O pig está de gringo sambando

- Você sabe por que gringo sabe com dedo indicador levantado em cada mão?
- Não, por que?
- Para disfarçar os pés desajeitados.

A brincadeira carioca tem tudo a ver com o comportamento da mídia diante da CPI sobre Carlinhos Cachoeira.
Agora,dizem os jornais, é o Governo e a própria presidenta Dilma quem estariam temerosos de uma investigação. Só falta dizer que o Lula também.
Pura cortina de fumaça.
Pode haver até algum governista preocupado, por razões próprias ou por ser adepto da política de tratar a política como – a expressão é do Brizola – “um clube ameno”,  onde o importante é o Vossa Excelência para cá e para lá e empurrando os dias de poder, algum poder, todos os dias, enquanto durar.
Se a Presidenta, acaso, deu uma “freada de arrumação” na participação de ministros seus na articulação da CPI, fez muito bem. A CPI não é do Executivo, não é “chapa-branca”. E ela é a comandante política do Governo, não os ministros.
Dispensa, portanto, a prudência “muy amiga” que lhe sugere a mídia.
Da mesma forma, é assim a “preocupação” dos jornalões com a possibilidade de que a CPI do Cachoeira “mele” o julgamento do dito “mensalão”.
Porque melaria, se uma coisa, como sustenta Merval Pereira isso não passa de uma  “tentativa desesperada de criar um fato político que possa influenciar a decisão do Supremo sobre o mensalão”?
Se não há ligação entre uma coisa e outra, porque isso se misturaria?
Mas há, ou pelo menos há fortes indícios de que há.
É uma gravação ordenada por Carlos Cachoeira que deflagrou aquele processo.
E essa gravação, segundo um ex-integrante do grupo do bicheiro, foi feita e divulgada com o obejtivo de “vingar” o veto de José Dirceu à nomeação de um homem do esquema Cachoeira – o senador Demóstenes – para o controle de um setor importante para o bicheiro, nada menos que a Secretaria Nacional de Justiça.
Além disso, existem provas materiais da ligação próxima, íntima, entre Cachoeira e Policarpo Júnior, editor do centro daquela e de quase todas as denúncias que se fizeram contra o Governo Lula: a máquina de demolir reputações chamada Veja.
De novo, sirvo-me de uma das expressões do velho Brizola: um dos chefes do “Comando Marrom”.
Que, aliás, só é indulgente quando os escândalos atingem a direita, como no caso Demóstenes e no da “Privataria Tucana”.
Por isso, a nossa mídia está como o gringo no samba: “olhem o meu dedinho apontado para cima, não vejam os meus pés desengonçados”.
Vai apelar para tudo o que puder desviar o olhar de suas vergonhas e distribuir “conselhos prudentes” para que  não se mexa demasiado no assunto, até a pretexto de preservar o Governo.
Anotem aí: falta pouco, muito pouco, quase nada, nada mesmo para que se atribua a Lula e a José Dirceu o escândalo Cachoeira.
Esta que o porta-voz da direita midiática, Merval Pereira,  chama de “tática escancarada pelos blogueiros governistas” e que, segundo ele, “parece ter se tornado um verdadeiro tiro no pé” é, sim, de fato, um tiro no pé.
No pé enlameado de uma mídia que, proclamando-se moralizadora, chafurdou nas imundícies de um bandido para “cumprir” seu objetivo de desaestabilizar governos progressistas.
Uma missão cívica, que o indigitado Cachoeira resumiu  soberbamente:
- Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.”


JÁ NÃO BASTA TE OLHAR


Já não basta te olhar
Sem nada poder lhe dizerDesejo seu corpo abraçarE gritar de prazerGuardo sangrando no peitoA chaga desta paixãoQue cada dia corróiUm pouco meu coraçãoJá não basta te olharQuero pegar, tocarSentir seu saborEm seus braços ficarQue loucuraVer a vida passarSem ter a esperançaQue venhas me amarJá não basta te olharSem nada poder lhe dizerDesejo seu corpo abraçarE morrer de prazer



07JUN/1999


(Mário Lúcio Pierre)

Frase do dia

Por mais que o Pig tente transferir o esquema do Cachoeira para o PT é uma ação desde já fracassada,
Joel Neto

Tenhamos vergonha juntos


Tarso convida colunista da RBS a também ter vergonha pela situação do Presídio Central.

O jornalista David Coimbra perguntou hoje ao governador Tarso Genro, em coluna publicada no jornal Zero Hora, se ele não tinha vergonha da situação do Presídio Central. Para externar sua indignação com a situação dos detentos do presídio gaúcho, o colunista de ZH critica, entre outras coisas, os defensores dos animais e as manifestações a favor das bicicletas. “E os homens martirizados do Presídio Central? Ninguém se importa com eles? Onde está a solidariedade da espécie?” – pergunta Coimbra, que propõe como solução para o problema a privatização dos presídios.

O RS Urgente encaminhou ao governador Tarso Genro três perguntas sobre o tema. Eis as perguntas e a respostas do chefe do Executivo gaúcho:

Governador, qual a reação do senhor ao ver o estado atual do Presídio Central?

Acho que todos os gaúchos estão envergonhados com a situação do Presídio Central. Mas eu, particularmente, sinto-me, além de envergonhado, contente por estar orientando o governo, desde o início da gestão, para incidir fortemente sobre aquela vergonha nacional. Comecei este trabalho na época em que era ministro da Justiça, quando passei vultosos recursos para a reforma do presídio Anibal Bruno, de Pernambuco, que era tão vergonhoso como o Presídio Central. Não consegui mandar recursos para o Rio Grande do Sul porque, naquela época, as autoridades locais não preencheram os requisitos necessários para receber o dinheiro, por razões técnicas ou políticas que desconheço.

Na edição de Zero Hora desta sexta-feira, o colunista David Coimbra pergunta se o senhor “não tem vergonha” da situação. Qual a sua resposta a essa indagação?

Convido o jornalista que escreveu o isento artigo a ter vergonha comigo. Mais vergonha, talvez, porque, afinal, os dois governos que nos precederam foram eleitos com o apoio ostensivo das editorias da rede de comunicação onde ele trabalha. Os últimos oito anos de total descaso com o Presídio Central é que resultaram esta situação dramática que, paulatinamente, vamos corrigir. Ou alguém pensa que drama do presídio é resultado dos últimos 15 meses? Portanto, em oito anos de governos que foram eleitos com o ostensivo apoio dos “formadores de opinião” do jornal ao qual o referido jornalista presta o seu serviço, pouco ou nada foi feito em relação ao Presídio Central.

É bom a gente socializar a vergonha, senão parece que a imprensa é uma estrutura de poder “neutra”, composta só por pessoas puras e dotadas de incrível senso de responsabilidade pública, que não tem nenhuma responsabilidade com o que ocorre na esfera da política e nas decisões de Estado.

Eu gostei do artigo. Achei muito bom o texto. Mas como represento uma instituição -o Executivo Estadual- e um projeto político -da Unidade Popular Pelo Rio Grande- convido-o a refletir sobre a herança que recebemos, cuja construção não teve o nosso apoio nem a nossa cumplicidade política, para que todos nos envergonhemos. E para que passemos a trabalhar juntos para construir um novo Rio Grande.

Óculos do Google corrigirá problemas de vista


Os óculos inteligentes do Google não serão apenas enfeite, eles funcionarão também com lentes que corrigirão problemas de visão.  Este é o plano dos desenvolvedores do projeto.

A designer Isabelle Olsson, disse que a ideia é que os óculos funcionem para todos. Ela mostrou uma montagem de como seria o Project Glass funcionando em conjunto com lentes normais em sua conta no Google+.

O Project Glass é um conceito de óculos inteligentes desenvolvidos pelo Google. 

O aparelho mostra em sua lente informações como notificações de email e recebe ligações direto em sua armação, juntando o mundo real e o virtual nos olhos do usuário.

Economize água

Tome banho acompanhado!

As manobras do Demóstenes Cachoeira

por Luis Nassiff


Na condição de réu, o senador Demóstenes Torres teve acesso às peças do inquérito Monte Carlo.

Agora, está selecionando informações para, em conluio com jornalistas do esquema Cachoeira, jogar o foco das investigações na Construtora Delta.
Sabendo-se das ligações de Cachoeira com a Delta, é até risível matéria informando sobre as tratativas do bicheiro para conseguir acesso a altos executivos da empresa - como se fosse uma figura menor aproximando-se da toda poderosa Delta.
A lógica da estratégia Cachoeira-Demóstenes-aliados é simples. A Delta é parte do universo a ser investigado; Cachoeira é o todo. Focando da Delta, tenta-se tirar do foco o chefe da quadrilha, Cachoeira, seu principal lugar-tenente, Demóstenes assim como as ligações midiáticas da estrutura criminosa.
De quebra, destiimulam-se peemedebistas - já que a Delta tem relações com o governador Sérgio Cabral Filho - e petistas - relações com o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz.
Nos próximos dias, haverá um aumento da chantagem de alguns veículos sobre políticos. É um jogo intimidatório pesado. Parlamentares escolhidos para a CPI serão alvo de represálias do esquema criminoso. Haverá também a estratégia de misturar factóides com fatos objetivos, visando embolar o entendimento da opinião pública.
Essa CPI mostrará se o país poderá aspirar um lugar no mundo moderno, se dispõe de instituições capazes de enfrentar toda sorte de poderes - Executivo, Judiciário, Legislativo e o até agora intocável poder midiático.
Seria medida de prudência jornais e jornalistas se darem conta de que rompeu-se a muralha do silêncio e do medo. Veículos e jornalistas que entrarem no esquema correrão o risco de serem indiciados pela Justiça. Acabou-se a era da plena impunidade para o mau jornalismo.