Contra os poderosos o Judiciário é pusilame

Reprodução de artigo de Paulo Nogueira, extraído no Diário do Centro do Mundo:

ATÉ QUANDO VÃO TORTURAR GENOINO?

Para ver quanto é absurdo o que estão fazendo com Genoino, basta atentar para o seguinte.

A Globo deve cerca de 1 bilhão de reais – comprovadamente – por conta de uma trapaça fiscal na compra dos direitos da Copa de 2002.

E ninguém cobra – embora tudo esteja documentado.

Os três irmãos Marinhos, como mostra a revista americana de negócios Forbes, são donos, juntos, da maior fortuna do país, superior a 50 bilhões de reais.

Mesmo assim, com tanto dinheiro, a Globo não paga o que deve e ninguém cobra.

Genoino, em compensação, acaba de receber da Justiça dez dias para pagar uma dívida de 468 mil reais por ter feito alguma coisa que ninguém sabe o que é, tais e tantas as incoerências do processo do Mensalão.

A retirada mensal dos Marinhos é, certamente, bem superior aos 468 mil reais cobrados de Genoino.

Mas para Genoino é um dinheiro que ele simplesmente não tem.

Seu patrimônio, como sabe a Justiça, consiste de uma casa modesta num bairro classe média de São Paulo, o Butantã.

Contra a Globo, a Justiça é pusilânime.

Contra Genoino, é um leão.

Não bastasse tudo, Genoino convalesce de um problema cardíaco sério. Parece que a cada semana decidem atormentá-lo, como que para testar seu coração combalido.

No final do ano, Joaquim Barbosa, em seu melhor estilo natalino, negou a ele que pudesse ficar em sua casa em São Paulo para cumprir sua prisão domiciliar temporária.

Por quê? JB falou em "interesse público", mas quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington.

Não bastasse, JB deu a entender que em fevereiro Genoino volta à cadeia. Isso significa que Genoino está enfrentando uma torturante contagem regressiva. Cada hora que passa é uma hora a menos para ele no convívio com os seus.

Insisto: tudo isso sem que haja culpa comprovada. Tudo isso enquanto ninguém dá satisfações sobre meia tonelada de cocaína encontrada num helicóptero de um amigo de Aécio.

Isto é o Brasil que a Globo ajudou tanto a construir: injusto, abjeto, sem nexo. Rigor contra quem está no chão, complacência com os verdadeiramente poderosos.

Querem minha opinião? Lula poderia fazer três ou quatro palestras — o necessário para juntar os 468 mil —   e doar o dinheiro para Genoino. Não porque Lula inventou JB, embora isso também conte, mas porque seria uma solução simples e eficaz para o problema.

Em sua histórica investida contra Catilina, um senador que conspirava para se tornar ditador de Roma, Cícero clamou: "Até quando você vai abusar da nossa paciência?"

Pois é.

Até quando este Brasil iníquo vai abusar da nossa paciência?

Artigo semanal de Leonardo Boff

Anteriormente abordamos o império das grandes corporações que controlam os fluxos econômicos e através deles as demais instâncias da sociedade mundial. A constituição perversa deste império surgiu por causa da falta de uma governança global que se faz cada dia mais urgente. Há problemas globais como os do paz, da alimentação, da água, das mudanças climáticas, das migrações dos povos e outras que, por serem globais, demandam soluções globais. Esta governança é impedida pelo egoísmo e o individualismo das grandes potências.

Uma governança global supõe que cada país renuncie um pouco de sua soberania para criar um espaço coletivo e plural onde as soluções para os problemas globais pudessem ser globalmente atendidos. Mas nenhuma potência quer renunciar uma unha sequer de seu poderio, mesmo agravando-se os problemas particularmente aos ligados aos limites físicos da Terra, capaz de atingir negativamente a todos através dos eventos extremos.

Constata-se que vigora uma cegueira lamentável na maioria dos economistas. Em seus debates – tomemos como exemplo o conhecido programa semanal da Globonews Painel – onde a economia ocupa um lugar privilegiado. No que pude constatar, ouvi, raríssimos economistas incluir em suas análises os limites de suportabilidade do sistema-vida e do sistema-Terra que põem em cheque a reprodução do capital. Prolongam o enfadonho discurso econômico no velho paradigma como se a Terra fosse um baú de recursos ilimitados e a economia se medisse pelo PIB e fosse um subcapítulo da matemática e da estatística. Falta pensamento. Não pensam o que sabem. Mal se dão conta de que se não abandonarmos a obsessão do crescimento material ilimitado e em seu lugar não buscarmos a equidade-igualdade social, só pioraremos a situação já ruim.

Queremos abordar um complemento do império perverso das grandes corporações que se revela ainda mais desavergonhado. Trata-se da busca de um Acordo Multilateral de Investimentos. Quase tudo é discutido a portas fechadas. Mas na medida em que é detectado, se retrai, para logo em seguida voltar sob outros nomes. A intenção é criar um livre comércio total e institucionalizado entre os Estados e as grandes corporações. Os termos da questão foram amplamente apresentados por Lori Wallach da diretoria do Public Citizen's Global Trade Watch no Le Monde Diplomatique Brasil de novembro de 2013.

Tais corporações visam saciar o seu apetite de acumulação em áreas relativamente pouco atendidas pelos países pobres: infra-estrutura sanitária, seguro-saúde, escolas professionais, recursos naturais, equipamentos públicos, cultura, direitos autorais e patentes. Os contratos se prevalecem da fragilidade dos Estados e impõem condições leoninas. As corporações, por serem transnacionais, não se sentem submetidas às normas nacionais com respeito à saúde, à proteção ambiental e à legislação fiscal. Quando estimam que por causa de tais limites o lucro futuro esperado não foi alcançado, podem, por processos judiciais, exigir um ressarcimento do Estado (do povo) que pode chegar a bilhões de dólares ou de euros.

Estas corporações consideram a Terra como de ninguém, à semelhança do velho colonialismo. Quem chega primeiro se apropria e extrái o que pode. E conseguem que os tribunais lhes garantam este direito de adquirir terras, mananciais de águas, lagos e outros bens e seviços da natureza. Elas, comenta Wallach, "não têm obrigação nenhuma para com os países e podem disparar processos quando e onde lhes convier"(p.5). Exemplo típico e ridículo é o caso do fornecedor sueco de energia Fattenfall que exige bilhões de euros da Alemanha por sua "virada energética"que prometeu abandonar a energia nuclear e enquadrar mais severamente as centrais de carvão. O tema da poluição, da diminuição do aquecimento global e da preservação da biodiversidadae do planeta são letra morta para esses depredadores, em nome do lucro.

A sem-vergonhice comercial chega a tais níveis que os países signatários desse tipo de tratado "se veriam obrigados não só a submeter seus serviços públicos à lógica do mercado mas tambem a renunciar a qualquer intervenção sobre os prestadores de serviços estrangeiros que cobiçam seus mercados"(p.6). O Estado teria uma parcela mínima de manobra em questão de energia, saúde, educação, água e transporte, exatamente os temas mais cobrados nos protestos de junho de 2013 por milhares de manifestantes no Brasil.

Estes tratados estavam sendo negociados com os USA e o Canadá, com a ALCA na América Latina e especialmente entre a Comunidade Européia e os USA.

O que revelam estas estratégias? Uma economia que se autonomizou de tal maneira que somente ela conta, anula a soberania dos países, se apropria da Terra como um todo e a tansforma num imenso empório e mesa de negócios. Tudo vira mercadoria: as pessoas, seus órgãos, a natureza, a cultura, o entretenimento e até a religião e o céu. Nunca se toma em conta a possível reação massiva da sociedade civil que pode, enfurecida e com justiça, se rebelar e pôr tudo a perder.

Graças a Deus que, envergonhados, mas ainda obstinados, os mercadores com seus projetos estão se escondendo atrás de portas fechadas. Mas não desistem. Em qualquer momento podem ressurgir pois são possuídos pela fúria da acumulação que não aceita limites, nem aqueles impostos pela Mãe Terra, pequena, limitada e agora doente.

Todo mundo nu

Numa das primeiras vezes em que fui aproveitar um lago nas redondezas de Berlim, deparei-me com uma cena pouco comum para um brasileiro. Nas areias às margens da água, uma senhora de uns 80 anos tomava sol tranquilamente, pelada.

A reação que tive foi de choque. Fiquei estarrecido, desconfortável e não sabia para onde olhar. Sem graça mesmo. E a senhora com toda a desinibição do mundo foi caminhando em direção ao lago. Ela mergulhou nas águas frias e voltou. Tudo muito natural. Ninguém naquela praia lacustre, além de mim, olhava fixamente para ela ou apresentava algum sinal de constrangimento.

Ainda boquiaberto comecei a refletir muito mais sobre mim do que sobre a nudez da senhora. Porque fiquei tão chocado? Primeiro, acho que foi pelo ineditismo da coisa. Eu, até então, nunca havia visto ninguém com mais de 40 anos pelado. Minha experiência com nudez era limitada.

Somente as minhas aventuras sexuais e o que as revistas masculinas me ofereciam. E nessas publicações as garotas parecem sempre ter saído da mesma forma, ou do mesmo cirurgião plástico. O padrão de nudez delas é um mono-tom photoshopianomeio sem graça. A diferença entre a miss março e a miss fevereiro é quase que imperceptível.

 

Angela Merkel (esq.), atual chanceler da Alemanha, já foi adepta do Frei Körper Kultur

 

E a nudez, no meu caso, sempre havia sido atrelada a sensualidade. Mas ao fitar aquela senhora eu não tinha intenções lascivas. Tive, na verdade, vontade de ir lá, antes de ir embora, e dar um grande abraço nela.

O banho de sol dela me fez ver o corpo de uma maneira que nunca tinha visto. O corpo feminino com 80 anos de idade contrastava o meu de, na época, uns vinte e tantos. Na minha idade temos muitas vezes uma sensação de que vamos viver para sempre. Já o corpo dela expunha o tempo, deixava claro o quanto somos perecíveis.

Aquela sensação de que estamos aqui de passagem mesmo e acabamos nos importando com coisas tão pequenas e pouco fundamentais...

Aquela senhora não estava nem aí se seu corpo se encontrava com umas gordurinhas a mais, ou fora do padrão de beleza das revistas masculinas. Estava curtindo a praia dela, do jeito dela e não se importava com a opinião de turistas boçais, como eu. Viva a diversidade!

O mais engraçado é que quando comento com alemães sobre essa experiência, eles sempre ficam surpresos. "Mas eu achei que você fosse brasileiro", dizem. Muitos europeus costumam ver o Brasil como uma grande Marques de Sapucaí, com mulheres praticamente peladas. Nesse caso, a minha explicação de que somos um país católico e pudico sempre gera risadas.

Na Alemanha, aquela senhora não é uma exceção. Existe um movimento de nudismo e naturismo fortíssimo, que aqui é representado pela sigla FKK. Frei Körper Kultursignifica a cultura do corpo livre e tem vários adeptos na Alemanha, inclusive a chanceler Angela Merkel.

Na internet é possível encontrar fotos da mulher mais poderosa da Alemanha, na época de sua juventude, pelada. Angie cresceu na antiga RDA (República Democrática Alemã), onde o FKK era moda.

Hoje em dia, tenho a impressão de que se a Alemanha fosse um país tropical como o nosso, metade das atividades cotidianas seriam feitas no estilo do corpo livre. Faz mais sentido do que usar terno e gravata em pleno verão carioca. Polêmicas à parte, eu só espero chegar aos meus 80 anos com a desenvoltura daquela senhora.

 por Albert Steinberger - repórter freelancer, ciclista e curioso. Formado em Jornalismo pela UnB, fez um mestrado em Jornalismo de Televisão na Golsmiths College, University of London. Atualmente, mora em Berlim de onde trabalha como repórter multimídia para jornais, sites e TVs. 

João Paulo Cunha - Não renuncio!

Parabéns deputado!
Sugiro que faça mais: No momento de apresentar-se a justiça, leve exemplares da sua revista e distribua com os jornalistas. Mostre uma declaração abrindo mão dos seus sigilos - fiscal, bancário e telefônico -. E exija que que o capitão-do-mato faça o mesmo.

247 - Nesta terça-feira, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara dos Deputados, será preso. Deve chegar a Brasília e se entregar na Papuda.
Isso não significa, no entanto, que ele, quinto parlamentar mais votado em São Paulo nas eleições de 2010 e o campeão de votos no PT, deixará de ser deputado.
Ao menos, por ora. João Paulo Cunha tomou uma decisão de caráter político: não irá renunciar ao mandato conferido pelos eleitores. Com isso, transfere aos colegas e ao presidente da casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a difícil decisão de cassá-lo.
Na Ação Penal 470, Joaquim Barbosa levou os demais ministros do Supremo Tribunal Federal a condená-lo por peculato na contratação da agência de publicidade DNA. O que Barbosa apontou como "desvio" foram as comissões pagas por veículos – como Globo, Folha e Abril – à agência. Uma prática regular e que permanece intacta em todas as contratações de publicidade públicas e privadas realizadas no Brasil.
A contratação da agência foi alvo de diversos pareceres e até de uma auditoria interna da Câmara dos Deputados, que apontaram o caráter legal do processo. A despeito disso, Cunha está condenado à prisão. 
No entanto, ao não renunciar, ele assume um gesto político e transfere aos colegas a decisão de cassá-lo, mesmo cientes de sua inocência.
Cunha tem também lembrado a aliados que poderá trabalhar, uma vez que o regime semiaberto permite aos presos com emprego fixo – e sem risco à sociedade – a possibilidade de exercer sua atividade e retornar ao presídio para dormir.
Recentemente, ele lançou uma revista apontando todas as contradições do Supremo Tribunal Federal no seu julgamento (leia mais aqui).
Leia, abaixo, algumas acusações feitas por Joaquim Barbosa e as provas documentais apresentadas por João Paulo Cunha, que não foram aceitas pelo presidente do STF e faça, aqui, o download da publicação completa:
ACUSAÇÃO
O ministro-relator do STF, Joaquim Barbosa, afirma, no seu voto condenatório, que o Deputado João Paulo Cunha decidiu contratar uma agência de publicidade para a Câmara dos Deputados. Esta afirmação é correta?
A VERDADE
Não! Pois a Câmara dos Deputados já mantinha, desde o ano 2001, um contrato de publicidade com a agência Denison. Esse contrato foi assinado pela administração anterior do presidente Aécio Neves.
Em 26 de Dezembro de 2002, esse contrato foi prorrogado. Portanto, quando João Paulo tomou posse, na presidência da Câmara, em fevereiro de 2003, o contrato de publicidade estava em vigor e em plena vigência.
ACUSAÇÃO
Segundo o ministro-relator, “a decisão de abrir uma nova licitação foi, efetivamente, tomada pelo réu João Paulo Cunha”. Procede essa afirmação?
A VERDADE
Não! Legalmente, a Câmara não poderia realizar uma nova prorrogação do contrato de publicidade em vigor com a Denison. Então, a Secretaria de Comunicação (SECOM) da Câmara dos Deputados, através de seu Diretor, solicitou a abertura de uma nova licitação.
ACUSAÇÃO
O ministro Joaquim Barbosa conduz as acusações para induzir que foi o Deputado João Paulo Cunha quem assinou o contrato de publicidade da Camara dos Deputados. Esse contrato foi assinado pelo Deputado João Paulo Cunha?
A VERDADE
Não! O contrato foi assinado pela própria administração da Camara dos Deputados, representada pelo seu Diretor Geral. O Edital para a licitação foi aprovado pelo núcleo jurídico da Assessoria Técnica da Diretoria Geral.
ACUSAÇÃO
O ministro-relator afirma que João Paulo Cunha “praticou ato de ofício”, nomeando a “comissão especial de licitação”. Isso é verdade?
A VERDADE
Absolutamente, não! A Diretoria Geral da Câmara explicou com clareza sua opção por esse modelo, “de plano há que se ressaltar a existência de norma legal expressa na lei de licitações, que autoriza tal procedimento administrativo (art. 6o, XVI e art. 51, caput), que, nas condições particulares do que a administração pretendia, mostrava- se como o caminho mais natural e eficiente”. Também esclareceu que o “tipo melhor técnica’ não se descuida do aspecto do menor preço”. Além disto, observou: “no tocante à contratação tratada, a avaliação das propostas era eminentemente técnica e intelectual, necessitando execução por pessoas com capacitação específica e elevado nível de conhecimento da matéria”. Como “os membros da Comissão Permanente de Licitação não eram versados no tema objeto da licitação, demandando a instalação de uma Comissão Especial de Licitação composta por técnicos com habilitação específica na área de publicidade e comunicação social”.
Exatamente por isso, o Ato assinado por João Paulo Cunha, em agosto de 2003, de caráter administrativo, foi uma mera repetição do Ato assinado pelo deputado Aécio Neves quando presidente da Câmara, em junho de 2001, conforme a experiência administratica da própria casa.Aliás, dos cinco membros que compuseram a Comissão Especial de Licitação, indicados em 2001, três continuaram em 2003 (veja documentos ao lado), o que comprova a impossibilidade absoluta de influenciar no resultado final da comissão. Além disso, o presidente das duas comissões foi a mesma pessoa.
Deste modo, fica claro que não há nenhum ato de ofício praticado pelo Deputado João Paulo Cunha que caracterize base jurídica para uma possível condenação. Alias, se houvesse, deveria alcançar os atos praticados pela comissão da gestão anterior. Porque razão o ministro Joaquim Barbosa não viu irregularidade na comissão especial de licitação de 2001 e somente na de 2003?
  • ACUSAÇÃO
O ministro-relator acionou a Policia Federal (PF) para analisar a licitação e a execução do contrato. Qual o resultado produzido pela Polícia Federal? 
A VERDADE
Laudo pericial de exame contábil do instituto Nacional de Criminalistica, órgão da Polícia Federal, constatou que os serviços contratados foram efetivamente executados. Concluíram que o contrato previa cláusulas que garantiam a execução da forma como foi realizado. Esse laudo afirma que
a tercerização dos serviços foi real, ocorrendo em conformidade com a legislação vigente (pg 12). Que a tercerição é da rotina operacional dos contratos firmados entre os orgãos públicos e as agências de publicidade (pg 15). O contrato admitia tercerização de serviços (pg 17). E que os gastos com veiculação correspondem a 65,53% do contrato (pg 19). Veja ao lado.

Observe a situação contraditória que a maioria do STF criou. O único item que o laudo da PF questiona, os serviços prestados pela IFT, o Supremo considerou regular e absolveu o Deputado João Paulo. Por outro lado, todos os outros serviços contratados pela Camara, foram atestados pelo laudo da Polícia Federal, como efetivamente executados. Entretanto a maioria do Supremo ignorou este laudo da PF para condenar. 
DISTORÇÃO DOS FATOS
Nas páginas seguintes (de 31 até 35) serão apresentados para o conhecimento da sociedade, todos os pagamentos feitos pela Câmara dos Deputados. Ou seja: o contrato assinado pela Câmara com a agência SMP&B de R$ 10.745.902,17 foi totalmente executado com os respectivos recebedores dos recursos. Tudo com documentos apresentados no processo. A regra para pagamento à agência é a estabelecida no contrato e a praticada do mercado, inclusive regulado por lei. A regra do contrato é a seguinte: 15% das veiculações (cláusula 9a - parágrafo único), no valor de R$ 948.338,41; 5% dos serviços pagos a terceiros (cláusula 8a - alínea “b”) no valor de R$ 129.519,40 e os serviços prestados pela própria agência (cláusula 8a - alínea “a”), no valor de R$ 14.621,41.
Por esses números, chegamos à conta usada pelo ministro Joaquim Barbosa para condenar erroneamente o Deputado João Paulo Cunha. Ou seja: a Câmara, dentro da legalidade, veiculou os anúncios, pagou os serviços e os contratados pagaram as comissões para a agência. O Ministro Relator contabiliza equivocadamente as comissões pagas pelos veículos à SMP&B como se fossem desvios de recursos. 
Baixe aqui a revista completa (o tempo médio de download é de cinco minutos), com todos os seus documentos.

Não vai ter Copa

por Josué Candido

- Não vai ter Copa - gritou o burguês.

Aécio Neves entendeu errado e respondeu:

- A minha tem. E vem de helicóptero!

Como perdi peso

Por muito tempo achei que não iria engordar nunca mais, e ficaria magrinho pra sempre. Muito ingênuo.
Comecei a morar com a namorada e minha rotina de alimentação mudou bastante. A gente queria sempre se divertir, curtir lugares novos, fazer jantares em casa e é claro que eu só queria aproveitar.
Ainda na iminência de passar mais tempo com a namorada, ficar junto e decidindo a nossa nova vida, fui relaxando, treinando menos e fazendo pouquíssimo exercício. Nunca parei totalmente de treinar, mas a quantidade de exercício que eu fazia não era o suficiente para queimar a comida que estava entrando. Em fevereiro desse ano me olhei no espelho e percebi uma coisa: eu tinha virado um peixe boi.
peixe-boi
"Oi, meu nome é Alberto Brandão"
Tentei seguir o padrão moderno de nutrição, todas as coisas dicas de tomar suquinho de fruta, barra de cereal, comer a cada X horas. Mas, para mim, nada disso trouxe resultados reais. Por estar sempre cheio, sentia uma dificuldade em me sentir disposto, o custo com alimentação subiu absurdamente, sem falar em carregar comida suficiente para comer várias vezes ao dia. Resolvi fazer as coisas do meu jeito e a partir disso, tirei alguns aprendizados que gostaria de compartilhar com vocês.
Meu resultado foi mais ou menos assim:
Nos primeiros 4 meses, perdi 22kg. Como fiquei muito magro e a aparência não ficou tão bacana, resolvi ganhar mais uns quilos e me manter num padrão onde eu não ficasse tão assustador, veja o gráfico:
libra
Registro meu progresso com o programa Libra, disponível para Android

1. Você não é um cachorro

Dia no trabalho intenso, chefe gritando no seu ouvido. Seu filho está com febre, e voltou do colégio mais cedo. Empregada não foi e a cozinha está uma bagunça. Aquele aumento esperado não saiu, a namorada deu um pé na bunda. A primeira coisa que a gente pensa? Nossa, a vida é tão dura, eu mereço comer algo gostoso.
Ou então algo muito bom aconteceu! Fui promovido, vamos comemorar no restaurante! Passei no vestibular! Pizzaria! Galera não se vê faz um tempão, vamos reunir num restaurante? Aniversário, Comida!
Vivemos a cultura da comida. Se algo bom acontece comemoramos com comida, se algo ruim acontece, comemos por merecimento.
Você não é um cachorro. Pare de se recompensar com comida.

2. Nem tudo é o que parece ser

Existe um grande apelo de marketing para todo alimento parecer saudável. Até redes de fastfood e marcas de refrigerante estão entrando na onda. Toda indústria alimentícia já entendeu que estamos vivendo num mundo novo.
Todo esforço publicitário está aí para nos convencer que aquele suco de caixinha é uma coisa saudável. Aquela barra coberta de xarope de milho, açúcar e gordura saturada, recebeu uma embalagem linda dizendo que é saudável. E você acreditou.
A lista de alimentos que são vendidos como saudáveis e na verdade são apenas truque de marketing é extensa. Se você pretende emagrecer ou apenas entender melhor o que coloca pra dentro do seu corpo, vale a pena estudar um pouco sobre o assunto.
Existem dois sites excelentes que faço questão de indiciar. O primeiro é o Fechando o Zíper que testa os produtos, questiona a composição real em relação ao que o produto diz no marketing e classifica tudo com notas. O outro é o Sugar Stacks. Apesar de ser um site basicamente em inglês, as imagens ilustram muito bem a quantidade de açúcar presente em cada tipo de alimento, sendo excelente para comparações.

Suquinho de laranja, saudável né?

3. Alimentação é muito mais importante que exercício

Me dói escrever isso publicamente. Sempre compensei minha vontade de comer besteira exagerando no treino. Engordei mais do que devia? Cortava o elevador e usava escadas. Descia uma parada de ônibus antes pra andar um pouco mais, adicionava mais um treino de corrida 3 vezes por semana e, em pouco tempo, o peso estava controlado.
O problema disso é que não aguentamos o estresse por muito tempo. O corpo cansado começa a pedir descanso. Deixamos de fazer a rotina um dia e, depois de um tempo, voltamos ao normal. Em poucas semanas o peso volta para onde estava. Por isso dessa vez resolvi fazer tudo sem exercícios, só com alimentação.
Se eu conseguisse reduzir meu peso só modificando minha alimentação, sem aumentar meu gasto calórico com exercícios, quando voltasse a me exercitar os resultados seriam ainda melhores.
Tudo o que eu consegui durante o período da dieta foi fazendo nada de exercícios. Se pretende emagrecer entenda que isso depende quase totalmente da sua alimentação. Exercício pode ajudar, mas é bônus quando comparado aos resultados de uma alimentação correta.

4. Jejum é bom

Existe muita lenda sobre jejum. Com uma cultura como a nossa que vem prezando cada vez mais por músculos, jejum tem sido um grande terror. Mais de 3 horas de jejum já pode ser o terror dos marombeiros.
Este é outro tema bem polêmico na nutrição moderna, mas que vale uma atenção especial. Existem vários modelos de jejum e que cada um pode beneficiar de alguma forma. Eu, particularmente faço 24 horas de jejum, pelo menos uma vez por semana.
Normalmente, depois do meu dia livre – mais sobre isso adiante – onde dou espaço para meu corpo processar toda besteira que comi. Como tentei seguir ao longo do texto, não vou indicar nenhuma rotina de jejum, mas pesquisem, é bom e é importante saber.
Para quem fala inglês, indico o excelente documentário da BBC: Coma, jejue e viva mais.

5. Faça sua própria comida

O primeiro motivo para você fazer sua própria comida é a quantidade. Se você não controla a porção que vai ao prato, acaba comendo tudo o que foi servido. Nossa educação nos ensinou que é feio deixar comida no prato, então fazemos questão de não deixar sobrar nada.
Quando fazemos o preparo do que vamos comer, podemos definir com precisão a quantidade que vamos comer, sem erro. Comemos muito mais do que precisamos, colocamos ao prato tudo o que nosso desejo quer e não o que realmente precisamos para nos sentir satisfeitos.
A qualidade da comida servida também fortalece esse ponto. Vejo muita gente comer apenas em restaurante, evitando arduamente redes de fastfood, mas na maioria das vezes é puro autoengano. É muito fácil observar em restaurantes self-service que a carne levou mais gordura que deveria, que o molho da salada tem quase a mesma quantidade de calorias que um Big Mac, que aquele peixe tão bonito foi frito na manteiga.
Só conseguimos ter uma ideia mais real do que estamos comendo quando somos nós que controlamos isso.

6. Tenha um dia livre

Como humanos, somos muito ruins em estimar o valor de coisas muito distantes. A satisfação imediata sempre vence a recompensa futura. Por isso, precisamos de intervalos menores de esforço, para entender que não é tão ruim assim.
Um dos maiores problemas que enfrentamos ao começar uma dieta é o desespero de nunca mais poder comer aquelas coisas que tanto gostamos. Nosso cérebro identifica que estamos próximos de um momento de escassez e ao invés de nos dedicar ao propósito, passamos a pensar em tudo o que não poderemos mais comer.
O relato mais comum é:
Muita gente defende o dia livre como forma do corpo se lembrar como é processar uma grande quantidade de comida ruim, mas eu já vejo como uma motivação. É mais fácil esperar 3 ou 4 dias até o próximo dia livre do que chutar o pau da barraca de uma vez, achando que nossa privação é eterna.
Gosto sempre de compartilhar aqui as coisas que vivo, porque sei que essas experiências ajudam outras pessoas a se moverem em direção a seus objetivos. Sei que fotos antes e depois são um pouco cliché, mas dessa vez fiz questão de registrar tudo, para não ter erro. Acredito que muito do processo de transformação corporal, seja ele para perder peso ou ganhar peso vai da nossa capacidade de se motivar diariamente, manter-se no mesmo caminho sem desistir.
Temos nutricionistas para nos indicar o que podemos comer e como fazer isso de uma forma correta. Professores e Personal Trainers pra organizar nossas rotinas de treino, mas somos negligentes com nossa mente e nossa capacidade de focar nossas ações.
Por fim, uma foto que é constrangedora, mas faz parte do texto, ele ficaria incompleto sem ela. As fotos foram tiradas em Abril, Junho e Agosto, e servem para mostrar que fazendo tudo certo e evitando algumas armadilhas da vida, é bem possível alcançar um bom resultado.
Alberto Brandão


Conta sua jornada, falando sobre empreendedorismo e startup no QG Secreto. Treina Taekwondo, Jiu-jitsu, Parkour e MMA. Escreve sobre treinamento físico em seu blog. Recentemente largou tudo para buscar um caminho mais feliz.

Outros artigos escritos por 

Luis Nassif - O Cândido

Na sua postagem: As propostas de FHC e a convergência de diagnóstico o jornalista Luis Nassif - como sempre - um texto muito bem escrito é por demais gentil com a Ofélia da política brasileira - FHC -. Mescla o artigo do boca de suvaco com a análise de um experiente analista político, e aponta convergências.

Não sei quem é o experiente analista político - nem me interessa - na minha opinião ele prega basicamente a submissão do Brasil ao EUA. 

FHC e o PSDB sempre defenderam essa ideia. Primeiro na teoria, depois na prática, durante o desgoverno de dito sujo.

Quanto ao príncipe da sociologia, se alguém me mostrar uma ideia original dessa Maria-vai-com-os-EUA...
serei tucano desde criancinha.