Josias de Souza: Marina fornece munição para seu próprio abate

Marina Silva diz que o “marketing selvagem” da campanha petista a transformou numa “exterminadora do futuro”. A imagem evoca o filme ‘O Exterminador do Futuro’. Nele, um personagem encenado por Schwarzenegger é enviado ao passado para matar a mãe de um líder revolucionário que estava perturbando o governo. A diferença é que, no enredo da sucessão brasileira, João Santana não precisou viajar até o ventre da mãe de Marina. Para matar o problema pela raiz, ele atira contra a aura de virtude que rodeia a rival de Dilma. Faz isso com munição fornecida por Marina.

O retorno de Dilma à condição de favorita no Datafolha é um triunfo da Realpolitik, que é o nome de fantasia da hipocrisia na política. Diferentemente de seus antagonistas, Marina exibiu à plateia um programa de governo. Mas ele era de vidro. Um pedaço (LGTB) foi modificado menos de 24 horas depois do anúncio. Outro trecho (direitos humanos) era plágio literal de um programa da gestão FHC. Um terceiro naco (pré-sal) tinha a profundidade de uma poça, rasa o bastante para que uma formiga atravessasse com água pelas canelas.

A marquetagem a serviço de Dilma logo se deu conta de que a peça de Marina era uma oportunidade a ser aproveitada. Com um par de filmetes apelativos, a equipe de João Santana empurrou a rival para a defensiva. Num, a ideia de dar independência ao Banco Central foi vendida como rendição aos banqueiros. A comida some do prato dos pobres. Noutro vídeo, sustentou-se que, ao negligenciar o pré-sal, Marina tiraria R$ 1,3 trilhão da educação. As letras desaparecem das páginas de livros manuseados por estudantes com ar de espanto.




O destinatário do terrorismo, o eleitor da Classe ‘C’, foi atingido em cheio, demonstra o Datafolha. Nesse universo, composto por brasileiros com renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, Dilma e Marina estavam empatadas em 34% há uma semana. Agora, a presidente prevalece sobre a desafiante por 37% a 30%. Revelou-se devastadora também a boataria de que Marina, insensível a mais não poder, aniquilaria os programas sociais. No Nordeste, a supremacia de Dilma (59%) sobre Marina (33%) num hipotético segundo turno alargou-se de 13 para 26 pontos percentuais.

Propagou-se, de resto, a tese segundo a qual a falta de estrutura partidária de Marina levaria o país a uma crise de governabilidade. Algo que a aversão da substituta de Eduardo Campos aos partidos e aos políticos ajudou a potencializar. Supremo paradoxo: os mais de 11 minutos de propaganda que permitem a Dilma desqualificar Marina foram propiciados por um conglomerado político que consolidou no Brasil um regime hediondo: a cleptocracia.

Mantidas as atuais tendências, Marina será abatida na sucessão de 2014 pela munição que ela própria forneceu ao “marketing selvagem” de João Schwarzenegger Santana. Na hipótese de perder, Marina talvez assimile um ensinamento: na conciliação entre o ideal e a prática, os vícios devem entrar na composição das virtudes como os venenos na dos remédios. Misturando-os pode-se desejar e sonhar como um menino. Sem descuidar das armadilhas que impedem o adulto de fazer e acontecer.



Mensagem da Vovó Briguilina


*Ibop Tracking presidencial sabático

Se a eleição fosse hoje a presidente Dilma seria reeleita no primeiro turno.

Veja o resultado do tracking de hoje:




Dilma Roussef (PT) 51%
Marina Silva (PSB) 25%
Nanicos Neves e cia 24%

A margem de erro da pesquisa será divulgada apenas na boca-de-urna.

*Instituto Briguilino de Opinião Pública


Ricardo Kotscho: Por que Dilma pode levar no primeiro turno?

Dez entre dez comentaristas, analistas e especialistas garantem que a economia brasileira vai mal, de mal a pior. Falta muito pouco para o apocalipse, garantem eles, a uma semana das eleições presidenciais.

Os sábios nativos gostam de citar uma frase atribuída a James Carville, célebre marqueteiro político, conselheiro de Bill Clinton nas eleições americanas de 1992, em que ele derrotou George Bush. "É a economia, estúpido!".

Pois se a economia brasileira não é nenhuma Brastemp, longe disso, como explicar então que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, continue aumentando sua vantagem nas pesquisas, abrindo a "boca do jacaré" na reta final, a ponto de poder liquidar a fatura já no primeiro turno?

Logo após a divulgação da nova pesquisa Datafolha, na noite de sexta-feira, em que Dilma abriu uma vantagem de 13 pontos (40 a 27) no primeiro turno, chegando a 45% dos votos válidos, Heródoto Barbeiro me perguntou no Jornal da Record News a que eu atribuía a derrocada da candidatura de Marina Silva.

As análises que já havia visto e ouvido eram unânimes em apontar a agressividade da campanha negativa do PT como responsável pela queda de Marina. Pode até ter influído, mas certamente não foi a razão principal para explicar o que aconteceu nas últimas pesquisas, que voltaram a registrar números muito próximos aos de abril, quando foi dada a largada para a corrida presidencial. Tivemos muito dinheiro, tempo, pesquisas e palpites jogados fora durante todo este tempo, para voltarmos ao ponto de partida.




Só foi ao ler a chamada do Blog do Moreno (meu chapa Jorge Bastos Moreno) na home do portal de "O Globo", com a matéria de Clarice Spitz, que encontrei a explicação mais próxima da realidade. "Brasil: desemprego é o menor em 12 anos", diz o título da nota.

O professor Delfim Netto, manda-chuva da economia brasileira nos tempos da ditadura, que misturava sabedoria acadêmica com bom humor popular, costumava dizer que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. É com este sentimento que a maioria dos eleitores vai às urnas: minha vida melhorou ou piorou? Se melhorou, vota no governo, na continuidade; se piorou, dá a vitória à oposição. Simples assim.

Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, divulgada esta semana, a taxa de desocupação ficou em 5%, a menor para um mês de agosto nos últimos 12 anos. É preciso dizer mais alguma coisa? Trata-se de um quadro próximo ao do pleno emprego.

Emprego e renda sempre foram os paus da barraca dos governos do PT desde que o partido chegou ao poder em 2003, por piores que fossem os dados macroeconômicos e as crises políticas, que a maioria da população nem entende, porque ninguém vive de PIB nem de CPI, mas de salário no fim do mês, quer dizer, dinheiro no bolso.

Quem ainda vota por ideologia? Só os muito ricos, os radicais de um lado ou de outro, os antigos intelectuais chamados orgânicos, ou seja, uma pequena parcela do eleitorado. Foi isso que os candidatos da oposição ainda não conseguiram entender. Só bater no governo não resolve. Parafraseando Carville, é possível resumir a ópera em quatro palavras: "É o emprego, estúpido!"

Mais uma vez, ao que tudo indica, sem querer saber de balas de prata, delações premiadas, notícias catastróficas, denuncias cabeludas, formadores de opinião e quetais, os eleitores votarão por interesse: os seus próprios interesses.



Papo de homem

Quem é o dono do dom?

Quando tinha doze anos, tomei a primeira decisão estratégica da minha vida.

Desde pequeno, eu gostava de contar histórias. Antes mesmo de saber escrever, eu mandava minha mãe desenhar os personagens e ditava o que um estava dizendo para o outro. Na sexta série, eu escrevia e desenhava gibis, xerocava, coloria as capas uma a uma e vendia assinaturas entre colegas. Cheguei a ter 16 assinantes.

Ninguém tinha mais orgulho desse meu “dom do desenho” do que minha mãe, artista formada em Belas Artes.

Para ajudar a refinar o meu “dom”, ela me enviou para passar uma temporada em Nova Iorque com um amigo da família. Na época, o querido Goot, pseudônimo de Gutemberg Monteiro (1916-2012), recentemente falecido aos quase cem anos, desenhava a tirinha do Tom & Jerry.

Durante um mês, vivi como novaiorquino, pegando trens e metrôs, indo ao sindicato entregar as tiras, comendo bagel com suco de grapefruit, conhecendo os maiores cartunistas dos anos oitenta, aprendendo todos os truques do nanquim.




Quando voltei ao Brasil, larguei o desenho.

Não foi uma decisão intempestiva ou rebelde.

Percebi que gostava de contar histórias, não de desenhá-las. Eu só desenhava porque, para um menino de doze anos, era o único jeito de passar minhas histórias. Mas todo o tempo que gastasse no lado mais técnico e braçal da ilustração seria menos tempo para criar meus personagens, burilar meus enredos, transmitir minhas mensagens.

A decisão não foi bem recebida. Para minha mãe, era um desperdício e um pecado:

“Você tem um dom, meu filho, e não pode desperdiçá-lo!”

Mas se não tenho a liberdade de desperdiçar meu “dom”, então não sou eu que tenho o “dom”: ele é que me tem, escravizado, em seu poder, condenado a ganhar a vida como desenhista só porque, ó que sina, eu tinha um “dom”.




Muda Mais: The New York Times mostra que Dilma estava certa e Miriam Leitão só fez o papel de pessimista

Durante a ~entrevista~ da presidenta Dilma Rousseff ao jornal Bom Dia Brasil, na última segunda-feira (22), a jornalista Miriam Leitão bem que tentou, insistiu e teimou com a presidenta para colocar o Brasil em má situação econômica. Mas o fato é que o pessimismo perdeu mais uma vez.

Na entrevista, em que Dilma foi interrompida pelos jornalistas OITENTA E DUAS vezes em 30 minutos e meio, Miriam afirmou que a Alemanha cresce a 1,5%, e o Brasil, a 0,3%. A presidenta discordou e mostrou o real crescimento do país europeu. “A Alemanha não está crescendo 1,5%. A Alemanha está crescendo 0,8%, e há dúvidas a respeito da continuidade. Tanto é que o índice, aquele Zeus, que mede a confiança do empresariado na economia, cai pelo nono mês consecutivo”, afirmou Dilma.




E não é que Dilma estava com os dados corretos? Na quarta-feira (24), o maior jornal do mundo, The New York Times, acabou por desmentir a jornalista em uma matéria a respeito da situação econômica na Alemanha (link is external) que reforça o que a presidenta Dilma afirmou. A reportagem mostra que existem temores de que a economia do país europeu esteja ameaçada de entrar em recessão e revela que um dos principais indicadores de confiança das empresas alemãs caiu.

"A economia alemã já registrou um declínio no segundo trimestre, quando a produção caiu 0,2% em comparação com o trimestre anterior. Outro declínio trimestral consecutivo colocará o país em recessão”, afirma o jornal. Dilma ainda reforçou durante a entrevista que a Alemanha, "que tem a indústria mais competitiva do mundo, está em uma situação difícil".




Não foi dessa vez que o pessimismo de Miriam Leitão venceu, colocando o Brasil em situação inferior à que ele se encontra. Inclusive, a jornalista foi a campeã de interrupções durante a entrevista, respondendo por quase metade das 82 interrupções. É mesmo difícil para os pessimistas aceitarem, mas o Brasil resistiu à crise e, em meio a altas taxas de desemprego no mundo, criou 20 milhões de vagas formais - o suficiente para empregar todos os desempregados pela crise na Europa. Enquanto o mundo desemprega 62 milhões de pessoas, o Brasil enfrenta a crise gerando emprego e renda.

Galaxy Alpha o iPhone da Samsung

Revelado em agosto, o Galaxy Alpha, novo smartphone da Samsung, chegou nesta sexta-feira, 26, às lojas americanas. O aparelho, feito com design de metal, custa US$ 613 (cerca de R$ 1.463), tem tela de 4,7 polegadas, processador Exynos 5 Octa e 32GB de armazenamento. Basta bater o olho nele para perceber a semelhança com o iPhone 5s - só que com Android 4.4.4.

Alguns sites estrangeiros já tiveram acesso ao modelo e publicaram seus reviews sobre a novidade da Samsung. Compilamos abaixo os principais pontos levantados:

Design

Segundo o The Verge, o fato da Samsung ter optado pela moldura de metal deixa o smartphone mais sofisticado, até mesmo em relação ao Galaxy S5. O Android Police concorda e ressalta a semelhança com as molduras dos iPhone 5 e 5S, com os mesmos acabamentos e arredondamentos nos cantos. Ainda de acordo com o AP, se a Apple não tivesse mudado o design do iPhone 6 e 6 Plus, o Galaxy Alpha seria um concorrente de peso no design.

Além do iPhone 5 e 5S, outros dois modelos de celular foram comparados ao Galaxy Alpha: o Ascend P7, da Huawei e o HTC One M7. O BGR afirma que o Alpha é um bom rival do Ascend, mas lembra que a Huawei dificilmente enfrentaria problemas de patente no famoso embate ApplexSamsung. Já o The Verge diz que o modelo tem design "idêntico" ao M7.

Alpha x irmãos da Samsung

O The Verge chama a atenção para a ausência de recursos (como a entrada microSD) e diminuição de outros em relação ao Galaxy S5, como uma câmera de 12 megapixels (ante 16MP no S5) e bateria de 1.860 mAh (2.800 mAh no S5).

Para o Android Police, o Alpha é "provavelmente o que você desejaria que o Galaxy S5 mini tivesse sido". A tela, por sinal, é bem similar à versão mini do S5 e também usa tecnologia AMOLED, mas é um pouco maior.

Bateria

No que diz respeito à bateria, o Android Police lembra, porém, que a resolução da tela é menor (1280x720 pixels) em relação ao Galaxy S5, o que compensa o gasto de energia. Nos testes do site feitos usando Wi-Fi e HSPA+, a bateria durou em torno de um dia com uso moderado e 3 horas com uso contínuo.

A duração se repetiu nos testes do The Verge também com uso moderado. Segundo a publicação, na maior parte do tempo, o Alpha coletou notificações e ficou sincronizando serviços como o Gmail e Twitter e mesmo assim, em dias de uso máximo, como por exemplo, navegando no Maps ou tirando fotos seguidas, a bateria "segurou da manhã até a noite".




Câmera

Apesar da diferença de 4 megapixels em relação ao Galaxy S5, no geral, a câmera do Alpha não deixou a desejar para o Verge. O site diz que o "foco é geralmente rápido". Os pontos negativos são a demora para abrir o aplicativo, as opções de grid, "que são enormes, mas não terrivelmente intuitivas", e a falta de opções para ambientes sem luz, nos quais é preciso usar o flash ou "desistir de tirar uma foto útil".

O Android Police também reclama dos ambientes com pouca luz, mas elogia o uso da câmera na situação contrária. "[A] performance na luz natural é boa, e fotos tiradas com HDR ficam ótimas e com bons detalhes", defende.

Conclusão

Se você procura um smartphone intermediário e com design mais sofisticado, o Galaxy Alpha é o ideal. Contudo, se estiver procurando por algo top de linha, opte pelo Galaxy S5 ou um iPhone 6. Como lembra o BGR, o "Galaxy Alpha é o primeiro de diversos celulares que começa a entregar componentes conhecidos de smartphones 'plastificados', mas com bordas de metal". Ainda não há previsão para o aparelho chegar ao Brasil.

do Olhar Digital!