Esse Bessinha





Dilma entre a cruz e a espada

Dilma entre dois fogos

A saída não está numa ponta (só negociação congressual) nem na outra (ignorar o Congresso e partir para o confronto na rua). Porém, numa aproximação das duas. A presidente precisa negociar, sim. Mas tem que sair do Palácio e fazer o debate, usando a força que vem das ruas, dos movimentos sociais. A direita pode enforcar-se na corda de sua arrogância.

Bom para Dilma e o país será ela dar corda para a grande mídia e o Psdb se enforcar. Leia mais>>>



Nunca desista do seu sonho!

Se ele acabou numa padaria
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Barão de Itararé

A antipolítica e a nova política é a (velhíssima) direita

por Fernando Brito - Tijolaço

Uma das melhores coisas dos jornais de hoje, além de ver a tucanagem cair no ridículo e facilitar a vida de Dilma Rousseff com sua estúpida e extemporânea “denúncia” de fraude eleitoral, é a entrevista do filósofo Paulo Eduardo Arantes, professor aposentado da USP (Universidade de São Paulo), na Folha de S. Paulo.
Com o perdão de alguns que possam ter se iludido pelas falsas semelhanças com a esquerda – afinal, nós, da esquerda, gostamos de rua, de manifestação e de juventude – Arantes vai ao ponto: as “jornadas de junho” foram o parto de uma nova direita no Brasil.
Arantes identifica ali a eclosão social de uma nova força, semelhante ao neoconservadorismo americano – cuja versão mais explícita é o “tea party”.
Uma direita que  “não está mais interessada em constituir maiorias de governo. Está interessada em impedir que aconteçam governos. Não quer constituir políticas no Legislativo e ignora o voto do eleitor médio. Ela não precisa de voto porque está sendo financiada diretamente pelas grandes corporações”
Seus integrantes, com o estereótipo do “branco bem sucedido” – onde mais significativo que a chapinha ou a tintura loura é a vaga noção de superioridade congênita – podem, diz o professor “”se dar ao luxo de ter posições nítidas e inegociáveis. E partem para cima, tornando impossível qualquer mudança de status quo.”
Historicamente – e aqui quem se aventura na explicação sou eu – nada de novo.


Igualmente a UDN nasceu de uma pequena burguesia que se afirmou como fruto do Brasil urbanizado e modernizado que vinha da Era Vargas. E reunia tanto as senhoras da TFP quanto alguns “sonháticos”que se vestiam da pureza virginal do moralismo.
Há outras considerações n entrevista de Arantes – cuja leitura recomendo. Uma das mais brilhantes, a meu ver é a que fala da sofreguidão  que a ascensão social imprimiu numa parcela expressiva desta classe média muito mais consumidora que cidadã: “desaprendemos a esperar. Isso é que mudou”.
É bom que nos acostumemos: isso não vai desaparecer. Ao contrário, esta direita negadora da política – e, portanto, das mudanças reais – vai continuar se expressando de sua forma bífida.
De um lado, a sua face mais grosseira – os Telhada, Bolsonaros, Malafaias, pedindo um Estado repressor de hábitos e, sobretudo, de  mudanças de hábito sociais cujos protagonistas, com igual sofreguidão, não percebem que estão acontecendo e, ao radicalizá-las de forma vazia, alimentam sua reação.
Mas de outro, muito mais perigoso, a de uma parcela da classe média e média-alta que quer, na política, apenas que o Estado encolha, suma, desapareça quase – exceto como provedor de “segurança” – porque  não admite que o caminho para país igualitário que lhes roube a – às vezes recém conquistada – condição de elite.
Ou melhor: de sub-elite, crua, inculta, vazia e, pior, má e desumana como a da colônia.

Mensagem do dia

A relação é um espelho

O autoconhecimento não segue uma fórmula. Você pode ir a um psicólogo ou psicanalista para descobrir sobre si mesmo, mas isso não é autoconhecimento. O autoconhecimento surge quando estamos conscientes de nós mesmos na relação, que mostra o que somos de momento a momento.
A relação é um espelho onde nos vemos como realmente somos. Mas a maioria de nós é incapaz de olhar para si mesmo como se é na relação porque imediatamente começamos a condenar ou justificar o que vemos. Nós julgamos, avaliamos, comparamos, negamos ou aceitamos, mas nunca observamos de fato o que é, e para muitas pessoas isto parece ser a coisa mais difícil de fazer; no entanto, só isto é o inicio do autoconhecimento. Se a pessoa é capaz de olhar a si mesma como ela é neste extraordinário espelho da relação, que não distorce, se a pessoa puder apenas olhar neste espelho com completa atenção e ver realmente o que é, ficar cônscio disto sem condenação, sem julgamento, sem avaliação – e a pessoa faz isto quando há o mais sério interesse – então ela descobrirá que a mente é capaz de se libertar de todo condicionamento; e só então a mente está livre para descobrir aquilo que está além do campo do pensamento. Afinal, conquanto estudada ou conquanto pequena a mente possa ser, ela é, consciente ou inconscientemente, limitada, condicionada, e qualquer extensão deste condicionamento está ainda dentro do campo do pensamento.
Então liberdade é uma coisa inteiramente diferente.




J. Krishnamurti

Josias de Souza: Para PSDB, confiança do TSE é muito suspeita

Há no Brasil 142.822.046 eleitores aptos a votar. Desse total, foram às urnas no segundo turno da eleição presidencial 112.683.879 almas. Houve 1.921.819 votos em branco e 5.219.787 nulos. Restaram 105.542.273 votos válidos. Desses, 54.501.118 (51,64%) foram para Dilma Rousseff. Seu rival Aécio Neves arrastou 51.041.155 (48,36%). Com 3.459.963 votos a mais, Dilma prevaleceu sobre Aécio, reelegendo-se. E os brasileiros foram cuidar do seu feijão com arroz.

De repente, decorridos quatro dias, o PSDB de Aécio protocolou no Tribunal Superior Eleitoral um pedido de "auditoria especial" do resultado do pleito. O tucanato esclarece na petição que não põe em dúvida a lisura da apuração e o trabalho da Justiça Eleitoral. Em nota, o partido enfatizou: "Temos absoluta confiança de que o TSE cumpriu seu papel, garantindo a segurança do processo eleitoral."
Uma pessoa apressada poderia perguntar: se o PSDB confia na correção do TSE, por que diabos deseja auditar as urnas? Um observador mais sofisticado compreenderá os tucanos. Pode existir alguma coisa mais suspeita do que uma conduta absolutamente irrepreensível? Pois é. O PSDB reiterou sua "confiança na Justiça Eleitoral''. Mas a turma da internet levou o pé atrás.

O PSDB anotou em sua petição: "Nas redes sociais, os cidadãos brasileiros vêm expressando (…) descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e à infalibilidade da urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens'', anota a petição do PSDB. É para tranquilizar a militância virtual que o PSDB pede uma auditoria. Bom, muito bom, ótimo. Há mesmo muita coisa estranha no ar.

Por exemplo: a eleição ocorreu em outubro. Trata-se de um mês que está assentado no calendário bem perto de outros dois meses suspeitíssimos. Como explicar que o 11º e o 12º mês do ano se chamem NOVEmbro e DEZembro?

Não é só: na última terça-feira (28), ao proclamar o "resultado parcial" das urnas, o TSE designou ministros para conferir os dados. Os Estados foram subdivididos em grupos e repartidos por sorteio.

O ministro Gilmar Mendes vai aferir os dados de quatro Estados: Amazonas, Alagoas, São Paulo e Tocantins. Seu colega Luiz Fux passará em revista as informações de Minas, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E assim sucessivamente… Só depois dessa revisão geral é que ocorrerá uma "proclamação oficial" do resultado das eleições.

Tanta checagem só poderia mesmo despertar essa onda de desconfiança que o PSDB detectou nas redes sociais. De novo, pode ter algo mais suspeito do que uma conduta assim, digamos, absolutamente irrepreensível?

O TSE ainda não deu uma resposta ao pedido de auditoria formulado pelo PSDB. Enquanto espera, o partido talvez devesse realizar uma auto-auditagem. Olhando-se no espelho, os tucanos poderiam perguntar a si mesmos: num instante em que 7 em cada 10 eleitores desejavam mudanças, como a maior legenda de oposição do país conseguiu eleger a adversária da continuidade?

Refinando a auto-investigação, o PSDB poderia perseguir uma segunda resposta: como Aécio Neves, o príncipe das Minas Gerais, foi capaz de ser derrotado no seu principado pela mineira-gaúcha Dilma Rousseff? Se encontrar respostas para essas questões, o tucanato talvez retire o pedido de auditoria que protocolou no TSE.

Tucanos pagando mico para tirar o foco das fraudes que praticaram

Autora Pisquila

O Carlos Sampaio sempre pagando mico. As redes estavam denunciando o golpe da fraude nas urnas, principalmente depois daquela suspeita votação "espetaculosa" que o Aécio teve em São Paulo no 1º turno, subindo 15% em relação as intenções de votos detectadas pelos institutos de pesquisas dois dias antes. Ou seja, a possibilidade de fraude na urna eletrônica foi mais um receio dos eleitores da Dilma do que os de Aécio. Eu acho que essa possibilidade não pode ser descartada no 2º turno sim, e em favor dos tucanos. Acho que erraram na mão para menos, confiando que o planfeto da Veja faria o resto e tiraria mais votos da Dilma e dançaram. Carlos Sampaio é o Chapolin Colorado dos tucanos.
P.S.:


O Chapolin dos tucanos pensa que nos engana. Na verdade o objetivo desse novo factóide é tirar o foco das fraudes das pesquisas Veritá e Sensus praticadas em favor do Aécio (crime eleitoral), além de desviar a atenção sobre  a apuração do golpe da Veja com a ajuda de tucanos e da Globo, para derrotar a presidente Dilma (Golpe de Estado é crime contra a Segurança Nacional).