Juliano Santos - O Nassif é tão bonzinho


Comentário ao post "O xadrez de Ilan Goldfajn" de Luis Nassif

O Nassif é tão bonznho, as vezes parece a velhinha de Taubaté. O Parente pode ter um nível intelectual acima desses aí que acham que planta industrial é um vegetal. Provavelmente esses são indicações do Cunha. Mas isso não importa. O que importa é que o cara está lá para vender o pré-sal a preço de banana.
Sem dúvida que não se pode comparar o nível de preparo da porção tucana do governo Temer com a porção Cunha. A primeira está lá para fazer a privataria II, o retorno. Ou melhor, acabar o serviço que o FHC não teve tempo. São todos cultos, letrados e acima de tudo elegantes. Mas no final das contas o resultado é o mesmo.  Pau no lombo de nosotros!
PS: O cara do Itaú vai criar uma instância acima do BC para o governo fazer política monetária menos comprometida com o mercado
Autor: Juliano Santos

Luis Nassif - o xadrez de Ilan Goldfajn

GGN - Continua a montagem do governo interino de Michel Temer.
Nos Ministérios, em geral, é uma surpresa atrás da outra, do Ministro da Saúde que não sabe interpretar indicadores do SUS, e sustenta que plano de saúde não deve ser regulado, ao Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que admite que sua única experiência com a indústria foi como contador de uma fábrica.
De uma maneira geral, o segundo escalão está sendo inteiramente loteado, em um grau até hoje inédito.  Possivelmente nem no interregno de José Sarney chegou-se a tal nível de aparelhamento.
Mas na montagem de parte da equipe econômica está se acertando mais o passo.
A indicação de Pedro Parente para a presidência da Petrobras é garantia da manutenção da profissionalização de gestão instituído por Aldemir Bendine e da consolidação dos sistemas decompliance.
Parente é um funcionário público de carreira, com passagem bem-sucedida pelo setor privado. No governo FHC, foi a grande âncora na qual se sustentou o governo, depois dos desastres do apagão.
Na economia, persiste a visão fiscalista torta, de buscar o equilíbrio fiscal à custa de mais cortes orçamentários. Mas houve um ganho efetivo na indicação de Ilan Goldjan para o Banco Central, pela possibilidade de corrigir alguns dogmas do mau monetarismo.

A peça do BC

Uma das poucas notícias positivas estruturantes, nos últimos tempos, foi o anúncio da possibilidade do próximo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, criar uma instância superior à do Banco Central para formular a política cambial.
O país tem uma resistência histórica a corrigir erros óbvios. Adota-se uma teoria incorreta, mas que gera vencedores. Constatadas as inconsistências, elas se perpetuam mantidas pelos grupos vencedores. É o caso da política cambial brasileira, a maneira como ficou subordinada ao sistema de metas inflacionárias.
Criou-se uma situação esdrúxula. A qualquer soluço da inflação, independentemente das causas (choque de oferta ou de demanda, problema climático, choque cambial), aumentam-se os juros. Imediatamente, iniciam-se duas consequências deletérias:
1      Mais juros, mais entrada de dólares, mais apreciação cambial. Isto é, o real fica mais valorizado comprometendo as exportações.
2      Juros na veia do orçamento, pressionando a dívida pública e comprometendo fatias cada vez maiores do orçamento.
No entanto, não há nenhuma restrição, nenhum limite contra essas sequelas. Em todo esse longo período, que vem do início da gestão Armínio Fraga no BC até hoje, o BC atuou de forma esdruxulamente independente. Não se travava da independência técnica – necessária na implementação da política monetária – mas no direito absoluto de criar desajustes cambiais e custos astronômicos de juros.
Em todo país civilizado, a política cambial é elemento central de política econômica, diretamente ligada a um projeto de país. Nenhum governo abre mão do poder de decidir sobre o câmbio.
Se quer estimular a indústria interna, mantém a moeda desvalorizada. Se julga a economia suficientemente forte, valoriza a moeda. Se quer praticar populismo cambial, aprecia o câmbio. Seja qual for o objetivo, definir a política cambial é prerrogativa de governo. Ou, no mínimo, de um conselho interdisciplinar que analise todos os impactos da política monetária sobre o conjunto da economia, incluindo emprego e orçamento.
Não se sabe até que ponto, como presidente do BC, Ilan ousará as propostas que podia elaborar livremente, de fora do governo. Se instituir esse conselho, com uma composição de peso, e acelerar a queda da taxa Selic, ante a iminência de queda acelerada da inflação, terá dado sua contribuição.

Contra o golpe e a favor da Democracia

Ontem, hoje, amanhã e sempre que for necessário vamos às ruas defender a Democracia.
Milhares de pessoas vão se reunir hoje à noite no Rio. Caetano Veloso e Erasmo Carlos confirmaram presença no ato em defesa do Ministério da Cultura, às 18 horas, lá no Palácio Capanema.
Na Esquina Democrática, em Porto Alegre, espera-se mais do que os 30 mil presentes na última marcha (veja o vídeo abaixo, onde um rio de gente vai passando, passando…). a partir de 17 horas.
Em Belo Horizonte, na mesma hora, protesto na Praça Afonso Arinos.
Amanhã, em Curitiba; domingo em São Paulo. E por aí afora, muito mais.
E é só olhar e ver que não é “coisa do PT”, que está tão baratinado que não consegue nem divulgar uma agenda de manifestações.
Como, então, enchem, ainda mais que a mídia, quando a divulga, faz em doses absolutamente homeopáticas?
É ilegitimidade, que brota de todos os furos e cabeçadas que o neogoverno mostra.
E não começou o social, porque as maldades contra os trabalhadores ainda vêm por aí.
Fernando Brito no Tijolaço

Twitter da hora

Enquanto existir a quadrilha jurídica [midiática e do MPF] a quadrilha tucana vai nadar de braçada.
Até quando?
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Golpe - Pig faz confissão involuntária

Cunha impõe a Temer o mesmo cerco parlamentar que asfixiou a gestão Dilma
por Josias de Souza

Michel [Traíra] Temer imagina estar lutando por um lugar na história. Mas, por ora, cuida mesmo é da unidade dos partidos ditos aliados, que querem apenas as benesses do poder, não um bom verbete na enciclopédia. Filiado ao mesmo PMDB de Temer, Eduardo Cunha dedica-se a dificultar-lhe a vida. Repete agora a mesma estratégia que utilizara para sitiar a gestão de Dilma Rousseff na Câmara.

Afastado do mandato pelo STF, Cunha reuniu na última terça-feira (17), na residência oficial da Câmara, líderes dos partidos que integram sua infantaria parlamentar. Para elevar o poder de barganha, os comensais de Cunha decidiram se juntar num mega bloco partidário. Têm potencial para colocar 225 votos no plenário. Juntando-se aos 66 deputados do PMDB, roçam os 300 votos.

Em fevereiro de 2014, quando ainda era apenas líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha formara um aglomerado partidário semelhante para cercar a gestão Dilma. A diferença está no nome. Há dois anos, o ajuntamento foi batizado de “blocão”. Hoje, chama-se “centrão”. Age com a mesma sutileza de elefante. O ato inaugural do grupo foi atravessar na traqueia de Temer um deputado indigesto: André Moura (PSC-SE).

Apinhado de deputados do baixíssimo clero, o centrão exigiu que Moura fosse nomeado por Temer líder do governo na Câmara. Ameaçou rebelar-se se o Planalto insistisse em entregar o posto para o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), como pretendia. Temer e seus operadores piscaram. A despeito de o preferido de Cunha arrastar correntes em oito processo no STF —de improbidade até uma tentativa de homicídio— Moura foi acomodado no posto de líder.

O grupo tem a grandeza da vista curta e é movido a interesses mesquinhos. Integram-no partidos que apoiaram os governos petistas e traíram Dilma no impeachment —legendas como PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, PROS, PSL, PTN, PEN… Isolados, piam pouco. Juntos, gritam muito. Sob Dilma, deixaram PT e PCdoB falando sozinhos no plenáro. Agora, tentam impedir que PSDB, DEM e PPS, recém-embarcados no ônibus governista, reivindiquem assentos na janelinha.

na Folha de São Paulo