Os brasileiros que saíram às ruas neste domingo deveriam reconhecer alguns fatos concretos:
1) A presidente Dilma Rousseff estaria numa situação muito mais confortável se, no início da Operação Lava Jato, tivesse agido para conter o alcance das investigações, seguindo o exemplo de governos anteriores.
2) Sua situação também seria bem mais tranquila se ela não tivesse, desde o seu primeiro mandato, demitido diretores da Petrobras como Paulo Roberto Costa e Renato Duque.
3) Ela também teria alívio no Congresso se, no início do segundo mandato, tivesse fechado um pacto para apoiar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara. Com isso, um pedido esdrúxulo de impeachment jamais teria prosperado.
Dilma está na situação em que se encontra justamente porque decidiu deixar como uma das marcas da sua passagem pelo Palácio do Planalto o combate à corrupção. E o que se viu, com a Lava Jato, é que ela está entranhada em todo um sistema político que apodreceu, contaminando todos os seus principais atores – tanto do governo como da oposição.