Café pendente


"Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em una mesa. Logo entram duas pessoas:


- Cinco cafés. Dois são para nós e três "pendentes". Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:

- O que são esses “cafés pendentes”? E me respondem:
- Espera e vai ver.

Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés - pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:

- Três são para nós, e quatro “pendentes”.

Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:

- Vocês têm algum "café pendente"?

Pienso en el momento en que la Luna parece tocar el mar

+Samuel Molina

Nexus 4 no Brasil

bi Olhar Digital
Divulgação
nexus 4
Google oficializou nesta quarta-feira, 27, a chegada do Nexus 4 ao Brasil por R$ 1,7 mil em evento realizado em São Paulo. 

Feito em parceria com a LG, com fabricação nacional, o smartphone rivaliza com modelos topos de linha do mercado. (Confira a análise completa)

Nexus 4 tem como chamariz a versão mais recente do Android, a 4.2, apelidada de Jelly Bean. O smartphone é equipado com processador quad-core Snapdragon S4 Pro, de 1.5 GHz, e tem 2 GB de RAM. A memória interna pode ser de 8 GB ou de 16 GB e a tela tem 4,7 polegadas, com resolução de 1280×768 pixels e proteção Gorilla Glass 2. 

Os interessados em adquirir o aparelho devem procurá-lo a partir de hoje nas lojas do Ponto Frio e Fast Shop em São Paulo e no Rio de Janeiro, sem previsão de chegada a outros estados. Segundo o Google, não há intenção de vincular o telefone a contratos de operadoras.

Nos EUA o aparelho é vendido por US$ 300 na Google Play Store. Nos varejistas, este valor é um pouco mais alto e chega a girar em torno de US$ 420, como por exemplo na Amazon.

Eduardo Campos: um acúmulo de platitudes

Eduardo Campos é candidato a presidente da República. É ou não é? Ele está na base de apoio do governo de Dilma Rousseff. Está ou não está? Segundo o senador Jarbas Vasconcelos, o simples fato de ele ter dito que “dá para fazer muito mais” mostra que é um dissidente. Mostra, ou não mostra?
Nenhuma dessas perguntas foi respondida pelo governador. Seria cedo para fazê-lo, mas, indo-se às ideias que Eduardo Campos defendeu desde a sua transformação em fenômeno federal, vai-se em abissal silêncio. Ele poderia ter ido a uma universidade com um plano para fazer melhor na educação. Poderia ter ido a um seminário sobre saúde pública. Nada.
Foi a São Paulo reunir-se com empresários. Se levou ideias ou buscou apoios, não ficou claro, pois nem ele expôs propostas nem os empresários mostraram suas oferendas.
Até agora, o governador cumpriu uma agenda político-gastronômica da qual resultou uma única informação de conteúdo: o cozido que o senador Jarbas Vasconcelos lhe ofereceu leva carnes de segunda com pirão de farinha de mandioca.
Suas propostas são um acúmulo de platitudes. Diz coisas assim:
“Não há grande incômodo nas grandes massas. Não há na classe média esse sentimento, nem de forma generalizada no empresariado. Mas há, nesse instante, nas elites, grande preocupação com o futuro. Há o sentimento de que as coisas podem piorar.”
Seu melhor momento deu-se quando citou o avô, Miguel Arraes:
“Na política, você encontra 90% dos políticos atrás de ser alguma coisa. Dificilmente eles sabem para quê.”
Não era citação, mas carapuça. Nenhum comensal de Eduardo Campos enunciou o “para quê” e muito menos ele ofereceu uma pista.
Campos propõe-se a “renovar a política”. Durante a passagem da doutora Dilma por seu estado, um veículo do Instituto de Tecnologia de Pernambuco distribuía faixas louvando-o, e uma jovem desempregada de 24 anos contou que prometeram-lhe R$ 20 para carregar a propaganda.
Nas suas últimas campanhas presidenciais o PSDB alternou marquetagens, platitudes e cruzadas religiosas. Deu no que deu.

Te Amo Demais

A pompa de Fernando vai nos redimir da pobreza de Francisco


Ele é o Perfeito Idiota Brasileiro, mas nós o chamamos simplesmente de PIB.
É um cidadão antenado: no trânsito está sempre com a CBN ligada. Quando chega Jabor, aumenta.
Um patriota. Se não fosse, estava há muito tempo em Hollywood com uma coleção de Oscars.
PIB gosta de repassar e-mails políticos para os amigos. O último foi uma profecia do general Ernesto Geisel. “Estou iniciando um processo de abertura, mas logo chegará o dia em que vocês terão saudade dos militares.” PIB sentia mesmo que os brasileiros cultivavam mesmo uma enorme nostalgia sobre os militares.
O zé-povinho estava em seu devido lugar.
Hoje foi um dia feliz para ele. FHC na Academia Brasileira de Letras. PIB aplaudiu de pé, mentalmente, a notícia.
Leu no site do Globo a informação. Grandes brasileiros estavam na ABL, ou tinham passado por ela. Roberto Marinho, Sarney e eleEle é como PIB se refere a Merval, seu guru.
Um colosso o Merval, pensou PIB: deu o furo da morte de Chávez com mais de um ano de antecedência.
Nobel, por que não o Nobel de Jornalismo para ele?

Como se inventou o desvio de dinheiro na Câmara dos Deputados


Recomendo a todos a leitura da reportagem sobre o julgamento da AP 470, chamada pela imprensa de julgamento do mensalão, na mais recente edição da revista Retrato do Brasil:"Como se inventou o desvio de dinheiro da Câmara dos Deputados".  O autor do texto é o respeitado jornalista Raimundo Rodrigues Pereira.

O deputado federal João Paulo Cunha e dirigentes da agência SMP&B foram condenados por desvio de dinheiro público num contrato de publicidade de R$ 10,7 milhões em 2003.

Cunha, o principal acusado, teria cometido quatro crimes: um de corrupção passiva, por ter recebido propina de R$ 50 mil; outro, de lavagem de dinheiro, por ter tentado ocultar o recebimento dessa vantagem; e dois de peculato: um por ter se beneficiado de dinheiro público, cerca de R$ 250 mil da Câmara, através da contratação de um assessor pessoal, e outro porque teria repassado cerca de R$ 1,1 milhão, também da Câmara, não para a SMP&B, mas, na verdade, para o PT.

A agência teria feito menos de um centésimo do estipulado no contrato.

A Retrato do Brasil chama atenção para um trecho do voto do relator, Joaquim Barbosa, no dia 16/08/2012. Após horas tratando da acusação, ele fala da defesa de Cunha, recorrendo rapidamente a um trecho da conclusão de um acórdão do Tribunal de Contas da União, de 2008, segundo a qual a SMP&B fez 11,32% do contrato, contrariando a tese do um centésimo. Segundo a revista, Barbosa tentou desqualificar esse relatório. “Com isso, claramente, o ministro Barbosa tentou passar para o País a tese de que a absolvição de Cunha e da SMP&B pelo TCU fora armada.”

Ainda de acordo com a reportagem, o relator desprezou as principais investigações feitas – das quais a do TCU é apenas uma – que provam que não houve desvio de dinheiro da Câmara no contrato com a SMP&B.

Investigações