Meu primeiro amor




A minha primeira mulher, sexualmente falando, chamava-se ou tinha o apelido de Rolinha e, como não podia de ser, tudo aconteceu em Ouro Fino, sul de Minas, a cidade natal da minha família.
Ouro Fino era, na época, uma cidade extremamente pacata – estamos falando de 50 anos atrás, quando eu tinha 13 anos. Tão pacata que nem prostíbulo tinha. A Tipoita pilheriava que um dia foi um circo a Ouro Fino e o leão, ao invés de urrar, falava “Oh! lugar...” imitando o urro do leão.
Pois bem. Foi nessa Ouro Fino que eu perdi a minha virgindade. Quem me guiou nessa vereda foi um amigo, primo torto, chamado Robertinho Barbosa. Apesar de ter a mesma idade que eu, Robertinho já era escolado na área sexual e, mais importante, sabia o caminho das pedras para se ter uma noite de amor em Ouro Fino.
O caminho das pedras era, na verdade, o caminho da casa da Rolinha, na zona rural de Ouro Fino. Lembro-me que saímos logo após o anoitecer e caminhamos pelo menos uma hora na zona rural, passando por pastagens, atravessando cafezais e cercas de arame farpado. No breu da noite, eu literalmente morri de medo. Medo de cobras, de onças que – diziam – existiam por ali, medo de bois bravos que imaginava correndo atrás de mim. Mas meu medo não era maior que minha excitação, que a perspectiva de tocar uma mulher de verdade e não apenas a mulher imaginária de meus momentos de masturbação.
Vimos de longe uma luz no meio do breu. Robertinho esfregou as mãos de contentamento. Se havia luz, era sinal de que a Rolinha estava em casa. E a nossa festa sexual garantida. Quando chegamos me assustei com o “Palácio do Amor” como dizia uma placa pregada na porta que, à nossa aproximação, foi aberta pela por uma mulher que deduzi ser a Rolinha. Era na verdade, uma casa de pau-a-pique, quatro paredes de bambu e barro, divididas internamente por panos grandes presos em cordas de nylon, dessas que usamos para pendurar varais de roupa em apartamentos. No aposento principal, onde ficava a porta de entrada, chão de terra batida, havia uma mesa tosca de madeira com três cadeiras, uma cristaleira onde se podia ver um pirex, duas ou três panelas, pratos, copos e talheres, tudo em pequena quantidade e no limite do uso, tal o desgaste. Encostado numa das paredes, um fogão de lenha a pleno vapor e, sobre ele, um grande caldeirão.
Rolinha não perdeu um segundo: cadê o dinheiro? O pagamento é adiantado, disse rispidamente. Robertinho, que era o financiador da aventura, meteu a mão no bolso e tirou as notas que já estavam preparadas e entregou-as a Rolinha. Senti, então, que a tensão sumiu dela e ela nos mandou entrar.
Prestei, então, atenção na Rolinha. Era uma mulher vistosa, grande, feições bonitas, mas tal qual seus apetrechos domésticos, estava acabada, no limite do uso. Já devia ter entrado na casa dos quarenta. A maquiagem pesada não escondia o desgaste do rosto e nem as sandálias havaianas escondiam os calcanhares rachados.
Ela explicou ainda que num dos outros dois “quartos” estavam seus filhos dormindo, o maior de cinco anos. O segundo quarto era o ninho de amor onde ela atendia seus clientes, nós dois e outros que viriam mais tarde. Explicou ainda que no caldeirão estava cozinhando uma cabeça de porco, a refeição da família no dia seguinte.
Mas a explicação que ela deu e que era visível é que ela estava grávida de seis meses, maior barrigão! Meu deus! O que fazer? Como ia perder a virgindade com uma camponesa sem glamour nenhum e, ainda mais grávida?
Rolinha não deu tempo para pensar: - Vamos, quem vai ser o primeiro? Não tenho tempo a perder. Eu era o primeiro, tínhamos tirado no par ou impar. E, de repente passaram todos meus receios, minhas dúvidas, meus constrangimentos e mergulhei de cabeça no corpo disforme mas nu de Rolinha. Nunca mais me vi tão fora de mim, tão entregue como naqueles momentos. Vou poupar o leitor dos detalhes.
Alguns minutos estava de volta à sala, meio levitando sem saber direito o que tinha acontecido. Agora era a vez do Robertinho e eu ia ficar esperando da sala. Sentei à mesa ainda assustado e então me ocorreu comer um pedaço da cabeça de porco que ainda estava no fogo. Peguei uma orelha e um belo pedaço de bochecha. Salpiquei com uma farinha que encontrei e comi tudo com voracidade.
Daí a pouco saiu o Robertinho, leve e saltitante como eu. A Rolinha nos despediu, convidou para voltar outro e nos pôs porta afora. Saímos contanto o que tínhamos feito ou não no “ninho do amor” sem nos incomodar se era verdade ou não.
Foi então que contei ao Robertinho que tinha comido um bom pedaço da cabeça do porco.  Ele ficou sério, parou e me disse: - olha, quando você estava no quarto e eu na sala, eu subi no fogão e, só de sacanagem, dei uma longa mijada no caldeirão do porco!
Como o Robertinho podia ter um coração maldoso assim!



Dilma: o pessoal do "Não vai dar certo" nunca realiza






Por Genaldo de Melo. A presidente Dilma Rousseff participou nesta sexta-feira, 14, em Juazeiro, região norte da Bahia, da entrega de 1.480 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. Animada com recentes vitórias no campo político e com a debelada do golpe, Dilma garantiu que a atual crise econômica é passageira. “E... mais »



Paulo Moreira Leite

Depois do encontro com Dilma, o dia seguinte
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A impressão de que muito lentamente as nuvens mais negras da situação política começaram a dissipar-se ganhou um novo reforço na tarde desta quinta-feira, no Planalto. 
O encontro da presidente Dilma Rousseff com lideranças daquela parte do país profundo que costuma ser chamada de "movimentos sociais" foi especialmente bem sucedido. Confirmou que o governo tem uma base social organizada, muito mais importante do que a verdade numérica captada pelas pesquisas de opinião. Num país habitado por movimentos golpistas, foi uma importante iniciativa em defesa da democracia. Mas o evento deixou perguntas essenciais para o dia seguinte, num país onde o desemprego sobe e a perspectiva de recessão se tornaram questões urgentes. 
As entidades que precisavam comparecer -- sindicatos, sem-terra, sem-teto, entidades de mulheres e outros mais -- estavam presentes. Os oradores disseram exatamente aquilo que faziam questão que a presidente ouvisse. Gritaram "não vai ter golpe" e bateram duro na política econômica, em especial na taxa de juros e na recessão. Vários oradores pediram a cabeça de Joaquim Levy, o que não é surpresa, pois ele é  alvo frequente de várias lideranças presentes. Recentemente, o MST ocupou a sede do ministério da Fazenda por 24 horas, obrigando o titular da pasta a despachar em casa. Guilherme Boulos, líder do MTST, que tem 40 000 famílias organizadas em oito estados -- metade em São Paulo -- considera que aquilo que se chama de "lulismo" é um fenômeno extinto e acusa Dilma de promover uma política "neoliberal" com Levy.
Algumas intervenções foram tão duras que, em determinado momento, ouviu-se um grito da platéia que provocou risadas: "nóis báti mas nóis te ama, Dilma!".
A presidente fez um discurso que boa parte dos presentes com os quais conversei classifica como o mais claro desde a posse. Assumiu um compromisso solene em relação ao pré-sal, hoje uma pauta quente no Congresso, em função do projeto 131 que pretende mudar as regras do pré-sal: "enquanto eu for presidenta, vou lutar com todas as nossas forças contra qualquer mudança na lei de partilha". A presidente também assumiu a defesa dos programas de conteúdo nacional, responsáveis pela geração de empregos e ampliação do mercado para a industria -- ameaçados pelo desmantelamento em curso depois das investigações da Lava Jato.
Falando de improviso a partir de anotações, Dilma mostrou-se à vontade como poucas vezes. Fez defesas oportunas das regras da democracia. Defendeu o diálogo e lembrou que "diálogo é diferente de pauleira." Depois de lembrar que viveu muitas experiências na vida, a presidente disse: "eu tenho lado", frase que sugere que os presentes gostaram de ouvir. Numa observação especialmente feliz, registrou que o Brasil pode ter a sétima economia do mundo, e que isso é bom, mas ainda está longe de ter obtido o mesmo desenvolvimento em sua construção como nação, o que é mais difícil e mais importante.
Horas antes do encontro de Brasília começar, ocorreu um protesto na avenida Paulista, em São Paulo, que por três horas reuniu lideranças sindicatos e empresários ligadas a Abimaq, pedindo redução nos juros, para estimular investimentos e criação de empregos. Na cidade que é também a principal fortaleza da oposição ao governo, o afundamento da economia começa a causar preocupações reais em autoridades. Emissários do prefeito Fernando Haddad têm procurado entidades populares para debater medidas de emergência -- como transporte gratuito para desempregado. Os sindicatos de trabalhadores também têm sido procurados pelo governo de Geraldo Alckmin pela mesma razão.
Hoje, um conjunto de oito sindicatos de São Paulo, ligados à CUT, Força Sindical e UGT, as maiores do país, publicam um anúncio nos grandes jornais.
É um documento com relevância política inegável. Assinado por Miguel Torres, dos Metalúrgicos de São Paulo, Jovandia Moreira Leite, dos Bancários, Ricardo Patah, dos Comerciários, entre outros, o anúncio defende a democracia e condena a política econômica. Numa resposta direta aos movimentos golpistas, repudia os "intentos desestabilizadores", que conduzem a um "retrocesso político-institucional". Diz ainda que a situação exige um "claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos poderes da República" como condição para "a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico."
São questões da vida real que estão em toda parte. Em Brasília, depois do evento, a caminho de casa -- e para o aeroporto -- a pergunta em muitas mentes era outra. Será que o governo irá oferecer respostas para a vida real da maioria dos brasileiros?
Ou, mais uma vez, irá confirmar que "só usa vermelho quando está perto da gente" como observou uma liderança, na saída?
Embora a profundidade do estrago econômico já provoque perplexidade e mesmo temor junto a uma parcela dos empresários, não há dúvida de que a política de austeridade conduzida com indisfarçável dogmatismo por Joaquim Levy garante a Dilma um respaldo importante em outras esferas.
Mas a menos que a dureza de hoje se transforme, rapidamente, num crescimento pujante que não se consegue enxergar, a persistência do ajuste tem um preço previsível. Será o gradual afastamento daquelas pessoas que, ontem, gostaram de sentir-se do mesmo "lado" que a presidente.
Na medida em que pequenas vitórias mostram a consciência democrática entre os brasileiros, surge um problema que o governo não sabe como resolver. Como dar respostas para aqueles que sempre estiveram lado de Dilma, inclusive quando o governo se encontrava num ponto tão baixo que ninguém imaginava que poderia ser atingido?
Considerando que as críticas de ontem são o contraponto necessário aos pontos da Agenda Brasil, que Renan Calheiros apresentou, lideranças que participaram do ato de ontem se uniam a parlamentares para defender uma proposta que pode apontar uma perspectiva: reativar para valer o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, também conhecido como Conselhão. A ideia é que ali será possível debater e avançar propostas concretas de empresas e sindicatos que apontem para o ponto cada vez mais essencial, preparar a retomada do crescimento.



Jornalismo Wando




Twitter do dia:

Revoltados Online falando que Lula será ministro para ganhar imunidade. Queridos, se ele quisesse imunidade bastaria se filiar ao Psdb.

@JornalismoWando


Oração dos netos




Vovó que estais em casa 
Bendito sejam os teus afagos 
Venham a nós teus beijos e abraços 
Assim como teu carinho e tua bondade
Os teus dengos de cada dia nos dai hoje 
Perdoai as nossas bagunças e traquinagens
Assim como perdoo a dos nossos pais
Não nos deixai cair em tentação
Livrai-nos de todo castigo
Amém



São as ideias

Briguilinks do dia