Fernando Brito - A eleição começou. E se ilude quem imagina que será fácil

É verdade que a oposição brasileira, mesmo com o monopólio de mídia de que dispõe, facilita as coisas, pela sua puerilidade.
Mas que ninguém subestime seu potencial nas eleições que se aproxima, apesar dos índices pífios que as pesquisas lhe atribuem.
Existe uma onda conservadora em alta em toda a América Latina e isso é facilmente observável em todos os processos político- eleitorais acontecidos de um ano para cá: Argentina, Equador, Venezuela…
O Chile de Michelle Bachelet é o ponto fora desta curva, mas lembremos que, no caso, havia o carisma de uma presidenta bem-sucedida e o desgaste de um governo conservador, o de Sebastián Piñera.
A questão política, portanto, transcende o desempenho pessoal dos governantes e até mesmo o nível de carga ideológica e de mobilização que estes possuam ao seu favor, embora, como estejamos vendo na Venezuela, isso conte muito nos momentos de confrontação.
Mas não é o que está no horizonte do Brasil, embora não se possa ainda assegurar que a direita – com a ajuda de uma subcultura pequeno burguesa que se crê de esquerda – não vá provocar confrontos.  Talvez só a Abin não acredite que se vá tentar. Não há sinais, porém, que o “gelo” que a classe média já deu a estas manifestações vá se reverter.
As candidaturas de oposição – ou estas “postas” ou algo que surja, vão crescer, e isso é inevitável.
Não é, portanto, o momento de desprezar alianças ou aliados que possam retirar base formal e tempo de televisão desta oposição.
Mas, ao contrário do que aconteceu em 2010, também não será possível legitimar estes aliados com a “anistia” do “está com Dilma”.
Isso é particularmente grave no Rio de Janeiro, onde Sérgio Cabral  amarga níveis de rejeição que beiram a repugnância. E onde Eduardo Paes avança velozmente pelo mesmo caminho, perdido como uma barata tonta.
Mas não é assim em São Paulo, onde se travará a batalha decisiva que da eleição nacional.
É ali o centro da questão da aliança entre PT e PMDB e onde se jogarão as fichas da decisão peemedebista.
É ali que o PMDB vai pedir alto pela continuidade da aliança, e vai levar.
Alckmin assedia Paulo Skaf de todas as formas, mas o governador paulista já teve dias melhores. E talvez os tenha piores, com a falta d´água que começa esta semana em São Paulo e com a evolução do caso do “trensalão”
Já Sérgio Cabral pode chiar a vontade. Morreu.

Fernando Antoni

Os bobos alegres dão pulos e socos no ar de pura alegria. “Pegamos os poderosos corruptos da nação!”

Parvos!
Os verdadeiros poderosos, os que detêm o poder econômico, estão morrendo de rir destes idiotas... Enquanto isto os verdadeiros corruptos e corruptores se apresentam como impolutos cidadãos e empresas.

Pobre República incapaz de criar os mecanismos para cercear estes vilões.

Mais pobre ainda por ter cidadãos tão parvos...

Fernando Antoni

Os bobos alegres dão pulos e socos no ar de pura alegria. “Pegamos os poderosos corruptos da nação!”

Parvos!
Os verdadeiros poderosos, os que detêm o poder econômico, estão morrendo de rir destes idiotas... Enquanto isto os verdadeiros corruptos e corruptores se apresentam como impolutos cidadãos e empresas.

Pobre República incapaz de criar os mecanismos para cercear estes vilões.

Mais pobre ainda por ter cidadãos tão parvos...

Gaudêncio Torquato

2014: Uma eleição cheia de postes

A ideia lançada por Lula pegou. A eleição de outubro deverá ser a mais povoada de “postes” nesses tempos cheios de surpresas, reviravoltas e maquinações no terreno político. No Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia, candidatos tirados do bolso do paletó dos chefes do Poder Executivo começam a “iluminar” o ambiente regional, na esteira da nova liturgia que se instala na paisagem: a elevação de perfis ao altar de governador de Estado sem os escolhidos passarem pelo longo corredor de mandatos parlamentares e, na maior parte dos casos, sem terem obtido um voto popular sequer em suas trajetórias.
O fato não chega a ser propriamente novidade, eis que tanto a Chefe da Nação como o prefeito da maior cidade do país tomaram seus assentos sem nunca terem se submetido ao sufrágio universal.
Coisas novidadeiras numa cultura política escrita com o lápis de caciques e sob a tradição de costumes passados de pais para filhos, cuja expressão de modernidade é mais a idade dos novos coronéis do que pensamento compromissado com reformas na seara política.
Nos férteis terrenos eleitorais do PT, feitos extraordinários costumam ser creditados ao “feeling” do ex-presidente Luiz Inácio, que escolhe e impõe nomes ao partido, como ocorreu com a presidente Dilma e o prefeito Haddad.
Maior liderança popular e mais forte cabo eleitoral do país, “respirando política pelos poros”, como se costuma dizer dele, sua vontade é ordem e sua orientação, lei. Não sobra perfil capaz de contrariá-lo.
Seguindo essa vereda, os governadores Cid Gomes, Roseana Sarney, Eduardo Campos, pré-candidato à presidência, e Jaques Wagner, entre outros, dão mostras de que o modo lulista de escolher candidato é “a invenção da vez”. Pode ser até uma forma menos democrática por privilegiar o recorrente mote: “quem é dono da flauta dá o tom”. Mas, inegavelmente, é medida prática.
Evita discussões prolongadas entre aliados, acelera a formação de parcerias, antecipa o jogo eleitoral, na medida em que os preteridos passam a seguir outros rumos, enquanto eventuais dissabores passam a ser administrados no balcão de recompensas.
Afinal de contas, qual o significado desse novo modus faciendi?
Sobressai, primeiro, a sensação de um sopro de renovação na esfera política. Algo como: se a reforma política está emperrada no Congresso, a sociedade, à sua maneira, pavimenta o caminho de novas lideranças, elegendo perfis assépticos, não contaminados pelo vírus da corrupção, particularmente quadros técnicos com experiência na administração pública.
À inércia do poder centrífugo (Legislativo, Executivo), reage o poder centrípeto, a força social organizada, que identifica na planilha de nomes aqueles com capacidade de representar as demandas populares. Portanto, o novo ordenamento condiz com o clima social.
Há muito a comunidade clama por partidos com programas claros e consistentes; representantes mais próximos às comunidades; um sistema de votação que contemple quadros de maior expressão eleitoral, sem puxar para a Câmara candidatos de parca votação; figuras que desfraldem os valores republicanos.
As imagens são inescapáveis: o copo de águas sujas transbordou. Ou ainda, não há mais como jogar por baixo do tapete o lixo acumulado pela velha política. O eleitor se mostra cansado de ouvir as mesmas lorotas. A cada legislatura, recorre-se à pregação da reforma política. Às vésperas do pleito, o saldo é zero. Como ir às urnas respirando os ares poluídos que, há décadas, contaminam os pulmões da República?
Pouca coisa muda e, ante a inação do Poder Legislativo em matéria eleitoral, as decisões, mesmo homeopáticas e de pouco empuxo na escala dos avanços, acabam sendo tomadas pelo Judiciário.
Os últimos retoques no reboco do velho casarão das urnas acabam de ser dados pelo Tribunal Superior Eleitoral, que proibiu o uso de telemarketing em campanhas eleitorais, obrigando, ainda, a adoção de legenda ou a língua de sinais (libras) nos debates a serem promovidos pela TV.
Por falta de densidade (responsabilidade do Legislativo), a Justiça Eleitoral usa o pincel para uma rápida camada cosmética. Mais uma questão de lana-caprina.
E assim as frustrações das camadas sociais vão se acumulando e disparando os mecanismos de cognição dos conjuntos eleitorais. O primeiro movimento é na direção das caras novas no palco da política. Na parede dos velhos retratos, a atenção se volta para a última foto, a figura desconhecida, o sinal diferenciado no painel da mesmice. “Quem sabe esta pessoa não faria melhor do que o fulano (quem foi mesmo?) em que votei na última vez (quando mesmo)”? É a dúvida do eleitor.
Portanto, os dirigentes tirados da cartola por Lula da Silva e os “postes” que tentarão exibir suas luzes nos próximos meses são, na verdade, extensões simbólicas do ciclo que se abre na política por força de uma nova disposição social, cuja inspiração é a de querer romper com velhos paradigmas. Para chegar à presidência da República, não há mais necessidade de longa carreira política, como a que teve Jânio Quadros.
Eleito suplente de vereador, em 1947, assumiu o mandato com a cassação de vereadores; depois, foi o deputado estadual mais votado (1951), em seguida, prefeito de São Paulo (1953), governador do Estado (1955), deputado federal pelo Paraná (1958, mas não exerceu o mandato), presidente da República (1961) e novamente prefeito de São Paulo (1985).
A par dos traços de assepsia política, presentes nos perfis dessa nova geração de dirigentes, o feitio técnico complementa a identidade, a denotar sua agregação à esfera da administração planejada e consequentes programas com foco em prioridades, ações balizadas por critérios racionais e de pouco comprometimento com populismo eleitoreiro.
Esse é o dilema que enfrentam, pois a modelagem técnica das gestões nem sempre resulta em urnas fartas. O consolo é constatar que o voto começa a deixar o coração do brasileiro para chegar à cabeça.

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação. Twitter: @gaudtorquato

Rodrigo Vianna

Militares já falam em "eventual intervenção": Democratas tem de reagir

Reproduzimos artigo de general que  pede apoio civil a uma intervenção militar. Trata-se de clara incitação ao golpe, um ataque frontal à Democracia:
“Não basta pedir uma atitude dos militares, é preciso que os civis esclarecidos e convencidos do perigo ostentem massivamente suas posições e opiniões e que contribuam para magnetizar a agulha que definirá o novo rumo a ser tomado”.
Cinquenta anos depois, a pregação autoritária se espalha pelas redes sociais. E não são apenas generais que defendem o golpe. É preciso reagir. (Rodrigo Vianna)

Na causa da democracia, quem está dispensado?

por general de brigada Paulo Chagas, na página da Revista Sociedade Militar
A debacle da Suprema Corte, desmoralizada por arranjos tortuosos que transformaram criminosos em vítimas da própria Justiça, compromete a crença dos brasileiros nas instituições republicanas e se soma às muitas razões que fazem com que, com frequência e veemência cada vez maior, os Generais sejam instados a intervir na vida nacional para dar outro rumo ao movimento que, cristalinamente, está comprometendo o futuro do Brasil.
Os militares em reserva se têm somado aos civis que enxergam em uma atitude das Forças Armadas a tábua da salvação para a Pátria ameaçada, quando não são eles próprios os alvos do clamor daqueles que já identificam nas imagens dramáticas da capital venezuelana a cor fúnebre do nosso destino.
Ao exercerem seu direito legal de opinar e criticar, os militares da reserva diferem entre si na forma, na intensidade e na oportunidade de uma eventual intervenção militar que venha a dissuadir as pretensões mais ousadas dos dissimulados adeptos da versão “bolivariana” do comunismo de sempre, todavia, são coincidentes e uníssonos no rebatimento de acusações mentirosas que, divulgadas de forma criminosa, visam a criar na sociedade o receio de ter os militares como fiadores da democracia.
Entre os civis esclarecidos é fácil perceber a confiança no discernimento e no patriotismo dos soldados. Todos querem que os Generais “façam alguma coisa”, mas ainda são poucos os que se dispõem a fazer o que está ao seu alcance. Poucos são os que adotam atitudes concretas e manifestam-se pública, individual e coletivamente, em defesa dos governos militares, escrevendo para os jornais ou protestando contra a hipocrisia e as más intensões das “comissões da verdade”.
No momento atual, a causa da democracia não dispensa o concurso de ninguém. Seria portanto uma importante contribuição se todos os civis que têm as Forças Armadas como última razão da liberdade e a garantia dos fundamentos constitucionais pusessem suas opiniões a público, em artigos, manifestações, textos, “cartas do leitor” e outros recursos do gênero e não apenas em comentários restritos à leitura dos poucos profissionais da mídia que ainda ousam remar contra a correnteza ou dos escribas de mídias sociais que, mesmo comprometidos com a causa, têm apenas seu limitado e débil sopro para tentar enfunar as velas da embarcação.
A opinião pública está dispersa, contudo não é difícil identificar o que rejeita. Também não é fácil definir com quem está e o que quer. Falta-lhe um “norte confiável”. As pessoas de bem, informadas, estão com medo do futuro, acuadas até para reagir e para manifestarem-se pacificamente. Não basta, portanto, pedir uma atitude dos militares, é preciso que os civis esclarecidos e convencidos do perigo ostentem massivamente suas posições e opiniões e que contribuam para magnetizar a agulha que definirá o novo rumo a ser tomado.
As “Marchas da Família com Deus Pela Liberdade”, programadas para o mês que se inicia, são um bom começo para esta soma de esforços e para reafirmar o que, há cinquenta anos, fez com que o Brasil fosse visto e admirado como a “Nação que salvou a si própria”!

Luis Nassif

Os verdadeiros poderosos

O estado de direito no país está ameaçado pelo desequilíbrio que o julgamento da AP 470 trouxe para o sistema jurídico brasileiro.
 
O deslumbramento dos Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) com o julgamento, o atropelo de princípios consagrados no Código Civil para atender aos reclamos das ruas e da mídia, contaminaram todo o tecido jurídico brasileiro - e vai pegar a todos, não apenas o PT.
 
***
 
O PSDB estimulou essa " vendetta" e agora paga a conta e vai pagar mais ainda.
 
No momento, vê seu ex-presidente, Eduardo Azeredo - reconhecidamente idôneo do ponto de vista pessoal - ameaçado por uma condenação de 26 anos pelo crime de caixa dois. Assim como as penas da AP 470, são superiores aos piores crimes previstos no Código Penal. Ao exigir o mesmo tratamento a que foram submetidos suas lideranças, o PT faz o mesmo jogo de dar carne fresca ao leão.
 
***
 
Na Papuda, há uma perseguição implacável movida pelo juiz da Vara de Execuções - monitorado por Joaquim Barbosa - e pelo Ministério Público Federal de Brasília. E há um silêncio sepulcral das principais vozes da consciência jurídica do país, para não provocar o clamor da turba.
 
Em Poços de Caldas, para pegar um deputado do PSDB, um juiz de primeira instância aplicou os mesmos critérios elásticos de formação de quadrilha do STF - consagrados no primeiro julgamento da AP 470 - e colocou na cadeia, em prisão preventiva, dois médicos respeitados da cidade - cujos procedimentos foram avalizados por unanimidade pelo Conselho Regional de Medicina.
 
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Há uma lógica perversa e hipócrita nesse jogo de punições ao largo da lei.
 
Sentenças de primeira instância já permitem prisões e ações penais não se guiam mais pela análise objetiva dos fatos, tudo para atender à sede de sangue, de punição.
 
Esta é a hipocrisia de um Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Celso de Mello, de fingir que os verdadeiramente poderosos são os réus do mensalão petista ou tucano.
 
O verdadeiro poder está nos grupos econômicos que têm cacife para se colocar acima da lei.
 
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Poderoso é Daniel Dantas ao conseguir ficar fora do inquérito. Conseguiu ficar fora da AP 470, apesar de ter sido o principal financiador tanto do mensalão petista quanto do tucano.
 
Os recursos da Visanet foram aplicados em promoção da marca; os do Opportunity entregues a Marcos Valério sem a comprovação de nenhuma contrapartida. No entanto, o então Procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza, retirou o Opportunity do inquérito. E, para justificar o montante movimentado pelo PT transformou a Visanet em empresa pública, deixou de lado a comprovação dos gastos publicitários efetuados com a verba.
 
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No STJ (Superior Tribunal de Justiça), o Opportunity conseguiu brecar a Operação Satiagraha. Empreiteiras de São Paulo conseguiram brecar operações repletas de provas sob as mais diversas alegações - a de que as operações surgiram de denúncias anônimas e outros factoides.
 
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Ao estimular a Justiça em suas vendettas pessoais, ambos os partidos estão dando carne fresca ao leão. E todo esse jogo de cena fornece o álibi para que a Justiça mantenha a impunidade sobre os verdadeiramente poderosos.

O enfraquecimento do Estado e nova ordem imposta pelo capital

“(..).Essa revolução contínua da produção. Esse abalo constante, essa falta de segurança, distinguem a época burguesa de todas as precedentes.Tudo o que é sagrado é profanado,tudo o que é cristalizado com seu cortejo e ideias veneradas, tudo o que é sólido e estável evapora-se continuamente.” K.Marx.
Entramos numa nova fase do capitalismo, onde é necessário derrubar todas as barreiras geográficas e enfraquecer os Estados Nacionais, originariamente criados pela burguesia em ascensão desde os fins da Idade média. As elites capitalistas em expansão pelo mundo, necessitam disso.
As mesmas mãos que levantaram as grandes pilastras do moderno Estado Nacional, são as mesmas que vão derrubá-lo agora. Aquilo que foi erigido pelos grandes filósofos, incentivados pela burguesia em ascensão, criaram o Estado Nacional burguês no passado, mas hoje ele está com os seus dias contados.
Um Estado convenientemente erigido, com três poderes separados e distintos, para que o rei ou governante não pudesse ter o poder total em suas mãos e as elites pudessem intervir em qualquer um deles.
Com leis firmadas em uma carta magna, com justiça para resolver conflitos, com acordos para gerar consensos. Um Estado nacional organizado, com linhas geográficas firmemente traçadas, com uma língua nacional para homogenizar a cultura. Com um exército nacional e uma polícia, colocando “ordem” entre os conflitos de classe gerados pelo capital. Tudo isso, está em via de acabar, pois lentamente sem que nos déssemos conta, o capital internacional se introduziu via multinacionais, de forma massiva e contundente, enfraquecendo os poderes locais do Estado.
Um exército de adeptos se enfileiram e batem continência a esse novo poder. Um poder global, sem fronteiras, com uma única língua, uma só cultura, uma só religião. A democracia que até agora, serviu de instrumento para que o capital fosse estendido por todo o globo, agora não é mais necessária. A grande boca da mídia, apela aos governos de todo mundo que desativem suas polícias, seus exércitos ao mesmo tempo em que insuflam nos bastidores disputas entre o povo de toda ordem a tomar as ruas.
Entretidos pelo reality show que toma de assalto todos os setores da vida cotidiana, inclusive aqueles restritos a justiça, são televisionados e com torcidas organizadas a exigir justiça, esses escondem os reais interesses em questão, pois, as fronteiras delimitadas pela geografia e pela política, são agora os maiores entraves para o levantamento da viga mestra dessa nova ordem mundial, que se impõe pela violência, seja dos povos a culpar o Estado Nacional de todas as mazelas, seja através da orquestração de golpes mercenários.
A extinção da PM, tem um viés de mão dupla, se por um lado pode utopicamente ser humanizada, por outro, pode atar as mãos do Estado para liberar o espaço para as milícias fascistas. Vejam que na Ucrânia, a primeira atitude do presidente interino, foi extinguir a tropa de choque, agora só os fascistas do Svoboda e os neonazistas tem tropa de choque, enquanto a população está desarmada.
A ONU dá conselho aos governos, que eles suportem as manifestações, pois todos tem o direto de protestar, inclusive os fascistas, que os Estados repensem o poder de força que possuem.
Longe de defender as manobras do capital, da atuação da força bruta militar e policial, preocupa-nos o concerto de vozes vindas de um mesmo maestro e cujo coro de vozes vão da ultra-direita à suposta ultra-esquerda, pois não podemos entender que sendo esquerda, ela cante no mesmo tom da direita.
Os jovens foram escolhidos para esse último trabalho essencial e urgente da renovação do capitalismo, pois são mais maleáveis a tudo que é novo e não possuem a experiência do passado. Todos numa só voz, “não acredito mais em Estado”, “não acreditamos mais em nação”, “em pátria”,”em democracia e em justiça”. “Desculpem-nos o transtorno, precisamos destruir tudo o que foi construído, estamos mudando o país”.
O novo que quer nascer, precisa matar o velho. Presumo que veremos pela frente ditaduras formidáveis, pois, o velho pode se vestir de novo com máscaras atraentes para enganar e justamente para continuar existindo.
Por Mara Rocha no Facebook