Quando os pobres pagam pelos ricos


Nosso sistema tributário tem atuado com um Robin Hood às avessas, que tira o dinheiro dos pobres para dar aos ricos. No topo da lista dos privilegiados, estão as grandes corporações (principalmente os bancos) e as multinacionais.

por Clair Hickmann

Uma conta que poucos gostam de pagar é a dos impostos. Alguns privilegiados conseguem escapar, mas para o cidadão comum a conta aumentou muito nos últimos anos. Em geral, esquecemos que os tributos são também o preço da cidadania, fundamentais para financiar um conjunto de serviços - educação, saúde, previdência e assistência social - que depende da ação do Estado.

Mas não basta o Estado arrecadar tributos, é necessário cobrá-los do cidadão que tem capacidade contributiva. Caso contrário, o sistema tributário acaba sendo um Robin Hood às avessas, pois os tributos sobre o consumo oneram principalmente a classe de renda mais baixa, concentrando renda. O inverso ocorre quando a opção é por um sistema tributário progressivo, taxando mais o patrimônio e a renda. Há quem entenda que distribuição de renda se faz apenas via gastos sociais. Porém, diante da elevada concentração de renda no Brasil, é preciso atacar o mal de todas as formas.

COMO SE OBTEVE O AUMENTO DE ARRECADAÇÃO

A política tributária brasileira, a partir de 1995, foi determinante para as ações macroeconômicas que deram sustentação ao Plano Real. A superação da crise fiscal e a formação de superávit primário foram viabilizadas pelo aumento da arrecadação de impostos cumulativos sobre o consumo, agravando a regressividade do sistema tributário. A carga tributária subiu de 26% para 35%, de 1996 a 2006 (1). Os tributos federais sobre o consumo aumentaram 110%, em termos reais, nos últimos dez anos.(2)

Os jovens, dedos rápidos em seus celulares, tomaram as ruas ao redor do mundo

Parece mais fácil explicar esses protestos quando ocorrem em países não democráticos, como no Egito e na Tunísia, em 2011, ou em países onde a crise econômica aumentou o número de jovens desempregados para marcas assustadoras, como na Espanha e na Grécia, do que quando eles surgem em países com governos democráticos populares - como o Brasil, onde atualmente gozamos das menores taxas de desemprego da nossa história e de uma expansão sem precedentes dos direitos econômicos e sociais.
Muitos analistas atribuem os recentes protestos a uma rejeição da política. Eu acho que é precisamente o oposto: Eles refletem um esforço para aumentar o alcance da democracia, para incentivar as pessoas a participar mais plenamente.
Eu só posso falar com autoridade sobre o meu país, o Brasil, onde acho que as manifestações são em grande parte o resultado de sucessos sociais, econômicas e políticas. Na última década, o Brasil dobrou o número de estudantes universitários, muitos de famílias pobres. Nós reduzimos drasticamente a pobreza e a desigualdade. Estas são conquistas importantes, mas é completamente natural que os jovens, especialmente aqueles que estão obtendo coisas que seus pais nunca tiveram, desejem mais.
Esses jovens não viveram a repressão da ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970. Eles não convivem com a inflação dos anos 1980, quando a primeira coisa que fazíamos quando recebíamos nossos salários era correr para o supermercado e comprar tudo o possível antes de os preços subirem novamente no dia seguinte. Lembram-se muito pouco da década de 1990, quando a estagnação e o desemprego deprimiu nosso país. Eles querem mais.
É compreensível que assim seja. Eles querem que a qualidade dos serviços públicos melhore. Milhões de brasileiros, incluindo os da classe média emergente, compraram seus primeiros carros e começaram a viajar de avião. Agora, o transporte público deve ser eficiente, tornando a vida nas grandes cidades menos difícil.
As preocupações dos jovens não são apenas materiais. Eles querem maior acesso ao lazer e a atividades culturais. Mas, acima de tudo, eles exigem instituições políticas que mais limpas e mais transparentes, sem as distorções do sistema político e eleitoral anacrônico do Brasil, que recentemente se mostraram incapazes de gerir a reforma. A legitimidade dessas demandas não pode ser negada, mesmo que seja impossível atendê-las rapidamente. É preciso primeiro encontrar recursos, estabelecer metas e definir prazos.
A democracia não é um compromisso de silêncio. Uma sociedade democrática é sempre em fluxo, debater e definir as suas prioridades e desafios, em constante desejo por novas conquistas. Apenas em uma democracia um índio pode ser eleito presidente da Bolívia, e um afro-americano pode ser eleito presidente dos Estados Unidos. Apenas em uma democracia poderia, primeiro, um metalúrgico e umam depois, um mulher serem eleitos presidentes do Brasil.
A história mostra que, quando os partidos políticos são silenciados e as soluções são procuradas pela força, os resultados são desastrosos: guerras, ditaduras e perseguição das minorias. Sem partidos políticos não pode haver uma verdadeira democracia. Mas as pessoas simplesmente não querem votar a cada quatro anos. Eles querem interação diária com os governos locais e nacionais, e querem participar da definição de políticas públicas, oferecendo opiniões sobre as decisões que os afetam a cada dia.
Em suma, eles querem ser ouvidos. Isso cria um enorme desafio para os líderes políticos. Exige as melhores formas de engajamento, através da mídia social, nos espaços de trabalho e nos campi, reforçando a interação com grupos de trabalhadores e líderes da comunidade, mas também com os chamados setores desorganizados, cujos desejos e necessidades não devem ser menos respeitado por falta de organização.
Tem-se dito, e com razão, que enquanto a sociedade entrou na era digital, a política permaneceu analógica. Se as instituições democráticas utilizassem as novas tecnologias de comunicação como instrumentos de diálogo, e não para mera propaganda, eles iriam respirar ar fresco em suas operações. E seria mais eficaz trazê-los em sintonia com todas as partes da sociedade.
Mesmo o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar e que tem contribuído muito para modernizar e democratizar a política no Brasil, precisa de profunda renovação. É preciso recuperar suas ligações diárias com os movimentos sociais e oferecer novas soluções para novos problemas, e fazer as duas coisas sem tratar os jovens de forma paternalista.
A boa notícia é que os jovens não estão conformistas, apáticos ou indiferentes à vida pública. Mesmo aqueles que pensam que odeiam a política estão começando a participar. Quando eu tinha a idade deles, nunca imaginei que me tornaria um militante político. No entanto, acabamos criando um partido político quando descobrimos que o Congresso Nacional praticamente não tinha representantes da classe trabalhadora. Através da política conseguimos restaurar a democracia, consolidar a estabilidade econômica e criar milhões de empregos.
É evidente que ainda há muito a fazer. É uma boa notícia que os nossos jovens querem lutar para garantir que a mudança social continue em um ritmo mais intenso.
A outra boa notícia é que a presidente Dilma Rousseff propôs um plebiscito para realizar as reformas políticas que são tão necessárias. Ela também propôs um compromisso nacional para a educação, saúde e transporte público, em que o governo federal iria fornecer apoio técnico e financeiro substancial para estados e municípios.
Ao conversar com jovens líderes no Brasil e em outros lugares, eu gostaria de dizer-lhes o seguinte: Mesmo quando você está desanimado com tudo e com todos, não desista da política. Participe! Se você não encontrar em outros o político que você procura, você pode achá-la em si mesmo.
 Lula

A Igreja e o pecado da usura

O papa Francisco participou, dia 10, da primeira reunião do comitê que investiga negócios obscuros do Instituto para as Obras da Religião (IOR), o Banco do Vaticano. Os problemas multiplicaram-se desde que o papa criou o comitê, em 26 de junho último.



No dia 28, um clérigo ligado à instituição foi preso por ajudar a contrabandear para a Itália 20 milhões de euros (26 milhões de dólares) vindos da Suíça. Alguns dias depois, dois dos principais gerentes do banco renunciaram em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro.

A entidade é conhecida por negócios escusos há décadas, o mais notório ocorrido há 31 anos, quando esteve envolvido na falência do Banco Ambrosiano, então o maior banco privado da Itália. Roberto Calvi, presidente do Ambrosiano, foi enforcado na ponte Blackfriars (freis negros) de Londres em junho de 1982. Ninguém foi condenado pelo crime, que inspirou uma das passagens do filme O Poderoso Chefão III, de Francis Ford Coppola (1990). Há insinuações de que o breve papado de João Paulo I (morto apenas 33 dias após assumir o cargo) e a eleição de seu sucessor, Karol Wojtyla – que está para ser nomeado santo pelo papa Francisco –, foram consequência da disputa pelo controle do banco. 

O IOR dispõe de 5 bilhões de euros divididos em 34 mil contas de cerca de 25 mil entidades diferentes. Cerca de 77% de seus clientes estão na Europa e 7% no Vaticano. Tem somente 112 empregados, todos católicos praticantes confessos, embora o cardeal brasileiro Odilo Pedro Scherer diga que "anjos nem sempre trabalham nessas instituições. A tentação às vezes os leva a cometer delitos". Bem, se até Deus caiu em tentação e supliciou o fiel Jó (veja o Livro de Jó, no Antigo Testamento), o que não dizer de bancários católicos praticantes confessos...

Segundo arqueólogos, foram os fenícios os primeiros a realizar operações bancárias. O nome banco foi adotado pelos romanos: a palavra significava a mesa em que as moedas eram trocadas (câmbio) e os cambistas aceitavam depósitos e faziam empréstimos. Quando o empreendimento não prosperava, a mesa era quebrada, de onde a expressão "bancarrota".
A relação das várias crenças com o dinheiro é contraditória. Em passado distante, na Babilônia, o dinheiro tinha certo caráter sagrado e era confiado aos sacerdotes nos templos. Naqueles entonces já existiam pessoas que emprestavam, tomavam emprestado e guardavam dinheiro de outros.

Jacques Attali, em Os Judeus, o Mundo e o Dinheiro, escreve que para os judeus, é desejável ser rico, a riqueza é um meio para melhor servir Deus. Qualquer pessoa pode gozar do dinheiro bem ganho. Morrer rico é uma bênção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido moralmente e que se tenha cumprido com todos os deveres para com os pobres da comunidade – note-se que esta argumentação é de certa maneira adotada pela chamada “teologia da prosperidade” dos cristãos evangélicos. 

Já a Igreja Católica, na Idade Média, quando era dominante na Europa, condenava o empréstimo de dinheiro a juros como pecado. Isso fez com que os judeus, na Idade das Trevas, fossem os únicos a, abertamente, emprestar o dinheiro, assunto tratado por Shakespeare no Mercador de Veneza (nesta cidade surgiu o primeiro banco de depósitos, na Itália, no século XII).

Os cristãos medievais se baseavam em algumas passagens do Novo Testamento. Em Mateus 19,22-24, Jesus diz a um jovem rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens. Jesus disse então aos seus discípulos: “Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus! Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

Em Lucas 16, 13, Jesus diz “Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

Mas o tempo passa, o tempo voa e, durante a II Guerra Mundial, em 1942, o papa Pio XII fundou o Banco do Vaticano, e o resultado tem sido essa sucessão de escândalos, alguns dos quais despontam agora. Como escreveu Bertolt Brecht na ópera dos três vinténs:

“O que é roubar um banco comparado com fundá-lo?” 
Carlos Pompe

Minha Casa, Minha Vida de vento em popa


Image

Miriam Belchior
Boa nova no balanço da ministra Miriam Belchior (Planejamento). Ao apresentar os resultados do "Minha Casa, Minha Vida", ela mostrou que cerca de 75% da meta do programa de construção de novas moradias até 2014 já foi contratada.

Divido em duas fases, o "Minha Casa, Minha Vida" tem como meta garantir 3,75 milhões de moradias contratadas até o final de 2014. Nesta segunda fase, está previsto o contrato para a construção de 2,4 milhões de unidades. Vejam que ao todo, o programa já contratou 2.783.275 de novas moradias, correspondentes a um investimento de R$ 177,5 bi. Cerca de 45% (1.247.859) já foram entregues.

Agora, nesta segunda etapa, afirmou a ministra, o programa já garantiu 1.778.147 contratos. "Se considerarmos que 2,4 milhões era a última meta que tínhamos, isto já é três quartos de toda a meta prevista para o programa até 2014. Ou seja, estamos em linha com a meta prevista", comemorou.

"Como a faixa 2 (para famílias com renda mensal até R$ 3.100) já foi além da meta, achamos que até o ano que vem, além do 1 milhão anterior (número de unidades entregues na primeira fase do programa), vamos ter, no total, contratados, 3,75 milhões", explicou.
José Dirceu

Marina Silva seria 2ª colocada se a eleição fosse hoje

Este é o que mais apavora os tucanos. Ser vice, ainda dá para aguentar. Mas, ser 3º colocado?...
Aí, é demaisss

:

Presidente lidera preferência do eleitorado, de acordo com dados divulgados nesta manhã pela Confederação Nacional do Transporte, levantados pelo instituto MDA; ex-ministra Marina Silva (Rede) é a segunda do ranking de candidatos, com 20,7%, e chega a vencer Aécio Neves (PSDB) numa hipótese de segundo turno; o senador tucano, com 15,2%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com 7,4%, completam a lista; presidente Dilma Rousseff venceria no segundo turno em todos os cenários

Mensagem da Tarde


A vida fácil, simples e fácil sempre foi o celeiro dos simplórios, o berço dos incapazes. É na dor, dúvida e atribulações que nasce a obrigação de decidir-se entre se entregar ou vencê-las. Agradeçamos então nossas dificuldades cotidianas, pois é superando-as que superamos a nós mesmos.

Iran Necho

Alemão Ferraz: Homens leiam esta mensagem


A mulher que mais vai marcar a sua vida é a "chata". Ou também chamada de louca, ciumenta, bipolar, estranha e confusa. 

chata que te liga te cobrando algo que você fez na semana passada. 

A ciumenta que briga sem você saber o motivo. 

bipolar que olha feio para a mulherada que está em volta de você. 

A estranha que faz cara feia.

A confusa que bate boca contigo sem pensar nas consequências. Mas quem não
gosta de se sentir desejado?...

mulher que não te procura, não está nem aí pra você, não tem medo de perder, prefere fingir que não viu ou ouviu nada, não tem identidade. 

A chata pode incomodar, mas está ali, do seu lado, em qualquer situação. Não
liga pra sua conta bancária ou qual carro você tem na garagem. Ela te cerca tanto que não deixa nada de ruim se aproximar de você. Ela pode ter seus defeitos, mas faz tudo para ser perfeita. Você sabe que ela não é, mas mesmo assim não a troca. 

Ela não pede desculpas e chega até a ser marrenta, porém, se tratada bem
é a pessoa mais doce que você vai conhecer. 

Então, valorize aquela mulher que bate o pé, teima, enche, liga... Porque essa
mulher sim, está se esforçando para ser a melhor e está dando valor para o que você é.