Os Conselheiros da propina
Dilma - Um olho no peixe, outro no gato
É preciso estar com um olho no futuro e outro no passado.
Este olho no passado é para evitar que outros incertos, espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiro, que voltem com o que eles já chamam abertamente de "medidas impopulares", e que significam:
- Arrocho salarial
- Desemprego e recessão
Leia: Eu não fui eleita para desempregar
A Copa do Mundo segue sendo imbatível
...a bola vai, enfim, rolar por aqui. Você se lembra quem era em 2010? Onde estava? O que fazia? As coisas mudam muito em quatro anos, meu chapa. Com o futebol não poderia e nem é diferente. E talvez o charme todo esteja nessa demora, nessa ansiedade, nos imprevistos e nas histórias marcantes que surgem desses embates no gramado. Por isso, faltando 18 dias para o início do torneio, lembramos os momentos mais descaralhantes da história das Copas.
Bon voyage! Maradona ganha a Guerra das MalvinasLink YouTube Talvez nenhum outro jogador tenha sido tão determinante para seu país na conquista de uma Copa do Mundo como Diego Maradona foi em 1986. A partida perfeita aconteceu frente o English Team. Dois gols: um antológico, partindo de trás do meio-campo e enfileirando adversários pelo caminho e outro o polêmico "La Mano de Dios". Ao disputar a bola com o goleiro Peter Shilton, Dieguito enfia a mão na bola com a maior marra e cara de pau que podia esperar dele. O momento virou camisetas, músicas e até deu origem à uma igreja. Épico demais. O menino Pelé assombra o mundoLink YouTube Único vencedor de três Mundiais até aqui, o Rei mostrou seu cartão de visitas ao mundo jogando na Suécia, em 1958, ano da primeira conquista canarinho. Estreia frente aos soviéticos, o gol maravilhoso que eliminou o País de Gales nas quartas de final, um hat-trick contra o poderoso esquadrão francês e mais dois tentos na final, frente a equipe da dona da casa. Está bom ou quer mais? Paolo Rossi ainda faz comerciais com a desgraça alheiaLink YouTube O camisa 20 italiano nunca foi craque. A seleção montada por Telê Santana, por outro lado, só tinha jogadores do maior quilate, como exemplifica a meia cancha que tinha Toninho Cerezo, Paulo Roberto Falcão, Sócrates e Zico. A exibição fantástica do matador italiano acabou com o sonho brasileiro, rendeu uma das imagens mais classudas da história – ainda que tremendamente triste para nós – e jogou nosso futebol nas trevas do "jogo de resultados" e do "o que vale é vencer". Rossi até hoje fatura com a nossa derrota. Haja coração, amigoLink YouTube Uma das mais dramáticas partidas na história do futebol. No último segundo, o atacante uruguaio Luis Suarez bancou o goleirão, enfiou a mão na bola, em cima da linha fatal e evitou o gol que tiraria seu país do torneio. Acabou expulso, claro. Asamoah Gyan cobrou a penalidade na trave e a celeste olímpica teve a chance de seguir na prorrogação e disputar a vaga nos pênaltis. Vitória na raça, óbvio. Ah, a última cobrança penal foi feita pelo ex-botafoguense Loco Abreu. De cavadinha. Guerra (nada) friaLink YouTube Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental entraram em campo para medir suas forças na Copa de 1974. A ironia era os alemães acabaram jogando fora de casa mesmo estando dentro da Alemanha. Explico: na era da dualidade entre blocos socialista e capitalista, os orientais (alinhados ao Kremlin) atravessaram a fronteira para encarar o timaço ocidental que tinha Sepp Meier, Beckenbauer, Paul Breitner, Overath e Gerd Muller. Mesmo com tanta potência, quem saiu de campo como herói foi Jurgen Sparwasser, autor do gol que daria a vitória ao bloco da Cortina de Ferro. A ironia é o fato de Sparwasser ter fugido do país em 1988, quando disputava torneio de veteranos. Mas paira até hoje um jeito de marmelada no ar. Os alemães ocidentais teriam facilitado a partida para escapar de um grupo mais forte na segunda fase da competição, escapando de Holanda, Argentina e Brasil para encarar Polônia, Suécia e Iugoslávia. Ser negão no Senegal deve ser legalLink YouTube Campeões do mundo e da Europa, a seleção francesa, então sob a batuta de Zinedine Zidane, chegou à Ásia como franca favorita. A estreia parecia perfeita para um baile de gala. Os adversários seriam os senegaleses, estreantes em Copas. Escapada de Diouf pela esquerda, cruzamento rasteiro para Bouba Diop, que tenta duas vezes até marcar o gol. Um empate sem gols contra o Uruguai e uma nova derrota, dessa vez para a Dinamarca, e os Bleus voltariam para casa sem marcar nenhum gol. Até com o braço quebradoLink YouTube O alemão Franz Beckenbauer, o Kaiser, não precisava de muito para ser um mito em seu país natal, mas a opção por se manter em campo após deslocar a clavícula na semifinal da Copa do Mundo de 1970 ajuda bastante. Vencedor da Copa como jogador e treinador, o líbero classudo, por muitos considerado o melhor zagueiro da história, enfaixou o braço e seguiu na partida normalmente após a contusão. O esforço não foi suficiente, com os italianos vencendo, na raça, a prorrogação por 4 a 3. O formidável zagueiro paraguaio Gamarra repetiria o feito, também se negando a deixar a peleia contra a França, em 1998. Eu não sei o que estou fazendo aquiLink YouTube Um dos momentos mais absurdos da história da Copa do Mundo veio na primeira rodada do Mundial de 1974. O Brasil tinha uma falta para cobrar e a barreira do Zaire, primeiro representante da chamada "África Negra" na Copa, estava armada. Eis que Mwepa, num surto doido, corre em direção à bola e dá um bico. Os jogadores se entreolham e o juiz não vê outra alternativa a não ser dar o cartão amarelo para o atleta. Quarenta anos depois, o que se passou na cabeça de Mwepa segue uma completa incógnita. Os gols que o Rei não fezLink YouTube Um disparo de antes da linha central, um voleio maldoso na saída errada do goleiro e o maior drible que o mundo já viu. Apenas veja o vídeo e chore. O Roger Milla é um cara massaLink YouTube As zebras são inevitáveis nas Copas. Aguarde e teremos algum resultado absurdo neste ano também. A vitória camaronesa sobre a campeã Argentina, de Maradona e Canniggia, é daqueles momentos que nos lembram o porque o futebol é tão genialmente imprevisível. O estádio Giuseppe Meazza, em Milão, deve ser orgulhar de ter participado disso. Na partida seguinte, os Leões Indomáveis mantiveram a pegada, a alegria, a velocidade e Roger Milla, então com 38 anos, marcou dois tentos. A felicidade explodiu na sua comemoração. O simpático atacante correu até a bandeirinha de escanteio e mostrou ao mundo como é que se ginga de verdade. E aí? Bateu saudade da redonda? Qual é o momento das Copas que lhe faz sorrir? |
Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
Coisas da vida
As letras das músicas atuais, essas inventadas no campo do sem nexo do bate-estaca, não dizem nada, não marcam, não despertam o cantarolar pelo fato de não dizerem alguma coisa que faça parte de uma passagem especial, de uma saudade recente ou das mais antigas. Até mesmo as letras de músicas do Wando, como Moça, contam uma história com cheiro de baseada em fatos reais. Nunca Mais Eu E Você, Ainda Bem, Perduto, da Ornela Vanoni, Dio Come Ti Amo, por aí, mexem com o imaginário do romântico ultrapassado, fora de tempo, fora de época. Não importa. Pois bem, não saberia dizer quando me apaixonei pelas estrelas ou quando o feitiço delas me pegou de jeito, mas o fato é que ainda hoje me enterneço com certas músicas, frases soltas, inclusive algumas poucas que aparecem aqui e ali, pela internet da vida, pinçadas por raros românticos que se refugiam ou buscam efêmeras companhia nos facebooks modernos e que coincidem com o meu pensar, digamos assim. Pouco me importa as rimas, as métricas, as palavras que combinam para fazer de um verso um verso, de uma quadra uma quadra, de um soneto um soneto ou uma poesia uma poesia.
A ordem das palavras nada tem a ver com a ordem dos sentimentos porque esses, sim, fazem sua rima pessoal dentro do peito, onde uma ridícula válvula mitral determina se continuamos vivos ou nos prega um susto quando fibrila. Vi de fato, como uma foto, depois de um hiato longo, onde quase fui preso pela surpresa que não teve força para um susto ou graça no aceno que foi o de menos na coincidência da quase passagem na brincadeira do destino. Vai ver, só para testar se o gostar de um dia ainda mexia ou se o peito queria dizer que se vivia um dia, um dia morria como morreu e ficou só na lápide do nome que se repete por ai, mais comum que nunca, sem remeter ao rosto que passou ao oposto do lado de dentro da porta onde a paixão ficou agonizando e depois morta. E românticos, como sempre, sem saber, continuam acreditando em milagres ou no ressuscitar de uma coisa que foi quando precisou ser e também precisou morrer porque é exatamente assim que são as coisas da vida: um começo, um meio e isso aí. E lá estava ela, na outra ponta de um aceno sem jeito, acanhado, tímido, receoso ou um reflexo sem nexo, sem rima, apenas isso; um aceno educado pendurado no olhar de dois olhos grandes debaixo de sobrancelhas especialmente grandes e que ficaram abertas por séculos, exatamente o que pareceu a fração de segundo da passagem rápida, como tudo na vida, que passa e a gente nem se dá conta.
Quando menos se espera, já passou, como tudo na vida, repito. Esta crônica, por exemplo, é dedicada a um rosto que um dia tivemos na moldura das nossas mãos e hoje, como tudo na vida, mudou de mãos. Coisas da vida, como se vê! Melhor, como se viu...
A. Capibaribe Neto