Gregorio Duvivier: A gente pode fingir que o Temer continua, deixa ele dormir no Jaburu

Temer parece o Fluminense no Brasileirão de 2013: não entendi até agora por que não caiu. Confesso que até eu, que sou tricolor, fiquei perplexo naquela ocasião. Da mesma forma imagino Michelzinho já de malas feitas pra deixar o Jaburu quando percebeu: "Ih. Papai não caiu?".

Se Temer não cair depois de se reunir secretamente com um sujeito investigado pela polícia, fornecer informações privilegiadas, consentir com suborno e escrever os piores poemas da língua portuguesa, Temer não cai nunca
Um advogado alegou, em defesa de Temer, que, por causa da idade avançada, ele pode não ter entendido direito o que Joesley afirmou, e pode ter concordado só por educação, porque afinal seria chato perguntar "o quê?" pela quinta vez. Ah, mas só de se encontrar com Joesley ele já estaria cometendo um crime. Sua visão talvez esteja comprometida, explicará a defesa, e ele pode ter confundido Joesley com Alípio Martins, compositor de "piranha é um peixe voraz".

Não será difícil para os advogados do presidente ancorar a defesa com provas. Outro dia o presidente disse que o governo economizou "milhões de cruzeiros", moeda que já não existe há 24 anos e disse que os Estados precisam de maridos. A senilidade explica não somente o áudio do Joesley, mas o governo Temer como um todo.

Por isso, talvez, o governo tenha sido um desastre: as pessoas propõem absurdos e ele faz que sim com a cabeça porque não tá entendendo nada.

"O senhor presidente aprova que o trabalhador rural seja remunerado com casa e comida?"

"Vou bem, meu filho, obrigado."

"Mas o senhor apoia a reforma?"

"Obrigado, querido, e manda um beijo pro seu pai."

"Pessoal, acho que tem o nosso apoio, sim, vamos votar."

Só a senilidade isentaria o presidente das mil acusações que pesam sobre ele. E entendo também que não seja o caso de despejar um senhor que já não diz coisa com coisa. O choque pode matá-lo. Proponho então que a gente faça como no filme "Adeus, Lênin". A gente finge que ele continua no poder, pode até dormir no Jaburu e frequentar o Planalto, mas na função que ele nasceu pra desempenhar: a de presidente decorativo.

E, por favor, ninguém avise a ele que a moeda já não é mais o cruzeiro, o choque pode ser traumático.

Temer mente



(...) descaradamente.
Flagrado pela PF - Polícia Federal - cometendo inúmeros crimes, o corrupto golpista Temer achou pouco e mentiu pela milionésima vez na entrevista dada e publicada a Folha de São Paulo hoje segunda-feira (22/05). Ele afirmou que recebeu o colega ladrão, Joesley Batista no subsolo do Palácio do Jaburu, de fim da noite de 7 de março, porque imaginava que ele viesse falar sobre a Operação Carne Fraca – e não sobre as ações penais em que é réu. Acontece que a Carne Fraca só aconteceu dez (10) dias depois desse encontro do dia 17 de março. Cada vez mais isolado, Temer pode cair a qualquer momento, embora tenha dito que não irá renunciar. Seus últimos aliados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já falam em renúncia. quem revelou a mentira de Temer foi o jornalista Eduardo Bresciani, do jornal O Globo.
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Hildegard Hangel

Afunda o Titanic. Em que ponto do Lago Paranoá vai para a safira azul?

Michel Temer falou em rede nacional hoje. Mas sua situação permanece muito complicada. Insustentável. Neste cenário, ele deverá se manter, em equilíbrio delicado, escutando o derradeiro concerto de violinos do Titanic, até 6 de junho, data do julgamento, pelo TSE, da Chapa Dima-Temer. Então, o Transatlântico Temer deverá sossobrar de vez, levando junto os últimos que lhe forem fiéis (alguns já embarcam nos botes de salvação, com Roberto Freire na proa).
Resta saber em que ponto do LagoParanoá será atirado o colar de brilhantes com a imensa safira azul, do filme do Leo di Caprio. Meninas, preparem os escafandros, que eu já estou ariando o meu!
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Above the streets, below the clouds

tiro de apartamentos modernos
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Acima das ruas, abaixo das nuvens
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Midiotas, coxinhas e paneleiros, já deu para entender por que derrubaram Dilma ou precisa desenhar?



Brasil 247 - Eduardo Cunha, que virou presidente da Câmara comprando deputados, usava sua bancada para tentar extorquir o governo da presidente Dilma Rousseff; Michel Temer, beneficiário do golpe de Cunha, está nu e foi revelado ao País como um profissional da arrecadação de propinas; as delações da Odebrecht e da JBS também confirmaram que Dilma demitiu um operador de Temer e reduziu pela metade o contrato de uma mega propina para o PMDB; além dos dois, Aécio Neves era também um profissional do crime – a tal ponto que Joesley Batista chegou a pedir "pelo amor de Deus" para que ele parasse de pedir dinheiro; Dilma fez de tudo para não se render à bandidagem e caiu; ainda assim, mesmo depois de golpeada, ele seguiu altiva e mandou avisar que a luta pela reconquista da democracia não tem data para acabar; a questão, agora, é: quando o Brasil irá pedir desculpas a ela?
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Charge do dia

Viva o governo Temer
esquiel
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A ruína do golpe

(...) o juízo da história e o movimento da Elite, por Aldo Fornazieri

O arranjo do golpe ruiu. Se não vierem eleições diretas e Temer continuar no governo, o que se verá nos próximos meses  será um semimorto se arrastando, com as carnes rasgadas e dilaceras, empunhando um bastão, ainda tentando fazer algum mal ao povo brasileiro.A história foi justa, rápida, implacável e severa para com os líderes do golpe e suas respectivas quadrilhas. Aécio, Temer e Cunha lideraram o impeachment para se apossar do poder, barrar a Lava Jato e continuar cometendo crimes, o último, inclusive, da cadeia.
Quis a história ou a deusa Fortuna retirar o debate acerca do caráter golpista do impeachment do terreno acadêmico e especulativo para colocá-lo no terreno dos fatos, pronunciando uma sentença irrevogável e definitiva: o impeachment foi golpe e, a cada dia que passa, novas revelações comprovam o seu caráter conspirativo. Com isso, foi julgada também a conduta de vários intelectuais, analistas consultores e jornalistas que se acovardaram diante dos acontecimentos e da pressão dos interesses opressivos e criminosos que agrediram a democracia.
A história carimbou a conduta do Supremo Tribunal Federal com a marca de omisso e conivente. A questão era simples: não se pode tirar um governo eleito, em nome do combate à corrupção, para colocar em seu lugar as piores e mais especializadas quadrilhas que vinham assaltando o poder público há décadas. Tal artimanha das elites estava destinada ao fracasso e a abrir feridas de um conflito político que se prolongará pelos próximos anos. Se quisessem uma saída razoável para os impasses do governo Dilma teriam que buscá-la em outro lugar e por outros métodos, não pela violência contra a democracia e a Constituição.
O golpe caminhou para a ruína pelas seguintes razões: ficou cada vez mais evidente o caráter delinquente do governo e dos seus principais chefes; as promessas de uma retomada rápida da economia não ocorreu, agravando o desemprego e a recessão; as contas públicas não foram saneadas; buscou-se jogar o peso brutal da crise sobre os ombros dos mais pobres e dos trabalhadores com as reformas retrógradas e conservadoras, liquidadoras de direitos; os índices de apoio a Temer caíram próximos de zero; criou-se uma cisão interna no arranjo golpista tendo, de um lado, o Partido do Estado (Procuradoria Geral da República, parte do Judiciário, PF, Lava Jato e parte da grande mídia) e, de outro, o bloco político articulado em torno do Planalto, no Congresso e em partidos, tendo apoio de outros setores da grande mídia.