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Blog do Charles Bakalarczyk: O gauchinho do papai
Comissão da Verdade: Obsolescência programada
Esse é o maior risco que corre a comissão proposta pelo governo para verificar os acontecimentos relacionados a violações de direitos humanos na ditadura. O período proposto é mais extenso, mas o foco é nos acontecimentos entre 1964 e 1985.
O próprio conceito de narrativa é uma deformação, pois supõe que um pedaço da realidade será desconsiderado. Agora mesmo no Oriente Médio vê-se um choque de narrativas, sem qualquer utilidade prática a não ser aguçar as contradições.
Não fosse a intenção de oficializar interpretações históricas parciais, não seria necessário falar em narrativa.
Bastaria dizer que a comissão vai repor a história completa do período.
Mais objetivo e fácil de explicar. E de compreender.
Narrativas são seres condenados à obsolescência exatamente por não resistirem ao oxigênio das novas descobertas históricas, ou às mudanças políticas.
Regimes que pretendem impor narrativas produzem apenas pilhas de livros inservíveis. Obras candidatas ao ridículo, em primeiro lugar pelos críticos encarregados de emplacar as narrativas subsequentes.
Mas se as narrativas são seres de obsolescência programada, têm alguma utilidade no prazo limitado, quando servem como motor em lutas político-ideológicas. Proporcionam à facção conforto e segurança espirituais.
Depois serão descartadas, mas já terão prestado o serviço encomendado.
O Brasil não precisa de uma narrativa oficial sobre os acontecimentos da ditadura. Já há narrativas suficientes. A comissão deveria se propor um trabalho abrangente, documentado, de levantamento factual sobre aquele período.
O que implicaria ouvir todos os lados e, dentro do possível, guardar algum distanciamento.
Mas aí chegamos a uma contradição em termos. Se distanciamento crítico é difícil até para historiadores profissionais, quanto mais para políticos.
Acadêmicos buscam (ou deveriam buscar) antes de tudo a perenidade da obra intelectual. Já os políticos buscam acima de tudo a perenidade no poder.
Uma boa providência na formação da comissão seria garantir pluralidade. Se a neutralidade é impossível, melhor será deixar as diversas narrativas brigarem, os diversos facciosismos disputarem, para ver se sai algum coelho do mato.
Quanto mais ela conseguir incorporar características plurais, menos datado será o produto do seu trabalho e mais respeito vai angariar.
Mas não aposto haver razão para otimismo.
Golpe: A placa do seu carro mostrada por quem está lhe ultrapassando
A imaginação dos marginais não tem limites...
Esperam num estacionamento, e depois de você sair do carro, eles tiram sua placa, assim não tocam o alarme e ficam à espera de seu retorno.
Depois, seguem você, na ultrapassagem mostram a sua placa pela janela, como se ela tivesse caído do carro.
Talvez você fique um pouco espantado por ver a placa do seu carro ali na mão do passageiro do carro do lado mas, sem desconfiar e porque acha que ela caiu, resolve parar para recebê-la de volta e agradecer a quem tão "generosamente" deseja devolvê-la porque você nem reparou que tinha caído...
demais e terá sorte se não for violentamente tratado, raptado, ferido ou morto (que ironia: seria ótimo se fosse apenas um assalto).
Não pare, seja por que motivo for. Uma placa não é nada,
comparada com a sua integridade física.
Pense no que poderá acontecer antes de agir.
Os criminosos são espertos e podem ser extremamente violentos
quando querem conseguir alguma coisa.
por Alon Feurwerker
De todas as características ainda remanescentes de subdesenvolvimento político, uma incomoda além da conta: os autoelogios disparados pelas autoridades quando se unem a adversários para gastar o dinheiro do povo.
Posam de magnânimos, por fazerem o favor de relevar diferenças em prol do suposto interesse público.
Onde está o traço de subdesenvolvimento? Exatamente na impressão de favor, de magnanimidade, nos salamaleques.
Pois o dinheiro não é de suas excelências. Os senhores e senhoras apenas o administram, o dinheiro é do povo. E ao se unirem para gastá-lo supostamente em benefício do povo fazem apenas e nada mais que a obrigação.
Tal aspecto deveria dispensar as invariáveis e tediosas sessões de elogios mútuos, autoelogios, piscadelas, etc.
Aliás, nesse tipo de solenidade, são comuns os agradecimentos trocados entre as autoridades.
Mas o que nunca se viu é uma autoridade agradecer publicamente aos que pagaram impostos e permitiram, com esse gesto, que a obra ou serviço se tornasse viável.
Pensando um novo Brasil
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O eleitor brasileiro
1. A metodologia aplicada acompanhou a da IPSOS-Nouvel Observateur de 2007. Foi testada em junho de 2007 e os resultados aqui no Brasil foram semelhantes. Agora, em agosto 2011, foi repetida. O método objetiva identificar o "partido político" de preferência do eleitor. Para isso, se realiza uma série de perguntas sobre valores (conservadores e liberais) e sobre economia (estado e mercado). O resultado continua confirmando. O "partido político" do eleitor brasileiro defende valores conservadores e quer um estado intervencionista na economia. Seria uma espécie de partido de direita/esquerda ao mesmo tempo. Resultados a seguir.
2. Os valores conservadores continuam tendo amplo apoio da população. 90% são a favor da redução da idade penal para 16 anos \ 79,7% querem aula de religião nas escolas \ 77,2% são contra a legalização do aborto \ 81,4% são contra a liberação da maconha \ No caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo as respostas favoráveis cresceram de 2007 para cá. A favor 41,6% \ Contra 51,2%.
3. Eleitor é estatizante. Maior intervenção do Estado na economia: a favor 51,8% e contra 29,8% \ Voltar a estatizar a Vale e as empresas de Telecomunicações: a favor 45,2%, e contra 39,2% \ O governo deve intervir o menos possível na sociedade: a favor 40,1% e contra 45,9% \ Privatizar mais empresas públicas: contra 48,7% e a favor 37,1 \ Diminuir a participação do governo nas empresas: a favor 40,1% e contra 45,9%.
4. Quanto a Imprensa, o eleitor é contra controle do governo. Governo controlar a Imprensa: a favor 20,2% e contra 70,6% \ Liberdade total de Imprensa: a favor 69,5% e contra 22,4%.