Bandido do Palácio do Planalto debocha dos desempregados, mais para série: Eu acho é pouco

 : Kiko Nogueira

Não bastasse tudo, o Brasil acaba de ganhar, com algum atraso, um simulacro de Maria Antonieta. Não me refiro a Marcela Temer, que, aliás, anda desaparecida, mas ao marido.

Michel Temer conseguiu fazer piada com as centrais sindicais que protestavam contra a flexibilização dos direitos trabalhistas em frente ao Palácio do Planalto.

Num discurso em que falou da proposta que elevou de 60 para 120 meses o prazo para parcelamento de dívidas tributárias de micro e pequenas empresas, fez uma ironia tacanha e quase psicótica.

Os manifestantes “aplaudem este grande momento do governo federal”.

Era coisa bem diferente do que ocorria no auditório, onde os circunstantes distribuíam “palavras de incentivo e aplausos entusiasmados”.

Arrematou com uma tirada: “Quem sabe, quando os senhores saírem, convidam aqueles que estão lá fora. Se não têm emprego, quem sabe arruma emprego. Acho que é uma fórmula muito adequada”.

O desemprego bateu em 11,8% no terceiro trimestre, segundo o IBGE. São 12 milhões de pessoas, 437 mil a mais do que no segundo trimestre, um crescimento de 3,8%. Cabe piada?

Nunca se comprovou que a frase que imortalizou Maria Antonieta fosse dela. “Se não têm pão, que comam brioches”, teria dito a rainha da França ao cocheiro que lhe contou por que as pessoas nas ruas pareciam desgraçadas.

Em 1793, ela perdeu a cabeça. Nosso Carlos Magno, apesar de não ter pescoço, está no caminho.

Tá ficando bom, e vai ficar melhor ainda. Amanhã promotor manda prender mininistro do STF

Seu “promotô mandô” : algema na garotada

POR FERNANDO BRITO 

Sem ordem judicial, um promotor de Tocantis, “resolveu” a ocupação de uma escola no Tocantins por adolescentes.

Mandou chamar a tropa, bem munida de algemas e exerceu logo as suas “convicções”.

Recolhe“!

Mandado? Não vem ao caso. Juizado de Menores? Besteira, apesar de apenas dois dos 23 alunos levados para a delegacia terem mais de 18 anos.

Como é que Sua Divinescência vai ser impedido de exercer a sua nobre missão de “proteger os jovens” com seus braceletes de ferro.

”Diante da resistência de alguns estudantes em desocupar o imóvel e com o objetivo de resguardar a integridade física dos próprios alunos, o promotor ordenou que a autoridade policial contivesse com o uso de algemas dois estudantes que se recusavam a deixar o Colégio”, diz o G1.

E ai de alguém que o chame de “promotoreco”, porque agora isso é ofender a instituição.

A “assessoria” informal de Alexandre Frota ao Ministro da Educação vai se tornando cada vez menos uma ironia e cada vez mais um símbolo trágico.

Há cem anos havia a palmatória. Agora é a “algema educativa”.

Quem é alexia dechamps?

por : Nathali Macedo

Quem é ela?

A pergunta do título não é retórica. Eu realmente nunca ouvira falar de Alexia o dia em que, de acordo com o deputado federal Pedro Vilela, ela teve a infelicidade de disparar que “paga o Bolsa Família dos nordestinos”.

Fui pesquisar. Descobri que Alexia, descendente de europeus e criada em Búzios (RJ), começou a carreira como modelo da Calvin Klein e estreou na televisão, numa novela global, por indicação de Gilberto Braga, a quem ela mesma chama de “seu padrinho televisivo”.

Terminou com personagens secundários na Globo. Ela era aquela que interpretava a amiga da amiga da protagonista, o que explica o motivo pelo qual jamais ouvimos falar nela.

Recentemente, numa nova tentativa de fugir do ostracismo, participou do Reality Show O Aprendiz.

Sobre a “carreira artística” da moça, portanto, aparentemente nada digno de nota: apenas uma modelo que a globo transforma em atriz, como se a sexta arte estivesse ao inteiro dispor de uma mídia canalha.

Lamento, mas não está. Há artistas de verdade nos quadros da Rede Globo. Esses não lambem as botas da emissora porque não precisam: estão lá pelo talento. E pelo talento podem estar em qualquer outro trabalho (e deveriam, se me permitem uma sugestão).

Talento não é o forte de Alexia. Foi atriz por conveniência dos padrões de beleza: é loira, rica e bem nascida. Sangue azul. E para obedecer ao protótipo, precisa, é claro, dizer asneiras.

Primeiro, o Bolsa Família não é dos nordestinos, é das pessoas pobres do Brasil inteiro. Mas por que ela se preocuparia com os miseráveis do país?

(Fique tranquila, Alexia, porque no que depender de Michel Temer, os miseráveis continuarão miseráveis e os privilégios de gente como você serão mantidos.)

Segundo, a “atriz” não paga o Bolsa Família do Nordeste, do Sul ou de lugar nenhum. Ao contrário do que disse, ela não é povo, em nenhum dos sentidos do termo. Ela é elite. E nós, o povo brasileiro, sustentamos os privilégios desta elite branca e rica.

Não vou dizer que nós temos Tom Zé, Raul Seixas e a primeira capital do Brasil – isso seria chover no molhado. Só vou perguntar, com sotaque baiano e tudo:

Que orixá é Alexia Dechamps no Dique do Tororó.

Sobre o Autor

Colunista, autora do livro "As Mulheres que Possuo", feminista, poetisa, aspirante a advogada e editora do portal Ingênua. Canta blues nas horas vagas.

Temer arromba as contas públicas

- O governo federal arrecadou R$ 94,770 bilhões em impostos e contribuições em setembro. O resultado representa uma queda real de 8,27% em relação ao mesmo mês de 2015, já descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial utilizado pelo governo.

Os números foram divulgados hoje (27), em Brasília, pela Receita Federal. No acumulado do ano, o governo arrecadou R$ 911,951 bilhões de janeiro a setembro de 2016, cifra maior do que a do ano passado (R$ 901 bilhões), mas que representa uma queda real de 7,54 % após descontados os efeitos da inflação

Felipe Pontes

Lava jato: chantageia descaradamente

Sob comando de Janot e Dellagnol, delação é ameaçada por incriminar Serra

Jornal GGN - Passaram-se quatro meses desde que executivos da Odebrecht delataram à Procuradoria-Geral da República e à força-tarefa da Operação Lava Jato que José Serra (PSDB-SP) recebeu o equivalente a R$ 34 milhões da empreiteira por caixa dois, para a campanha de 2010.

Detalhes foram fornecidos aos investigadores, como o fato de que parte do dinheiro foi entregue no Brasil e outra transferida por meio de depósitos bancários em contas no exterior. O delator, executivo da empreiteira, chegou a assegurar o envio de extratos bancários que tinham a campanha do tucano como destinatário final dos depósitos. 

Desses R$ 25,4 milhões de caixa dois, segundo a empreiteira, no ano de 2010, apenas R$ 2,4 milhões foram registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doações legais da Odebrecht ao fundo do então senador e hoje ministro de Relações Exteriores de Michel Temer. Assim, Serra recebeu R$ 23 milhões ilegais, por "fora".

O relato, soube-se agora, era de Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht. 

Mas naquele 20 de junho, quando a notícia foi divulgada nos meios de comunicação, o acordo de delação não havia sido fechado pela PGR, comandada por Rodrigo Janot, e pela equipe de procuradores de Curitiba, comandada por Deltan Dallagnol.

Leia mais: Delações atingem Serra, que teria recebido R$ 23 milhões via caixa dois

Nesses quatro meses, o que teria justificado o atraso para fechar o acordo de Novis com os procuradores da Lava Jato? A colunista Monica Bergamo responde: "O executivo acabou 'enquadrado'".

A expressão faz referência ao fato de que os investigadores literalmente pressionam o delator a prestar as informações com o direcionamento que a Lava Jato quer. No caso de Pedro Novis, os procuradores consideravam que o ex-presidente da companhia "tentava dourar a narrativa que envolvia a relação da empreiteira com personagens do mundo político, como o atual chanceler José Serra".

E, da mesma forma, mas na contramão, a pressão viria para "dar mais informações sobre o ex-presidente Lula", sob o risco de a força-tarefa ameaçar interromper as negociações de delação premiada, justificando que o delator omite fatos para preservar Luiz Inácio Lula da Silva, a exemplo do que ocorreu com Alexandrino Alencar.

De forma simplificada, as equipes comandadas por Janot e Dellagnol pressionaram Pedro Novis a evitar as acusações contra Serra e, na medida do possível, delatar contra Lula.

A maior ferramenta de pressão para conquistar o que os investigadores da Lava Jato buscam é o atraso e risco de o réu da Operação não ter o abrandamento da pena que o acordo pode trazer às severas condenações do juiz federal de primeira instância do Paraná, Sergio Moro.

Operação ilegal da PF no Senado foi suspensa

Policiais federais com material apreendido durante operação no Senado

O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu hoje quinta (27) suspender a Operação Métis, deflagrada pela Polícia Federal no Senado na semana passada.

Na decisão, Teori remete o processo da 10ª Vara Federal do DF para o STF.

A operação havia prendido quatro policiais legislativos, entre eles o diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, sob a suspeita de obstruir as investigações da Lava Jato contra senadores e ex-senadores. Todos já foram liberados.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que entraria com recursos no STF contra a ação, considerada por ele ilegal por não ter tido aval da Suprema Corte.

O despacho de ministro foi feito sobre a reclamação apresentada pelo policial legislativo Antônio Tavares, um dos alvos da ação da PF.

Ele pediu ao Supremo, na terça (25) a anulação da operação, sob argumento de que a Polícia Federal usou uma estratégia ilegal para investigar senadores sem o aval do STF.

Teori determina ainda a libertação de todos os suspeitos que eventualmente permanecem presos. Os quatro detidos, porém, já haviam sido soltos.

ENTENDA

De acordo com a Polícia Federal, a Operação Métis, deflagrada na sexta (21), visa desarticular uma suposta organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava Jato.

A investigação nasceu a partir de informações fornecidas à PF, no âmbito do STF, por um policial legislativo, o servidor Paulo Igor Bosco Silva, que fechou acordo de delação premiada.

De acordo com ele, varreduras contra escutas eram feitas pela Polícia do Legislativo para proteger Senadores investigados.

Aparelhos de detecção de grampos em poder da Polícia Legislativa teriam sido usados em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex-senadores: Fernando Collor (PTC-AL), Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA).

O Senado afirma que a Polícia Legislativa atua dentro dos limites da Constituição, de acordo com as normas legais e o regulamento administrativo da Casa.

Rir é o melhor remédio

Duas loiras estão batendo a cabeça numa da outra, passa um senhor e pergunta:

- Por que estão a bater cabeça?

- Não estamos a bater cabeça. Estamos trocando ideias, respondeu uma delas. E deu outra cabeçada na amiga.
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