A Veja é criminosa
Levanta-se o véu profano da relação de parte da mídia com o crime organizado
Antes deles furarem este cerco, mesmo cobrindo os preparativos para instalação e o início do funcionamento da CPI do Cachoeira, os veículos de comunicação mantiveram o máximo silêncio sobre o jornalismo criminoso que vários deles - Veja à frente, insisto - praticaram.
Como constatou ontem a Ombudsman da Folha, Suzana Singer, no período que antecedeu a instalação e na cobertura da CPI em funcionamento "já se levantaram suspeitas sobre governadores, senadores, deputados, policiais, empresários, mas reina um silêncio reverente no que tange à própria mídia".
Em pelo menos dois casos, tudo ilegal no comportamento de Veja
A ombudsman, inclusive, registrou em sua análise de ontem o editorial publicado por Veja (só em seu online), no qual a revista se defende do jornalismo de esgoto que faz dizendo: "ter um corrupto como informante não nos corompe".
Suzana Singer assinala, ainda, que, "do que veio a público até o momento, não há nada de ilegal no relacionamento "Veja"-Cachoeira. O paralelo com o caso Murdoch, que a blogosfera de esquerda tenta emplacar, soa forçado, porque, no caso inglês, há provas de crimes, como escutas ilegais e a corrupção de policiais e autoridades".
Tem provas sim. É tudo ilegal no comportamento de Veja, pelo menos em dois casos: na tentativa de um repórter seu invadir o apartamento em que eu morava no Hotel Naoum, conforme consta do boletim de ocorrência que o próprio hotel fez em Brasília; e na "plantação" de nota na coluna Radar sobre o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), caso em que a revista se pôs a serviço de Carlos Cachoeira e da Delta.
É censura pura negar ao leitor o conhecimento dos fatos
De resto, quem deve analisar se há ou não crime nas relações da Veja com o empresário da contravenção Carlos Cachoeira e com o senador Demóstenes Torres (ex-líder do DEM, do qual se desfiliou há duas semanas) é o leitor e não o censor sentado na cadeira de editor ou de proprietário de veículo de comunicação.
Muito menos os jornalistas envolvidos com a dupla Cachoeira-Demóstenes Torres. É censura pura negar ao leitor o conhecimento dos fatos, como faz a maior parte da mídia desde o estouro do escândalo. Ou pior, uma ofensa ao leitor que é tratado como impossibilitado de distinguir o jornalismo investigativo da relação criminosa em busca da notícia com objetivo político e de poder.
Líder da oposição se expõe ao ridículo
Segundo informações da Assessoria de Dilma, no Palácio do Planalto, a frase "Deus seja louvado" estava provocando confusão e atrito entre religiosos e Ateus. " Nem Deus, nem Zeus, nem Goku nem Galileu, coloquem o nome do Lula ", teria dito a Presidente Dilma, para encerrar a confusão.
A mudança nas cédulas de real, com a frase "Lula seja louvado" está sendo feita aos poucos pelo Banco Central. A expectativa do BC é que, até o final do ano, todas as notas estejam com o nome de Lula.
Mudanças na poupança protege o pequeno investidor
A presidenta Dilma Rousseff falou hoje (07), no programa de rádio Café com a Presidenta, sobre a mudança para os novos depósitos nas cadernetas de poupança, anunciada pelo governo na semana passada. Para a presidenta, a mudança protege e torna a poupança cada vez mais segura e rentável para o pequeno poupador.
Como explicou a presidenta, a nova regra de rendimento da caderneta de poupança só valerá para os depósitos ou para as novas contas de poupança abertas a partir do dia 04 de maio. Nestes casos, toda vez que a taxa básica de juros, a Selic, estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a taxa referencial de juros (TR). Como hoje a taxa Selic está em 9% ao ano, isso acontecerá apenas quando os juros baixarem um pouco mais. A presidenta acrescentou ainda que a redução das taxas de juros que os bancos estão repassando para os consumidores e empresários serão permanentes.
Segundo Dilma, os brasileiros devem pesquisar e negociar as melhores taxas de juros com os bancos.
|
Educação e sustentabilidade
Estou convencido de que somente um processo generalizado de educação pode criar novas mentes e novos corações, como pedia a Carta da Terra, capazes de fazer a revolução paradigmática exigida pelo risco global sob o qual vivemos.
Como repetia com frequência Paulo Freire: "a educação não muda o mundo mas muda as pessoas que vão mudar o mundo". Agora todas as pessoas são urgidas a mudar. Não temos outra alternativa: ou mudamos ou conheceremos a escuridão.
Não cabe aqui abordar a educação em seus múltiplos aspectos tão bem formulados em 1996 pela UNESCO: aprender a conhecer, a fazer, a ser e a viver juntos; eu acrescentaria aprender a cuidar da Mãe Terra e de todos os seres.
Mas este tipo de educação é ainda insuficiente. A situação mudada do mundo exige que tudo seja ecologizado, isto é, cada saber deve prestar a sua colaboração a fim de proteger a Terra, salvar a vida humana e o nosso projeto planetário. Portanto, o momento ecológico deve atravessar todos os saberes.
A 20 de dezembro de 2002 a ONU aprovou uma resolução proclamando os anos de 2005-2014 a Década da educação para o desenvolvimento sustentável. Neste documento se definem 15 perspectivas estratégicas em vista de uma educação para sustentabilidade. Referiremos algumas:
Perspectivas socioculturais que incluem: direitos humanos, paz e segurança; igualdade entre os sexos; diversidade cultural e compreensão intercultural; saúde; AIDS; governança global.
Perspectivas ambientais que comportam: recursos naturais (água, energia, agricultura e biodiversidade); mudanças climáticas; desenvolvimento rural; urbanização sustentável; prevenção e mitigação de catástrofes.
Perspectivas econômicas que visam: a redução da pobreza e da miséria; a responsabilidade e a prestação de contas das empresas.
Como se depreende, o momento ecológico está presente em todas as disciplinas: caso contrário não se alcança uma sustentabilidade generalizada. Depois que irrompeu o paradigma ecológico, nos conscientizamos do fato de que todos somos ecodependentes.
Participamos de uma comunidade de interesses com os demais seres vivos que conosco compartem a biosfera. O interesse comum básico é manter as condições para a continuidade da vida e da própria Terra, tida como Gaia. É o fim último da sustentabilidade.
A partir de agora a educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza).
Mais e mais se impõem entre os educadores esta perspectiva: educar para o bem viver que é a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente com os demais seres humanos os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável.
Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as interrelações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano.
Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada. Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz descobrir o ser humano como o cuidador de nossa Casa Comum e o guardião de todos os seres.
Queremos que a democracia sem fim (Boaventura de Souza Santos) assuma as características socioecológicas pois só assim será adequada à era ecozóica e responderá às demandas do novo paradigma.
Ser humano, Terra e natureza se pertencem mutuamente. Por isso é possível forjar um caminho de convivência pacífica. É o desafio da educação.