a desaparecer das lojas, dando espaço aos downloads sob demanda.
- A volta por cima da Nintendo
Nintendo 3DS: primeiro portátil tridimendional que dispensa totalmente o uso de óculos especiais (Foto: Reuters)
A japonesa Nintendo é uma das empresas mais tradicionais do setor e perdeu espaço, em 2010, para Microsoft e Sony, suas principais concorrentes. Os sensores Kinect e Move conquistaram novos adeptos, ofuscaram o sucesso do console Wii e forçam a companhia a dar a volta por cima em 2011. O primeiro passo na retomada do mercado será dado no primeiro semestre, quando a companhia lançará o portátil Nintendo 3DS, o primeiro videogame 3D que dispensa o uso de óculos. A adequação ao cenário atual, no entanto, só acontecerá em sua plenitude no final de 2011, quando a Nintendo lançará uma nova e mais poderosan versão do Wii, hipoteticamente chamada de Wii HD ou Wii 2.
por Renata Honorato