Construção civil

[...] puxa contratações no Nordeste

Com a pujança econômica vista no ano passado, o Nordeste se transformou num verdadeiro canteiro de obras. Com isso, a demanda por profissionais da construção civil disparou. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), atualizados ontem pelo Ministério do Trabalho, mostram que as contratações formais no setor superaram as demissões em 125.478 vagas, o maior volume de admissões da área em todo o País.
Os Estados que mais convocaram trabalhadores foram Pernambuco, que criou 32.264 postos, acima das demissões e Bahia, cujo saldo líquido de emprego na construção foi de 29.450 em 2010.
O Sudeste foi a segunda região do País que mais ampliou o mercado de trabalho nesse segmento, com a criação de 119.806 novas vagas no último ano. Apesar de Minas Gerais ter contratado 38.095 mais trabalhadores nesse setor em 2010, São Paulo segue como líder absoluto na geração desses empregos no ranking dos Estados, com um saldo líquido, já descontados os desligamentos, de 59.679 postos.
Apenas a geração de vagas da construção civil no Estado de São Paulo é superior à criação de empregos no setor nas demais regiões.

Meio Ambiente

[...] desmistificando Belo Monte

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Rio Xingu (PA)
Os técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) realizaram, na semana passada, outra vistoria na usina hidrelétrica de Belo Monte, às margens do rio Xingu, no Pará. A medida é mais um capítulo da novela para a obtenção da licença que permitirá o início das obras da usina. Até aqui, o consórcio que é responsável pela hidrelétrica, o Nesa (Norte Energia S.A.), só foi autorizado a iniciar as obras do canteiro de obras.

A burocracia prevista para autorizar o início das obras da usina propriamente dita teve um capítulo anacrônico. Há poucos dias, o Ministério Público Federal no Pará, que questiona judicialmente a hidrelétrica, alegou que os R$ 50 milhões já investidos pelo consórcio até para cumprir as ações antecipatórias seriam “ridículos”, ante os R$ 3,7 bilhões previstos para todas as ações condicionantes impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA).

Depoimento exclusivo

Este blog entrevistou com exclusividade José Ailtom de Lima, diretor de engenharia e construção da Cia Hidrelétrica São Francisco (CHESF) – uma das empresas que participam do consórcio -- para desmistificar o celeuma em torno da questão. Para ele, a polêmica em torno da licença prévia para as obras de Belo Monte tem origem, em parte, na desinformação das autoridades locais sobre o assunto.

“O Ministério Público do Pará teve a pior interpretação que se pode dar ao texto que detalha as ações antecipatórias, de fevereiro de 2010”, disse Lima. Segundo o executivo, entre as ações pedidas ao consórcio estava o saneamento básico de Altamira e Vitória do Xingu. Ambos os municípios somam próximo de 80 mil habitantes. Mas o projeto de saneamento deverá previr, no mínimo, 100 mil habitantes, devido ao fluxo migratório que se espera para a região.


Interpretação distorcida


“Obviamente, um projeto de saneamento básico desse porte não se faz em menos de dois, três anos. Exigir que Belo Monte só se inicie depois dessas obras estarem prontas – ou que o valor investido chegue próximo dos R$ 3,7 bilhões previstos para as ações antecipatórias -- é uma interpretação literal, completamente distorcida”, alegou o diretor.

De acordo com Lima, entre as condicionantes à licença, o saneamento é item mais caro e o de maior impacto social. Ele argumenta que não há lógica em se imaginar que uma obra pública de grande porte como o saneamento das duas cidades tenha de ser feito, obrigatoriamente, antes da construção da usina. “Não há o que justifique essa suposição, nem do ponto de vista da engenharia – pois as duas obras podem ser realizadas em paralelo – nem do ponto de vista da necessidade do sistema elétrico”, declara.

Projeto básico

Lima explica lembra que é obrigatório se fazer um projeto básico antes de uma obra do vulto de saneamento, o que já foi feito pela Nesa, por R$ 10 milhões. “Ele é uma espécie de planta simplificada para que o empreiteiro que vai tocar a obra possa orçá-la”. Nesse projeto são definidas as características do local, os equipamentos a serem usados (como bombas e motores para bombear líquidos de um lugar mais baixo para regiões mais altas), tubulações, estações de tratamento previstas, entre outros detalhes.

Lima informa que o projeto básico já se encontra em discussão nas duas prefeituras, as quais devem aprová-lo antes do início da contratação das obras de saneamento. “Só depois de aprovados pelos dois municípios podemos ir adiante”, explica. O diretor da CHESF lembra, ainda, que, nesse estágio, o projeto do saneamento tampouco recebeu a licença do próprio IBAMA. “Ou seja, não posso colocar um prego no local enquanto essas questões não forem definidas”, resume.

MP do Pará

Do outro lado, o MPF do Pará alega que, diante da sua "total certeza" sobre o "não cumprimento de inúmeras condicionantes", o IBAMA não deveria conceder a licença para as obras da hidrelétrica.

Esta usina terá uma capacidade total instalada de 11.233 megawatts (MW). Seu custo total está orçado em R$ 19 bilhões, o que torna o empreendimento o segundo mais caro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aproveitamos, aqui, o depoimento de Lima para fazer a pergunta que não quer calar: a quem interessa tantas delongas?
Zé Dirceu

Adeus à política partidária

A vida é uma soma de compromissos e de identidades. Comprometemo-nos com nossa família, com nossos amigos, com nossos colegas de trabalho, com nossos companheiros de luta política, com nosso país, e, cada vez mais, com nossa humanidade.
Mas nossa identidade não é produto apenas da nossa liberdade; é também resultado da imagem que nos é atribuída pelos outros, porque é a fidelidade a ela que nos torna previsíveis e confiáveis.
Entretanto, o mundo em nossa volta muda constantemente, o que nos obriga a estar sempre prontos a nos repensarmos, ao mesmo tempo em que repensamos o mundo em transformação.
Nesses últimos dez anos, eu mudei, e o partido político que eu ajudei a criar, o PSDB, também mudou. A mudança foi tão grande que chegou a hora de dizer adeus a esse partido, e, mais amplamente, à política partidária. Nunca fui um político "stricto sensu", porque nunca me candidatei a cargo eletivo. Mas aceitei convites e ocupei cargos importantes, sempre identificado com uma centro-esquerda social-democrática e nacionalista.
Nos debates que precederam a fundação do PSDB, a decisão de denominá-lo um partido social-democrático deixava claro o compromisso de centro-esquerda do partido.
Entretanto, enquanto assinava a ata de fundação, estava claro para mim o risco que o novo partido corria. Se o PT, que naquela época se considerava um partido socialista revolucionário, chegasse ao poder, poderia acontecer aqui no país o que aconteceu com os partidos socialistas na Europa; o PT poderia se transformar em um partido social-democrático, e o PSDB seria empurrado para a centro-direita.
Foi isso o que aconteceu, com um agravante: o partido também não se identificou com um nacionalismo econômico essencial para que o Brasil alcance os níveis de bem-estar dos países ricos.
Em 1993, tentei, em conjunto com Oded Grajew, uma aproximação entre o PSDB e o PT, mas não havia espaço nos dois partidos para isso. Em 2002, em associação com Yoshiaki Nakano, fizemos uma proposta de política de crescimento com estabilidade para o PSDB, mas ela não chegou a ser discutida.
Enquanto isso ocorria, eu, que desde 1999 me dedico apenas às atividades acadêmicas, também mudei. Reforcei minha posição de centro-esquerda e retomei meu nacionalismo econômico, que se define por uma simples e dupla convicção: que é dever primeiro do governo defender os interesses do trabalho, do capital e do conhecimento nacionais, e que essa defesa deve ser feita pelos brasileiros seguindo sua própria cabeça, já que os países ricos são nossos competidores.
O nacionalismo econômico foi fundamental para que o Brasil crescesse aceleradamente entre 1930 e 1980, mas depois, no quadro da hegemonia neoliberal, foi abandonado. Ora, no contexto da globalização, o desenvolvimento de um país depende da existência de estratégia nacional de desenvolvimento ou de competição internacional.
Na medida em que as mudanças ocorriam em direções opostas, eu me distanciava cada vez mais do PSDB. Por isso, decidi desligar-me dele. Ainda nestas últimas eleições votei em José Serra nos dois turnos.
Quis, assim, honrar compromissos antigos com ele e com Fernando Henrique -um notável homem público e um amigo- e a memória de dois estadistas do partido: Mario Covas e Franco Montoro.
A partir daqui, fico livre de compromissos partidários, como é mais adequado para alguém como eu, que decidiu não mais exercer cargos públicos, mas ser um intelectual público independente, identificado, na medida do meu possível, com o Brasil e com seu povo.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 76, professor emérito da FGV-SP, é colunista da Folha . Foi ministro da Ciência e Tecnologia e da Administração Federal e Reforma do Estado (governo FHC), além de ministro da Fazenda (governo Sarney). É autor de, entre outras obras, "Desenvolvimento e Crise no Brasil" (Editora 34).

Record derrota a Globo

[...] Pela primeira vez, desde que começou ser feita a medição de audiência na TV aberta, a Record derrotou hoje a Globo em todos os programas matinais, e fechou a manhã, das 6h às 12h, em primeiro lugar no ibope.
Na média, a Record ficou com 6,9 pontos contra 6,3 da Globo e 5,9 no SBT. Os dados foram apurados da medição prévia minuto-a-minuto, e foram calculados pela reportagem. O chamado resultado consolidado, no entanto, só será divulgado oficialmente pelo ibope amanhã, mas a Record já festeja a data como histórica.
No acompanhamento da medição em tempo real do ibope, o "SP no Ar" venceu de ponta a ponta das 7h15 às 8h40 (7,8 a 7,5). Ele enfrentou parte do "Bom Dia São Paulo" e todo o "Bom Dia Brasil", da Globo.
Na transição do "SP no Ar" para o "Fala Brasil" ocorreu o primeiro pico de diferença: Record 11 x 6 Globo. Na sequência, das 8h40 e 9h35 o "Fala Brasil" enfrentou o programa de Ana Maria Braga e manteve sólida diferença, por 10 x 6. O SBT marcou 7 pontos.
Por fim, entrou o "Hoje em Dia", que também derrotou a Globo, por 8 x 7. O programa comandado por Celso Zucatelli, Chris Flores, Edu Guedes e Gianne Albertoni bateu consecutivamente parte do "Mais Você", o "Bem Estar" e a "TV Globinho". Nesse período, a Globo ficou empatada com o SBT.

 Edu Moraes/Divulgação/TV Record De esq. para dir., Gianne Albertoni, Celso Zucatelli, Chris Flores e Edu Guedes, que apresentam o "Hoje em Dia"

MANHÃS LÍDER DA GLOBO
Há pelo menos dois anos, as manhãs se tornaram um dos problemas da Globo em termos de ibope. Acomodada sobre uma programação quase imutável (a única novidade da década é o "Bem Estar"), a emissora passou a sofrer concorrência acirrada dos telejornais matinais da Record, todos em estilo popular.
O "Fala Brasil" tem sido, inclusive, líder isolado, derrotando a rival Globo em médias mensais de ibope. Aparentemente, ele tem prejudicado diretamente o "Mais Você", mas também tira ibope do SBT.
A estreia do "Bem Estar" deu fôlego ao finalzinho da manhã da Globo, mas o programa vem perdendo interesse e pontos de ibope. Dos 9 pontos que já chegou a dar de média, hoje marcou apenas 6 pontos.
Do outro lado, o rival "Hoje em Dia" passou a se estabilizar em torno dos 6 ou 7 pontos. Trata-se de um dos poucos programas considerados com a "cara" da Record, e não de sua rival Globo, a quem insistem em copiar. O matinal da Record passou, nos últimos meses, a dar picos cada vez mais frequentes, encostando e eventualmente ultrapassando a líder Globo.
Por fim, cabe lembrar que é a soma da média de cada faixa horária (6h às 12h/12h às 18h/, 18h à 0h/ 0h à 6h) que constitui a totalidade do ibope de uma emissora de TV, e que a Globo continua líder, e com certa folga, na média das 24 horas do dia, de segunda a segunda.

Vulcabrás

[...] fecha fábrica em Parobé - RS e demite mais de mil trabalhadores.

Isto depois de receber muito incentivo fiscal do Estado, o que fazer?...

Que o Congresso Nacional crie uma lei que obrigue as empresas que receberem incentivos do Estado a pagarem os tributos devidos e também sejam suspensos os incentivos oferecidos por outro ente da federação.

por Luis Fernando Verissimo



O romeno Saul Steinberg chegou aos Estados Unidos fugido da Europa em guerra carregando uma coleção de papéis oficiais, documentos, salvo-condutos, rubricas e assinaturas, a maior parte — pelo menos era o que contava para os amigos — falsificada por ele mesmo.


Era a representação gráfica de uma rota de fuga que passou por Itália, Espanha, Portugal, República Dominicana e até Brasil, antes de acabar em Nova York.
Não admira que Steinberg gostasse de inventar assinaturas ultraelaboradas e timbres extravagantes e que carimbos falsos repetidamente adornassem seu trabalho — em alguns casos substituindo o sol. Ele fazia uma paródia da burocracia das fronteiras pelas quais tinha passado e ao mesmo tempo reduzia o trágico século vinte, século de exilados e refugiados, ao seu puro encanto visual. A verdadeira arte do século, sugeria Steinberg, era a da ornamentação dos passaportes.
Ele gostava de produzir papéis pseudo-oficiais — diplomas, certificados de premiação, passaportes completos — para os amigos, caprichando nas assinaturas pomposas e nos carimbos ininteligíveis. Era a sua maneira de ironizar o mundo protocolar e o oficialismo repressivo da época.
Gostava de contar que tinha se tornado "Dottore in Architetura" em 1940 sob o regime fascista, e que no seu diploma, concedido em nome de Victor Emmanuel III, rei da Itália e da Albânia e, graças a Mussolini, imperador da Etiópia, estava escrito "Steinberg, Saul... de razza Ebraica" .
Numa entrevista à revista "Time", disse: "Era uma espécie de precaução para o futuro, significando que embora fosse ‘dottore’ eu poderia ser impedido de praticar já que sou judeu. A beleza disto para mim é que o diploma foi dado pelo rei, mas ele não é mais rei da Itália nem da Albânia. Não é sequer imperador da Etiópia. E eu não sou arquiteto. A única coisa que resta é a "razza Ebraica."
Como no caso de outro emigrado da cultura europeia, Vladimir Nabokov, os Estados Unidos provocaram em Steinberg repulsa e fascinação em doses iguais. O vazio das suas paisagens urbanas, a vulgaridade das suas matronas oxigenadas, o rococó inconsciente da Califórnia, a violência. E também a vitalidade, a criatividade, a generosidade com a arte.
Na mesma entrevista para a "Time", Steinberg declara que "Deve-se ver muito do meu trabalho como uma espécie de paródia de talento". Um dos mais hábeis artistas gráficos do mundo dizia que sua intenção era criar uma ficção de habilidade.
Está para inaugurar uma mostra de Saul Steinberg no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. É uma oportunidade para comprovar a modéstia do gênio. O parodista foi um fiel intérprete do seu tempo. Sua arte era tudo menos uma ficção.

Cosméticos masculinos

Foi-se o tempo em que só as mulheres se preocupavam com a aparência. O mercado de produtos masculinos, especialmente no Brasil, é um dos segmentos com mais possibilidades de expansão para os próximos anos


Dados da Abihpec - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - mostram que em 2008, o mercado brasileiro de produtos masculinos movimentou US$ 2,38 bilhões. No ranking mundial, o Brasil ocupa o segundo lugar, com participação de 9%, conforme dados do Euromonitor. Perde apenas para os Estados Unidos, que soma 18% do mercado mundial e US$ 4,74 bilhões em faturamento.



Ainda segundo a Abihpec, o resultado do Brasil representou um crescimento de 27,32%, comparado a 2007, enquanto os EUA ficaram na marca de 1,60%! Em nível mundial, o mercado de produtos masculinos movimentou cerca de US$ 26,7 bilhões em 2009, com projeção para alcançar US$ 28,6 bilhões em 2012. A América Latina também segue o ritmo crescente do segmento.



Essa forte tendência fez com que uma das mais importantes marcas de cosméticos capilar decidisse lançar no Brasil duas linhas de produtos voltadas exclusivamente para o público masculino: a Keune Care Line Man com produtos para tratamento (cuidados diários) e finalização, composta por shampoos hidratantes para cabelos secos, oleosos e normais; anti-caspa; anti-queda e finalizadores de aparência diferenciada. Os produtos possuem minerais e extratos naturais que, além de manter os fios saudáveis, nutrem o couro cabeludo e relaxam as cutículas do cabelo, deixando-os macios e disciplinados. A segunda é a Keune Color Man, uma linha exclusiva de coloração semipermanente de longa duração, sem amônia, com tempo de ação de apenas cinco minutos. Os produtos têm uma composição especial de pigmentos que promovem uma aparência natural, mantendo a saúde dos fios.



De acordo com o representante da marca em Fortaleza, Amarílio Alencar, "a cobertura dos brancos, na primeira aplicação, pode chegar até 70% e, a cada nova aplicação, torna-se ainda mais intensa. De fácil aplicação, o produto possui um aroma exclusivamente masculino e agradável, além de poder ser aplicado em barbas e bigodes. Ao todo, são seis tonalidades: preto, castanho escuro, castanho médio, castanho claro, louro escuro e louro médio. Outro diferencial da linha é a emulsão ativadora, a Color Man Activator, desenvolvida para uso com a coloração", afirma.



Em Fortaleza, os produtos podem ser adquiridos no Fígaro Barbearia Social Club. 
Mais informações pelo fone: 3244.4020